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HISTÓRICOS
REPERCUSSÃO GERAL STF
REPERCUSSÃO GERAL STJ
PRECEDENTES HISTÓRICOS (STF / STJ)
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a
nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se
pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea
“b” do inciso II do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o
green card, não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-
americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos
civis. O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos
EUA. Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu
por livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade,
ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer
um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso
configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017 (Info 859).
Ver julgado Adicionar aos favoritos
São cabíveis embargos infringentes contra decisão do STF que tiver condenado
o réu em processo de competência originária daquela Corte, desde que tenha
havido, no mínimo, quatro votos divergentes. Os embargos infringentes do STF
estão previstos no art. 331, I, do RISTF, que foi recepcionado pela CF/88 com
força de lei ordinária e não foi revogado pela Lei nº 8.038/90. STF. Plenário. AP
470 AgR — vigésimo quinto/MG, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o
acórdão Min. Teori Zavascki; AP 470 AgR — vigésimo sexto/MG, rel. orig. Min.
Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso; AP 470 AgR —
vigésimo sétimo/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 18.9.2013 (Info 720).
Qual é o regime inicial de cumprimento de pena do réu que for condenado por
tráfico de drogas? • Lei nº 8.072/90: prevê que o regime inicial deve ser,
obrigatoriamente, o fechado (art. 2º, § 1º). • Plenário do STF: esse § 1º do art. 2º
da Lei nº 8.072/90 é INCONSTITUCIONAL. O regime inicial nas condenações
por crimes hediondos ou equiparados (como é o caso do tráfico de drogas) não
tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser também o regime
semiaberto ou aberto, desde que presentes os requisitos do art. 33, § 2º, alíneas
“b” e “c”, do Código Penal. • STJ: também adota o entendimento do STF. Assim,
é possível a fixação de regime prisional diferente do fechado para o início do
cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico de drogas. STF.
Plenário. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27/6/2012 (Info 672). STJ. 3ª
Seção. EREsp 1285631-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em
24/10/2012 (Info 507). É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, §
1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da
condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal.
STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
02/11/2017 (repercussão geral).
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária a autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares.
Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com
a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF
foram as seguintes: “É inexigível o consentimento de pessoa biografada
relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual
desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de
familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Caso o biografado ou
qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram
violados pela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não
apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas,
tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de
resposta etc. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
10/6/2015 (Info 789).
Direito ao esquecimento
Direito Civil Direitos da personalidade Direito à imagem
Origem: STJ
O STF reconheceu que a União deve indenizar companhia aérea que explorava
os serviços de aviação sob o regime de concessão, pelos prejuízos causados
decorrentes de plano econômico que determinou o congelamento das tarifas de
aviação. STF. Plenário. RE 571969/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
12/3/2014 (Info 738).
Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, decidir sair do partido político
no qual foi eleito, ele perderá o cargo que ocupa? a) Se for um cargo eletivo
MAJORITÁRIO: NÃO A perda do mandato em razão de mudança de partido não
se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação
da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor. No sistema majoritário, o
candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o
quociente eleitoral nem o quociente partidário. Nos pleitos dessa natureza, os
eleitores votam no candidato e não no seu partido político. Desse modo, no
sistema majoritário, a imposição da perda do mandato por infidelidade partidária
é antagônica (contrária) à soberania popular. b) Se for um cargo eletivo
PROPORCIONAL: SIM O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral
proporcional pertence ao partido político. Assim, se o parlamentar eleito decidir
mudar de partido político, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que
poderá resultar na perda do seu mandato. Neste processo, com contraditório e
ampla defesa, será analisado se havia justa causa para essa mudança. STF.
Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015 (Info
787). Quais as hipóteses que atualmente podem ser consideradas como justa
causa para a mudança de partido? As situações estão elencadas no art. 22-A da
Lei nº 9.096/95 (Incluído pela Lei nº 13.165/2015). Importante citar também a
exceção prevista no § 5º do art. 17 da CF/88 (Incluído pela EC 97/2017).
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares.
Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com
a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF
foram as seguintes: “É inexigível o consentimento de pessoa biografada
relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual
desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de
familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Caso o biografado ou
qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram
violados pela publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não
apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas,
tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de
resposta etc. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
10/6/2015 (Info 789).
