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As Principais

Decisões do STF
Retrospectiva Criminal 2023

Prof. Alexandre Salim

@profalexandresalim
As Principais Decisões do STF
Retrospectiva Criminal 2023

1. Informativo 1096/2023

Condenação do réu por maioria: participação dos ministros que votaram pela absolvição na fase da
dosimetria da pena

(QO na AP 1.025/DF)

A dosimetria da pena é uma fase independente do julgamento, razão pela qual todos os ministros possuem o
direito de se manifestar, independentemente de terem votado no sentido da absolvição ou condenação do
réu.

2. Informativo 1098/2023

Fatos supervenientes e possibilidade da apresentação do voto do ministro sucessor

(QO no INQ 3.515/DF )

A superveniência de fatos novos configura circunstância excepcional que permite que ministro que
atualmente ocupe a cadeira profira voto, ainda que seu antecessor, oportunamente, já tenha votado. Assim,
a preservação do voto do ministro sucedido só deve ocorrer se as condições e circunstâncias levadas a
julgamento permanecerem as mesmas.

3. Informativo 1099/2023
Termo inicial da prescrição executória estatal: a partir do trânsito em julgado para a acusação ou para todas
as partes (Tema 788 RG)

(ARE 848.107/DF)

Discussão constitucional, à luz dos postulados da estrita legalidade e da presunção de inocência, que busca
debater o momento em que se inicia a contagem do prazo de prescrição quanto ao poder do Estado de
executar a pena, ou seja, se a partir do trânsito em julgado (condenação definitiva) para a acusação ou para
todas as partes.

4. Tema 788 de Repercussão Geral


Tese:

“O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada somente começa a correr do dia
em que a sentença condenatória transita em julgado para ambas as partes, momento em que nasce para o
Estado a pretensão executória da pena, conforme interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal ao
princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal) nas ADC 43, 44 e 54”.

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5. Informativo 1099/2023
Colaboração premiada: possibilidade de utilização desse instituto do direito penal no âmbito das ações de
improbidade administrativa (Tema 1.043 RG)

(ARE 1.175.650/PR)

Verificação constitucional, à luz dos princípios da legalidade (CF/1988, art. 5º, II) e da imprescritibilidade do
ressarcimento ao erário (CF/1988, art. 37, §§ 4º e 5º), bem como da legitimidade concorrente para a
propositura da ação (CF/1988, art. 129, § 1º), acerca do cabimento da utilização da colaboração premiada,
instituto de natureza penal, no âmbito da ação civil pública por ato de improbidade administrativa (Lei
8.429/1992).

6. Tema 1.043 de Repercussão Geral


Tese:

“É constitucional a utilização da colaboração premiada, nos termos da Lei 12.850/2013, no âmbito civil, em
ação civil pública por ato de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público, observando-se as
seguintes diretrizes: (1) Realizado o acordo de colaboração premiada, serão remetidos ao juiz, para análise, o
respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente
o colaborador, acompanhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na
homologação: regularidade, legalidade e voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos
casos em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares, nos termos dos §§ 6º e 7º do
artigo 4º da referida Lei 12.850/2013 (...).

7. Tema 1.043 de Repercussão Geral


Tese:

“(...) (2) As declarações do agente colaborador, desacompanhadas de outros elementos de prova, são
insuficientes para o início da ação civil por ato de improbidade; (3) A obrigação de ressarcimento do dano
causado ao erário pelo agente colaborador deve ser integral, não podendo ser objeto de transação ou
acordo, sendo válida a negociação em torno do modo e das condições para a indenização; (4) O acordo de
colaboração deve ser celebrado pelo Ministério Público, com a interveniência da pessoa jurídica interessada
e devidamente homologado pela autoridade judicial; (5) Os acordos já firmados somente pelo Ministério
Público ficam preservados até a data deste julgamento, desde que haja previsão de total ressarcimento do
dano, tenham sido devidamente homologados em Juízo e regularmente cumpridos pelo beneficiado.

8. Informativo 1100/2023
Prisão preventiva: incompatibilidade de sua manutenção com a fixação de

regime distinto do fechado em sentença condenatória

(HC 214.070 AgR/MG)

Viola o princípio da proporcionalidade a tentativa de compatibilizar a prisão preventiva com a imposição do


regime inicial de cumprimento de pena semiaberto ou aberto.

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9. Informativo 1101/2023
Poderes investigatórios do Ministério Público

(ADI 3.494/GO)

Controvérsia sobre a constitucionalidade de dispositivos da Lei Complementar 25/1998 do Estado de Goiás


(Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Goiás, bem como da íntegra da Resolução 4/2005 do
Colégio de Procuradores de Justiça do Estado de Goiás, que permitem a investigação de natureza penal
conduzida diretamente pelo Ministério Público. Jurisprudência: RE 593.727 (Tema 184 RG).

10. Tema 184 de Repercussão Geral


Tese:

“O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável,
investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer
indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as
hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham
investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e
XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente
controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos
membros dessa Instituição”.

11. Informativos 1102 e 1104/2023


Designação de audiência, de ofício, nos crimes relacionados à Lei Maria da Penha

(ADI 7.267/DF)

Questionamento constitucional sobre a designação de audiência de ofício, por iniciativa do magistrado, nas
ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida com base no art. 16 da Lei 11.340/2006
(Lei Maria da Penha). Pretende-se seja dada interpretação conforme ao dispositivo para assentar-se a
impossibilidade da designação de ofício da audiência, bem como do reconhecimento, como “retratação
tácita” ou “renúncia do direito de representação”, do não comparecimento da mulher vítima de violência
doméstica.

12. Informativo 1103/2023


Causas de extinção e suspensão da punibilidade: abrandamento da responsabilização penal decorrente da
prática de crimes contra a ordem tributária

(ADI 4.273/DF)

São constitucionais – por não violarem os preceitos dos arts. 3º, I a IV, e 5º, “caput”, ambos da CF/1988 nem
o princípio da proporcionalidade, sob a perspectiva da proibição da proteção deficiente – dispositivos de leis
que estabelecem a suspensão da pretensão punitiva estatal, em consequência do parcelamento de débitos
tributários, bem como a extinção da punibilidade do agente, se realizado o pagamento integral.

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13. Informativos 1104 e 1106/2023


Utilização das interceptações telefônicas no âmbito do Ministério Público

(ADI 5.315/DF)

É constitucional o estabelecimento, por resolução do CNMP, de cautelas procedimentais para proteção de


dados sigilosos e garantia da efetividade dos elementos de prova colhidos via interceptação telefônica.

14. Informativo 1105/2023


Inconstitucionalidade da tese da “legítima defesa da honra”

(ADPF 779/DF)

É inconstitucional – por contrariar os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/1988, art. 1º, III), da
proteção à vida (CF/1988, art. 5º, “caput”) e da igualdade de gênero (CF/1988, art. 5º, I) – o uso da tese da
“legítima defesa da honra” em crimes de feminicídio ou de agressão contra mulheres, seja no curso do
processo penal (fase pré-processual ou processual), seja no âmbito de julgamento no Tribunal do Júri.

15. ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305


Juiz das Garantias

Súmula Vinculante 59, STF

“É impositiva a fixação do regime aberto e a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos quando reconhecida a figura do tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006) e ausentes
vetores negativos na primeira fase da dosimetria (art. 59 do CP), observados os requisitos do art. 33, § 2º,
alínea c, e do art. 44, ambos do Código Penal”.

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COMPLEMENTO DO ALUNO

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