Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Execução contra a Fazenda
Pública Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1120
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Concurso Público Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1119
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1119
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1118
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Foro por prerrogativa de função Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1117
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Funções Essenciais à Justiça Tema: Ministério
Público Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1117
Link direto
Link direto
É inconstitucional — por conflitar com o modelo estabelecido pela União no exercício de sua
competência para legislar sobre normas gerais referentes à assistência jurídica e à Defensoria
Pública (CF/1988, art. 24, XIII) — norma estadual que prevê a livre nomeação e exoneração, pelo
governador, dos cargos de Defensor Público-Geral e do Subdefensor Público-Geral locais,
escolhidos dentre advogados com reconhecido saber jurídico e idoneidade. ADI 4.982/RN,
relator Ministro Nunes Marques, julgamento virtual finalizado em 10.11.2023 (sextafeira), às
23:59. (Info 1116 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Direito de Família Tema: Separação e Divórcio Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1116
Após a promulgação da EC nº 66/2010, a separação judicial não é mais requisito para o divórcio
nem subsiste como figura autônoma no ordenamento jurídico. Sem prejuízo, preserva-se o
estado civil das pessoas que já estão separadas, por decisão judicial ou escritura pública, por se
tratar de ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CF). RE 1.167.478/RJ, relator Ministro Luiz Fux,
julgamento finalizado em 8.11.2023. (Info 1116 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Agente público Tema: Servidor Público Civil
Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1113
II - Até o advento da Lei 9.646/2022, a expressão ‘piso salarial’ para os Agentes Comunitários de
Saúde e Agentes de Combate às Endemias corresponde à remuneração mínima, considerada,
nos termos do art. 3º, inciso XIX, da Lei 8.629/2014, somente a soma do vencimento do cargo e
da gratificação por avanço de competências.”
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra o patrimônio Tema: Apropriação Indébita
Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1113
Não comete o crime de apropriação indébita (CP/1940, art. 168, § 1º, II), pois ausente a
elementar “coisa alheia”, o sócio-administrador, nomeado depositário judicial, que deixa de
transferir o montante penhorado do faturamento da empresa para a conta judicial determinada
pelo juízo da execução. HC 215.102/PR, relator Ministro Dias Toffoli, redator do acordão Ministro
Nunes Marques, julgamento finalizado em 17.10.2023. (Info 1113 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei de Drogas (Lei
11.343/06) Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1113
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Eleições Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1113
Link direto
"É inconstitucional — por invadir a competência da União privativa para legislar sobre
telecomunicações (CF/1988, art. 22, IV) e exclusiva para definir a forma e o modo da exploração
desses serviços (CF/1988, art. 21, XI c/c o art. 175) — legislação municipal que estabelece a
obrigatoriedade de condicionantes para a instalação e o funcionamento de antenas, postes,
torres, contêineres e demais equipamentos relacionados às Estações Transmissoras de
Radiocomunicação (ETR)."
Link direto
"É inconstitucional — por limitar o poder de iniciativa do chefe do Poder Executivo (CF/1988, art.
61, § 1º, II, “b” c/c o art. 165, III) — lei estadual que obriga a inclusão, na lei orçamentária anual,
das escolhas manifestadas pela população, em consulta direta, no que diz respeito à destinação
de parcela voltada a investimentos de interesses regional e municipal."
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Federais Tema: IOF Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1111
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Concurso Público Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1111
A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo 15, III, da Constituição Federal
(‘condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos’) não impede a
nomeação e posse de candidato aprovado em concurso público, desde que não incompatível
com a infração penal praticada, em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana e do
valor social do trabalho (CF, art. 1º, III e IV) e do dever do Estado em proporcionar as condições
necessárias para a harmônica integração social do condenado, objetivo principal da execução
penal, nos termos do artigo 1º da LEP (Lei nº 7.210/84). O início do efetivo exercício do cargo
ficará condicionado ao regime da pena ou à decisão judicial do juízo de execuções, que
analisará a compatibilidade de horários.
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Dano ambiental Tema: Indenização Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1110
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Ordem Social Tema: População Indígena Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1110
I – A demarcação consiste em procedimento declaratório do direito originário territorial à posse
das terras ocupadas tradicionalmente por comunidade indígena; II – A posse tradicional
indígena é distinta da posse civil, consistindo na ocupação das terras habitadas em caráter
permanente pelos indígenas, nas utilizadas para suas atividades produtivas, nas imprescindíveis
à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e nas necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições, nos termos do § 1º do
artigo 231 do texto constitucional; III – A proteção constitucional aos direitos originários sobre
as terras que tradicionalmente ocupam independe da existência de um marco temporal em 05
de outubro de 1988 ou da configuração do renitente esbulho, como conflito físico ou
controvérsia judicial persistente à data da promulgação da Constituição; IV – Existindo
ocupação tradicional indígena ou renitente esbulho contemporâneo à promulgação da
Constituição Federal, aplica-se o regime indenizatório relativo às benfeitorias úteis e
necessárias, previsto no § 6º do art. 231 da CF/88; V – Ausente ocupação tradicional indígena
ao tempo da promulgação da Constituição Federal ou renitente esbulho na data da promulgação
da Constituição, são válidos e eficazes, produzindo todos os seus efeitos, os atos e negócios
jurídicos perfeitos e a coisa julgada relativos a justo título ou posse de boa-fé das terras de
ocupação tradicional indígena, assistindo ao particular direito à justa e prévia indenização das
benfeitorias necessárias e úteis, pela União; e, quando inviável o reassentamento dos
particulares, caberá a eles indenização pela União (com direito de regresso em face do ente
federativo que titulou a área) correspondente ao valor da terra nua, paga em dinheiro ou em
títulos da dívida agrária, se for do interesse do beneficiário, e processada em autos apartados do
procedimento de demarcação, com pagamento imediato da parte incontroversa, garantido o
direito de retenção até o pagamento do valor incontroverso, permitidos a autocomposição e o
regime do § 6º do art. 37 da CF; VI – Descabe indenização em casos já pacificados, decorrentes
de terras indígenas já reconhecidas e declaradas em procedimento demarcatório, ressalvados
os casos judicializados e em andamento; VII – É dever da União efetivar o procedimento
demarcatório das terras indígenas, sendo admitida a formação de áreas reservadas somente
diante da absoluta impossibilidade de concretização da ordem constitucional de demarcação,
devendo ser ouvida, em todo caso, a comunidade indígena, buscando-se, se necessário, a
autocomposição entre os respectivos entes federativos para a identificação das terras
necessárias à formação das áreas reservadas, tendo sempre em vista a busca do interesse
público e a paz social, bem como a proporcional compensação às comunidades indígenas (art.
16.4 da Convenção 169 OIT); VIII – A instauração de procedimento de redimensionamento de
terra indígena não é vedada em caso de descumprimento dos elementos contidos no artigo 231
da Constituição da República, por meio de pedido de revisão do procedimento demarcatório
apresentado até o prazo de cinco anos da demarcação anterior, sendo necessário comprovar
grave e insanável erro na condução do procedimento administrativo ou na definição dos limites
da terra indígena, ressalvadas as ações judiciais em curso e os pedidos de revisão já
instaurados até a data de conclusão deste julgamento; IX – O laudo antropológico realizado nos
termos do Decreto nº 1.775/1996 é um dos elementos fundamentais para a demonstração da
tradicionalidade da ocupação de comunidade indígena determinada, de acordo com seus usos,
costumes e tradições, na forma do instrumento normativo citado; X – As terras de ocupação
tradicional indígena são de posse permanente da comunidade, cabendo aos indígenas o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e lagos nelas existentes; XI – As terras de
ocupação tradicional indígena, na qualidade de terras públicas, são inalienáveis, indisponíveis e
os direitos sobre elas imprescritíveis; XII – A ocupação tradicional das terras indígenas é
compatível com a tutela constitucional do meio ambiente, sendo assegurado o exercício das
atividades tradicionais dos povos indígenas; XIII – Os povos indígenas possuem capacidade civil
e postulatória, sendo partes legítimas nos processos em que discutidos seus interesses, sem
prejuízo, nos termos da lei, da legitimidade concorrente da FUNAI e da intervenção do Ministério
Público como fiscal da lei. RE 1.017.365/SC, relator Ministro Edson Fachin, julgamento finalizado
em 27.9.2023 (Info 1110 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1110
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Precatórios Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo:
1109
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Federais Tema: IRPJ Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1109
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Crédito Tributário Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1108
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1107
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Municipais Tema: ISS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1107
Link direto
É inconstitucional — por invadir a iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo (CF/1988, art.
61, II, “c” e “e”) e a competência privativa da União legislar sobre seguridade social e sobre
diretrizes e bases da educação nacional (CF/1988, art. 22, XXIII e XXIV), bem como por violar o
núcleo da norma que restringe a aposentadoria especial a funções de magistério (CF/1988, art.
40, § 5º) — lei estadual, de iniciativa parlamentar, que estende essa modalidade de
aposentadoria para atividades administrativas, técnico-pedagógicas e outras que não
propriamente a de professor, inclusive a de representação associativa ou sindical.ADI 856/RS,
relator Ministro Luiz Fux, julgamento virtual finalizado em 1º.9.2023 (Info 1106 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Princípios processuais penais Tema: Juiz das
Garantias Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1106
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Dano ambiental Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo:
1106
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1104
“É inconstitucional, por violação do art. 132 da CF, a criação de órgão ou de cargos jurídicos fora
da estrutura da Procuradoria do Estado, com funções de representação judicial, consultoria ou
assessoramento jurídico de autarquias e fundações públicas estaduais.”ADI 7.380/AM, relator
Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 21.8.2023 (Info 1104 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Poder Judiciário Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1104
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Juiz e Auxiliares da justiça Tema: Suspeição e
Impedimento Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1104
Link direto
Link direto
Link direto
É constitucional — por não caracterizar investidura em cargo público nem formação de novo
vínculo jurídico concomitante com a inatividade (CF/1988, arts. 37, II, XVI e § 10; e 42, § 3º) —
norma estadual que permite o aproveitamento transitório e por prazo certo de policiais militares
da reserva remunerada em tarefas relacionadas ao planejamento e assessoramento no âmbito
da Polícia Militar ou para integrarem a segurança patrimonial em órgão da Administração
Pública.ADI 3.663/MA, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 21.8.2023
(Info 1104 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Lei Maria da Penha Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo:
1104
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Poder Executivo Tema: Dupla vacância Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1104
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Contrato Individual de Trabalho Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1102
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Jurisdição e competência Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1102
A Justiça Comum é competente para julgar ação ajuizada por servidor celetista contra o Poder
Público, em que se pleiteia parcela de natureza administrativa, modulando-se os efeitos da
decisão para manter na Justiça do Trabalho, até o trânsito em julgado e correspondente
execução, os processos em que houver sido proferida sentença de mérito até a data de
publicação da presente ata de julgamento.RE 1.288.440/SP, relator Ministro Roberto Barroso,
julgamento virtual finalizado em 30.6.2023 (Info 1102 - STF)
Link direto
Link direto
Link direto
São nulas — por violarem os princípios da separação dos Poderes e da legalidade — as decisões
judiciais que condicionam a rescisão de contratos de trabalho de empregados públicos não
estáveis à prévia conclusão de negociação coletiva, de modo a impedir que o estado federado
realize atos tendentes a descontinuar a atividade das fundações, sociedades de economia mista
e autarquias estaduais.
ADPF 486/RS, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 30.6.2023 (Info
1101 - STF)
Link direto
Link direto
Link direto
ADI 6.930/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 30.6.2023 (Info
1101 - STF)
Link direto
É constitucional o art. 23, caput, da Emenda Constitucional 103/2019, que fixa novos critérios de
cálculo para a pensão por morte no Regime Geral e nos Regimes Próprios de Previdência Social.
Em especial, o caput do artigo 23 da EC 103/2019, que determina que a pensão por morte
concedida a dependente de segurado do RGPS ou de servidor público federal será equivalente a
uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida ou daquela a que teria direito se
fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10
pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
ADI 7.051/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 23.6.2023 (Info
1101 - STF)
Link direto
É inconstitucional — por invadir a competência privativa da União para dispor sobre normas
gerais de organização dos corpos de bombeiros militares e defesa civil (CF/1988, art. 22, XXI e
XXVIII c/c o art. 144, V e § 5º) — norma estadual que dispõe de forma contrária à legislação
federal vigente sobre esses assuntos e viabiliza a delegação de atividades tipicamente estatais
a organizações voluntárias de natureza privada. (ADI 5.354/SC, relator Ministro Dias Toffoli,
julgamento virtual finalizado em 23.6.2023)
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Poder Executivo Tema: Dupla vacância Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1100
É inconstitucional — por violar o pressuposto da dupla vacância, previsto para o modelo federal e
cuja observância pelos estados-membros é obrigatória —, norma de Constituição estadual que
determina, em caso de vacância, eleição avulsa para o cargo de vice-governador pela
Assembleia Legislativa. .” (ADI 999/AL, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado
em 23.6.2023) (Info 1100 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Fixação de honorários advocatícios Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1100
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Repartição das receitas tributárias Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1099
É inconstitucional, por violar o art. 161, II, da Constituição Federal de 1988, norma de lei
complementar que distribui os recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal (FPE) entre esses entes da Federação sem a devida promoção do respectivo equilíbrio
socioeconômico.(ADI 5.069/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em
16.6.2023) (Info 1099 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Previdenciário Assunto: Regime Próprio de Previdência Social Tema: Regras
de transição Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1098
“Somente os servidores públicos civis detentores de cargo efetivo (art. 40, CF, na redação dada
pela EC 20/98) são vinculados ao regime próprio de previdência social, a excluir os estáveis nos
termos do art. 19 do ADCT e os demais servidores admitidos sem concurso público.” (RE
1.426.306/TO, relatora Ministra Presidente, julgamento finalizado no Plenário Virtual em
13.6.2023) (INFO 1098 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Concurso Público Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1097
A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui forma de provimento
derivado vedada pelo art. 37, II, da CF/88.ADI 5.510/PR, relator Ministro Roberto Barroso, redator
do acórdão Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 2.6.2023 (sexta-feira), às
23:59 (Info 1097 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Competências Tema: Licenciamento Ambiental
Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1097
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Extinção da punibilidade Tema: Graça Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1094
Link direto
Link direto
Deve ser conferida interpretação conforme a Constituição aos artigos 46, § 5º, e 52, parágrafo
único, ambos do CPC/2015, no sentido de que a competência seja definida nos limites
territoriais do respectivo estado ou do Distrito Federal, nos casos de promoção de execução
fiscal e de ajuizamento de ação em que qualquer deles seja demandado.
ADI 5.492/DF e ADI 5.737/DF - ADI 5.492/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual
finalizado em 24.4.2023 (segundafeira), às 23:59 ADI 5.737/DF, relator Ministro Dias Toffoli,
redator do acórdão Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 24.4.2023
(segunda-feira), às 23:59 (Info 1092 - STF).
Link direto
É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, a lei estadual que
autoriza a seus órgãos de segurança pública a alienação de armas de fogo a seus integrantes,
por meio de venda direta.ADI 7.004/AL, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual
finalizado em 24.4.2023 (segunda-feira-feira), às 23:59 (Info 1091- STF)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Ação de Investigação Judicial (AIJE) Tema: Condutas
Vedadas Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1089
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Prisões Tema: Prisão Especial Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1089
Link direto
No caso de vítima atingida por projétil de arma de fogo durante uma operação policial, é dever
do Estado, em decorrência de sua responsabilidade civil objetiva, provar a exclusão do nexo
causal entre o ato e o dano, pois ele é presumido.ARE 1.382.159 AgR/RJ, relator Ministro Nunes
Marques, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes (Info 1089 - STF)
Link direto
Não configura inconstitucionalidade por omissão — por alegada ofensa aos princípios do
contraditório e da ampla defesa quanto à participação da sociedade civil no processamento das
ações declaratórias de constitucionalidade — o veto presidencial aos textos constantes do art.
17 e dos §§ 1º e 2º do art. 18 do projeto de lei convertido na Lei 9.868/1999. (ADI 2.154/DF,
relator Ministro Dias Toffoli, redatora do acórdão Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual
finalizado em 31.3.2023 e ADI 2.258/DF, relator Ministro Dias Toffoli, redatora do acórdão
Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 31.3.2023) (INFO - 1089 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Servidores Públicos Tema: nomeação Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1088
O candidato estrangeiro tem direito líquido e certo à nomeação em concurso público para
provimento de cargos de professor, técnico e cientista em universidades e instituições de
pesquisa científica e tecnológica federais, nos termos do art. 207, § 1º, da Constituição Federal,
salvo se a restrição da nacionalidade estiver expressa no edital do certame com o exclusivo
objetivo de preservar o interesse público e desde que, sem prejuízo de controle judicial,
devidamente justificada. (RE 1.177.699/SC, Rel. Ministro Edison Fachin, julgamento finalizado
em 24.3.2023, DJe em 08/03/2023 - Tema 1.032 RG) (Info - 1088 - STF).
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1088
O diferimento do ICMS relativo à saída do álcool etílico anidro combustível (AEAC) das usinas ou
destilarias para o momento da saída da gasolina C das distribuidoras (Convênios ICMS 80/1997
e 110/2007) não gera o direito de crédito do imposto para as distribuidoras. RE 781.926/GO,
relator Ministro Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 24.3.2023 (sexta-feira), às 23:59.
(Info 1088 - STF).
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Norma Penal em Branco Tema: Norma Penal em Branco
Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1088
O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser complementada por
atos normativos infralegais editados pelos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios), respeitadas as respectivas esferas de atuação, sem que isso implique ofensa à
competência privativa da União para legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I) - ARE 1.418.846/
RS (Tema 1.246 - Repercussão Geral). (Info 1088 - STF)
Link direto
É inconstitucional, por violação à competência da União para legislar sobre direito civil e seguros
(CF/1988, art. 22, I e VII), lei estadual que estabelece obrigações contratuais para operadoras de
planos de saúde (ADI 7.208/MT, Rel. Ministro Roberto Barroso, julgamento em 24/03/2023, DJe
em 06/03/2023) (Info - 1088 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Extinção do crédito tributário Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1087
Repercussão Geral Tema 736. Tese fixada: “É inconstitucional a multa isolada prevista em lei
para incidir diante da mera negativa de homologação de compensação tributária por não
consistir em ato ilícito com aptidão para propiciar automática penalidade pecuniária.”
RE 796.939/RS, relator Ministro Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 17.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59.
ADI 4.905/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 17.3.2023 (sexta-
feira), às 23:59. (Info 1087 - STF).
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1087
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Funções Essenciais à Justiça Tema: Defensoria
Pública Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1086
Ofende a autonomia administrativa das Defensorias Públicas decisão judicial que determine a
lotação de defensor público em localidade desamparada, em desacordo com os critérios
previamente definidos pela própria instituição, desde que observados os critérios do art. 98,
caput e § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.RE 887.671/CE, relator
Ministro Marco Aurélio, redator do acórdão Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento finalizado
em 8.3.2023 (Info 1086 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Inquérito Policial Tema: Competência Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1086
É inconstitucional norma estadual que confere à Defensoria Pública o poder de requisição para
instaurar inquérito policial.ADI 4.346/MG, relator Ministro Roberto Barroso, redator do acórdão
Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 10.3.2023 (sexta-feira), às 23:59
(Info 1086 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Servidores Públicos Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1085
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Remição da pena
Tribunal: STF Ano: 2023 Informativo: 1084
2. É constitucional a previsão legislativa de perda dos dias remidos pelo condenado que comete
falta grave no curso da execução penal. RE 1.116.485/RS, relator Ministro Luiz Fux julgamento
virtual finalizado em 28.2.2023 (terça-feira), às 23:59 (Info 1084 - STF)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Execução Fiscal Tema: Prescrição Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1083
É constitucional o art. 40 da Lei 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal – LEF), tendo natureza
processual o prazo de um ano de suspensão da execução fiscal. Após o decurso desse prazo,
inicia-se automaticamente a contagem do prazo prescricional tributário de cinco anos. RE
636.562/SC, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 17.2.2023 (sexta-
feira), às 23:59. (Tema 390 - Repercussão Geral). (Info 1083 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Juizados Especiais Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 1083
O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) não possui natureza investigativa, podendo ser
lavrado por integrantes da polícia judiciária ou da polícia administrativa. ADI 6.264/DF; ADI
6.245/DF, relator Ministro Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em 17.2.2023 (sexta-
feira), às 23:59. (Info 1083 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Processo Coletivo Tema: Legitimidade Tribunal:
STF Ano: 2023 Informativo: 1082
Não se aplica às associações genéricas — que não representam qualquer categoria econômica
ou profissional específica — a tese firmada no Tema 1.119 da sistemática da repercussão geral,
sendo insuficiente a mera regularidade registral da entidade para sua atuação em sede de
mandado de segurança coletivo, pois passível de causar prejuízo aos interesses dos
beneficiários supostamente defendidos. ARE 1.339.496 AgR/RJ, relator Ministro Edson Fachin,
redator do acórdão Ministro André Mendonça, julgamento em 7.2.2023. (Info 1082 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Medidas atípicas Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 1082
Link direto
Norma estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua
portuguesa viola a competência legislativa da União. ADI 7.019/RO, relator Ministro Edson
Fachin, julgamento virtual finalizado em 10.2.2023 (sexta-feira), às 23:59. (Info 1082 - STF)
Link direto
Link direto
Link direto
É constitucional lei estadual que proíbe, no âmbito de seu território, a fabricação, a venda e a
comercialização de armas de brinquedo que simulam armas de fogo reais.- ADI 5.126/SP (Info
1081- STF)
Link direto
É inconstitucional o inciso XXIII do art. 34 da Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia), que prevê
constituir infração disciplinar o não pagamento de contribuições, multas e preços de serviços
devidos à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), depois de regular notificação para fazê-lo.