STF (REPERCUSSÃO GERAL)
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na
parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da
Fazenda Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação
jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao
princípio constitucional da isonomia (art. 5º, da CF/88). Quanto às condenações
oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios
segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97,
com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009. O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com
a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (art. 5º, XXII, da
CF/88), uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se
destina. STF. Plenário. RE 870947/SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017
(repercussão geral) (Info 878).
Ver julgado
A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII,
da Constituição Federal, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos
situados em ilhas costeiras sede de Municípios. STF. Plenário. RE 636199/ES,
Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não
se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela
exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é
constitucional a cobrança do IPTU pelo Município. Ex: a União, proprietária de
um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou este imóvel para a
Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar
combustíveis. Antes do arrendamento, a União não pagava IPTU com relação a
este imóvel em virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que houve o
arrendamento, a Petrobrás passa a ter que pagar o imposto. STF. Plenário. RE
594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral)
(Info 860).
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos
titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes
de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos cofres
públicos. STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
15/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato
normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos
da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio
conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção
monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).
A desaposentação é ilegal
Direito Previdenciário Aposentadoria Noções gerais
Origem: STF
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato
normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos
da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio
conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção
monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).
Competência
Direito Previdenciário Previdência privada Geral
Origem: STF
Se a empresa fornecer EPI ao segurado e este for eficaz para inibir os efeitos do
agente nocivo, o trabalho por ele desempenhado deixa de ser considerado
especial para fins de aposentadoria? O segurado perderá o direito de esse
tempo ser enquadrado como de atividade especial? SIM. O STF decidiu que o
direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a
agente nocivo à sua saúde. Assim, se o Equipamento de Proteção Individual
(EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, o trabalhador não terá
direito à concessão da aposentadoria especial. A Corte não aceitou o argumento
de que a aposentadoria especial seria devida em qualquer hipótese, desde que o
ambiente fosse insalubre. Em outras palavras, não basta o risco potencial do
dano, sendo necessária a efetiva exposição. Resumindo, nas exatas palavras do
STF: “o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do
trabalhador a agente nocivo a sua saúde, de modo que se o Equipamento de
Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não
haverá respaldo à concessão constitucional de aposentadoria especial”. Um dos
campos do Perfil Profissiográfico Profissional (PPP) indica se a empresa
forneceu EPI para reduzir a exposição do trabalhador aos agentes nocivos e se
tais equipamentos foram eficazes. Imagine, então, que o PPP informe que o
segurado trabalhava com níveis de ruído acima de 85dB, mas, ao mesmo tempo,
indique que o trabalhador utilizava EPI (protetores auriculares) e que estes eram
eficazes. Nesse caso, o trabalho desempenhado continuará sendo considerado
como especial para fins de aposentadoria? O segurado continuará tendo direito
de que esse tempo seja enquadrado como de atividade especial? SIM. Na
hipótese de o trabalhador ser exposto a RUÍDO acima dos limites legais de
tolerância (atualmente 85dB), a declaração do empregador, no âmbito do PPP,
de que o EPI fornecido é eficaz, não serve para descaracterizar esse tempo de
serviço como especial para fins de aposentadoria. Está provado na literatura
científica e de medicina do trabalho que o uso de EPI com o intuito de evitar
danos sonoros não é capaz de inibir os efeitos nocivos do ruído na saúde do
trabalhador. Dito de outro modo, em matéria de ruído, o uso de EPI não é eficaz
para eliminar a nocividade. Mesmo utilizando o aparelho, o trabalhador terá
danos à sua saúde. Logo, faz jus ao tempo especial mesmo que haja uso de
EPI. Nas exatas palavras do STF: “na hipótese de exposição do trabalhador a
ruído acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador no
âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do
Equipamento de Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de
serviço especial para a aposentadoria”. STF. Plenário. ARE 664335/SC, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 4/12/2014 (repercussão geral) (Info 770).
Quando se fala em regime de apuração, isso significa a forma por meio da qual o
valor tributo será calculado. No caso do ICMS, existem vários regimes de
apuração do imposto. A LC 87/96 autoriza que os Estados membros adotem o
regime de apuração por estimativa. O Estado-membro pode estabelecer o
regime de estimativa por meio de Decreto? NÃO. Somente lei em sentido formal
pode instituir o regime de recolhimento do ICMS por estimativa. STF. Plenário.
RE 632265/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/6/2015 (repercussão
geral) (Info 790).
É constitucional o art. 1º, IV, da Lei nº 8.033/90, uma vez que a incidência de IOF
sobre o negócio jurídico de transmissão de títulos e valores mobiliários, tais
como ações de companhias abertas e respectivas bonificações, encontra
respaldo no art. 153, V, da CF, sem ofender os princípios tributários da
anterioridade e da irretroatividade, nem demandar a reserva de lei
complementar. Art. 1º São instituídas as seguintes incidências do imposto sobre
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários: IV — transmissão de ações de companhias abertas e das
consequentes bonificações emitidas. STF. Plenário. RE 583712/SP, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).
A antiga RFFSA era uma sociedade de economia mista federal, que foi extinta, e
a União tornou-se sua sucessora legal nos direitos e obrigações. A União goza
de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). A RFFSA não
desfrutava do benefício pois se tratava de entidade exploradora de atividade
econômica. Os débitos tributários que a RFFSA possuía foram transferidos para
a União e devem ser pagos, não podendo este ente invocar a imunidade
tributária recíproca. O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não
afasta a responsabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito
passivo era contribuinte regular do tributo devido. Tese fixada: “A imunidade
tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas
aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa”
da imunidade tributária).” STF. Plenário. RE 599176/PR, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, julgado em 5/6/2014 (repercussão geral) (Info 749).
Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que
desempenha serviços públicos. Ocorre que os Correios, além das atividades que
desenvolvem de forma exclusiva, como é o caso da entrega de cartas, também
realizam alguns serviços em concorrência com a iniciativa privada (ex.: entrega
de encomendas). Mesmo quando os Correios realizam o serviço de transporte
de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a iniciativa privada, ainda
assim gozam de imunidade e ficam livres de pagar ICMS. Assim, o STF decidiu
que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT goza de imunidade
tributária recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias.
STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014
(repercussão geral)(Info 767).
O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim como outras leis estaduais e municipais,
prevê que o prazo para a servidora que adotar uma criança é inferior à licença
que ela teria caso tivesse tido um filho biológico. De igual forma, este dispositivo
estabelece que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo será
menor do que seria se ela tivesse até 1 ano. Segundo o STF, tal previsão é
inconstitucional. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: Os prazos da licença-
adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo
valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é
possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada. STF.
Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/3/2016
(repercussão geral) (Info 817).
Qual é o regime inicial de cumprimento de pena do réu que for condenado por
tráfico de drogas? • Lei nº 8.072/90: prevê que o regime inicial deve ser,
obrigatoriamente, o fechado (art. 2º, § 1º). • Plenário do STF: esse § 1º do art. 2º
da Lei nº 8.072/90 é INCONSTITUCIONAL. O regime inicial nas condenações
por crimes hediondos ou equiparados (como é o caso do tráfico de drogas) não
tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser também o regime
semiaberto ou aberto, desde que presentes os requisitos do art. 33, § 2º, alíneas
“b” e “c”, do Código Penal. • STJ: também adota o entendimento do STF. Assim,
é possível a fixação de regime prisional diferente do fechado para o início do
cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico de drogas. STF.
Plenário. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27/6/2012 (Info 672). STJ. 3ª
Seção. EREsp 1285631-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em
24/10/2012 (Info 507). É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, §
1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da
condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal.
STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
02/11/2017 (repercussão geral).
O candidato que teve postergada a assunção em cargo por conta de ato ilegal da
Administração tem direito a receber a remuneração retroativa? Regra: NÃO. Não
cabe indenização a servidor empossado por decisão judicial sob o argumento de
que houve demora na nomeação. Dito de outro modo, a nomeação tardia a
cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à indenização.