Também é inconstitucional a aplicação aos advogados inadimplentes do que dispõe o art. 37 da
mesma norma, que institui, como pena, a suspensão, a qual acarreta, por conseguinte, a
interdição do exercício profissional.- ADI 7.020/DF (Info 1081 - STF)
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 1081
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Tese fixada: "A enfermidade ou doença mental, ainda que tenha sido estabelecida a curatela, não
configura, por si, elemento suficiente para determinar que a pessoa com deficiência não tenha
discernimento para os atos da vida civil." RE 918.315. /DF, relator Ministro Ricardo Lewandowski,
julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-feira), às 23:59 (Info 1080 - STF) (Tema 1.096
- Repercussão Geral)
Link direto
Aos servidores públicos estaduais e municipais é aplicado, para todos os efeitos, o art. 98, § 2° e
§ 3°, da Lei 8.112/1990 (horário especial para o servidor pessoa com deficiência). RE 1.237.867/
SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 16.12.2022 (sexta-
feira), às 23:59. (Info 1080 - STF). (Tema 1.241 - Repercussão Geral)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Jurisdição e competência Tribunal: STF Ano:
2023 Informativo: 766
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Violência doméstica Tribunal: STF Ano: 2023
Informativo: 766
A audiência prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/2006 tem por objetivo confirmar a retratação,
não a representação, e não pode ser designada de ofício pelo juiz. Sua realização somente é
necessária caso haja manifestação do desejo da vítima de se retratar trazida aos autos antes do
recebimento da denúncia.REsp 1.977.547-MG, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/3/2023. (Tema 1167) (Info 766 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Responsabilidade Civil Tema: Seguradora Tribunal: STF
Ano: 2023 Informativo: 766
Link direto
10 Julgados exportados
Tribunal: Ano: 2023,
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei Maria da Penha - Lei nº
11.340/06 Tribunal: STJ Edição: 211 Ano: 2023 Informativo: -3
EDIÇÃO 211
1) Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível
a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso
da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente
de instrução probatória. (Tese julgada sob o rito do art. 1.036 do CPC/2015 - TEMA 983)
2) No âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, a indenização por dano moral é
in re ipsa (presumida), ou seja, exsurge da própria conduta típica, independentemente de
produção de prova específica.
4) A mulher em situação de violência doméstica pode optar pelo foro de seu domicílio ou de sua
residência para o ajuizamento de ação de reconhecimento e dissolução de união estável.
5) O fator meramente etário, por si só, não é capaz de afastar a competência da vara
especializada, pois, para a incidência do subsistema da Lei n. 11.340/2006, basta verificar se o
crime foi praticado contra a mulher de qualquer idade no âmbito da unidade doméstica, da
família ou de qualquer relação íntima de afeto.
6) É possível a aplicação da Lei Maria da Penha no caso de violência doméstica praticada contra
empregada doméstica.
7) É possível aplicar a Lei Maria da Penha no caso de violência praticada por neto contra avó.
9) Nos delitos praticados em contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher não é
possível a consunção entre o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência e o
crime de ameaça.
10) A aplicação da agravante prevista no art. 61, II, f, do Código Penal, de modo conjunto com
outras disposições da Lei n. 11.340/2006 não acarreta bis in idem, pois a Lei Maria da Penha
visou recrudescer o tratamento dado para a violência doméstica e familiar contra a mulher.
13) Para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, basta que o agente tenha
conjunção carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com menina menor de 14 anos, assim, as
questões atinentes ao consentimento da menor, a eventual experiência sexual anterior ou a
existência de relacionamento amoroso entre agressor e vítima não afastam a ocorrência do
crime.
14) Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato
libidinoso com menina menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável,
independentemente da ligeireza ou da superficialidade da conduta, assim não é possível a
desclassificação para o delito de importunação sexual.
15) Os documentos nos quais conste o genitor, o cônjuge ou o companheiro como lavrador são
início de prova material razoável para o reconhecimento da condição de rurícola da mulher, pois
esta funciona como extensão da qualidade de segurado especial daquele.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Pessoas com
Deficiência Tribunal: STJ Edição: 212 Ano: 2023 Informativo: -3
EDIÇÃO 212
1) O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública para garantir o
fornecimento de órteses e próteses às pessoas com deficiência.
3) O fato de a parte ser pessoa com deficiência, por si só, não é motivo suficiente para
caracterizar relevância social a exigir a intervenção do Ministério Público como custos legis.
6) O Poder Judiciário, por meio das serventias judiciais, tem o dever de elaborar e fornecer à
Defensoria Pública relatórios de processos com medidas de segurança aplicadas às pessoas
com deficiência.
8) Não incide Imposto de Renda - IRPF sobre a pensão especial da Síndrome da Talidomida, pois
se trata de verba de caráter indenizatório.
10) É possível compensação por dano moral decorrente de falha na prestação de serviço de
transporte coletivo público às pessoas com deficiência quando ofertado de forma negligente e/
ou discriminatória, sem condições dignas de acessibilidade.
11) O estacionamento indevido de veículo, sem credencial, em vaga reservada à pessoa com
deficiência não configura dano moral coletivo.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Pessoas com
Deficiência Tribunal: STJ Edição: 213 Ano: 2023 Informativo: -3
EDIÇÃO 213
1) A associação, cujo estatuto institucional tem por finalidade a atuação em políticas públicas
de interesse social, possui legitimidade ativa para propor demanda que tutela o fornecimento de
transporte público especial municipal para os munícipes com deficiência ou mobilidade
reduzida.
2) O Poder Judiciário não detém competência constitucional para estender, ao transporte aéreo,
o passe livre concedido pela Lei n. 8.899/1994 e respectiva legislação regulamentadora às
pessoas com deficiência, comprovadamente hipossuficientes, no âmbito do transporte coletivo
interestadual.
10) Até 1º/7/2022, data do início da vigência da Resolução Normativa n. 539/2022 da ANS, o
reembolso integral de tratamento multidisciplinar para beneficiário portador de Transtorno do
Espectro Autista - TEA realizado fora da rede credenciada somente será devido se decorrer de
descumprimento de ordem judicial que determina a cobertura ou de inobservância de prestação
contratualmente assumida.
12) O fato de a Paralisia Cerebral e a Síndrome de Down não estarem enquadradas na CID-10
F84 (transtornos globais do desenvolvimento) não afasta a obrigação de as operadoras de
planos de saúde fornecerem cobertura de terapia multidisciplinar, sem limite de sessões,
prescrita a beneficiário.
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Princípios do Direito Penal Tema: Princípio da
Insignificância, Bagatela Tribunal: STJ Edição: 220 Ano: 2023 Informativo: -3
EDIÇÃO 220
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA II
6) Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes previstos na Lei n. 7.492/1986, diante
da necessidade de maior proteção à credibilidade, estabilidade e higidez do Sistema Financeiro
Nacional.
Link direto
EDIÇÃO 219
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
7) Não se aplica o princípio da insignificância ao delito previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997.
8) Os delitos de porte ou posse de munição, de uso permitido ou restrito, são crimes de mera
conduta e de perigo abstrato, em que se presume a potencialidade lesiva e, por isso, em regra,
não é aplicável o princípio da insignificância.
10) Não é possível aplicar o princípio da insignificância aos delitos de porte ou posse de
munição, de uso permitido ou restrito, ainda que em pequena quantidade e desacompanhada de
armamento apto ao disparo, se a apreensão acontecer no contexto do cometimento de outro
crime.
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Marco Civil da Internet Tribunal: STJ Edição: 224 Ano: 2023
Informativo: -3
EDIÇÃO 224
3) É responsável civilmente o provedor de aplicação que, após ser notificado, não retira
conteúdo ofensivo que envolva menor de idade, independentemente de ordem judicial, pois o
princípio da proteção integral à criança e ao adolescente prevalece sobre o Marco Civil da
Internet.
7) Para o Marco Civil da Internet, a exposição pornográfica sem consentimento não se limita a
nudez total, nem a atos sexuais que somente envolvam conjunção carnal, mas a conduta que
possa gerar dano à personalidade da vítima.
8) Na exposição pornográfica não consentida, o fato de o rosto da vítima não estar evidenciado
nas fotos de maneira flagrante é irrelevante para a configuração dos danos morais.
9) A divulgação de imagem íntima produzida e cedida com fim comercial não possui natureza
privada, ainda que ausente consentimento da pessoa retratada; assim, a responsabilidade do
provedor pela retirada do conteúdo inicia-se a partir de ordem judicial (regra de reserva de
jurisdição).
Link direto
EDIÇÃO 221
2) A lesão jurídica resultante do crime de furto, em regra, não pode ser considerada
insignificante quando o valor dos bens subtraídos for superior a 10% do salário mínimo vigente à
época dos fatos.
3) A restituição da res furtiva à vítima não constitui, por si só, motivo suficiente para a aplicação
do princípio da insignificância.
4) Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de furto praticado com corrupção de filho
menor, ainda que o bem possua inexpressivo valor pecuniário, pois as características dos fatos
revelam elevado grau de reprovabilidade do comportamento.
8) Inaplicável o princípio da insignificância ao crime do art. 273 do CP, qualquer que seja a
quantidade de medicamentos apreendidos, pois a conduta traz prejuízos efetivos à saúde
pública.
11) O princípio da insignificância não se aplica aos delitos do art. 33, caput, e do art. 28 da Lei de
Drogas, pois são crimes de perigo abstrato ou presumido.
12) Não é possível aplicar o princípio da insignificância à importação não autorizada de arma de
pressão, pois configura delito de contrabando, que tutela, além do interesse econômico, a
segurança e a incolumidade pública.
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Marco Civil da Internet Tribunal: STJ Edição: 223 Ano: 2023
Informativo: -3
EDIÇÃO 223
5) Para concessão judicial do fornecimento de registros, além dos requisitos exigidos pela
legislação processual, são necessários os seguintes pressupostos: a) fundados indícios da
ocorrência do ato ilícito; b) justificativa motivada da utilidade dos registros solicitados para fins
de investigação ou instrução probatória e c) período ao qual se referem os registros.
7) Os dados cadastrais armazenados nos bancos de dados dos provedores possuem caráter
objetivo, assim o acesso direto pelos órgãos de investigação, sem prévia autorização judicial,
não viola a garantia constitucional de proteção à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem.
8) O provedor de aplicação que oferece serviços de e-mail não tem o dever legal de armazenar
as mensagens recebidas ou enviadas pelo usuário e que foram deletadas.
9) O provedor de acesso à internet deverá fornecer, mediante requisição judicial, o teor das
comunicações entre usuários da rede, desde que ainda estejam disponíveis.
10) Nas investigações criminais, o acesso a dados telemáticos armazenados não exige
delimitação temporal.
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei Maria da Penha - Lei nº
11.340/06 Tribunal: STJ Edição: 206 Ano: 2023 Informativo: -3
EDIÇÃO 206
2) As medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do art. 22 da Lei Maria da
Penha têm natureza jurídica de cautelares penais e, por isso, devem ser analisadas à luz do
Código de Processo Penal, logo não há falar em citação do requerido para apresentar
contestação, tampouco em decretação da revelia, nos moldes da lei processual civil.
3) As medidas protetivas deferidas com base no art. 22, incisos I, II e III, da Lei n. 11.340/2006
possuem natureza penal, por essa razão deve ser reconhecida a incompetência das Câmaras
Cíveis para apreciar e julgar recursos propostos contra referidas medidas.
6) O Código de Processo Penal e a Lei Maria da Penha não fixam prazo para a vigência das
medidas protetivas de urgência, entretanto sua duração temporal deve ser pautada pelo
princípio da razoabilidade, pois não é possível a eternização da restrição a direitos individuais.
8) Não é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos no crime
de descumprimento de medidas protetivas de urgência, haja vista que um dos bens jurídicos
tutelados é a integridade física e psíquica da mulher em favor de quem se fixaram tais medidas.
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Marco Civil da Internet Tribunal: STJ Edição: 222 Ano: 2023
Informativo: -3
EDIÇÃO 222
1) O provedor de pesquisa constitui uma espécie do gênero provedor de conteúdo, pois esses
sites não incluem, hospedam, organizam ou, de qualquer outra forma, gerenciam as páginas
virtuais indicadas nos resultados disponibilizados, apenas indicam links onde podem ser
encontrados termos ou expressões de busca fornecidos pelo próprio usuário.
9) A responsabilidade dos provedores de aplicação da internet por conteúdo gerado por terceiro
é subjetiva e torna-se solidária quando, após notificação judicial, a retirada do material ofensivo
é negada ou retardada.
10) A motivação do conteúdo divulgado de forma indevida é indiferente para a incidência do art.
19 do Marco Civil da Internet.
Link direto
27 Julgados exportados
Tribunal: Ano:
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Mulheres
Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: Brítez Arce y otros vs. Argentina Ano: 2022
Informativo: -2
RESUMO
A senhora Brítez realizou sua primeira consulta pré-natal em 25 de novembro de 1991 na Liga
Argentina contra Tuberculose, onde relatava história de hipertensão arterial. Mais tarde,
compareceu a um check-up em 1º de dezembro de 1991, com 15 semanas de gestação, no qual
sugeriram um novo controle em quatro semanas. Em 10 de março de 1992, compareceu pela
primeira vez ao Hospital Público "Ramón Sardá" (doravante também "Maternidad Sardá"), onde
informou a história de hipertensão arterial. No dia seguinte, no mesmo hospital, foi realizada
uma ultrassonografia obstétrica indicando que o diâmetro biparietal do feto era consistente com
31 semanas e o fêmur compatível com 30 semanas de gestação. Nesse dia, ela foi atendida por
um cardiologista, que anotou em sua história clínica: “história de hipertensão arterial”. Mais
tarde, a Sra. Brítez compareceu às consultas na Maternidad Sardá nos dias 6 e 21 de abril e no
dia 5 de maio teve ultrassonografia obstétrica adicional em maio de 1921 e monitoramento fetal
semanal em 27 de abril. Entre 10 de março e 1º de junho, Dona Brítez engordou mais de dez
quilos.
Em 1º de junho de 1992, a senhora Brítez Arce foi para a Maternidad Sardá, perto das nove da
manhã. Relatava desconforto lombar, febre e pouca perda de líquido pelos órgãos genitais. Foi
realizada uma ecografia indicativa de feto morto, pelo que admitida para induzir o parto. A
indução do parto começou às 13h45.
Terminou às 17h15, quando foi transferida para a sala de parto com dilatação total. Durante
esse tempo, ela teve que esperar por duas horas em uma cadeira. De acordo com certificado de
morte, Cristina Brítez Arce morreu no mesmo dia às 18h00 devido a “parada cardiorrespiratória
não traumática”.
1. Direitos à vida e à integridade pessoal reconhecidos nos artigos 4.1 e 5.1 da Convenção
Americana, combinado ao Artigo 1.1 dessa Convenção.
2. Direito à saúde reconhecido no artigo 26 da Convenção Americana, combinado com o seu art.
1.1.
3. Direito às garantias judiciais e à proteção judicial reconhecida nos artigos 8.1 e 25.1 da
Convenção, combinado ao artigo 1.1 do mesmo instrumento e artigo 7 da Convenção de Belém
do Pará.
4. Direito à integridade pessoal, o direito à proteção da família e dos direitos das crianças
reconhecidos nos artigos 5.1, 17.1 e 19 da Convenção Americana, combinado ao seu artigo 1.1.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. O Estado deve elaborar uma campanha de divulgação dos direitos relacionados com a
gravidez, trabalho de parto e puerpério e as situações que podem configurar casos de “violência
obstétrica”.
3. O Estado deve pagar as quantias estabelecidas na Sentença, pelas despesas com tratamento
psicológico e/ou psiquiátrico e de indenização por danos patrimoniais e imateriais e pelo
reembolso de custas e despesas.
PONTOS IMPORTANTES
2. Mais um caso sobre violência obstétrica reconhecido expressamente assim pela Corte.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Direitos das Pessoas Privadas de Liberdade Tribunal:
Corte IDH (Em construção) Caso: O.C. 29 Ano: 2022 Informativo: -2
OPINIÃO CONSULTIVA Nº 29
A presente consulta, requerida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, tem como
objeto a proteção do direito de pessoas em especial situação de vulnerabilidade, a exigir um
enfoque diferenciado por parte dos Estados na aplicação de normas de Direitos Humanos
quando estes grupos estão em situação de privação de liberdade.
Em caráter geral, antes de adentrar nas especificidades de cada grupo, trabalhou a Corte a
necessidade:
1. Do respeito da dignidade da pessoa humana como princípio geral no trato com pessoas
privadas de liberdade;
5. Do acesso a serviços básicos para uma vida digna na prisão (destrinchando em direito à
saúde, à alimentação adequada e à àgua potável);
6. De se impedir a superpopulação e superlotação carcerária, uma vez que, nos Estados em que
ocorrem, estas situações agravam a situação de vulnerabilidade e acesso insuficiente aos
serviços básicos;
7. De atenção à gestão penitenciária, uma vez que o pessoal penitenciário (diretores, agentes,
etc.) tem um importante papel na prevenção da tortura e respeito aos direitos humanos;
No entanto, um dos pontos de caráter geral trabalhados pela Corte gostaria de separar para
tratar aqui, o direito à igualdade e não discriminação, enfoque diferenciado e
interseccionalidade, eis que é o gancho perfeito para adentrarmos nos grupos específicos
abaixo.
Nesse sentido, a Corte decidiu que o direito à igualdade e à não discriminação engloba duas
concepções: uma concepção negativa relacionada à proibição de diferenças de tratamento
arbitrário e uma concepção positiva relacionada à obrigação dos Estados de criar condições de
igualdade real contra grupos historicamente excluídos ou que correm maior risco de serem
discriminados.
Nesta linha, os Estados são obrigados a adotar medidas positivas para reverter ou alterar
situações discriminatórias existentes em seus sociedades, em detrimento de um determinado
grupo de pessoas. Isso implica o dever especial de proteção que o Estado deve exercer em
relação às ações e práticas de terceiros que, sob
Vamos agora, ponto a ponto, em cada grupo ver o que a Corte decidiu:
8. Garantir que os vínculos das mulheres ou cuidadoras principais privadas de liberdade com
seus filhos se desenvolva em um ambiente adequado.
2. Acesso ao direito à saúde e alimentação para crianças que vivem em centros de detenção;
PESSOAS LGBT
Em sua jurisprudência, a Corte reconhece que as pessoas LGBTI têm sido historicamente
vítimas de discriminação estrutural, estigmatização, de várias formas de violência e violações
seus direitos fundamentais. As formas de discriminação contra pessoas LGBTI manifestam-se
em inúmeros aspectos nas esferas pública e privada. Na opinião da Corte, uma das formas mais
extrema de discriminação contra pessoas LGBTI é aquela que se materializa em situações de
violência. Segundo a Corte, essa violência se funda no preconceito baseado na orientação
sexual e na identidade ou expressão de gênero percebida ou real de uma pessoa. Esse tipo de
violência pode ser impulsionado pelo “desejo de punir quem considerado para desafiar as
normas de gênero".
Sendo assim, a Corte ressalta entre as obrigações específicas dos Estados com essas pessoas:
3. O direito à saúde das pessoas trans privadas de liberdade no que diz respeito à início ou
continuação de um processo de transição;
PESSOAS INDÍGENAS
Definiu a Corte como obrigações específicas dos Estados na execução penal desse grupo:
2. Preservação da identidade cultural dos indígenas privados de liberdade (os próximos 4 pontos
foram tratados pela Corte como subtópicos do presente, mas didaticamente decidimos pela
indicação separada);
PESSOAS IDOSAS
Quanto a essas pessoas e a necessidade de se adotar medidas especiais para atender seus
direitos humanos no cárcere, a Corte definiu entre as obrigações específicas dos Estados:
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Defensores de Direitos Humanos Tribunal: Corte IDH
(Em construção) Caso: Sales Pimenta vs. Brasil Ano: 2022 Informativo: -2
RESUMO
1. O Estado é responsável pela violação dos direitos às garantias judiciais e à proteção judicial,
estabelecidos nos artigos 8.1 e 25 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em
relação à obrigação de respeito e garantia dos direitos, estabelecida no artigo 1.1 do mesmo
instrumento, em detrimento de Geraldo Gomes Pimenta, Maria da Glória Sales Pimenta, Sérgio
Sales Pimenta, Marcos Sales Pimenta, José Sales Pimenta, Rafael Sales Pimenta, André Sales
Pimenta e Daniel Sales Pimenta. Ademais, o Estado violou o direito à verdade em detrimento dos
referidos familiares de Gabriel Sales Pimenta.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
3. O Estado oferecerá tratamento psicológico e/ou psiquiátrico aos irmãos do senhor Sales
Pimenta.
5. O Estado nomeará uma praça pública no município de Marabá, no Estado do Pará, com o
nome de Gabriel Sales Pimenta.
PONTOS IMPORTANTES
2. Assim como Gómez Palomino vs. Peru, por exemplo, dentre outros, decidiu a Corte pelos
familiares como vítima também do crime. Aqui, ainda, tivemos o reconhecimento da violação do
direito à verdade em relação aos familiares.