Exceção: será devida indenização se ficar demonstrado, no caso concreto, que o
servidor não foi nomeado logo por conta de uma situação de arbitrariedade
flagrante. Nas exatas palavras do STF: “Na hipótese de posse em cargo público
determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob
fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo
situação de arbitrariedade flagrante.” STF. Plenário. RE 724347/DF, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
26/2/2015 (repercussão geral) (Info 775). A nomeação tardia a cargo público em
decorrência de decisão judicial NÃO gera direito à indenização. STJ. 6ª Turma.
AgRg nos EDcl nos EDcl no RMS 30.054-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 19/2/2013 (Info 515).
O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim como outras leis estaduais e municipais,
prevê que o prazo para a servidora que adotar uma criança é inferior à licença
que ela teria caso tivesse tido um filho biológico. De igual forma, este dispositivo
estabelece que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo será
menor do que seria se ela tivesse até 1 ano. Segundo o STF, tal previsão é
inconstitucional. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: Os prazos da licença-
adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo
valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é
possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada. STF.
Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/3/2016
(repercussão geral) (Info 817).
É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas
públicas. STF. Plenário. RE 597285/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).
Ver julgado
STJ (REPERCUSSÃO GERAL)
O índice de correção monetária previsto no art. 1º-F da Lei 9.494/97 (TR) não
pode ser aplicado para condenações impostas à Fazenda Pública O art. 1º-F da
Lei nº 9.494/1997 (com redação dada pela Lei nº 11.960/2009), para fins de
correção monetária, não é aplicável nas condenações judiciais impostas à
Fazenda Pública, independentemente de sua natureza. Os juros de mora
previstos no art. 1º-F da Lei 9.494/97 podem ser aplicados para condenações
impostas à Fazenda Pública, com exceção de matéria tributária O art. 1º-F da Lei
nº 9.494/1997 (com redação dada pela Lei nº 11.960/2009), na parte em que
estabelece a incidência de juros de mora nos débitos da Fazenda Pública com
base no índice oficial de remuneração da caderneta de poupança, aplica-se às
condenações impostas à Fazenda Pública, excepcionadas as condenações
oriundas de relação jurídico-tributária. Ações condenatórias em geral As
condenações judiciais de natureza administrativa em geral sujeitam-se aos
seguintes encargos: a) até dezembro/2002: juros de mora de 0,5% ao mês;
correção monetária de acordo com os índices previstos no Manual de Cálculos
da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a partir de
janeiro/2001; b) no período posterior à vigência do CC/2002 e anterior à vigência
da Lei nº 11.960/2009: juros de mora correspondentes à taxa Selic, vedada a
cumulação com qualquer outro índice; c) no período posterior à vigência da Lei
nº 11.960/2009: juros de mora segundo o índice de remuneração da caderneta
de poupança; correção monetária com base no IPCA-E. Servidores e
empregados públicos As condenações judiciais referentes a servidores e
empregados públicos sujeitam-se aos seguintes encargos: a) até julho/2001:
juros de mora: 1% ao mês (capitalização simples); correção monetária: índices
previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a
incidência do IPCA-E a partir de janeiro/2001; b) agosto/2001 a junho/2009: juros
de mora: 0,5% ao mês; correção monetária: IPCA-E; c) a partir de julho/2009:
juros de mora: remuneração oficial da caderneta de poupança; correção
monetária: IPCA-E. Desapropriações No tocante às condenações judiciais
referentes a desapropriações diretas e indiretas, relativamente à correção
monetária, incidem, em síntese, os índices previstos no Manual de Cálculos da
Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a partir de janeiro de
2001. Em relação aos juros de mora, de acordo com o Manual de Cálculos da
Justiça Federal, aplicam-se os seguintes índices: a) até dezembro/2009: 0,5%
(capitalização simples), nos termos do art. 15-B do Decreto-Lei n. 3.365/1941; b)
janeiro/2010 a abril/2012: 0,5% (capitalização simples), nos termos do art. 97, §
16, do ADCT (incluído pela EC n. 62/2009), combinado com a Lei n. 8.177/1991;
c) a partir de maio/2012: o mesmo percentual de juros incidentes sobre a
caderneta de poupança, capitalizados de forma simples, correspondentes a: i)