3. A Corte entendeu que o direito à verdade tem uma dimensão coletiva, na medida em que a
falta de esclarecimento sobre as circunstâncias da morte violenta do senhor Sales Pimenta
geraria um efeito amedrontador (lembrar do termo chilling effect) para as pessoas defensoras
de direitos humanos, para os trabalhadores rurais e para a sociedade em seu conjunto.
4. A Corte determinou que o Brasil implementasse um protocolo para a investigação dos crimes
cometidos contra pessoas defensoras de direitos humanos e um sistema de indicadores que
permita medir a efetividade do protocolo criasse um mecanismo que permita a reabertura de
processos judiciais.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Mulheres
Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: Márcia Barbosa e Outros vs. Brasil Ano: 2021
Informativo: -2
RESUMO
Márcia Barbosa de Souza era uma estudante afrodescendente de vinte anos de idade, em
situação de pobreza, residente na cidade de Cajazeiras, localizada no interior do Estado da
Paraíba, no Brasil. Vivia com seu pai, S.R.S., e sua irmã mais nova, Mt.B.S., e muito próximo da
casa de sua mãe, M.B.S. Em 13 de junho de 1998, Márcia Barbosa e sua irmã Mt.B.S. viajaram a
João Pessoa capital da Paraíba. Em 17 de junho de 1998, aproximadamente às 19 horas, Márcia
Barbosa recebeu uma ligação do então deputado estadual da Paraíba Aércio Pereira de Lima,
quem conhecia desde novembro de 1997. Posteriormente, às 21 horas, Márcia Barbosa e o
senhor Pereira se encontraram no Motel Trevo, de onde Marcia conversou com várias pessoas
através do celular utilizado pelo senhor Pereira. Uma delas inclusive falou com o então
deputado. Em 18 de junho de 1998, um transeunte observou que alguém estava retirando o
corpo de uma pessoa, posteriormente identificada como Márcia Barbosa de Souza, de um
veículo em um terreno baldio, no bairro Altiplano Cabo Branco, próximo à mencionada cidade de
João Pessoa. Quando o corpo foi encontrado, Márcia Barbosa de Souza apresentava
escoriações, hematomas e vestígios de areia. Ademais, a autópsia revelou que a cavidade
craniana, torácica, abdominal e o pescoço apresentavam hemorragia interna e, como causa de
morte, determinou a asfixia por sufocamento, resultante de uma ação mecânica. Por sua vez, o
perito médico-legal que examinou o cadáver determinou que a senhora Barbosa havia sido
agredida antes de morrer.
Em 14 de março de 2003, o processo penal contra o senhor Pereira teve início formalmente
perante o Juízo de primeira instância de João Pessoa. Em 27 de julho de 2005, foi proferida a
sentença de pronúncia, de modo que se confirmou que o acusado seria submetido ao Tribunal
do Júri, diante da existência de indícios suficientes de autoria do crime de homicídio qualificado
por motivo fútil e mediante asfixia, e por ocultação de cadáver. A defesa do senhor Pereira
recorreu. Em 26 de setembro de 2007, o Primeiro Tribunal do Júri de João Pessoa o condenou a
16 anos de prisão pelos delitos de homicídio e ocultação do cadáver de Márcia Barbosa de
Souza. Em 27 de setembro de 2007, o senhor Pereira recorreu da sentença. Em 12 de fevereiro
de 2008, antes de que tal recurso pudesse ser examinado, Aércio Pereira de Lima morreu de
infarto, extinguindo-se, assim, a punibilidade e arquivando-se o caso.
Quanto às investigações conduzidas pela Polícia Civil com relação a D.D.P.M., M.D.M., L.B.S. e
A.G.A.M, em março de 2003, o Ministério Público recomendou o arquivamento dos autos por
insuficiência de provas, o que foi determinado pelo Juiz.
Por conseguinte, declarou-se o Estado responsável pelas violações dos artigos 8.1, 24 e 25 da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em relação aos artigos 1.1 e 2 do mesmo
instrumento e do artigo 7.b da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. O Estado deve publicar no prazo de seis meses, contado a partir da notificação da Sentença:
a) o resumo oficial da Sentença elaborado pela Corte, por uma única vez, no Diário Oficial, bem
como nas páginas web da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba e do Poder Judiciário da
Paraíba, e em outro jornal de ampla circulação nacional, com um tamanho de letra legível e
adequado, e b) a Sentença na íntegra, disponível por um período de pelo menos um ano, em um
sítio web oficial do Estado da Paraíba e do Governo Federal, de forma acessível ao público e
acessível a partir da página de início do referido sítio eletrônico. O Estado deverá informar de
forma imediata a Corte IDH uma vez que proceda a realizar cada uma das publicações
dispostas, independente do prazo de um ano para apresentar seu primeiro relatório disposto na
parte resolutiva da Sentença;
PONTOS IMPORTANTES
A violência contra as mulheres no Brasil era, na data dos fatos do presente caso — e continua
sendo na atualidade — um problema estrutural e generalizado. Entre 2006 e 2010, os dados da
Organização Mundial de Saúde sobre os homicídios de mulheres, coletados em 84 países,
colocaram o Brasil em sétimo lugar. A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em
2015, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em 2016,
qualificaram o Brasil como o país com a quinta taxa mais alta do mundo de homicídios de
mulheres por razões de gênero. Por outro lado, no Estado da Paraíba, observa-se que as taxas
de homicídio de mulheres entre os anos 1990 e 2000 não variaram substancialmente. No
entanto, em 2017 o número de mulheres assassinadas por cada 100 mil habitantes quase
duplicou em relação a 1990. Há um significativo recorte de raça nas mortes violentas de
mulheres no Brasil. De forma geral, a taxa de vitimização das mulheres negras no país é 66
vezes superior à de mulheres brancas. O perfil específico de mulheres assassinadas em maior
número no Brasil corresponde a mulheres jovens, negras e pobres. De igual modo, entre os anos
2000 e 2017, o número de mulheres negras assassinadas duplicou. Em 2018, a taxa de mulheres
negras assassinadas no Estado da Paraíba foi quatro vezes maior que a taxa de homicídios de
outras mulheres;
Link direto
OPINIÃO CONSULTIVA Nº 24
Obs.: Essa O.C. contou com ampla participação popular, e, além do Brasil em si ter apresentado
suas considerações, tivemos a DPU e a DPE-RJ como instituições apresnetando suas opiniões e
sendo citadas no Parecer!
"Da mesma forma, seguindo instruções do Presidente e de acordo com o estabelecido no artigo
73.311 do referido Regulamento, a Secretaria, mediante notas de 12 de agosto de 2016,
convidou diversas organizações internacionais e instituições da sociedade civil, bem como
instituições acadêmicas da região a enviarem no mesmo prazo suas opiniões escritas sobre os
pontos submetidos à consulta. Finalmente, foi realizado um convite aberto através do sitio web
da Corte Interamericana a todos os interessados em apresentar sua opinião escrita sobre os
pontos submetidos à consulta."
4. O artigo 54 do Código Civil da Costa Rica, em sua redação atual, somente é compatível com
as disposições da Convenção Americana se for interpretado, seja em sede judicial ou
regulamentado administrativamente, no sentido de que o procedimento que esta norma
estabelece possa garantir que as pessoas que desejam mudar seus dados de identidade para
que sejam conformes à sua identidade de gênero autopercebida, seja um trâmite materialmente
administrativo que cumpra com os seguintes aspectos: a) deve estar focado na adequação
integral da identidade de gênero autopercebida; b) deve estar baseado unicamente no
consentimento livre e informado do solicitante, sem que se exijam requisitos como certificações
médicas e/ou psicológicas ou outros que possam resultar irrazoáveis ou patologizantes; c) deve
ser confidencial. Além disso, mudanças, correções ou adequações nos registros e documentos
de identidade não devem refletir as mudanças de acordo com a identidade de gênero; d) devem
ser rápidos e, na medida do possível, gratuitos; e e) não devem exigir a acreditação de
intervenções cirúrgicas e/ou tratamentos hormonais. Consequentemente, em virtude do
controle de convencionalidade, o artigo 54 do Código Civil da Costa Rica deve ser interpretado
em conformidade com os parâmetros previamente estabelecidos para que as pessoas que
desejem adequar integralmente os registros e/ou documentos de identidade à sua identidade de
gênero autopercebida possam gozar efetivamente deste direito humano reconhecido nos
artigos 3°, 7°, 11.2, 13 e 18 da Convenção Americana, nos termos estabelecidos nos pars. 162 a
171.
5. O Estado da Costa Rica, com o propósito de garantir de forma mais efetiva a proteção dos
direitos humanos, poderá expedir um regramento mediante o qual incorpore os padrões antes
mencionados ao procedimento de natureza materialmente administrativa, que possa
providenciar em paralelo, em conformidade com o assinalado nos parágrafos anteriores do
presente parecer, nos termos estabelecidos nos pars. 162 a 171.
7. O Estado deve reconhecer e garantir todos os direitos que se derivam de um vínculo familiar
entre pessoas do mesmo sexo, em conformidade com as disposições dos artigos 11.2 e 17.1 da
Convenção Americana e nos termos estabelecidos nos pars. 200 a 218.
8. De acordo com os artigos 1.1, 2°, 11.2, 17 e 24 da Convenção, é necessário que os Estados
garantam o acesso a todas as figuras já existentes nos ordenamentos jurídicos internos,
incluindo o direito ao matrimônio, para assegurar a proteção de todos os direitos das famílias
formadas por casais do mesmo sexo, sem discriminação com respeito às que estão
constituídas por casais heterossexuais, nos termos estabelecidos nos pars. 200 a 228.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Prisão, Detenção Arbitrária e Tortura Tribunal: Corte
IDH (Em construção) Caso: Ruano Torres e Outros vs. El Salvador Ano: 2015 Informativo: -2
RESUMO
Após sucessivos atos processuais, Ruano Torres foi condenado em outubro de 2001,
juntamente com outras pessoas, como coautor do crime de sequestro contra o senhor
Marroquín, recebendo uma pena de 15 anos de prisão. A Defensoria Pública não recorreu da
sentença condenatória. Em 26 de junho de 2015, Ruano Torres havia cumprido a totalidade da
pena que lhe foi imposta.
3. Os direitos à presunção de inocência (art. 8.2 da CADH), à defesa e de ser ouvido com as
devidas garantias previstas nos arts. 8.1, 8.2.d e 8.2.e; e
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. Que o Estado investigue os policiais responsáveis pelas agressões sofridas por Ruano Torres;
2.Que o Estado apure eventual responsabilidade dos defensores públicos que contribuíram com
sua atuação para a violação dos direitos de Ruano Torres;
3. Que o Estado deixe sem efeito a sentença condenatória proferida contra a vítima;
4.Que o Estado coloque uma placa num lugar visível na sede da Defensoria Pública com o
propósito de despertar a consciência institucional para evitar a repetição de fatos como os
ocorridos neste caso;
5. Que o Estado reforce o sistema de seleção de defensores públicos, que cumpram com os
requisitos de idoneidade moral e capacidade técnica;
6. O Estado deve fornecer, gratuitamente, através das suas instituições de saúde especializadas,
de forma imediata, adequada e eficaz, o tratamento psicológico e/ou psiquiátrico, se solicitado,
com prévio consentimento informado, incluindo o fornecimento gratuito dos medicamentos
eventualmente requeridos, ao senhor Ruano Torres e seus familiares;
9. Que o Estado deve implementar, dentro de um prazo razoável e com a respectiva disposição
orçamental, programas ou cursos obrigatórios e permanenentes sobre os princípios e normas
de proteção dos direitos humanos, em particular as normas internacionais estabelecidas nos
Princípios Relativos à Investigação e Documentação Eficazes da Tortura e outros Tratamentos
ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes dirigidos ao pessoal da Polícia Civil Nacional e do
Gabinete do Procuradoria-Geral da República; e
10. O Estado deve garantir o pagamento das custas processuais e indenizar material e
moralmente o senhor Ruano Torres e seus familiares.
PONTOS IMPORTANTES
Entendeu a Corte IDH que "(...) a limitada eficácia probatória que deve ser atribuída à declaração
de um corréu, para além do seu conteúdo específico, quando é a única proba em que se
fundamenta uma decisão de condenação, pois objetivamente não seria suficiente por si só para
desvirtuar a presunção de inocência". Ademais, concluiu que "(...) fundamentar uma condenação
sobre a base de uma declaração de um corréu, sem que exista outros elementos de
corroboração, viola a presunção de inocência" (Mérito, reparações e custas, § 133).
A Corte IDH reiterou seu entendimento de que o direito à defesa deve acompanhar o indivíduo
desde quando é apontado como possível autor ou partícipe de um crime até a etapa da
execução da pena, assegurando-se as condições para que tanto a defesa pessoal quanto a
defesa técnica sejam regularmente exercidas (Mérito, reparações e custas, § 153).
3. O direito à assistência jurídica no processo penal para quem possui condições financeiras de
constituir advogado:
A CADH estabelece como garantia mínima de toda pessoa acusada de um delito o "direito
irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não,
segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, nem nomear defensor
dentro do prazo estabelecido pela lei" (art. 8.2.e). Embora o PIDCP e a CEDH admitam o direito a
um defensor proporcionado pelo Estado somente quando o acusado não dispuser de recursos
para remunerar um defensor próprio, não é isso que advoga a CADH e nem a Corte IDH,
apregoando, no presente caso, que "(...) a exigência de contar com um advogado que exerça a
defesa técnica para confrontar adequadamente o processo implica que a defesa proporcionada
pelo Estado não se limite unicamente àqueles casos de falta de recursos" (Mérito, reparações e
custas, § 155).
A Corte IDH ressaltou no julgamento do Caso Ruano Torres que a defesa técnica prestada pela
Defensoria Pública não deve ser concebida apenas como uma formalidade processual, exigindo-
se, ao contrário, que o defensor público atue de forma diligente com o fim de proteger as
garantias processuais do acusado e evite que seus direitos sejam violados.
A Corte Interamericana inicia esclarecendo que nem sempre o Estado pode ser responsabilizado
pelas falhas da Defensoria Pública, em especial quando a instituição gozar de autonomia e seus
membros possuírem independência funcional (Mérito, reparações e custas, § 163).
Excepcionalmente, apregoa que isso poderá ocorrer, a exemplo das seguintes hipóteses: a) não
desenvolver uma mínima atividade probatória; b) inatividade argumentativa em favor dos
interesses do acusado; c) carência de conhecimento técnico-jurídico do processo penal; d) falta
de interposição de recursos em detrimento dos direitos do acusado; e) indevida fundamentação
dos recursos interpostos; e f) abandono da defesa (Mérito, reparações e custas, § 166).
da Defensoria Pública, pois é sua função assegurar que "(...) o direito à defesa não se tome
ilusório através de uma assistência jurídica ineficaz" (Mérito, reparações e custas, § 168).
Segundo a Corte IDH, a fixação da placa teria como propósito "(...) despertar a consciência
institucional para evitar a repetição de fatos como os ocorridos no presente caso" (Mérito,
reparações e custas, § 225).
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Crianças
Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: O.C. 21 Ano: 2014 Informativo: -2
OPINIÃO CONSULTIVA Nº 21
1. Conforme exigido pelos Estados requerentes, este Parecer Consultivo então determina, com a
maior precisão possível e de acordo com as normas citadas acima [artigos 1.1, 2, 4.1, 5, 7, 8, 11,
17, 19, 22.7, 22.8, 25 e 29 da Convenção Americana de Direitos Humanos, artigos I, VI, VII, VIII,
XXV e XXVII da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e artigo 13 da
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura], as obrigações do Estado com
relação a meninas e meninos, associadas à sua situação migratória ou a de seus pais e que,
consequentemente, os Estados devem considerar ao projetar, adotar, implementar e aplicar suas
políticas de migração, incluindo nelas, conforme o caso, tanto a adoção ou aplicação das
normas correspondentes de direito interno, como a subscrição ou aplicação dos tratados
pertinentes e/ou outros instrumentos internacionais.
2. Tendo em mente, para estes fins, que é "menino ou menina" [como a Corte referencia o termo
Criança inúmeras vezes na presente O.C.] qualquer pessoa menor de 18 anos, os Estados devem
priorizar a abordagem dos direitos humanos de um perspectiva que leva em conta de forma
transversal os direitos de meninas e meninos e, em particular, sua proteção e desenvolvimento
integral, os quais devem prevalecer sobre qualquer consideração da nacionalidade ou do status
de migração, a fim de assegurar a plena validade seus direitos, nos termos dos parágrafos [do
inteiro teor da O.C.] 34 a 41 e 51 a 71.
5. As garantias do devido processo legal que, de acordo com o direito internacional dos direitos
humanos, deve reger todo processo migratório, seja ele administrativo ou judicial, que envolva
meninas ou meninos são: o direito de ser notificado da existência de um procedimento e da
decisão adotada no âmbito do processo de migração; o direito a que os processos migratórios
sejam levados a cabo por um funcionário ou juiz especializado; o direito de ser ouvido e de
participar nas diferentes fases processuais; o direito de ser assistido gratuitamente por um
tradutor e/ou intérprete; acesso efetivo à comunicação e assistência consular; o direito ser
assistido por um representante legal e comunicar-se livremente com o referido representante; o
dever de nomear um tutor no caso de crianças desacompanhadas ou separadas; o direito de que
a decisão adotada avalie os melhores interesses da menina ou do menino e seja devidamente
fundamentada; o direito de recorrer da decisão a um juiz ou tribunal superior com efeitos
suspensivos; e a duração razoável do processo, nos termos do parágrafos [do inteiro teor da
O.C.] 116 a 143.
10. Os Estados estão proibidos de devolver, expulsar, deportar, devolver, rejeitar em fronteira ou
não admitir, ou de qualquer forma transferir ou remover [princípio do non refoulement] uma
menina ou menino para um Estado quando sua vida, segurança e/ou liberdade estiverem em
risco de violação por causa de perseguição ou ameaça de perseguição, violência generalizada
ou violações massivas de direitos humanos, entre outros, bem como quando corre o risco de ser
submetida à tortura ou outro tratamento cruel, desumano ou degradante, ou a um terceiro
Estado de onde possa ser enviado para aquele em que possa correr os referidos riscos [non
refoulement indireto], nos termos dos parágrafos [do inteiro teor da O.C.] 207 a 242.
11. De acordo com as disposições da Convenção sobre os Direitos da Criança e outras normas
de proteção dos direitos humanos, qualquer decisão sobre a devolução de um criança para o
país de origem ou para um terceiro país seguro só pode se basear no seu superior interesse,
considerando que o risco de violação de seus direitos humanos pode adquirir manifestações
particulares e específicas devido à idade, nos termos dos parágrafos [do inteiro teor da O.C.] 207
a 242.
12. A obrigação do Estado de estabelecer e seguir procedimentos justos e eficientes para ser
capaz de identificar potenciais requerentes de asilo e determinar o estatuto de refugiado através
de uma análise adequada e individualizada dos pedidos com as correspondentes garantias,
deve incorporar os componentes específicos desenvolvidos à luz da proteção integral devida a
todas as crianças, aplicando plenamente os princípios orientadores e, em especial, no que diz
respeito aos melhores interesses da criança e sua participação no termos dos parágrafos [do
inteiro teor da O.C.] 243 a 262.
13. Qualquer órgão administrativo ou judicial que deva decidir sobre a separação família por
expulsão motivada pela situação migratória de um ou ambos os pais, deve usar uma análise de
ponderação, que leve em consideração as circunstâncias particulares do caso concreto e
garanta uma decisão individual, priorizando em cada caso o melhor interesse da criança. Nos
casos em que a menina ou o menino tem direito à nacionalidade do país de onde um ou ambos
os pais podem ser expulsos, ou de outra forma atende aos requisitos legais para aí residir
permanentemente, os Estados não podem expulsar um ou ambos os progenitores por infrações
migratórias de natureza administrativa, uma vez que sacrifica de forma irrazoável ou
desproporcional o direito à vida familiar da criança, no termos dos parágrafos [do inteiro teor da
O.C.] 263 a 282.
14. Tendo em vista que as obrigações determinadas acima se referem a um assunto tão próprio,
complexo e mutável da época atual, devem ser entendidos como parte do desenvolvimento
progressivo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, um processo no qual,
consequentemente, esta Opinião Consultiva está inserida.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Força excessiva do Estado Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Comunidades Afrodescendentes Deslocadas da Bacia do Rio Caçarica
(Operação Gênesis) vs. Colômbia Ano: 2013 Informativo: -2
COLÔMBIA
RESUMO
7. O direito de ter garantida assistência humanitária e um retorno seguro (art. 22.1 c/c art. 5.1 da
CADH); e
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve utilizar todos os meios necessários para continuar eficazmente e abrir
investigações com a maior diligência, bem como abrir as que forem necessárias, com o fim de
identificar, processar e eventualmente punir todos os responsáveis pelos fatos do caso e
remover todos os obstáculos, de fato e de direito, que possam manter a impunidade;
4. O Estado deve fornecer o tratamento médico adequado e prioritário exigido pelas vítimas do
caso, no âmbito dos programas de reparação previstos no regulamentos internos;
5. O Estado deve restabelecer o uso, gozo e posse efetivos dos territórios reconhecidos na
normativa interna para as comunidades afrodescendentes agrupadas no Conselho Comunitário
das Comunidades da Bacia do Rio Caçarica;
6. O Estado deve garantir que as condições dos territórios que são restituídos às vítimas no
caso, bem como o local onde vivem atualmente, sejam adequados para a segurança e a vida
digna tanto dos que já voltaram como dos que ainda não;
7. O Estado deve garantir que todas as pessoas reconhecidas como vítimas da sentença
recebem efetivamente a indenização estabelecida pelos regulamentos internos relevantes;
8. O Estado deve arcar com as custas processuais e indenizar material e moralmente as vítimas
do caso; e
9. O Estado deve apresentar ao Tribunal um relatório sobre as medidas adotadas para cumprir
com o mesmo no prazo de um ano a partir da notificação da sentença.
PONTOS IMPORTANTES
Pela primeira vez desde o seu funcionamento, a Corte IDH utilizou o termo "comunidade
afrodescendente" em vez de "comunidade tribal". Em outros julgados, a Corte Interamericana
fazia referência às comunidades negras como comunidades tribais, utilizando-se da mesma
expressão para todas as outras comunidades que não pertenciam a etnias indígenas. E uma
mudança de paradigma na jurisprudência da Corte.
Até o julgamento do Caso "Operação Gênesis", a aplicação de direitos diferenciados aos povos
indígenas era estendida aos mais diversos povos tribais (dentre eles, as comunidades
afrodescendentes). Para que ocorresse essa extensão, a Corte IDH, por meio de uma
interpretação teleológica e sistemática, equiparava as comunidades tribais às comunidades
indígenas a fim de justificar a extensão dos direitos diferenciados das comunidades indígenas
para as outras minorias tribais. Ocorre que, no Caso Comunidades Afrodescendentes
deslocadas da Bacia do Rio Cacarica, a Corte IDH aplicou diretamente os direitos diferenciados
dos povos indígenas para as comunidades afrodescendentes, fazendo isso porque a própria lei
colombiana reconhece direitos diferenciados para as comunidades negras, como a propriedade
coletiva da terra ancestral que ocupam. Assim, a Corte IDH mudou seu entendimento
jurisprudencial e passou a aplicar diretamente às comunidades tribais os direitos diferenciados
dos povos indígenas, direitos esses conferidos na Convenção 169 da OIT. Ao reconhecer a
propriedade coletiva pelas comunidades afrodescendentes, a Corte Interamericana se alinhou à
legislação brasileira, que também reconhece a propriedade coletiva das comunidades
quilombolas, conforme o art. 68 do ADCT.
3. Deslocamento forçado:
Ao proferir sua decisão, a Corte IDH ressaltou que o deslocamento forçado viola normas de
direito internacional humanitário, e isso porque, segundo as Convenções de Genebra que
regulam o direito internacional humanitário, a população civil não pode ser alvo dos conflitos
armados existentes na região. Por conseguinte, a propriedade dessa população deve ser
protegida, o que não ocorreu no caso em análise. No tocante ao deslocamento forçado, é
importante relembrar que o art. 16 da Convenção 169 da OIT prevê uma série de dispositivos
que, como regra, impedem o deslocamento forçado das comunidades tradicionais. O mesmo
artigo também confere o direito à indenização pelos danos ocorridos em virtude do
deslocamento. Sobre o conceito de deslocamento forçado de pessoas, a Corte Interamericana
elucida o seguinte: "se entende por deslocados internos as pessoas ou grupo de pessoas que
tenham sido forçadas ou obrigadas a fugir ou deixar seu local de residência habitual,
especialmente como resultado ou para evitar as consequências de um conflito armado, de
situações de violência generalizada, de violações de direitos humanos (...) e que não tenham
atravessado uma fronteira estatal internacionalmente reconhecida".
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Mulheres
Tribunal: Comitê da CEDAW Caso: Alyne da Silva Pimentel vs. Brasil Ano: 2011 Informativo:
-2
RESUMO
Alyne Pimentel tinha 28 anos, era negra (atenção! interseccionalidade de vulnerabilidades), mãe
de uma filha de cinco anos e gestava uma criança em seu sexto mês. Em 11 novembro de 2002,
buscou assistência na Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória de Belford Roxo (Casa de
Saúde), com quadro de náuseas e fortes dores abdominais. Recebeu analgésicos e foi liberada.
Dois dias depois, não teve melhora no quadro e retornou ao hospital, ocasião em que foi
constatada a morte do feto.
Seis horas depois, foi submetida a parto induzido para a retirada do feto e, somente 14 horas
depois, submetida a procedimento de curetagem para retirada da placenta que não havia sido
completamente expelida. A partir daí, seu quadro de saúde se agravou na mesma proporção que
o descaso e negligência no atendimento: os registros médicos do pré-natal não foram
localizados na Casa de Saúde; sendo necessária a transferência da paciente, o hospital de
destino se recusou a encaminhar sua ambulância, o que gerou uma espera de oito horas; após a
transferência, mesmo a paciente apresentando quadro de coagulação intravascular
disseminada, ela permaneceu em um corredor do hospital.
Alyne faleceu no dia 16 de novembro e a autópsia identificou como causa oficial de sua morte
uma hemorragia digestiva que, segundo os médicos, foi resultado do parto do feto natimorto.
Em 2011, o Comitê CEDAW emitiu decisão e declarou o Estado brasileiro responsável por
violações dos artigos 12 (em relação ao acesso à saúde), 2º – c (em relação ao acesso à
justiça), e 2º – e (em relação à obrigação do Estado-parte de regulamentar as atividades dos
prestadores de serviços de saúde privados), em conjunto com o artigo 1º, da Convenção, e as
recomendações gerais n. 24 e n. 285.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. Disposições gerais:
c) Assegurar o acesso a medidas eficazes nos casos em que os direitos das mulheres à saúde
reprodutiva tenham sido violados e prover a formação de pessoal do Poder Judiciário e
responsável pela aplicação da lei;
e) Assegurar que as sanções adequadas sejam impostas a profissionais de saúde que violem os
direitos de saúde reprodutiva das mulheres; e
PONTOS IMPORTANTES
2. Foi, ainda, o primeiro caso sobre mortalidade materna acolhido pelo Comitê da CEDAW.
5. Sendo assim, a condenação do Estado brasileiro no Caso Alyne Pimentel é a primeira e única
do país proferida por um órgão do sistema global de proteção dos direitos humanos.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Desaparecimentos Forçados Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Gomes Lund e Outros ("Guerrilha do Araguaia") vs. Brasil Ano: 2010
Informativo: -2
RESUMO
O Caso Gomes Lund e outros vs. Brasil, popularmente conhecido como Caso “Guerrilha do
Araguaia", trata da responsabilidade do Estado brasileiro pela detenção arbitrária, tortura e
desaparecimento forçado de aproximadamente setenta pessoas, dentre elas integrantes do PCB
(Partido Comunista Brasileiro) e camponeses da região do Araguaia, situada no Estado do
Tocantins, entre 1972 e 1975. A maioria das vítimas desaparecidas integrava (ou pelo menos
havia uma suspeita de que o fizessem) o movimento de resistência intitulado “Guerrilha do
Araguaia", conhecido por realizar atos de resistência e oposição aos militares. Naquela época, o
governo do Estado brasileiro implementou ações com o objetivo de exterminar todos os
integrantes do movimento "Guerrilha do Araguaia", no que obteve êxito. Ocorre que, no dia 28 de
agosto de 1979, o Brasil aprovou a Lei Federal 6.683, popularmente conhecida como "Lei da
Anistia". Esse diploma normativo perdoou todos aqueles que haviam cometido crimes políticos
ou conexos com eles no período da ditadura militar, o que acabou gerando a irresponsabilidade
de todos os agentes do Estado brasileiro que participaram dos massacres ocorridos no período
da ditadura, inclusive em relação aos fatos ocorridos na região do Araguaia. A controvérsia
chegou até a CIDH em agosto de 1995. Após o Brasil não ter se manifestado sobre os relatórios
da CIDH, a demanda foi submetida à Corte IDH. A CIDH pugnou pela responsabilização do
Estado brasileiro pela violação dos seguintes dispositivos da CADH: art. 3° (direito ao
reconhecimento da personalidade jurídica), art. 49 (direito à vida), art. 5° (direito à integridade
pessoal), art. 7° (direito à liberdade pessoal), art. 8° (garantias judiciais), art. 13 (liberdade de
pensamento e de expressão) e art. 25 (proteção judicial). A Comissão ainda fez referência à
promulgação da Lei da Anistia no Estado brasileiro, que ocasionou a não realização da
investigação penal e do cumprimento do dever de perseguir e julgar os responsáveis pelos
massacres. No dia 24 de novembro de 2010, a Corte Interamericana sentenciou o Caso Gomes
Lund, responsabilizando o Estado brasileiro pelas violações ocorridas na região do Araguaia, no
período em que vigorava no país o regime militar.
A Corte IDH declarou, inicialmente, que As disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem
a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a
Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um
obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição
dos responsáveis, e tampouco podem ter igual ou semelhante impacto a respeito de outros
casos de graves violações de direitos humanos consagrados na Convenção Americana
ocorridos no Brasil;
5. O direito às garantias judiciais (art. 8° da CADH) e à proteção judicial (art. 25 da CADH), pela
falta de investigação dos fatos do presente caso, bem como pela falta de julgamento e sanção
dos responsáveis, em prejuízo dos familiares das pessoas desaparecidas e da pessoa
executada;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve conduzir eficazmente, perante a jurisdição ordinária, a investigação penal dos
fatos do presente caso a fim de esclarecê-los, determinar as correspondentes responsabilidades
penais e aplicar efetivamente as sanções e consequências que a lei preveja;
2. O Estado deve realizar todos os esforços para determinar o paradeiro das vítimas
desaparecidas e, se for o caso, identificar e entregar os restos mortais a seus familiares;
7. O Estado deve adotar, em um prazo razoável, as medidas que sejam necessárias para tipificar
o delito de desaparecimento forçado de pessoas em conformidade com os parâmetros
interamericanos. Enquanto cumpre com esta medida, o Estado deve adotar todas aquelas ações
que garantam o efetivo julgamento, e se for o caso, a punição em relação aos fatos constitutivos
de desaparecimento forçado através dos mecanismos existentes no direito interno;
9. O Estado deve pagar as quantias fixadas na Sentença a título de indenização por dano
material, por dano imaterial e por restituição de custas e gastos;
10. O Estado deve realizar uma convocatória, em, ao menos, um jornal de circulação nacional e
um da região onde ocorreram os fatos do presente caso, ou mediante outra modalidade
adequada, para que, por um período de 24 meses, contado a partir da notificação da Sentença,
os familiares das pessoas indicadas na Sentença aportem prova suficiente que permita ao
Estado identificá-los e, conforme o caso, considerá-los vítimas nos termos da Lei nº 9.140/95 e
da Sentença;
11. O Estado deve permitir que, por um prazo de seis meses, contado a partir da notificação da
presente Sentença, os familiares dos senhores Francisco Manoel Chaves, Pedro Matias de
Oliveira (“Pedro Carretel”), Hélio Luiz Navarro de Magalhães e Pedro Alexandrino de Oliveira
Filho, possam apresentar-lhe, se assim desejarem, suas solicitações de indenização utilizando
os critérios e mecanismos estabelecidos no direito interno pela Lei nº 9.140/95;
PONTOS IMPORTANTES
Caso Gomes Lund é mais um caso julgado pela Corte IDH envolvendo Leis de Anistia, Justiça de
transição e suas quatro dimensões. Em uma breve síntese, entende-se por justiça de transição
(ou "transitional justice") um conjunto de mecanismos judiciais ou extrajudiciais utilizados por
uma sociedade como um ritual de passagem à ordem democrática após graves violações de
direitos humanos por regimes autoritários e ditatoriais, de forma que se assegure a
responsabilidade dos violadores de direitos humanos, o resguardo da justiça e a busca da
reconciliação. Assim, a justiça de transição compreende diversas práticas administrativas e
judiciais que visam deslegitimar o regime antidemocrático anterior, como, por exemplo, prover
indenizações aos familiares das vítimas, responsabilizar o Estado pelos abusos cometidos etc.
O Conselho de Segurança da ONU também definiu quatro práticas para lidar com o regime de
exceção. A doutrina costuma chamar essas facetas de "dimensões". São elas: a) direito à
memória e à verdade; b) direito à reparação das vítimas (e seus familiares); c) o adequado
tratamento jurídico aos crimes cometidos no passado; d) e a reforma das instituições para a
democracia.
E a partir desta dimensão que se discute a validade ou não da Lei de Anistia brasileira. O tema é
polêmico e dá ensejo a diversas discussões. Recentemente, o Ministério Público Federal propôs
uma série de ações penais contra agentes militares que supostamente teriam sido autores de
crimes contra a humanidade na época dos anos de chumbo. Nas ações penais, o MPF alegou a
prática de delitos de caráter permanente pelos acusados, assim como a não abrangência
desses crimes pela Lei de Anistia brasileira. Citam-se como exemplos os casos envolvendo o
atentado no Riocentro , a ação penal proposta contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e a
exordial acusatória ajuizada contra o coronel Sebastião Curió.
A ação penal no caso envolvendo os acusados de participar do atentado no Riocentro foi aceita
em primeira instância, mas trancada, via habeas corpus, em segundo grau. Segundo o TRF da 2a
Região, "A jurisprudência brasileira não pode importar normas do Tribunal de Nuremberg sobre a
existência de crimes contra a humanidade, inexistente na legislação brasileira". O relator do
habeas corpus que trancou a ação penal no caso Riocentro, des. fed. Ivan Athié, ainda concluiu
que "não podemos admitir que normas alienígenas sejam usadas como se integrassem o
ordenamento jurídico brasileiro, em nome de um sentimento de justiçamento perigosamente em
voga no nosso país atualmente". Argumentos semelhantes guiaram a decisão do mesmo
Tribunal Federal em relação ao caso Sebastião Curió. Por fim, a ação penal movida contra o
Coronel Ustra foi suspensa pelo STF. O PGR recorreu dessa decisão, alegando que os crimes
cometidos por Ustra não estariam abarcados pela proteção conferida pela Lei de Anistia, ante o
caráter permanente dos delitos imputados ao acusado. Já adiantamos desde já que não é
possível concordar com os argumentos exarados nestas decisões, que refutam a importação de
normas internacionais para a aplicação no ordenamento jurídico interno. Porém, antes de expor
o nosso posicionamento, é importante demonstrarmos as diversas correntes doutrinárias sobre
o tema:
Em que pese muitos autores abordem o tema da transitional justiçe a partir do término do
período ditatorial em países da América Latina, o fenômeno possui origem em período anterior,
qual seja, o fim da Segunda Guerra Mundial. Sobre este ponto, a professora Ruti Teitel, criadora
do termo "justiça de transição", elenca em sua obra Genealogia da Justiça de Transição três
fases no fenômeno da justiça de transição, são elas: 1) justiça de transição pós-guerra, 2) justiça
de transição pós-guerra fria e 3) justiça de transição no estado estacionário.
Logo em sede de exceção preliminar, o Brasil informou à Corte IDH da existência de uma
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal sobre o caso. Assim, para o Estado brasileiro,
caso a Corte decidisse prosseguir no julgamento do caso Gomes Lund, ela acabaria se tomando
uma instância revisora de julgamentos locais, caracterizando-se como uma "quarta instância", o
que seria proibido. A exceção alegada pelo Estado brasileiro não foi acolhida pela Corte IDH, sob
o argumento de que não há qualquer hierarquia entre o Supremo Tribunal Federal e a Corte. O
que deve haver é uma relação de diálogo, complementaridade e reciprocidade, mas jamais de
hierarquia.
As "garantias de não repetição" consistem em uma das formas de reparação por violação de
direitos humanos utilizadas pela Corte IDH para que se assegure que os Estados julgados por
sua jurisdição não tomem a violar direitos humanos previstos na CADH. Dentro dessas garantias
de não repetição, insere-se o dever de investigar e punir, conforme o qual o Estado condenado
pela jurisdição da Corte IDH é sentenciado a investigar e punir os autores das violações de
direitos humanos. Desse modo, evita-se tanto a reincidência da conduta violadora de direitos
humanos quanto a própria impunidade dos responsáveis. O dever de investigar e punir foi
utilizado pela primeira vez no Caso Velásquez Rodriguez vs. Honduras, primeiro caso julgado
pela Corte IDH desde o início de seus trabalhos no ano de 1988. Nesse sentido, a Corte IDH
afirma que "pode e, mais do que isto, tem a obrigação de atribuir natureza de jus cogens àqueles
direitos mais caros à pessoa, componentes do núcleo duro de proteção ('hard core of human
rigths'), de modo a protegê-la e a cumprir a finalidade de proteção aos direitos humanos
agasalhados na Convenção Americana" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas, §
19). O dever de investigar e punir os crimes de lesa-humanidade foi utilizado pela Corte IDH na
sentença proferida contra o Estado brasileiro no Caso Gomes Lund. O tribunal interamericano
ordenou que o Brasil investigasse os fatos e punisse os responsáveis pelas violações de direitos
humanos na região do Araguaia. Nessa linha, a Corte IDH reiterou o caráter de norma de jus
cogens do dever de investigar e punir, ressaltando o caráter cogente e imperativo dessa norma
para a comunidade internacional como um todo. Foi também no Caso Gomes Lund que a Corte
Interamericana reafirmou o caráter de jus cogens do combate ao desaparecimento forçado.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Mulheres
Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: González e outras ("Campo Algodoeiro") vs. México
Ano: 2009 Informativo: -2
RESUMO
4. O direito à liberdade pessoal (art. 7.1 da CADH), em relação aos artigos 1.1 e 2° da CADH;
5. As obrigações contempladas no art. 7.b e 7.c da Convenção Belém do Pará (agir com o
devido zelo para prevenir, investigar e punir a violência contra a mulher e incorporar na sua
legislação interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza, que sejam
necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as
medidas administrativas adequadas que forem aplicáveis);
8. O direito à proteção judicial (art. 25 da CADH), em relação aos artigos 1.1 e 2° da CADH;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deverá conduzir eficazmente o processo penal em curso e, se for o caso, os que
chegarem a ser abertos, para identificar, processar e, se for o caso, punir os responsáveis
materiais e intelectuais pelo desaparecimento, maus-tratos e privação da vida das jovens
González, Herrera e Ramos, em conformidade com as seguintes diretrizes:
1.1. deverão ser removidos todos os obstáculos de jure ou de facto que impeçam a devida
investigação dos fatos e o desenvolvimento dos respectivos processos judiciais, e deverão ser
usados todos os meios disponíveis para fazer com que as investigações e processos judiciais
sejam expeditos a fim de evitar a repetição de fatos iguais ou análogos aos do presente caso;
1.2. a investigação deverá incluir uma perspectiva de gênero; empreender linhas de investigação
específicas em relação à violência sexual, para o que devem ser incluídas as linhas de
investigação sobre os padrões respectivos na região; deve ser realizada em conformidade com
os protocolos e manuais que cumpram as diretrizes desta Sentença; deve ser fornecida
informação regularmente aos familiares das vítimas sobre os avanços na investigação e dar-
lhes pleno acesso aos autos, e deve ser realizada por funcionários altamente capacitados em
casos similares e em atenção a vítimas de discriminação e violência por razão de gênero;
1.3. deverá ser assegurado que os distintos órgãos que participem no procedimento de
investigação e nos processos judiciais contem com os recursos humanos e materiais
necessários para desempenhar as tarefas de maneira correta, independente e imparcial, e que
as pessoas que participem na investigação contem com as devidas garantias de segurança, e
1.4. os resultados dos processos deverão ser divulgados publicamente para que a sociedade
mexicana conheça os fatos objeto do presente caso.
2. O Estado deverá, dentro de um prazo razoável, investigar, por meio das instituições públicas
competentes, os funcionários acusados de irregularidades e, depois de um devido processo,
aplicar as sanções administrativas, disciplinares ou penais correspondentes aos que forem
considerados responsáveis;
5. O Estado deverá, no prazo de um ano a partir da notificação desta Sentença, realizar um ato
público de reconhecimento de responsabilidade internacional em relação aos fatos do presente
caso, em honra à memória de Laura Berenice Ramos Monárrez, Esmeralda Herrera Monreal e
Claudia Ivette González;
8. O Estado deverá, em um prazo razoável, adequar o Protocolo Alba, ou, na sua falta,
implementar um novo dispositivo análogo, em conformidade com as seguintes diretrizes,
devendo apresentar um relatório anual durante três anos:
8.1. implementar buscas de ofício e sem nenhuma demora, quando se apresentem casos de
desaparecimento, como uma medida dirigida a proteger a vida, liberdade pessoal e a integridade
pessoal da pessoa desaparecida;
8.2. estabelecer um trabalho coordenado entre diferentes corpos de segurança para encontrar o
paradeiro da pessoa;
8.3. eliminar qualquer obstáculo de fato ou de direito que reduza a efetividade da busca ou que
torne impossível seu início, como exigir investigações ou procedimentos preliminares;
8.6. priorizar as buscas em áreas onde razoavelmente seja mais provável encontrar a pessoa
desaparecida sem rejeitar arbitrariamente outras possibilidades ou áreas de busca. Todo o
anterior deverá ser ainda mais urgente e rigoroso quando a desaparecida for uma criança;
9. O Estado deverá criar, em um prazo de seis meses a partir da notificação desta Sentença, um
site que deverá ser atualizado permanentemente e terá a informação pessoal necessária de
todas as mulheres, jovens e meninas que desapareceram em Chihuahua desde 1993 e que
continuam desaparecidas. Este site deverá permitir que qualquer indivíduo se comunique por
qualquer meio com as autoridades, inclusive de maneira anônima, a fim de proporcionar
informação relevante sobre o paradeiro da mulher ou da menina desaparecida ou, se for o caso,
de seus restos mortais;
10. O Estado deverá, dentro do prazo de um ano a partir da notificação desta Sentença, criar ou
atualizar uma base de dados que contenha:
10.2. a informação pessoal que seja necessária, principalmente genética e amostras celulares,
dos familiares das pessoas desaparecidas que consintam – ou que assim o ordene um Juiz -
que o Estado armazene esta informação pessoal unicamente com o objetivo de localizar a
pessoa desaparecida, e
10.3. a informação genética e amostras celulares provenientes dos corpos de qualquer mulher
ou menina não identificada que seja privada da vida no Estado de Chihuahua.