0,5% ao mês, caso a taxa SELIC ao ano seja superior a 8,5%; ii) 70% da taxa
SELIC ao ano, mensalizada, nos demais casos, nos termos do art. 97, § 16, do
ADCT (incluído pela EC n. 62/2009), combinado com a Lei n. 8.177/1991, com
alterações da MP n. 567/2012 convertida na Lei n. 12.703/2012. No que
concerne aos juros compensatórios, os índices previstos são os seguintes: a) até
10/06/1997: 1% (capitalização simples), nos termos da Súmula n. 618/STF e
Súmula n. 110 do extinto TFR; b) 11/06/1997 a 13/09/2001: 0,5% (capitalização
simples), nos termos do art. 15-A, do Decreto-Lei n. 3.365/41, introduzido pela
MP n. 1.577/97 e suas sucessivas reedições; c) a partir de 14/09/2001: 1%
(capitalização simples), nos termos da ADI 2.332/DF, REsp 1.111.829/SP e
Súmula n. 408/STJ.* * Esta conclusão da letra “c” está “superada”. Isso porque o
STF reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no
patamar fixo de 6% ao ano (0,5% ao mês) para remuneração do proprietário pela
imissão provisória do ente público na posse de seu bem previsto no art. 15-A do
DL 3.365/41. As Súmulas 618 do STF e 408 do STJ estão superadas. Veja a ADI
2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgada em 17/5/2018 (Info 902). Matéria
previdenciária As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza
previdenciária sujeitam-se à incidência do INPC, para fins de correção
monetária, no que se refere ao período posterior à vigência da Lei nº
11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei nº 8.213/91. Quanto aos juros de
mora, no período posterior à vigência da Lei nº 11.960/2009, incidem segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança. Indébito tributário A correção
monetária e a taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos
tributários devem corresponder às utilizadas na cobrança de tributo pago em
atraso. Não havendo disposição legal específica, os juros de mora são
calculados à taxa de 1% ao mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra
isonômica e havendo previsão na legislação da entidade tributante, é legítima a
utilização da taxa Selic, sendo vedada sua cumulação com quaisquer outros
índices. STJ. 1ª Seção. REsp 1495146-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 22/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 620).
Nos embargos de terceiro cujo pedido foi acolhido para desconstituir a constrição
judicial, os honorários advocatícios serão arbitrados com base no princípio da
causalidade, responsabilizando-se o atual proprietário (embargante), se este não
atualizou os dados cadastrais. Os encargos de sucumbência serão suportados
pela parte embargada, porém, na hipótese em que esta, depois de tomar ciência
da transmissão do bem, apresentar ou insistir na impugnação ou recurso para
manter a penhora sobre o bem cujo domínio foi transferido para terceiro. Ex:
Pedro adquiriu uma casa por meio de contrato de promessa de compra e venda.
Ocorre que não foi até o Registro de Imóveis para providenciar a transcrição do
título. O antigo proprietário do imóvel estava sendo executado e o credor, após
consulta no cartório, indicou a referida casa para ser penhorada, o que foi aceito
pelo juiz. Pedro foi informado da penhora e apresentou embargos de terceiro na
execução provando que o referido imóvel foi por ele adquirido. O juiz acolheu os
embargos e determinou o levantamento da penhora. A parte embargada não se
opôs a isso. Na sentença dos embargos, o juiz deverá condenar Pedro a pagar
honorários advocatícios em favor da parte embargada. STJ. 1ª Seção. REsp
1452840-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/9/2016 (recurso
repetitivo) (Info 591)
O artigo 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que
integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de
cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados
como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica. STJ. 1ª
Seção. REsp 1144469-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para
acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/8/2016 (recurso
repetitivo) (Info 594).
A Lei nº 11.738/2008, em seu art. 2º, § 1º, ordena que o vencimento inicial das
carreiras do magistério público da educação básica deve corresponder ao piso
salarial profissional nacional, sendo vedada a fixação do vencimento básico em
valor inferior, não havendo determinação de incidência automática em toda a
carreira e reflexo imediato sobre as demais vantagens e gratificações, o que
somente ocorrerá se estas determinações estiverem previstas nas legislações
locais. STJ. 1ª Seção. REsp 1426210-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 594).
O filho maior de 21 anos, ainda que esteja cursando o ensino superior, não tem
direito à pensão por morte, ressalvadas as hipóteses de invalidez ou deficiência
mental ou intelectual previstas no art. 16, I, da Lei 8.213/1991. STJ. 1ª Seção.
REsp 1369832-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013
(recurso repetitivo) (Info 524).
Caso o segurado proponha ação judicial para obter aposentadoria por invalidez
sem ter requerido o benefício administrativamente junto ao INSS, se o juiz julgar
procedente o pedido, deverá conceder a aposentadoria de forma retroativa à
data da citação. Para o STJ, a citação válida informa o litígio, constitui em mora a
autarquia previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a
implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando
ausente a prévia postulação administrativa. STJ. 1ª Seção. REsp 1369165-SP,
Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/2/2014 (recurso repetitivo) (Info
536).
Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas.
Essa verba tem natureza remuneratória (e não indenizatória) e configura
acréscimo patrimonial. STJ. 1ª Seção. REsp 1459779-MA, Rel. para acórdão
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/04/2015 (recurso repetitivo) (Info 573).
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Súmula 345-STJ
Súmulas do STF e STJ por assunto Direito processual civil Honorários advocáticos e despesas
processuais
Origem: STJ
Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas
execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não
embargadas. • Aprovada em 07/11/2007, DJ 28/11/2007. • Válida. • O STJ,
contudo, entende que a súmula continua válida mesmo após o CPC/2015.
Confira: "O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento
consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que são devidos honorários
advocatícios nos procedimentos individuais de cumprimento de sentença
decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em
litisconsócio." STJ. Corte Especial. REsp 1648238/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 20/06/2018 (recurso repetitivo).
O CPC 1973 não traz os requisitos da petição inicial da ação monitória. Apesar
disso, a jurisprudência exige que a petição inicial da ação monitória na qual o
autor cobra do réu soma em dinheiro deve ser instruída com demonstrativo de
débito atualizado até a data do ajuizamento. O STJ entende que esse
documento é indispensável para que o devedor possa ter o conhecimento
detalhado da quantia que lhe está sendo cobrada, inclusive com a indicação dos
critérios, índices e taxas utilizados, a fim de que o devedor possa validamente
impugná-los nos embargos. O CPC 2015 já traz em seu texto os requisitos para
a petição inicial da ação monitória. Um deles é justamente a memória de cálculo
da dívida que esteja sendo cobrada. Desse modo, o entendimento do STJ acima
explicado foi incorporado pelo novo CPC (art. 700, § 2º, I). O que acontece se o
autor ajuizar a ação e não juntar esse demonstrativo (ou se o demonstrativo
estiver incompleto)? O juiz deverá intimá-lo para que corrija esse vício e traga
aos autos o demonstrativo atualizado. Qual é o prazo que o autor possui para
emendar a petição inicial? • 10 dias no CPC 1973 (art. 284); • 15 dias no CPC
2015 (art. 321). Outra novidade do CPC 2015 é que o juiz, ao determinar que o
autor emende ou complete a petição inicial, deverá indicar, com precisão, o que
deve ser corrigido ou completado. STJ. 2ª Seção. REsp 1154730-PE, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 8/4/2015 (recurso repetitivo) (Info 559).
Qual é o prazo prescricional para que a União ajuíze execução fiscal cobrando
os créditos rurais que foram a ela transferidos pela MP 2.196-3/2001? • Crédito
rural cujo contrato foi celebrado sob a égide do CC-1916: 20 anos (prescrição
das ações pessoais — direito pessoal de crédito), a contar da data do
vencimento, consoante o disposto no art. 177 do CC-1916, para que dentro dele
(observado o disposto no art. 2º, § 3º, da LEF) sejam feitos a inscrição e o
ajuizamento da respectiva execução fiscal, sem embargo da norma de transição
prevista no art. 2.028 do CC/2002; • Crédito rural cujo contrato tenha sido
celebrado sob a égide do CC-2002: 5 anos (prescrição da pretensão para a
cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular), a
contar da data do vencimento, consoante o disposto no art. 206, § 5º, I, do
CC/2002, para que dentro dele (observado o disposto no art. 2º, § 3º, da LEF)
sejam feitos a inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da respectiva execução
fiscal. STJ. 1ª Seção. REsp 1373292-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 22/10/2014 (recurso repetitivo) (Info 565).