12. O Estado deverá, dentro de um prazo razoável, realizar um programa de educação destinado
à população em geral do Estado de Chihuahua, com o fim de superar esta situação. Para esse
fim, o Estado deverá apresentar um relatório anual durante três anos, no qual indique as ações
que foram realizadas para tal fim;
13. O Estado deve oferecer atendimento médico, psicológico ou psiquiátrico gratuito, de forma
imediata, correta e efetiva, através de instituições estatais especializadas de saúde, a Irma
Monreal Jaime, Benigno Herrera Monreal, Adrián Herrera Monreal, Juan Antonio Herrera Monreal,
Cecilia Herrera Monreal, Zulema Montijo Monreal, Erick Montijo Monreal, Juana Ballín Castro,
Irma Josefina González Rodríguez, Mayela Banda González, Gema Iris González, Karla Arizbeth
Hernández Banda, Jacqueline Hernández, Carlos Hernández Llamas, Benita Monárrez Salgado,
Claudia Ivonne Ramos Monárrez, Daniel Ramos Monárrez, Ramón Antonio Aragón Monárrez,
Claudia Dayana Bermúdez Ramos, Itzel Arely Bermúdez Ramos, Paola Alexandra Bermúdez
Ramos e Atziri Geraldine Bermúdez Ramos, se estes assim o desejam;
14. O Estado deverá, dentro do prazo de um ano a partir da notificação desta Sentença, pagar as
quantias fixadas a título de indenizações e compensações por danos materiais e imateriais e o
reembolso de custas e gastos.
PONTOS IMPORTANTES
1. Primeira vez em que a Corte IDH analisou um caso envolvendo situação de violência
estrutural de gênero:
O Caso "Campo Algodoeiro" representa o primeiro precedente da Corte IDH em que este tribunal
analisou um caso envolvendo situação de violência estrutural de gênero. Atenção para não
confundir: o primeiro precedente da Corte IDH sobre violência de gênero foi o Caso do Presídio
Miguel Castro Castro, ficando com o Caso "Campo Algodoeiro" o destaque de ter sido o primeiro
precedente sobre violência estrutural de gênero. O adjetivo estrutural significa, aqui, a difusão da
violência cometida contra mulheres, diferente, portanto, dos atos cometidos no Caso do Presídio
Miguel Castro Castro, em que a ação violenta foi única ou excepcional.
O Caso “Campo Algodoeiro" também representa a primeira vez em que um tribunal internacional
reconheceu a existência de feminicídio como crime, tratando-se da conduta de matar alguém
dirigida à mulher pela sua própria condição de mulher, no que veicula, portanto, uma violência
contra o gênero feminino.
3. Competência da Corte IDH para analisar violações a respeito da Convenção de Belém do Pará:
Dentre as medidas de reparação determinadas ao Estado mexicano pela Corte IDH, destacamos
uma interessante medida de natureza simbólica, consistente na obrigação de erguer um
monumento em memória das vítimas. Nas palavras da Corte IDH, "(...) é pertinente que o Estado
levante um monumento em memória das mulheres vítimas de homicídio por razões de gênero
em Ciudad Juárez, entre elas as vítimas deste caso, como forma de dignificá-las e como
recordação do contexto de violência que sofreram e que o Estado se compromete a evitar no
futuro" (Exceção preliminar, mérito, reparações e custas, § 471).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Despejos Extrajudiciais Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Garibaldi vs. Brasil Ano: 2009 Informativo: -2
RESUMO
A Corte IDH iniciou o julgamento apreciando as preliminares alegadas pelo Estado brasileiro,
tendo rejeitado todas, com exceção da preliminar de incompetência rationi temporis, que foi
parcialmente acolhida. Em razão de a morte de Sétimo Garibaldi ter ocorrido antes do
reconhecimento da jurisdição da Corte, o tribunal interamericano entendeu que poderia julgar
apenas as violações das garantias judiciais dos familiares da vítima. Assim, no mérito, a Corte
Interamericana declarou que o Estado brasileiro violou o direito dos familiares do sr. Sétimo
Garibaldi de que a morte deste fosse investigada e que os responsáveis fossem punidos. Como
medida de reparação, a Corte IDH condenou o Estado brasileiro por ter propiciado uma situação
de violação de direitos humanos, recomendou melhorias no sistema de investigação e o
cumprimento de prazos para a conclusão dos inquéritos policiais e, por fim, além da publicação
da sentença no Diário Oficial como forma de reparação, fixou uma quantia a título de reparação
pelos danos sofridos pelos familiares da vítima.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve publicar no Diário Oficial, em outro jornal de ampla circulação nacional, e em
um jornal de ampla circulação no Estado do Paraná, uma única vez, a página de rosto, os
Capítulos I, VI e VII, sem as notas de rodapé, e a parte resolutiva da Sentença, bem como deve
publicar de forma íntegra a Decisão, por no mínimo um ano, em uma página web oficial
adequada da União e do Estado do Paraná, tomando em conta as características da publicação
que se ordena realizar. As publicações nos jornais e na internet deverão realizar-se nos prazos
de seis e dois meses, respectivamente, contados a partir da notificação da Sentença;
3. O Estado deve pagar a Iracema Garibaldi, Darsônia Garibaldi, Vanderlei Garibaldi, Fernando
Garibaldi, Itamar Garibaldi, Itacir Garibaldi e Alexandre Garibaldi, os montantes fixados na
Sentença a título de dano material e imaterial, dentro do prazo de um ano, contado a partir da
notificação da mesma;
4. O Estado deve pagar a Iracema Garibaldi o montante fixado na Sentença por restituição de
custas e gastos, dentro do prazo de um ano contado a partir da notificação da mesma.
PONTOS IMPORTANTES
A Corte IDH também reiterou o seu entendimento de que, diante de uma morte violenta, as
autoridades estatais incumbidas da investigação devem observar os seguintes princípios: a)
identificar a vítima; b) recuperar e preservar o material probatório relacionado com a morte, com
o fim de ajudar em qualquer potencial investigação penal dos responsáveis; c) identificar
possíveis testemunhas e obter suas declarações em relação à morte que se investiga; d)
determinar a causa, a forma, o lugar e o momento da morte, assim como qualquer padrão ou
prática que possa tê-la causado; e e) distinguir entre morte natural, morte acidental, suicídio e
homicídio. E conclui a Corte IDH advertindo, ainda, que "(...) é necessário investigar
exaustivamente a cena do crime, realizar autópsias e análises de restos humanos de forma
rigorosa, por profissionais competentes e empregando os procedimentos mais
apropriados" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas, § 115).
3. Reconhecimento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) como grupo vulnerável:
Ao julgar o Caso Garibaldi vs. Brasil, a Corte IDH reconheceu de forma inédita e paradigmática a
vulnerabilidade dos membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em sua
jurisprudência. Ao analisar a situação dos trabalhadores camponeses integrantes do MST que
faziam parte do conflito fundiário subjacente ao caso, a Corte IDH assentou que "Não pode
deixar de expressar sua preocupação pelas graves falhas e demoras no inquérito do presente
caso, que afetaram vítimas que pertencem a um grupo considerado vulnerável" (§ 141).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Pessoas com
Deficiência Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: Ximenes Lopes vs. Brasil Ano: 2006
Informativo: -2
RESUMO
Os fatos do presente caso se referem a Damião Ximenes Lopes, que, durante a sua juventude,
desenvolveu uma deficiência mental proveniente de alterações no funcionamento do seu
cérebro. Na época dos fatos, Ximenes Lopes tinha 30 anos de idade e vivia com sua mãe numa
pequena cidade, situada a aproximadamente uma hora da cidade de Sobral, sede da Casa de
Repouso Guararapes. Ximenes Lopes foi admitido na Casa de Repouso Guararapes, como
paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), em perfeito estado físico, em outubro de 1999. No
momento do seu ingresso não apresentava sinais de agressividade nem lesões corporais
externas. Após dois dias, Ximenes Lopes teve uma crise de agressividade, tendo que ser retirado
do banho à força por um auxiliar da enfermaria e por outros pacientes. Na noite do mesmo dia,
Ximenes Lopes teve outro episódio de agressividade e voltou a ser submetido a contenção
física. No dia seguinte, a mãe de Ximenes Lopes foi visitá-lo na Casa de Repouso Guararapes e o
encontrou sangrando, com hematomas, sujo e fedendo excremento, com as mãos amarradas
para trás, com dificuldade para respirar, num estado agonizante, gritando e pedindo auxílio à
polícia. Ximenes Lopes faleceu no mesmo dia, aproximadamente duas horas depois de ter sido
medicado pelo diretor clínico do hospital, e sem qualquer assistência médica no momento da
sua morte. Seus familiares interpuseram uma série de recursos judiciais, porém, o Estado não
realizou maiores investigações nem puniu os responsáveis.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve garantir, em um prazo razoável, que o processo interno destinado a investigar e
sancionar os responsáveis pelos fatos deste caso surta seus devidos efeitos;
2. O Estado deve publicar, no prazo de seis meses, no Diário Oficial e em outro jornal de ampla
circulação nacional, uma só vez, o Capítulo VII relativo aos fatos provados na Sentença, sem as
respectivas notas de pé de página, bem como sua parte resolutiva;
4. O Estado deve indenizar moral e materialmente os familiares do Sr. Damião Ximenes Lopes,
bem como arcar com as custas e gastos processuais;
PONTOS IMPORTANTES
1. Primeiro caso envolvendo violações de direitos humanos de pessoa com deficiência mental, o
que levou a Corte IDH a estabelecer deveres do Estado brasileiro a respeito da elaboração de
uma política antimanicomial;
Afirmou a Corte IDH que "(...) a responsabilidade estatal também pode gerar-se por atos de
particulares em princípio não atribuíveis ao Estado", avançando para dizer que "As obrigações
erga omnes que têm os Estados de respeitar e garantir as normas de proteção, e de assegurar a
efetividade dos direitos, projetam seus efeitos para além da relação entre seus agentes e as
pessoas submetidas à sua jurisdição, pois se manifestam na obrigação positiva do Estado de
adotar as medidas necessárias para assegurar a efetiva proteção dos direitos humanos nas
relações interindividuais" (Mérito, reparações e custas, § 85). Relacionando este entendimento
com o caso concreto, a Corte IDH afirmou que "(...) a ação de toda entidade, pública ou privada,
que está autorizada a atuar com capacidade estatal, se enquadra no compromisso de
responsabilidade por fatos diretamente imputáveis ao Estado, tal como ocorre quando se
prestam serviços em nome do Estado" (Mérito, reparações e custas, § 87), e também que "(...)
considera que os Estados têm o dever de regular e fiscalizar toda a assistência de saúde
prestada às pessoas sob sua jurisdição, como dever especial de proteção à vida e à integridade
pessoal, independentemente de se a entidade que presta tais serviços é de caráter público ou
privado" (Mérito, reparações e custas, § 89).
Dentre relevante temas sobre o paciente com enfermidade mental, a Corte IDH enfrentou a
questão da sujeição, que significa, nos dizeres da Corte, "(...) qualquer ação que interfira na
capacidade de um paciente de tomar decisões ou que restrinja sua liberdade de
movimento" (Mérito, reparações e custas, § 133). Como exemplos, podemos citar a contenção
física numa cama ou a aplicação de medicamentos que neutralizem o paciente por determinado
tempo. A Corte IDH considera que a sujeição é uma das medidas mais agressivas a que se pode
submeter o paciente em tratamento psiquiátrico, de modo que, para não violar o direito à
integridade pessoal (CADH, art. 5°), "(...) deve ser empregada como medida de último recurso e
unicamente com a finalidade de proteger o paciente, ou também médicos e terceiros, quando o
comportamento da pessoa em questão seja tal que esta represente uma ameaça à segurança
daqueles", ressaltando a Corte que "A sujeição não pode ter outro motivo senão este, e somente
deve ser levada a cabo por pessoal qualificado e não pelos pacientes" (Mérito, reparações e
custas, § 134).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito das Mulheres
Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: PRESÍDIO MIGUEL CASTRO CASTRO VS. PERU
Ano: 2006 Informativo: -2
RESUMO
O massacre ocorreu em maio de 1992, no âmbito da operação “Operativo Mudanza 1”, durante a
qual os agentes estatais, polícia e exército, utilizaram armas de guerra, bombas lacrimogêneas e
paralisantes contra os internos. A operação teve início durante um dia de visitas femininas à
Penitenciária. Os sobreviventes foram obrigados a permanecer em zonas conhecidas como
“terra de ninguém” e “admissão”, deitados de rosto virado para o chão, desabrigados e sujeitos a
constantes golpes e agressões durante vários dias, até sua transferência a outros
estabelecimentos. Uma vez transferidos, as agressões e as más condições de alimentação
prosseguiram, e muitos feridos não receberam atenção médica adequada e oportuna.
A Corte IDH estabeleceu parâmetros sobre a utilização excessiva de força, pelas torturas e
maus tratos a que foram submetidos os internos. A Corte IDH se referiu, de forma particular, à
violência de gênero, tendo considerado que os atos afetaram as mulheres de forma
diferenciada. Considerou também que a violação de direitos por parte do Estado pode ter como
objetivo provocar um efeito na própria sociedade.
Nessa medida, a Corte IDH considerou que, durante a década de 80 e até finais de 2000, Peru
viveu um conflito entre grupos armados e agentes das forças policiais e militares. Este conflito
se agravou com a prática sistemática de violações de direitos humanos, entre as quais
execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados de pessoas suspeitas de pertencer a
grupos políticos opositores. Tais práticas foram realizadas por agentes estatais e ordenadas por
chefes militares e policiais.
2. O direito à integridade pessoal (art. 5.1 e 5.2 da CADH) c/c o dever de prevenção da tortura
através de medidas estatais, bem como o direito de que denúncias de tortura sejam examinadas
com imparcialidade (arts. 1°, 6° e 8° da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a
Tortura);
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. O Estado deve estabelecer, num prazo razoável, os meios necessários para assegurar que as
informações e a documentação relacionadas com investigações policiais relativas a fatos muito
graves sejam preservadas de maneira a possibilitar as respectivas investigações;
3. O Estado deve realizar todas as diligências necessárias e adequadas para garantir, de forma
efetiva, a entrega dos restos mortais da vítima Mario Francisco Aguilar Vega a seus familiares,
no prazo de seis meses, bem como financiar todas as despesas em que possam incorrer com
relação à entrega do corpo e ao enterro;
4. O Estado deve adotar, num prazo razoável, todas as medidas necessárias para assegurar que
todos os internos que morreram em consequência do ataque sejam identificados e seus restos
mortais entregues aos familiares, de acordo com sua legislação interna. Caso sejam
identificados outros internos mortos, os familiares poderão apresentar as respectivas
reclamações em conformidade com o direito interno;
7. O Estado deve pagar, no prazo de 18 meses, a quantia fixada no parágrafo 450 da presente
Sentença às vítimas que comprovem domicílio no exterior e provem perante os órgãos internos
competentes que, em virtude dos fatos do presente caso, necessitam receber tratamento
médico ou psicológico adequado;
8. O Estado deve conceber e implantar, num prazo razoável, programas de educação em direitos
humanos destinados a agentes das forças de segurança peruanas, sobre as normas
internacionais aplicáveis em matéria de tratamento de presos;
9. O Estado deve assegurar, no prazo de um ano, que todas as pessoas declaradas vítimas
mortas na presente Sentença estejam representadas no monumento denominado “O Olho que
Chora”, para o que deve coordenar com os familiares das referidas vítimas a realização de um
ato em que possam incorporar uma inscrição com o nome da vítima, segundo a forma que se
harmonize com as características do monumento;
10. O Estado deve, no prazo de seis meses, publicar no Diário Oficial e em outro jornal de ampla
circulação nacional, uma só vez, o capítulo relativo aos fatos provados desta Sentença, sem as
notas de rodapé, e a parte resolutiva desta Sentença, bem como divulgar as referidas partes da
presente Sentença por uma emissora de rádio e um canal de televisão, ambos de ampla
cobertura nacional, pelo menos duas vezes, com um intervalo de duas semanas entre cada uma;
11. O Estado deve arcar com as custas, danos materiais e morais devidos aos sobreviventes e
aos familiares dos falecidos;
PONTOS IMPORTANTES
1. Primeiro caso de aplicação da Convenção Belém do Pará pela Corte IDH e também o primeiro
caso sobre a violência de gênero contra a mulher;
Atenção! O caso González e outras vs. México (Campo Algodoneiro) foi o primeiro caso de
violência ESTRUTURAL de gênero contra a mulher, enquanto que o caso Presídio Miguel Castro
Castro vs. Peru foi o primeiro caso sobre a violência de gênero, sem a extensão necessária para
ser considerado estrutural.
O termo "feminismo" é derivado do francês "feminisme" e foi cunhado pela primeira vez por
Charles Fourier.
Trata-se de um movimento social e político que possui como principal causa ideológica a luta
pela igualdade de gênero e seus consectários, como o combate à violência de gênero.
- Primeira onda: origem no movimento sufragista durante o século XIX e início do século XX em
todo o mundo;
- Segunda onda: década de 60 nos EUA, mas que se espalhou pelo mundo. Essa segunda onda
ampliou a discussão, abrangendo várias questões, como, por exemplo, a sexualidade, a família,
o mercado de trabalho, os direitos sexuais e reprodutivos, além da igualdade de gênero.
Também realizou discussões sobre o estupro conjugal e a violência doméstica.
- Terceira onda: começo dos anos 1990. Resposta aos defeitos das anteriores. Expande os
temas para incluir um grupo diversificado de mulheres e não apenas mulheres brancas e
abastadas. Temas polêmicos como pornografia, trabalho sexual e prostituição não encontram
consenso entre as feministas dessa onda.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Liberdade de Expressão Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Palamara Iribarne vs. Chile Ano: 2005 Informativo: -2
RESUMO
O senhor Palamara Iribarne ingressou nas Forças Armadas do Chile em 1972, lá ficando até
1992, período em que desempenhou as funções militares no Departamento de Operações
Navais. Aposentado do cargo de militar, porém na condição de empregado civil contratado para
desempenhar a função de analista no Departamento de Inteligência Naval, com funções
administrativas, Palamara escreveu o livro Ética e Serviços de Inteligência, no qual abordava
aspectos relacionados à inteligência militar e à necessidade de adequá-la a certos parâmetros
éticos. Com base no ordenamento jurídico chileno, autoridades estatais lhe proibiram de
publicar seu livro, apreendendo exemplares que estavam em circulação, os originais do texto e
também o maquinário utilizado na impressão. Palamara tentou resistir à arbitrariedade que
estava sofrendo e manifestou-se publicamente, na imprensa, contrário àquele procedimento.
Como decorrência desse procedimento, Palamara foi denunciado e condenado pelo crime de
desacato, tendo utilizado, na sequência, todos os recursos disponíveis para reverter o cenário
descrito, sem, contudo, obter êxito.
1. O direito à liberdade pessoal (art. 7.1, 7.2, 7.3, 7.4 e 7.5 da CADH), em relação aos artigos 1.1
e 2° da CADH;
2. O direito às garantias judiciais (art. 8.1, 8.2, 8.2.b, 8.2.c, 8.2.d, 8.2.f e 8.2.g da CADH);
4. O direito à propriedade privada (art. 21.1 e 21.2 da CADH), em relação ao artigo 1.1 da CADH;
5. O direito à proteção judicial (art. 25 da CADH), em relação aos artigos 1.1 e 2° da CADH;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve conceder ao Sr. Humberto Antonio Palamara Iribarne a publicação de seu livro,
bem como a restituição de todo o material de que foi privado;
2. O Estado deve publicar, no prazo de seis meses, no Diário Oficial e em outro jornal de
circulação nacional, por uma única vez, o capítulo referente aos fatos da Sentença, sem as
respectivas notas de rodapé, e a parte resolutiva da mesma;
3. O Estado deve publicar a Sentença na íntegra em site oficial do Estado, no prazo de seis
meses;
4. O Estado deve anular, no prazo de seis meses, em todos os seus extremos, as condenações
proferidas contra o Sr. Humberto Antonio Palamara Iribarne;
5. O Estado deve adotar todas as medidas necessárias para revogar e modificar, dentro de um
prazo razoável, quaisquer regras internas que sejam inconsistentes com os padrões
internacionais de liberdade de pensamento e expressão;
6. O Estado deve adequar, em um prazo razoável, o ordenamento jurídico interno aos padrões
internacionais de jurisdição penal militar, de modo que, caso se julgue necessária a existência
de jurisdição penal militar, deve limitar-se apenas ao conhecimento dos crimes de ofício
cometidos pelos militares na ativa. Portanto, o Estado deve estabelecer, por meio de sua
legislação, limites à competência material e pessoal da Justiça Militar, de forma que que sob
nenhuma circunstância um civil deve ser submetido à jurisdição dos tribunais penais militares;
7. O Estado deve garantir o devido processo na jurisdição penal militar e a tutela judicial em
relação à atuação das autoridades militares;
PONTOS IMPORTANTES
O Caso Palamara Iribarne se notabilizou por representar um precedente importante da Corte IDH
contra as denominadas leis de desacato, que acabam por autorizar, nos dizeres da Corte, a
utilização da persecução penal de forma desproporcional e desnecessária para inibir o direito à
liberdade de expressão, mais especificamente no que diz respeito às opiniões críticas dos
indivíduos em relação às instituições estatais e aos funcionários públicos
Tem sido comum na doutrina e na litigância por atores jurídicos nacionais a afirmação -
apressada - de que a Corte IDH considera o crime de desacato inconvencional. No entanto,
conforme demonstraremos a seguir, há uma divergência entre a CIDH e a Corte IDH sobre a
convencionalidade do crime de desacato que pode ser resumida da seguinte forma: enquanto a
CIDH se opõe de forma absoluta à criminalização da expressão que ofende, insulta ou ameaça
um funcionário público no exercício de suas funções oficiais - seja qual for o tipo penal
(desacato, difamação, injúria ou calúnia) - por consistir uma censura indireta à liberdade de
expressão, a Corte IDH não chega - pelo menos ainda - a estabelecer claramente a
inconvencionalidade desta criminalização, compreendendo que ela haverá somente quando os
tipos penais mencionados forem utilizados para cercear a liberdade de expressão da forma
como esse direito é concebido no sistema interamericano, isto é, um direito humano que admite
relativização.