Multa do art. 475-J, CPC 1973 (art. 523, § 1º, CPC 2015) em
cumprimento de sentença arbitral
Direito Processual Civil Execução Noções gerais
Origem: STJ
João propõe ação de indenização por danos morais contra Pedro pedindo o
pagamento de R$ 30 mil. O juiz julga o pedido procedente, condenando o réu a
pagar a indenização por danos morais, mas fixando o valor em R$ 10 mil. João
pensou consigo mesmo: “eu queria mais, no entanto, prefiro acabar logo com
esse processo e receber imediatamente esses R$ 10 mil do que ficar tentando
R$ 30 mil por mais alguns anos; não vou recorrer”. Ocorre que, no último dia do
prazo, Pedro interpôs apelação. João foi, então, intimado para apresentar
contrarrazões à apelação. Neste momento, ele pensou: “ah, já que ele recorreu,
então agora eu também quero recorrer para aumentar o valor da indenização; já
que vou esperar mesmo, então quero tentar uma quantia maior”. Diante disso, o
advogado de João interpõe recurso adesivo pedindo a majoração do valor da
indenização por danos morais. Pedro apresenta contrarrazões alegando que o
recurso interposto por João é incabível, considerando que o recurso adesivo só
cabe se existir sucumbência recíproca e, no caso, não houve, conforme
preconiza a súmula 326 do STJ: “Na ação de indenização por dano moral, a
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica
sucumbência recíproca.” A tese de Pedro está correta? NÃO. O recurso adesivo
pode sim ser interposto pelo autor da ação de indenização julgada procedente,
quando arbitrado, a título de danos morais, valor inferior ao que era almejado.
Isso porque, neste caso, estará configurado o interesse recursal do demandante
em ver majorada a condenação, hipótese caracterizadora de sucumbência
material. Realmente, só cabe recurso adesivo se houver sucumbência recíproca,
ou seja, se tanto o autor como o réu perderem na sentença. Se o autor pediu a
condenação do réu em R$ 30 mil a título de danos morais e conseguiu a
condenação em R$ 10 mil, ele ganhou a demanda sob o ponto de vista formal
(processual). Não se pode dizer que houve sucumbência formal, já que a
providência processual requerida foi atendida (o réu foi obrigado a pagar). No
entanto, sob o ponto de vista material, o autor teve sim uma sucumbência parcial
(derrota parcial). Isso porque ele não obteve exatamente o bem da vida que
pretendia (queria 30 e só teve 10). Logo, neste caso, o autor terá interesse em
ver majorada a condenação, hipótese caracterizadora, portanto, da sucumbência
material viabilizadora da irresignação recursal. Não se aplica a Súmula 326 do
STJ porque esse enunciado é baseado na definição da responsabilidade pelo
pagamento de despesas processuais e honorários advocatícios. Ele não está
relacionado com interesse recursal. A correta leitura da súmula 326 é a seguinte:
Para fins de definição de quem irá pagar as despesas processuais e os
honorários advocatícios, “na ação de indenização por dano moral, a condenação
em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca”.
Logo, se o autor pediu uma quantia a título de danos morais e obteve valor
inferior ao desejado, podemos concluir que: • Sob o ponto de vista formal, ele foi
o vencedor da demanda e não terá que pagar as despesas processuais e os
honorários advocatícios do réu (Súmula 326-STJ); • Sob o ponto de vista
material, ele foi sucumbente e terá direito de interpor recurso (principal ou
adesivo), já que não obteve o exato bem da vida pretendido. STJ. Corte
Especial. REsp 1102479-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, Corte Especial, julgado em
4/3/2015 (recurso repetitivo) (Info 562).
As informações sigilosas das partes devem ser juntadas aos autos do processo
que correrá em segredo de justiça, não sendo admitido o arquivamento em
apartado. Não há no código de processo civil nenhuma previsão para que se crie
"pasta própria" fora dos autos do processo para o arquivamento de documentos
submetidos a sigilo. Nos casos em que o interesse público justificar, cabe ao
magistrado limitar às partes o acesso aos autos passando o feito a tramitar em
segredo de justiça. STJ. 1ª Seção. REsp 1349363/SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 22/05/2013 (recurso repetitivo).