O entendimento da CIDH começou a ser construído em 1994, no leading case envolvendo uma
solução amigável com a Argentina (Caso Horacio Verbitsky vs. Argentina), tendo depois sido
documentado no seu Relatório sobre a Compatibilidade das Leis de Desacato com a Convenção
Americana de Direitos Humanos (195) e também na sua Declaração de Princípios sobre
Liberdade de Expressão (2000), cujo art. 11 estabelece que "(...) As leis que punem a expressão
ofensiva contra funcionários públicos, geralmente conhecidas como 'leis de desacato', atentam
contra a liberdade de expressão e o direito à informação".
Por outro lado, não há um precedente da Corte IDH no sentido da compreensão da CIDH, isto é,
que tenha assentado de forma clara a inconvencionalidade do crime de desacato
independentemente do contexto que ensejou a sua aplicação. O que há na jurisprudência da
Corte IDH, sendo o Caso Palamara Iribarne um importante exemplo, é a rejeição da
criminalização do exercício da liberdade de expressão para criticar o trabalho desempenhado
por funcionários públicos. Parece-nos adequado, portanto, diferenciar a crítica da hostilizaçâo,
sendo esta, sim, a nosso ver, objeto do crime de desacato.
Estabelece a CADH que "Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode
subordinar esse uso e gozo ao interesse local" (art. 21.1). No julgamento do Caso Palamara, a
Corte IDH decidiu que a proteção da propriedade privada pela Convenção Americana abrange
não somente os bens materiais, mas também "(...) todo direito que possa formar parte do
patrimônio de uma pessoa", o que compreende "(...) as obras geradas da criação intelectual de
uma pessoa, quem, pelo fato de haver realizado essa criação, adquire sobre esta direitos de
autor conexos com o uso e o gozo da mesma" (Mérito, reparações e custas, § 102).
Foi no julgamento do Caso Castillo Petruzzi, em 1999, que a Corte IDH decidiu pela primeira vez
no sentido da incompetência da Justiça Militar para julgar civis em tempos de paz. O Caso
Palamara, portanto, embora não tenha sido o leading case da matéria, também se notabilizou
pela manutenção desse entendimento da Corte IDH acerca da incompetência da Justiça Militar
para julgar civis, ainda que estes estejam prestando algum tipo de serviço de caráter transitório
para as Forças Armadas (Mérito, reparações e custas, § 128). Para a Corte Interamericana, "A
jurisdição penal militar nos Estados democráticos, em tempos de paz, tem caminhado para ser
reduzida e inclusive a desaparecer, motivo pelo qual, no caso em que o Estado a conserve, deve
ser mínima e se encontrar inspirada nos princípios e garantias que regem o Direito Penal
moderno" (Mérito, reparações e custas, § 132).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito dos Povos
Tradicionais Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: Comunidade Moiwana vs. Suriname
Ano: 2005 Informativo: -2
RESUMO
O caso se relaciona com a alegação de que, em 29.11.1986, membros das forças armadas de
Suriname teriam atacado a comunidade N'djuka Maroon de Moiwana, destruindo-a e
massacrando mais de quarenta homens, mulheres e crianças. Aqueles que conseguiram
escapar foram exilados ou internamente deslocados. Até a data da apresentação da demanda
na CIDH, não teria havido uma investigação adequada do massacre e tampouco julgamento ou
punição dos envolvidos. Os sobreviventes permaneceram longe de suas terras, incapazes de
retomar seu estilo de vida tradicional.
1. O direito à integridade pessoal (art. 5.1 da CADH) em relação ao art. 1.1 da Convenção;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve cumprir as medidas previstas para sua obrigação de investigar os fatos
denunciados, bem como identificar, processar e punir os responsáveis;
2. O Estado deve, com a maior brevidade possível, recuperar os restos mortais dos membros da
comunidade Moiwana que morreram durante os eventos de 29 de novembro de 1986, além de
entregá-los aos membros sobreviventes da comunidade Moiwana;
8. O Estado deve arcar com as custas processuais e indenizar moral e materialmente as vítimas.
PONTOS IMPORTANTES
2. Extensão da jurisprudência da Corte Interamericana sobre ligação dos povos indígenas com
suas terras e outras comunidades étnicas:
Outro ponto muito importante do Caso Comunidade Moiwana é a afirmação da Corte IDH sobre
o seu objetivo jurisprudencial de estender o entendimento acerca dos povos indígenas em
relação às suas terras tradicionais a outras comunidades étnicas, como foi o caso do povo tribal
N'djuka.
O tema do esverdeamento dos direitos humanos está cada vez mais presente na jurisprudência
da Corte IDH. Também conhecido por greening, esse fenômeno consiste em proteger direitos de
cunho ambiental nos sistemas regionais de proteção de direitos humanos, que foram
concebidos - inicialmente - para receber denúncias ou queixas sobre violações de direitos civis e
políticos. Assim, é possível afirmar que no Caso Comunidade Moiwana houve um verdadeiro
esverdeamento dos direitos humanos, e isso porque as normas ambientais foram protegidas,
ainda que de forma indireta.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Prisão, Detenção Arbitrária e Tortura Tribunal: Corte
IDH (Em construção) Caso: Tibi vs. Equador Ano: 2004 Informativo: -2
RESUMO
O caso se refere à detenção arbitrária e ilegal de Daniel Tibi, em novembro de 1995, por um
alegado delito de tráfico de estupefacientes, às torturas e tratos cruéis, desumanos e
degradantes que sofreu enquanto estava privado de liberdade, e à apreensão dos seus bens pelo
Estado, os quais não foram devolvidos após a sua libertação.
A Corte IDH analisou a prisão preventiva à luz do direito à liberdade pessoal, reiterando o seu
caráter de medida cautelar não punitiva, e destacou a relevância de um controle judicial imediato
como medida adequada para prevenir a arbitrariedade ou ilegalidade das detenções.
A Corte IDH examinou também as condições em que a detenção do Sr. Tibi foi efetuada,
relativamente à obrigação estatal de respeitar a integridade pessoal e à obrigação de investigar.
1. O direito à integridade pessoal (art. 5.1, 5.2 e 5.4 da CADH) em relação ao art. 1.1 da
Convenção, além dos arts. 1°, 6° e 8° da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a
Tortura;
2. O direito à liberdade pessoal (art. 7.1, 7.2, 7.3, 7.4 e 7.5 da CADH);
4. O direito às garantias judiciais (art. 8.1, 8.2, 8.2.b, 8.2.d, 8.2.e e 8.2.g da CADH); e
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. O Estado deve publicar, pelo menos uma vez, no Diário Oficial e em outro jornal de circulação
nacional no Equador, tanto a Seção de Fatos Comprovados como os pontos resolutivos primeiro
ao décimo sexto da sentença, sem as notas de rodapé da página correspondente. Da mesma
forma, o Estado deve publicar o acima, traduzido em francês, em jornal de grande circulação na
França, especificamente na área em que reside o Sr. Daniel Tibi;
3. O Estado deve tornar pública uma declaração formal por escrito emitida pelas autoridades do
Estado em que reconhece sua responsabilidade internacional pelos fatos referidos no caso e
pedir desculpas ao Sr. Tibi e às outras vítimas mencionadas na sentença;
5. O Estado deve arcar com as custas processuais e indenizar material e moralmente Daniel Tibi
e demais vítimas;
PONTOS IMPORTANTES
Afirmou a Corte IDH, no julgamento do Caso Tibi, que "(...) a prisão preventiva é a medida mais
severa que se pode aplicar ao acusado de um delito, motivo pelo qual sua aplicação deve ter um
caráter excepcional, em virtude de que se encontra limitada pelos princípios da legalidade, da
presunção de inocência, da necessidade e da proporcionalidade, indispensáveis numa
sociedade democrática" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas, § 106).
A Corte IDH ressaltou que, no momento da privação de liberdade e antes que o réu dê sua
primeira declaração diante da autoridade, ele deve ser notificado do seu direito de estabelecer
contato com uma terceira pessoa, que pode ser um familiar, um advogado ou um funcionário
consular. Para a Corte, "A notificação a um familiar ou a um amigo tem particular relevância para
que este conheça o paradeiro e as circunstâncias em que se encontra o acusado e possa lhe
prover a assistência e a proteção devidas" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas,
§ 112). E, no caso da notificação do advogado, adverte a Corte que "(...) tem especial
importância a possibilidade de que o detido se reúna em privado com aquele, o que é inerente a
seu direito a se beneficiar de uma defesa verdadeira" (Exceções preliminares, mérito, reparações
e custas, § 112).
Conforme decidiu a Corte IDH no julgamento do Caso Tibi, "Existe um regime jurídico
internacional de proibição absoluta de todas as formas de tortura, tanto física como psicológica,
regime que pertence hoje em dia ao domínio do ius cogens. A proibição da tortura é completa e
inderrogável, ainda que nas circunstâncias mais difíceis, tais como a guerra, ameaça de guerra,
luta contra o terrorismo e quaisquer outros delitos, estado de sítio ou de emergência, comoção
ou conflito interior, suspensão de garantias constitucionais, instabilidade política interna ou
outras emergências ou calamidades públicas" (Exceções preliminares, mérito, reparações e
custas, § 143).
Em seu voto proferido no julgamento do Caso Tibi, o juiz Garcia Ramírez utilizou a expressão
guantanamização do processo penal para designar um movimento de autoritarismo e de
arbitrariedade que propõe a derrogação ou a suspensão de direitos e garantias no marco da luta
contra crimes graves. Nas pa¬lavras de Garcia Ramírez, "A persistência de antigas formas de
criminalidade, a aparição de novas expressões da delinquência, o assédio do crime organizado,
a extraordinária virulência de certos delitos de suma gravidade - assim, o terrorismo e o
narcotráfico -, têm determinado uma sorte de 'exasperação ou desesperação' que é má
conselheira: sugere abandonar os progressos e retomar a sistemas ou medidas que já
mostraram suas enormes deficiências éticas e práticas. Numa de suas versões extremas, este
abandono tem gerado fenômenos como a 'guantanamização' do processo penal, ultimamente
questionada pela jurisprudência da própria Suprema Corte de Justiça dos Estados
Unidos" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas, § 30).
Uma das violações da CADH praticadas pelo Equador, censurada pela Corte IDH, foi o fato de o
senhor Tibi ter sido apresentado a uma autoridade judicial somente vários meses após a sua
prisão. Para a Corte IDH, "O artigo 7.5 da Convenção dispõe que a detenção de uma pessoa seja
submetida sem demora a revisão judicial, como meio de controle idôneo para evitar as capturas
arbitrárias e ilegais. O controle judicial imediato é uma medida tendente a evitar a arbitrariedade
ou ilegalidade das detenções, tomando em conta que num Estado de Direito corresponde ao
julgador garantir os direitos do detido, autorizar a adoção de medidas cautelares ou de coerção,
quando seja estritamente necessário, e procurar, em geral, que se trate o acusado de maneira
compatível com a presunção de inocência" (Exceções preliminares, mérito, reparações e custas,
§ 114).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Devido Processo Legal Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: “Instituto de Reeducação do Menor” vs. Paraguai Ano: 2004 Informativo:
-2
RESUMO
O caso se relaciona com a denúncia apresentada pela CIDH sobre a violação de di reitos
humanos dos internos reclusos no Instituto "Panchito López", que inicialmente foi projetado para
ser uma residência, transformando-se depois, mesmo sem a devida estrutura, num centro de
detenção para menores em conflito com a lei. Entre 1996 e 2001, a população no Instituto
superou sua capacidade máxima, alcançando um nível de superpopulação de aproximadamente
50%. Os internos do Instituto estavam detidos em celas insalubres com escassas instalações
higiênicas. Além disso, os internos estavam submetidos a péssimas condições de alimentação
e de assistência médica. Os internos com deficiências físicas ou mentais não contavam com
atendimento médico de acordo com suas necessidades especiais. Praticamente não havia no
Instituto oportunidade para que os internos fizessem exercícios ou participassem de atividades
recreativas. Muitos deles não tinham camas, cobertores nem colchões, de maneira que eram
obrigados a dormir no chão ou a compartilhar camas e colchões, circunstância que, somada à
superpopulação, facilitou a ocorrência de abusos sexuais entre eles. No Instituto, também eram
frequentes disputas e brigas entre os internos, as quais às vezes envolviam armas de fabricação
caseira. Os guardas do Instituto não contavam com uma preparação adequada e recorriam
frequentemente ao uso de castigos violentos com o propósito de impor disciplina aos internos.
Segundo noticiou a CIDH, os guardas vendiam substâncias entorpecentes aos internos. Entre
outros fatos denunciados, consta que os internos processados sem sentença não ficavam
separados dos condenados. Em geral, os processos dos internos se caracterizavam pela
lentidão de sua tramitação e não havia uma assistência jurídica eficiente. Posteriormente à
apresentação do caso à CIDH, em 1996, ocorreram três incêndios no Instituto. Em 2000, ocorreu
outro incêndio no Instituto, o qual resultou na morte de nove internos e em ferimentos noutros
tantos. Em fevereiro de 2001, mais um incêndio no Instituto, que provocou ferimentos e
queimaduras em nove internos. Ainda no ano de 2001, no mês de julho, ocorreu mais um
incêndio, causando a morte de um interno e ferimentos em outros oito internos. Depois desse
incêndio, o Estado fechou definitivamente o Instituto, transferiu os internos para outros centros
de detenção (alguns destes destinados a adultos) e cobriu diversos gastos causados aos
internos falecidos e feridos,
Na jurisdição interna, foi interposto um habeas corpus genérico e foram abertos dois processos
cíveis e dois processos criminais. Os processos cíveis estavam relacionados às demandas de
reparação por danos morais e materiais. Os processos criminais diziam respeito à morte de
internos no Instituto, sendo que um deles foi arquivado por inércia do Ministério Público e no
outro o réu foi absolvido por insuficiência de provas.
1. Os direitos à vida (art. 4° da CADH) e à integridade pessoal (art. 5.1, 5.2 e 5.6 da CADH), em
relação ao art. 1° da CADH e também em relação ao art. 19 da referida Convenção, quando as
vítimas eram crianças, em detrimento de todos os internos do instituto entre 14 de agosto de
1996 e 25 de julho de 2001;
2. O direito à vida, consagrado no artigo 4.1 da Convenção Americana, em relação ao artigo 1.1
da mesma e também em relação ao artigo 19 desta, quando as vítimas eram crianças, em
detrimento dos 12 internos falecidos;
3. O direito à integridade pessoal, consagrado nos artigos 5.1 e 5.2 da Convenção Americana,
em relação aos artigos 1.1 e 19 da mesma, em detrimento das crianças feridas por causa dos
incêndios; e o direito à integridade pessoal consagrado no artigo 5.1 da Convenção Americana,
em relação ao artigo 1.1 desta, em detrimento dos familiares identificados dos internos
falecidos e feridos;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve publicar, no prazo de seis meses, no Diário Oficial e em outro jornal de
circulação nacional, ao menos por uma vez, o capítulo relativo aos fatos provados desta
Sentença, sem as notas de rodapé, e a parte resolutiva da mesma;
2. O Estado deve realizar, em consulta com a sociedade civil, no prazo de seis meses, um ato
público de reconhecimento de responsabilidade internacional e de declaração que contenha a
elaboração de uma política de Estado de curto, médio e longo prazo em matéria de crianças em
conflito com a lei que seja plenamente consistente com os compromissos internacionais do
Paraguai.
a) ser apresentada por altas autoridades do Estado em um ato público no qual também seja
reconhecida a responsabilidade internacional do Paraguai pelas carências das condições de
detenção imperantes no Instituto entre 14 de agosto de 1996 e 25 de julho de 2001; e
6. O Estado deve pagar a quantia total de US$ 953.000,00 (novecentos e cinquenta e três mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou seu equivalente em moeda nacional do Estado, a
título de dano material;
7. O Estado deve pagar a quantia de US$ 2.706.000,00 (dois milhões, setecentos e seis mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou seu equivalente em moeda nacional do Estado, a
título de indenização por dano imaterial;
9. O Estado deve depositar a indenização ordenada a favor das vítimas que sejam crianças em
um investimento bancário em seu nome, em uma instituição paraguaia idônea, em dólares
estadunidenses, dentro do prazo de um ano e nas condições financeiras mais favoráveis que
permitam a legislação e a prática bancárias enquanto sejam menores de idade;
10. O Estado pode cumprir suas obrigações de caráter pecuniário através do pagamento em
dólares dos Estados Unidos da América ou em uma quantia equivalente em moeda nacional do
Estado, utilizando para o cálculo respectivo a taxa de câmbio entre ambas as moedas que esteja
vigente na praça de Nova York, Estados Unidos da América, no dia anterior ao pagamento. No
caso da constituição do investimento bancário, este deverá ser realizado em dólares dos
Estados Unidos da América;
12. Caso o Estado incorra em mora, deverá pagar juros sobre a quantia devida, correspondente
ao juro bancário moratório no Paraguai; e
13. Se, por causas atribuíveis aos beneficiários das indenizações, não for possível que estes as
recebam dentro do prazo de um ano indicado, contado a partir da notificação da presente
Sentença, o Estado consignará estas quantias a favor dos beneficiários em uma conta ou
certificado de depósito em uma instituição bancária paraguaia idônea.
PONTOS IMPORTANTES
A Corte IDH advertiu no Caso "Instituto de Reeducação do Menor" que a posição especial de
garante do Estado em relação aos indivíduos privados de liberdade deve ser assumida com
maior cuidado e responsabilidade quando se tratar de menores de idade, devendo tomar
medidas especiais orientadas pelo princípio do interesse superior da criança, o qual gera para o
Estado uma preocupação "(...) com as circunstâncias de vida que [o menor de idade] levará
enquanto se mantenha privado de liberdade, já que esse direito não se extinguiu nem se
restringiu por sua situação de detenção ou prisão" (Exceções preliminares, mérito, reparações e
custas, § 160). Na sequência, a Corte IDH ressaltou que o Estado deve assegurar que as
condições de detenção dos menores de idade não destrua seus projetos de vida (Exceções
preliminares, mérito, reparações e custas, § 161).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Prisão, Detenção Arbitrária e Tortura Caso: Bulacio vs.
Argentina Ano: 2003 Informativo: -2
Em abril de 1991, a Polícia Federal da Argentina realizou uma detenção em massa, de mais de
oitenta pessoas, nas imediações de um local onde aconteceria um show de rock, na cidade de
Buenos Aires. Dentre os detidos, se encontrava Walter David Bulacio, um jovem de dezessete
anos de idade. Logo após a prisão, Bulacio foi conduzido à "sala de menores"de um
departamento policial, onde foi agredido por agentes policiais, mantido incomunicável e sem
qualquer ciência sobre os motivos de sua detenção. A autoridade judicial de menores não foi
notificada sobre a prisão, e tampouco os familiares de Bulacio, que, após ter passado por alguns
hospitais, morreu em virtude dos golpes na cabeça que recebeu dos policiais. Depois de mais de
dez anos da data dos fatos, em 2002, entre idas e vindas do processo, a Câmara de Apelações
da Argentina decidiu que a pretensão punitiva estaria prescrita. Essa decisão foi impugnada pelo
Ministério Público e até a data da sentença da Corte Interamericana não havia comunicado
algum sobre o seu julgamento.
1. O direito de contar com medidas legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para
tornar efetivos os direitos e liberdades contidos na CADH (art. 2° da CADH);
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. Que os parentes mais próximos da vítima tenham pleno acesso e capacidade de atuar em
todas as etapas e instâncias investigativas, em conformidade com as normas internas e a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos;
4. O Estado deve assegurar que não haja repetição de acontecimentos como os do presente
caso, adotando as medidas legislativas e outras que se revelem necessárias para adequar o
ordenamento jurídico interno às normas internacionais de direitos humanos, além de lhes dar
plena efetividade, de acordo com o art. 2° da Convenção Americana sobre Direitos Humanos;
5. O Estado deve publicar no Diário Oficial, por uma vez, o capítulo VI e a parte resolutiva da
sentença;
6. O Estado deve arcar com as custas e gastos processuais, além de pagar indenização por
danos materiais e morais aos familiares da vítima, dentro do prazo de 6 meses a contar da
notificação da sentença.
PONTOS IMPORTANTES
1. Expedientes protelatórios utilizados pela defesa (abuso dos direitos processuais) e duração
razoável do processo:
A Corte IDH enfrentou um tema polêmico no julgamento do Caso Bulacio: quando a defesa
utiliza expedientes protelatórios, abusando dos direitos ou faculdades processuais que lhe são
conferidos, isso pode ser levado em conta para se apurar a observância da garantia da duração
razoável do processo? Para a Corte IDH, sim. Consoante o juiz García Ramírez, em voto
prolatado no presente caso, o denominado abuso dos direitos processuais guarda conexão com
os princípios da lealdade e da probidade que devem governar o desenvolvimento do processo (§
26). Diversamente sustenta Daniel Pastor, consoante o qual o Direito não pode colocar o
acusado numa situação em que precise optar "entre exercer todos seus direitos defensivos,
inclusive sem razão, e perder seu direito a ser julgado rapidamente ou preservar este último
sacrificando aqueles".
Para a Corte Interamericana, "(...) nenhuma disposição de direito interno, entre elas a prescrição,
poderia opor-se ao cumprimento das decisões da Corte quanto à investigação e sanção dos
responsáveis pelas violações dos direitos humanos" (Mérito, reparações e custas, § 117).
A Corte IDH deixou uma pergunta com o julgamento do Caso Bulacio: todo crime que possa se
considerar violador de direitos humanos deve, por isso, ser excluído do regime geral da
prescrição?
Para Daniel Pastor, o entendimento da Corte IDH sobre a imprescritibilidade converge com a
ideia de neopunitivismo, que inspira, no seu entender, o chamado "direito penal dos direitos
humanos".
De certa forma, pode-se dizer que a Corte IDH amadureceu seu entendimento e o relativizou.
Vejamos.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Liberdade de Expressão Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: “A Última Tentação de Cristo” (Olmedo Bustos e outros) Vs. Chile Ano: 2001
Informativo: -2
RESUMO
Em novembro de 1988, após uma petição proposta por uma junta de sete advogados que
alegavam agir como representantes da Igreja Católica e de Jesus Cristo, o Conselho de
Qualificação Cinematográfica do Estado do Chile proibiu, com fundamento no art. 19, § 12e, da
sua Constituição, a exibição do filme A Última Tentação de Cristo, dirigido por Martin Scorsese.
Segundo os advogados que interpuseram a petição, o filme atentava contra os princípios
cristãos e contra a honra de Jesus Cristo. Após a censura realizada pelo Estado chileno e
avalizada pela sua Corte Suprema, o caso chegou à CIDH, que, sem obter uma solução
consensual, submeteu a demanda à Corte Interamericana.
Após o processamento do caso, a Corte IDH responsabilizou o Estado do Chile por ter violado o
direito à liberdade de pensamento e expressão, previsto no art. 12 da CADH. Por outro lado, a
Corte IDH concluiu que o Estado chileno não violou o direito à liberdade religiosa, pois o
conteúdo desse direito estaria relacionado com a permissão para que as pessoas professem,
conversem e divulguem suas crenças religiosas, e, nesse âmbito, a proibição da exibição do
filme A Última Tentação de Cristo em nada afetou a referida liberdade fundamental. Por fim, a
Corte Interamericana enfatizou a importância de o Estado chileno reformar a sua Constituição
para eliminar a censura cinematográfica.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve modificar seu ordenamento jurídico interno, em um prazo razoável, com o fim
de suprimir a censura prévia para permitir a exibição do filme “A Última Tentação de Cristo”, e
deve apresentar à Corte Interamericana de Direitos Humanos, dentro de um prazo de seis meses
a partir da notificação da presente Sentença, um relatório sobre as medidas tomadas a esse a
respeito; e
2. Com base no princípio de equidade, que o Estado deve pagar a soma de US$ 4.290 (quatro mil
duzentos e noventa dólares dos Estados Unidos da América), como reembolso de gastos
gerados em virtude das ações realizadas pelas vítimas e seus representantes nos processos
internos e no processo internacional perante o Sistema Interamericano de Proteção. Esta soma
será paga através da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
PONTOS IMPORTANTES
Embora o Caso Olmedo Bustos não tenha sido o primeiro em que a Corte IDH apreciou o direito
à liberdade de expressão , muitos o consideram como um divisor de águas na jurisprudência da
Corte no que diz respeito à liberdade fundamental em exame. Isso porque o filme A Última
Tentação de Cristo estava sendo exibido na grande maioria dos países vizinhos do Chile
(inclusive no Brasil), o que acabou dando ensejo a uma grande repercussão da mídia latino-
americana.
O Caso Olmedo Bustos também se destaca em razão de o Estado chileno ter sido
responsabilizado pela Corte IDH mesmo agindo com fundamento em uma norma constitucional
editada pelo seu poder constituinte originário. Conforme muito bem estabeleceu a Corte, "(...) a
responsabilidade internacional do Estado pode decorrer de atos ou omissões de qualquer poder
ou órgão deste, independentemente d sua hierarquia, que violem a Convenção
Americana" (Mérito, reparações e custas, § 72). Em seu voto no Caso Olmedo Bustos, o juiz
Cançado Trindade também advertiu que "(...) qualquer norma de direito interno,
independentemente de sua natureza (constitucional ou infraconstitucional), pode, por sua
própria existência e aplicabilidade, per se comprometer a responsabilidade de um Estado Parte
num tratado de direitos humanos" (§ 40).
Segundo a Corte IDH (Mérito, reparações e custas, § 52), o direito à liberdade de expressão não
abrangeria apenas o direito e a liberdade de se expressar (dimensão individual), mas também a
liberdade de buscar e disseminar informações (dimensão social). Nesta compreensão, o
indivíduo é ao mesmo tempo um professor e um aprendiz, dado que a troca de informações é
uma via de mão dupla.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Leis de Anistia Tribunal: Corte IDH (Em construção)
Caso: Barrios Altos Vs. Peru Ano: 2001 Informativo: -2
RESUMO
Apesar de os fatos terem ocorrido em 1991, somente em abril de 1995 as autoridades judiciais
iniciaram investigações sérias. As mesmas foram, no entanto, interrompidas por um incidente
processual, submetido perante a Corte Suprema, de deslocação de competência para o foro
militar, motivado pelo envolvimento de militares em serviço. Antes que a Corte Suprema
pudesse tomar uma decisão, o Congresso aprovou uma lei de anistia que exonerava de
responsabilidade todos os militares, polícias e civis que tivessem cometido ou participado, entre
1980 e 1995, em violações de direitos humanos. Esta lei teve como consequência o arquivo
definitivo das investigações judiciais e impediu a responsabilidade penal dos responsáveis pelo
massacre.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
2. Como consequência da promulgação e aplicação das leis de anistia, determinou a Corte IDH
que o Estado investigasse os fatos, identificasse e punisse os responsáveis pelos crimes de
Barrios Altos;
Desde os primeiros casos contenciosos julgados pela Corte IDH, foi se desenvolvendo uma tese
segundo a qual os Estados têm o dever de investigar e punir as violações de direitos humanos
como uma medida de reparação. No Caso Barrios Alto, a Corte Interamericana enfrentou pela
primeira vez a questão das leis de autoanistia como um obstáculo àquele dever de investigar e
punir, oportunidade em que afirmou serem inadmissíveis "(...) as disposições de anistia, as
disposições de prescrição e o estabelecimento de excludentes de responsabilidade que
pretendam impedir a investigação e punição dos responsáveis por graves violações de direitos
humanos, tais como tortura, execuções sumárias, extralegais ou arbitrárias e desaparecimentos
forçados, todas elas por violar direitos inderrogáveis reconhecidos pelo Direito Internacional dos
Direitos Humanos" (Mérito, § 41)
Sobre as leis de autoanistia, a Corte IDH ainda ressaltou que elas conduzem à vulnerabilidade
das vítimas e à perpetuação da impunidade, pois impedem a identificação dos indivíduos
responsáveis por violações de direitos humanos, obstaculizando a investigação e o acesso à
justiça das vítimas e seus familiares, que têm o direito de conhecer a verdade e de receber a
reparação correspondente (Mérito, § 43). Por essas razões, a Corte Interamericana considera as
leis de autoanistia incompatíveis com a CADH, entendendo que elas "(...) carecem de efeitos
jurídicos e não podem representar um obstáculo para a investigação dos fatos (...), nem para a
identificação e punição dos responsáveis (...)" (Mérito, § 44)
Conforme vimos no tópico anterior, a Corte IDH, no § 41 da sua decisão de mérito, não
considerou apenas as leis de autoanistia incompatíveis com a CADH, avançando também para
afirmar, em obiter dictum - pois tal argumento era desnecessário para resolver o Caso Barrios
Altos -, que as disposições sobre prescrição não podem impedir a investigação e a punição de
autores de crimes que implicam em graves violações de direitos humanos.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Grupos Vulneráveis Tema: Direito dos Povos
Tradicionais Tribunal: Corte IDH (Em construção) Caso: Comunidade Mayagna (Sumo) Awas
Tingi vs. Nicarágua Ano: 2001 Informativo: -2
RESUMO
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve adotar em seu direito interno, conforme o artigo 2° da CADH, as medidas
legislativas, administrativas e de qualquer outro caráter que sejam necessárias para criar um
mecanismo efetivo de delimitação, demarcação e titulação das propriedades das comunidades
indígenas, em conformidade com seu direito consuetudinário, valores, usos e costumes;
2. O Estado deverá delimitar, demarcar e titular as terras que correspondem aos membros da
Comunidade Mayagna (Sumo) Awas Tingni e se abster de realizar, até que seja realizada essa
delimitação, demarcação e titulação, atos que possam levar a que os agentes do próprio Estado,
ou terceiros que atuem com sua aquiescência ou sua tolerância, prejudiquem a existência, o
valor, o uso ou o gozo dos bens localizados na zona geográfica onde habitam e realizam suas
atividades os membros da Comunidade Mayagna (Sumo) Awas Tingni;
4. O Estado deve pagar aos membros da Comunidade Mayagna (Sumo) Awas Tingni, através da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a quantia total de US$ 30.000 (trinta mil dólares
dos Estados Unidos da América) a título de gastos e custas em que incorreram os membros
desta Comunidade e seus representantes, ambos causados nos processos internos e no
processo internacional perante o sistema interamericano de proteção; e
5. O Estado deve apresentar à Corte Interamericana de Direitos Humanos, a cada seis meses, a
partir da notificação da presente Sentença, um relatório sobre as medidas tomadas para dar-lhe
cumprimento.
PONTOS IMPORTANTES
1. Primeiro caso julgado pela Corte IDH envolvendo a relação entre as comunidades tradicionais
e a propriedade de suas terras:
A temática é uma das mais recorrentes na jurisprudência do tribunal, que, a partir do Caso Awas
Tingni, vem reconhecendo cada vez mais direitos das comunidades tradicionais, como a
proteção dos usos e costumes, as formas de manifestação cultural em suas peculiaridades, o
direito à consulta prévia às comunidades tradicionais envolvidas em determinado fato que lhes
possa causar um gravame, entre outros.
2. Ampliação do conceito de propriedade previsto no art. 21 da CADH: a proteção da
propriedade comunal dos povos indígenas:
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Prisão, Detenção Arbitrária e Tortura Tribunal: Corte
IDH (Em construção) Caso: Cantoral Benavides vs. Perú Ano: 2000 Informativo: -2
RESUMO
O caso se refere à privação ilegal da liberdade de Luís Alberto Cantoral Benavides, seu
encarceramento arbitrário, tortura, violação de garantias judiciais e do direito a não ser julgado
ou punido duas vezes pelos mesmos fatos. A vítima foi detida por agentes da “División Nacional
contra el Terrorismo” (DINCOTE) em fevereiro de 1993, época em que se encontrava vigente um
estado de emergência constitucional, com suspensão de um conjunto de garantias. Durante a
sua detenção, Cantoral Benavides foi sujeito a atos de violência com o fim de obter a sua auto-
incriminação.
Os fatos se inserem no contexto do conflito armado entre grupos armados e agentes das forças
policiais e militares vivido no Peru durante a década de 80 e até finais de 2000. Este conflito se
agravou com a prática sistemática de violações de direitos humanos de pessoas suspeitas de
pertencer a grupos políticos opositores. Tais práticas foram realizadas por agentes estatais e
ordenadas por chefes militares e policiais.
Cantoral Benavides foi julgado na jurisdição militar, fato considerado pela Corte IDH como
violador dos requisitos de independência e imparcialidade estabelecidos na Convenção
Americana. A Corte IDH analisou também a compatibilidade do tipo penal de terrorismo e
traição à pátria com o princípio de legalidade penal.
1. Dever de adotar disposições de direito interno (art. 2° da CADH): se o exercício dos direitos e
liberdades mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido por disposições legislativas ou
de outra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas
constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou de outra
natureza que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades.
2. Direito à integridade pessoal (arts. 5.1 e 5.2 da CADH): respeito à integridade física, psíquica e
moral/ não submissão à tortura, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes/
devido respeito à dignidade inerente ao ser humano;
5. Direito às garantias judiciais (arts. 8.1, 8.2, 8.2.c, 8.2.d, 8.2.f, 8.2.g, 8.3 e 8.5 da CADH): Toda
pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um
juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus
direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza/Toda
pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se
comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena
igualdade, às seguintes garantias mínimas: concessão ao acusado do tempo e dos meios
adequados para a preparação de sua defesa; direito do acusado de defender-se pessoalmente
ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em
particular, com seu defensor; direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal
e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam
lançar luz sobre os fatos; direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se
culpada/a confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza/o
processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da
justiça;
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve ordenar uma investigação para identificar as pessoas responsáveis pelas
violações dos direitos humanos referidas na sentença e puni-las;
PONTOS IMPORTANTES
1. Trata-se da primeira condenação por dano ao projeto de vida: “80. (...) a via mais idônea para
restabelecer o projeto de vida de Luis Alberto Cantoral Benavides consiste em que o Estado lhe
proporcione uma bolsa de estudos superiores ou universitários, com o fim de cobrir os custos
da carreira profissional que a vítima escolher – assim como os gastos de manutenção desta
última durante o período de tais estudos – num centro de reconhecida qualidade acadêmica
escolhido de comum acordo entre a vítima e o Estado”;
2. O fato de um Estado estar em uma situação de combate ao terrorismo não pode se traduzir
em restrições à proteção da integridade física de um réu;
3. Civis não podem ser julgados em jurisdição militar, ainda que a lei interna do Estado-parte
disponha de forma contrária, pois apenas militares devem ser submetidos a este foro e somente
quando violarem bens jurídicos de ordem militar, principalmente, quando se trata do crime de
terrorismo porque a imparcialidade do julgador é afetada em razão da dupla função que a
jurisdição militar possui: a de combater militarmente grupos armados e a de punir seus
integrantes;
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Execuções extrajudiciais Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Meninos de Rua (Villagrán Morales e Outros) vs. Guatemala Ano: 1999
Informativo: -2
RESUMO
A Corte IDH aplicou parâmetros de proteção do direito à vida que incluem a garantia de uma
existência digna, evidenciando a situação de risco em que vivem expostos os “meninos de rua”.
Aplicou ainda critérios de análise integral do processo interno, tendo considerado que o Estado
violou a sua obrigação de investigar efetiva e adequadamente os fatos.
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. O Estado deve arcar com as custas e encargos processuais, bem como indenizar moral e
materialmente os familiares das vítimas;
2. O Estado da Guatemala deve adotar em seu direito interno, de acordo com o artigo 2° da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, as medidas legislativas, administrativas e
quaisquer outras medidas que possam ser necessárias para adequar a legislação guatemalteca
ao art. 19 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos;
3. O Estado da Guatemala deve designar um centro educacional com nome alusivo às jovens
vítimas do caso e colocar no referido centro um placa com seus nomes;
PONTOS IMPORTANTES
Ressaltou-se, no referido caso, que o direito à vida não compreende apenas o direito de todo ser
humano de não ser privado da vida arbitrariamente, mas também "(...) o direito a que não se lhe
impeça o acesso às condições que lhe garantam uma existência digna" (Mérito, § 144).
Afirmaram os juizes Cançado Trindade e Abreu Burelli, em seu voto proferido no julgamento do
Caso Meninos de Rua, que "(...) o projeto de vida é consubstanciai do direito à existência, e
requer para seu desenvolvimento condições de vida digna, de segurança e integridade da
pessoa humana" (§ 8a), concluindo, em seguida, que "Uma pessoa que em sua infância vive,
como em tantos países da América Latina, na humilhação da miséria, sem a menor condição
sequer de criar seu projeto de vida, experimenta um estado de padecimento equivalente a uma
morte espiritual; a morte física que a esta segue, em tais circunstâncias, é culminação da
destruição total do ser humano" (§ 9°).
Villagrán Morales e os demais jovens assassinados foram presos sem ordem judicial ou
situação de flagrância e não foram conduzidos sem demora à presença de uma autoridade
judicial, conforme determina o art. 7.5 da CADH. A Corte IDH obviamente reprovou esse
comportamento da Guatemala, advertindo sobre o descumprimento da - assim chamada no
Brasil - audiência de custódia (Mérito, §§ 133 e 134).
Sobre o tema, também já se pronunciou o Comitê da ONU sobre Direitos da Criança que "todo
menor detido e privado de liberdade deverá ser colocado à disposição de uma autoridade
competente em um prazo de 24 horas para que se examine a legalidade de sua privação ou a
continuidade desta" (Observação Geral n° 10, §83).
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Prisão, Detenção Arbitrária e Tortura Tribunal: Corte
IDH (Em construção) Caso: Loayza Tamayo vs. Perú Ano: 1997 Informativo: -2
RESUMO
O caso se refere à detenção de Maria Elena Loayza Tamayo pela Divisão Nacional contra o
Terrorismo” (DINCOTE), por suspeita da sua suposta vinculação como colaboradora do grupo
“Sendero Luminoso”. Após a sua detenção, permaneceu incomunicável durante 10 dias e foi
sujeita a torturas, tratos cruéis e degradantes e violência sexual, tudo com a finalidade de que se
auto-incriminasse. Perante as suas respostas negativas, Maria Elena Loayza Tamayo foi
acusada do crime de traição à pátria e julgada por várias instâncias militares, tendo sido
finalmente absolvida. No entanto, o seu caso foi transferido ao foro civil, y Loayza Tamayo foi
condenada a 20 anos de prisão por um Tribunal Especial e “sem rosto”, pelo delito de terrorismo.
Ao largo de todo o processo, tanto militar como civil, a vítima permaneceu privada de liberdade.
1. Direito à liberdade pessoal e à proteção judicial (arts. 7.1 e 25 da CADH), quando prendeu e
manteve a prisão da senhora Loayza Tamayo, inclusive após a absolvição pela Justiça Militar,
impedindo-a de utilizar qualquer ação de garantia (habeas corpus, por exemplo);
2. Direito à integridade pessoal (arts. 5.1 e 5.2 da CADH), quando expôs Loayza em público com
traje penitenciário e também quando lhe cerceou o direito de comunicação, de visitas,
assimcomo porque a manteve presa em ambiente sem ventilação nem luz natural, impondo-lhe,
em resumo, um tratamento degradante;
1. Que o Estado do Peru colocasse a senhora Loayza Tamayo em liberdade em prazo razoável; e
2. Que o Estado do Peru pagasse uma justa indenização à vítima e seus familiares e os
ressarcisse pelas despesas que tenham incorrido em suas negociações com as autoridades
peruanas por ocasião deste processo, para o qual o procedimento correspondente está aberto;
PONTOS IMPORTANTES
A vítima Loayza Tamayo não dispôs de uma ação de garantia para proteger sua liberdade
pessoal ou para questionar sua detenção ilegal, já que estava em vigor no Peru um Decreto que
suspendia tais ações. Ocorre que, conforme decidiu a Corte IDH, embora o direito à liberdade
pessoal não esteja inserido no rol previsto no art. 27.2 da CADH, que estabelece os direitos que
não podem ser suspensos em hipótese alguma, o mesmo dispositivo da CADH veda a
suspensão das garantias indispensáveis para a proteção daqueles direitos, entre os quais
certamente se insere o habeas corpus (Mérito,
§ 50). Importante ressaltar que a Corte IDH, no exercício da sua jurisdição consultiva, em 1987 -
logo, antes de julgar o Caso Loayza Tamayo, o que ocorrería somente após dez anos -, também
enfrentou este tema quando a CIDH lhe formulou a seguinte consulta:
"O recurso ao habeas corpus, cujo fundamento jurídico encontra-se nos artigos 7.6 e 25.1 da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, é uma das garantias judiciais que, de acordo
com a parte final do parágrafo 22 3 do artigo 27 dessa Convenção, não pode ser suspensa por
um Estado-parte da citada Convenção Americana?". A Corte IDH respondeu a esta consulta da
CIDH e, emitindo a sua Opinião Consultiva 08/1987 (O habeas corpus sob a suspensão de
garantias), afirmou que o habeas corpus não pode ser suspenso porque constitui uma garantia
judicial indispensável para a proteção dos direitos e liberdades protegidos pela CADH (§ 44).