Decisão que fixa valor das astreintes não preclui nem faz
coisa julgada
Direito Processual Civil Astreintes Geral
Origem: STJ
A decisão que comina astreintes não preclui, não fazendo tampouco coisa
julgada. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a multa
cominatória não integra a coisa julgada, sendo apenas um meio de coerção
indireta ao cumprimento do julgado, podendo ser cominada, alterada ou
suprimida posteriormente. STJ. 2ª Seção. REsp 1333988-SP, Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, julgado em 9/4/2014 (recurso repetitivo) (Info 539).
Para que o órgão de proteção de crédito (exs.: SPC e SERASA) inclua o nome
de um consumidor no cadastro de inadimplentes, é necessário que, antes, ele
seja notificado? • REGRA: SIM. Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de
proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição
(Súmula 359-STJ). A ausência de prévia comunicação enseja indenização por
danos morais. • EXCEÇÃO: é dispensada a prévia comunicação do devedor se o
órgão de restrição ao crédito estiver apenas reproduzindo informação negativa
que conste de registro público. “Diante da presunção legal de veracidade e
publicidade inerente aos registros do cartório de protesto, a reprodução objetiva,
fiel, atualizada e clara desses dados na base de órgão de proteção ao crédito —
ainda que sem a ciência do consumidor — não tem o condão de ensejar
obrigação de reparação de danos.” STJ. 2ª Seção. REsp 1344352-SP, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 12/11/2014 (recurso repetitivo)
(Info 554).
Momento consumativo
Direito Penal Crimes contra o patrimônio Furto (art. 155)
Origem: STJ
Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por
breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível
a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. REsp 1524450-RJ, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 572).
Pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja
se desfazendo de seus bens. É desnecessária a prova de que os réus estejam
dilapidando efetivamente seus patrimônios ou de que eles estariam na iminência
de fazê-lo (prova de periculum in mora concreto). O requisito do periculum in
mora está implícito no referido art. 7º, parágrafo único, da Lei nº 8.429/1992, que
visa assegurar “o integral ressarcimento” de eventual prejuízo ao erário, o que,
inclusive, atende à determinação contida no art. 37, § 4º, da CF/88. Como a
indisponibilidade dos bens visa evitar que ocorra a dilapidação patrimonial, o STJ
entende que não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua
diminuição ou dissipação, na medida em que exigir a comprovação de que esse
fato estaria ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida
cautelar em análise. Além do mais, o disposto no referido art. 7º em nenhum
momento exige o requisito da urgência, reclamando apenas a demonstração,
numa cognição sumária, de que o ato de improbidade causou lesão ao
patrimônio público ou ensejou enriquecimento ilícito. Vale ressaltar, no entanto,
que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legal
expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação do
patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser
adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93,
IX, da Constituição Federal), sobretudo por se tratar de constrição patrimonial
(REsp 1319515/ES). STJ. 1ª Seção. REsp 1366721-BA, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/2/2014
(recurso repetitivo) (Info 547).
Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido
(implícito). Assim, é desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou
seja, de que os réus estejam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de
fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris, consistente em
fundados indícios da prática de atos de improbidade. A medida cautelar de
indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em uma tutela de evidência,
de forma que basta a comprovação da verossimilhança das alegações, pois pela
própria natureza do bem protegido, o legislador dispensou o requisito do perigo
da demora. STJ. 1ª Seção. REsp 1366721/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, Rel. p/ Acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/02/2014 (recurso
repetitivo).
Para que haja a aplicação da sanção civil do pagamento em dobro por cobrança
judicial de dívida já adimplida (art. 1.531 do CC 1916 / art. 940 do CC 2002), é
imprescindível a demonstração de má-fé do credor. Permanece válido o
entendimento da Súmula 159-STF: Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dá
lugar às sanções do art. 1.531 do Código Civil (atual art. 940 do CC 2002). STJ.
2ª Seção. REsp 1111270-PR, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 25/11/2015
(recurso repetitivo) (Info 576).
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