E a Corte IDH avança, depois, para explicar o seu entendimento de que, mesmo o direito à
liberdade sendo passível de suspensão, a garantia do habeas corpus deve ser mantida para
coibir excessos.
Assim, pode-se resumir o entendimento da Corte IDH no sentido de que o habeas corpus se
insere no conteúdo das garantias não suscetíveis de suspensão porque: a) protege não apenas
o direito à liberdade de locomoção - este, passível de suspensão mas também direitos
inderrogáveis como o direito à vida e à integridade pessoal no contexto principalmente de
desaparecimentos forçados e vulnerabilidade da pessoa presa que esteja incomunicável; e b)
destina-se, inclusive, à verificar se a privação de liberdade está em conformidade com o decreto
de suspensão de direitos.
A Corte IDH enfatizou que a proibição do bis in idem encontrada na CADH é mais ampla e,
consequentemente, mais benéfica ao acusado do que a fórmula prevista em outros tratados
internacionais de direitos humanos (Mérito, § 66). Vejamos. O art. 8.4 da CADH dispõe que "O
acusado que for absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo
processo pelos mesmos fatos". Já o art. 14.7 do PIDCP prevê que "Ninguém poderá ser
processado ou punido por um delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por sentença
passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país". A
diferença, de fato, existe e pode gerar consequências práticas, como ocorreu no Caso Loayza
Tamayo, em que, embora os crimes apurados na jurisdição militar (traição à pátria) e no juízo
comum (terrorismo) fossem distintos, o contexto fático era o mesmo.
Quando a CADH proíbe um novo processo pelos mesmos fatos, isso quer dizer que se interdita
apenas um novo processo penal ou que o cidadão não pode ser processado pelos mesmos
fatos também nas demais instâncias (num processo administrativo disciplinar ou numa ação
por improbidade administrativa, por exemplo)? Esta é uma questão polêmica na doutrina e que,
a nosso ver, ainda não foi enfrentada expressamente pela Corte IDH. Há quem entenda que a
CADH proíbe que o acusado seja processado ou punido mais de uma vez pelos mesmos fatos,
pouco importando a identidade dos regimes jurídicos, invocando, inclusive, como precedente
favorável a esta tese, o Caso Loayza Tamayo. Embora sem aderir claramente a este
entendimento, Nereu José Giacomolli também faz essa interpretação do Caso Loayza Tamayo,
afirmando que "Um ponto interessante dessa decisão é que ela manifestou, expressamente, que
a vedação do non bis in idem não se restringe à duplicidade de processos criminais, mas
também impede que o mesmo sujeito seja processado pelos mesmos fatos, mais de uma vez,
ainda que em esferas distintas".
4. Primeiro caso em que a Corte IDH reconheceu o denominado "dano ao projeto de vida":
No julgamento do Caso Loayza Tamayo, a Corte IDH reconheceu, pela primeira vez, a existência
e a autonomia conceituai do denominado "dano ao projeto de vida". Para a Corte, essa nova
modalidade de dano não possui uma conotação patrimonial, decorrendo daí, portanto, a sua
autonomia conceituai em relação aos danos material, emergente e moral. O projeto de vida, para
a Corte IDH, "(...) se associa ao conceito de realização pessoal, que por sua vez se sustenta nas
opções que o sujeito tem para conduzir sua vida e alcançar o destino que se propõe. (...) Estas
opções podem ter, em si mesmas, um alto valor existencial" (Reparações e custas, § 148). Em
voto conjunto proferido no Caso Loayza Tamayo, os juizes Abreu Burelli e Cançado Trindade
afirmaram que "O dano ao projeto de vida ameaça, em última instância, o próprio sentido que
cada pessoa humana atribui à sua existência. Quando isso ocorre, um prejuízo é causado ao
mais íntimo do ser humano: trata-se de um dano dotado de autonomia própria, que afeta o
sentido espiritual da vida" (Mérito, § 16).
Apesar de significativa a contribuição da Corte IDH para a criação dessa nova modalidade de
dano, é perceptível a dificuldade dos seus juizes para precisar, com rigor, os contornos
conceituais do dano ao projeto de vida16, tanto que no Caso Loayza Tamayo, embora a Corte
tenha reconhecido um grave dano ao projeto de vida da vítima, se absteve de quantificá-lo em
razão de a jurisprudência e a doutrina não permitirem, naquela data, traduzir esse dano em
termos econômicos (Reparações e custas, § 153).
Finalmente, para fins didáticos, podemos conceituar o dano ao projeto de vida como sendo
aquele que, em razão da sua gravidade para os direitos humanos da vítima, impede esta de
executar os projetos de vida que havia pensado para si. Como exemplo, podemos citar uma
prisão ilegal prolongada por anos, em condições degradantes, que tenha interrompido ou
prejudicado gravemente a pessoa na consecução do seu projeto de vida, retirando-a do mercado
de trabalho, de estudos universitários e/ou de perto da criação dos seus filhos.
5. Qual foi a primeira vez que a Corte IDH quantificou o dano ao projeto de vida?
A primeira vez que a Corte IDH quantificou o dano ao projeto de vida foi no julgamento do Caso
Cantoral Benavides vs. Peru.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Desaparecimentos Forçados Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: Velásquez Rodriguez vs. Honduras Ano: 1988 Informativo: -2
RESUMO
O caso trata sobre desaparecimentos forçados de pessoas praticados por agentes da ditadura
militar de Honduras nos anos 80. O Caso Velasquez Rodriguez, em conjunto com o Caso
Godinez Cruz e Fairén Garbi e Solís Corrales, representam os três primeiros julgamentos de
mérito da Corte IDH, em 1989 (os chamados casos hondurenhos, pois todos foram contra
Honduras - formam o primeiro "ciclo" de casos julgados pela CorteIDH, que teve como matéria o
desaparecimento forçado de pessoas).
CONDENAÇÃO/MEDIDAS IMPOSTAS
1. Indenização justa aos parentes mais próximos da vítima.
2. A forma e o montante desta indenização serão fixados pela Corte no caso de o Estado de
Honduras e a Comissão não chegarem a acordo sobre o assunto no prazo de seis meses a
contar da data da sentença.
PONTOS IMPORTANTES
2. A Corte definiu que, no caso de desapercimentos forçados, deve ocorrer a inversão do ônus
da prova contra o Estado.
3. Foi a primeira vez que a Corte declarou que o dever de prevenir, investigar, processar e punir
deriva do dever de respeitar e garantir os direitos humanos.
Link direto
Disciplina: Direitos Humanos Assunto: Liberdade de Expressão Tribunal: Corte IDH (Em
construção) Caso: O.C. 5 Ano: 1985 Informativo: -2
OPINIÃO CONSULTIVA Nº 5
Sendo assim, a presente O.C. foi utilizada pelo STF como fundamento para definir que a CADH
impede que seja obrigatória a faculdade de Jornalismo para o exercício dessa profissão.
Link direto
22 Julgados exportados
Tribunal: TSE, Ano: 2023,
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Justiça Eleitoral Tema: Competência Tribunal: TSE Ano:
2023 Informativo: 18
O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou, por unanimidade, decisão do Tribunal a quo e confirmou a
competência da Justiça Eleitoral para processar e julgar a denúncia oferecida na investigação
da chamada Operação Calvário, que envolve o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho e
outros réus, por crimes comuns conexos a delitos eleitorais.
REspe n. 060002132, João Pessoa/PB, rel. Min. Floriano de Azevedo Marques, julgado em
30/11/2023, em sessão jurisdicional (Info 18- Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Partidos Políticos Tema: Desfiliação Partidária Tribunal:
TSE Ano: 2023 Informativo: 17
O Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, julgou procedente o pedido da ação de perda de cargo
eletivo de deputado federal por desfiliação partidária sem justa causa.AJDesCargEle n.
060011815, São Paulo/SP, rel. Min. André Ramos Tavares, julgado em 7/11/2023, em sessão
jurisdicional. (Info 17 - Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Partidos Políticos Tribunal: TSE Ano: 2023 Informativo:
17
O Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, deferiu o pedido de fusão do Patriota e do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), ficando prejudicada a tutela cautelar antecedente.O partido se
chamará Partido Renovação Democrática (PRD).RPP n. 060191390 e TutCautAnt n. 060004288,
Brasília/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 9/11/2023, em sessão administrativa.(Info 17 -
Ano 25 - TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Inelegibilidade Tribunal: TSE
Ano: 2023 Informativo: 16
O Tribunal Superior Eleitoral declarou, por maioria, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e Walter
Braga Netto, candidatos à Presidência e à Vice-Presidência da República nas Eleições 2022, por
abuso do poder político e do poder econômico nas comemorações do Bicentenário da
Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022. Além disso, o Plenário reconheceu a
prática de conduta vedada a agente público, irregularidade que resultou na aplicação de multas
aos candidatos. AIJE n. 060097243, AIJE n. 060098627 e RepEsp n. 060098457, Brasília/DF, rel.
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 24,26 e 31/10/2023, em sessão jurisdicional.(Info 16- Ano
25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Justiça Eleitoral Tribunal: TSE Ano: 2023 Informativo:
15
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral aprovaram, por unanimidade, nova resolução que
estabelece normas gerais para a realização de concurso público para provimento de cargos
efetivos da Justiça Eleitoral. O texto – que substitui a Resolução n. 23.391/2013 – dispõe, entre
outros pontos, a reserva de vagas para pessoas indígenas, negras e com deficiência. PA n.
000139060, Brasília/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10/10/2023, em sessão
administrativa (Info 15- Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Outros assuntos Tribunal: TSE Ano: 2023 Informativo:
14
Link direto
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu, por unanimidade, que a emissora de Rádio e TV e o seu
jornalista não realizaram propaganda eleitoral antecipada negativa em programa de rádio
durante matéria veiculada no dia 9 de agosto de 2022. Na ocasião, o jornalista fez críticas ao
governador eleito pelo Maranhão, que concorria à reeleição do cargo. Segundo o relator, Ministro
Benedito Gonçalves, em caso de procedência do pedido, a multa aplicada seria a prevista no art.
36, § 3° da Lei n. 9.504, de 30 de setembro de 1997, e não a contida no art. 45, § 2º, do mesmo
diploma legal, pois esta se aplica apenas no caso de propaganda veiculada no curso do período
eleitoral, ou seja, após 15 de agosto do ano das eleições. Ademais, não houve a caracterização
de propaganda antecipada negativa, uma vez que, apesar da crítica contundente, trata-se de
direito à liberdade de expressão. (AgR-REspe n. 060123159, São Luís/MA, rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 5/9/2023, em sessão jurisdicional.)(Info 13- Ano 25- TSE)
Link direto
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por maioria, pela regularidade do registro de
candidatura do candidato mais votado a prefeito de Mariana/MG, nas Eleições 2020. O Plenário
acolheu os dois recursos apresentados pelo candidato, pois o político gozava de pleno exercício
dos direitos políticos no dia do primeiro turno das eleições municipais de 2020 – ocorrido,
excepcionalmente, em 15 de novembro. Já a suspensão dos direitos políticos do candidato
vigorou até 19 de outubro daquele ano.(REspe nº 060021359 e TutAntAnt nº
060202644,Mariana/MG, rel. Min. Floriano de Azevedo Marques,julgado em 17/8/2023, em
sessão jurisdicional.)(Info 12- Ano 25- TSE)
Link direto
O Tribunal Superior Eleitoral manteve, por unanimidade, a cassação dos diplomas do prefeito e
do vice-prefeito de Itupeva (SP), que foram eleitos nas eleições municipais de 2020. O Plenário
reconheceu a inelegibilidade superveniente do prefeito em decorrência de condenação anterior
por uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2016.(REspe nº
060073808, Itupeva/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/8/2023, em sessão jurisdicional.)
(Info 11- Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Inelegibilidade Tribunal: TSE
Ano: 2023 Informativo: 10
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral declarou, por maioria, a inelegibilidade por oito anos,
contados a partir das Eleições 2022, do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro. No
caso concreto, houve o reconhecimento da prática de abuso de poder político e uso indevido
dos meios de comunicação durante a reunião realizada no Palácio da Alvorada com
embaixadores estrangeiros em julho de 2022. Já com relação ao candidato à vice-presidência
Walter Braga Netto, que participava da chapa com Jair Bolsonaro, os ministros do TSE
excluíram, por unanimidade, a sanção, uma vez que não ficou demonstrada a sua
responsabilidade na conduta.AIJE nº 060081485, Brasília/DF, rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 22, 27, 29 e 30/6/2023, emsessão jurisdicional.)(Info 10 - Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Votação, Apuração, Totalização Dos Votos, Proclamação
Dos Resultados E Diplomação Dos Eleitos Tema: Votação Tribunal: TSE Ano: 2023
Informativo: 9
O Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, aprovou a resolução que trata do apoio da Justiça
Eleitoral às eleições de membros do Conselho Tutelar em todo o território nacional. (PA nº
060026541, Brasília/DF, rel. Min.
Link direto
(RO nº 060140770, Curitiba/PR, rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 16/5/2023, em sessão
jurisdicional.)(iNFO 8- Ano 25-TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Elegibilidade Tribunal: TSE Ano:
2023 Informativo: 7
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, reconheceu que a deputada estadual de
Minas Gerais atendeu à condição de elegibilidade de idade mínima para ser diplomada no cargo
em que foi eleita em 2022. No caso concreto, ela completou 21 anos no dia 22 de fevereiro de
2023 e, de acordo com o Regimento Interno da Assembleia Legislativa, há o prazo de 30 dias
para tomar posse a partir da primeira reunião preparatória da legislatura – realizada no dia 1º de
fevereiro. Assim, a candidata cumpriu a condição de elegibilidade na data da posse.(RCED nº
060642556 e TutCautAnt nº 060004021, Belo Horizonte/MG, rel. Min. Raul Araújo, julgado em
2/5/2023, em sessão jurisdicional.)(Info 7-Ano 5-TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Propaganda Política Tema: Propaganda Eleitoral Irregular
Tribunal: TSE Ano: 2023 Informativo: 6
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, entendeu que reação satírica à
manifestação de candidato adversário não configura propaganda eleitoral irregular, julgando
improcedentes os pedidos da representação.(Rp nº 0601146-52, Brasília/DF, rel. Min. Carlos
Bastide Horbach, julgado em 20/4/2023, em sessão jurisdicional.)(Info 6 - Ano 25- TSE)
Link direto
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral confirmou, por unanimidade, que todos os partidos que
participem de coligações têm legitimidade para atuar individualmente quando terminarem as
eleições. Segundo o relator, Ministro Carlos Horbach, as coligações se extinguem com o fim do
processo eleitoral, que é delimitado pelo ato de diplomação dos eleitos, momento a partir do
qual os partidos coligados voltam a ter capacidade processual para agir isoladamente. (AgR-
REspe nº 060040225, Lagoa d’Anta/RN, rel. Min. Carlos Horbach, julgado em 13/4/2023, em
sessão jurisdicional.) (Info 5- Ano 25- TSE)
Link direto
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral confirmou, por unanimidade, que todos os partidos que
participem de coligações têm legitimidade para atuar individualmente quando terminarem as
eleições. Segundo o relator, Ministro Carlos Horbach, as coligações se extinguem com o fim do
processo eleitoral, que é delimitado pelo ato de diplomação dos eleitos, momento a partir do
qual os partidos coligados voltam a ter capacidade processual para agir isoladamente. (AgR-
REspe nº 060040225, Lagoa d’Anta/RN, rel. Min. Carlos Horbach, julgado em 13/4/2023, em
sessão jurisdicional.) (Info 4 - Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Inelegibilidade Tribunal: TSE
Ano: 2023 Informativo: 4
O Plenário do TSE decidiu pela inelegibilidade de candidato a deputado estadual do Rio Grande
do Norte nas Eleições 2022. O relator, Ministro Ricardo Lewandowski, manteve o entendimento
segundo o qual, na data das eleições, o candidato estaria inelegível, em razão da prática de
crime hediondo. De acordo com o ministro, a Lei nº 13.497/2017 modificou a Lei nº 8.072/1990
para tornar hediondo o crime de porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, e não
apenas de uso proibido.(AgR-RO nº 060051116, Natal/RN, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 23/3/2023, em sessão jurisdicional.) (Info 4 - Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Direitos Políticos Tema: Inelegibilidade Tribunal: TSE
Ano: 2023 Informativo: 3
O Tribunal Superior Eleitoral negou o registro a candidato para o cargo de prefeito da cidade de
Lamim/MG nas Eleições 2020. O político estava inelegível em razão de condenação por crime
ambiental. Com isso, os votos recebidos foram anulados e serão convocadas eleições
suplementares.(REspe nº 060008415, Lamim/MG, rel. Min. Sérgio Banhos, julgado em 2/3/2023,
em sessão jurisdicional.(Info 3 - Ano 25- TSE)
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Outros assuntos Tribunal: TSE Ano: 2023 Informativo: 2
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Eleitoral Assunto: Justiça Eleitoral Tema: Competência Tribunal: TSE Ano:
2023 Informativo: 1
Link direto
196 Julgados exportados
Tribunal: TST, Ano: 2023,
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Intervalos Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 281
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Remuneração e Salário Tema: Promoção Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 281
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Terceirização Tema: Legalidade Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 281
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Duração do Trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 281
Link direto
Link direto
Link direto
A controvérsia sobre o vínculo empregatício entre motoristas que utilizam plataformas digitais
de transporte, como a Uber, e a empresa criadora do aplicativo demanda uma revisão das
concepções tradicionais de subordinação e dependência econômica, à luz das transformações
provocadas pela quarta revolução industrial e pela economia compartilhada. Diante da
necessidade de proteger os direitos dos trabalhadores nesse novo modelo de negócios, a
jurisprudência e doutrina modernas têm apontado para a presunção relativa de vínculo
empregatício, colocando o ônus da prova sobre as empresas para demonstrar a natureza não
empregatícia da relação.(TST-AIRR-11183-11.2020.5.15.0135, 7ª Turma, rel. Min. Alexandre de
Souza Agra Belmonte, julgado em 21/11/2023) (Info 281-TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Nulidades Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 281
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu que, com base no art. 385, §2º, do CPC/2015,
aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, o preposto não deveria assistir ao
interrogatório da outra parte para evitar influências. O TST concluiu que o indeferimento de
retirada do preposto resultou em cerceamento de defesa, comprometendo a obtenção de
confissão real e prejudicando o reclamante, especialmente na questão do reconhecimento do
vínculo empregatício. Diante disso, o TST conheceu e proveu o recurso de revista, determinando
a reabertura da instrução processual para permitir a ampla defesa do reclamante.(TST-
RR-517-81.2018.5.05.0463, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em
14/11/2023) (Info 281-TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Prazos Processuais Tema: Data de Início
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 281
Na vigência da Lei 13.015/2014, em casos de ação coletiva anterior com pedidos idênticos que
tenha interrompido o prazo prescricional, os juros de mora devem incidir a partir do ajuizamento
da ação coletiva, conforme a jurisprudência consolidada do TST. Assim, no caso específico de
horas extras além da sexta hora diária, o termo inicial para a contagem dos juros de mora é a
data de propositura da ação coletiva anterior.(TST-RRAg-893-33.2010.5.02.0010, 8ª Turma, rel.
Min. Delaíde Alves Miranda Arantes, julgado em 8/11/2023) (Info 281-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 281
No âmbito das atividades laborais, situações de dano moral coletivo surgem a partir de
condutas reiteradas de entidades, como empresas, que impactam negativamente a comunidade
de trabalhadores. O dano moral coletivo reflete lesões macrossociais decorrentes de práticas
que precarizam direitos trabalhistas, incluindo a segurança no ambiente de trabalho. No caso
específico, a empresa foi condenada por conduta omissiva e negligente relacionada ao
descumprimento das normas de segurança, resultando em acidentes de trabalho. O tribunal
confirmou a responsabilidade da empresa, destacando que a atividade laboral em questão era
considerada de risco. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi no sentido de manter
a condenação da empresa por dano moral coletivo, considerando que as condutas negligentes
violaram normas de proteção aos trabalhadores e causaram prejuízos à comunidade laboral,
alinhando-se aos fundamentos constitucionais de valorização do trabalho e justiça social. O
recurso de revista foi indeferido com base na Súmula 126/TST, que limita a revisão de matéria
fática nas instâncias extraordinárias.(TST-AIRR-29-85.2019.5.08.0018, 3ª Turma, rel. Min.
Mauricio Godinho Delgado, julgado em 14/11/2023) (Info 281-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Adicionais, gratificações, etc. Tema: Adicional de
transferência Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 281
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Terceirização Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo:
281
Link direto
O art. 178, II, do Código Civil estabelece um prazo decadencial de quatro anos para postular a
anulação de negócio jurídico, e a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
orienta que esse prazo se aplica ao ajuizamento de ação anulatória da arrematação de bem
imóvel, contado a partir da data de expedição da carta de arrematação. A decisão ressalta que
julgados do STJ e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) corroboram essa interpretação. Nesse
contexto, a tese central do julgado é que, de acordo com a jurisprudência consolidada, a Ação
Anulatória é o instrumento processual adequado para discutir o vício de intimação da hasta
pública em que foi arrematado o imóvel, sendo necessário observar o prazo decadencial de
quatro anos estabelecido pelo art. 178, II, do Código Civil, contado a partir da expedição da carta
de arrematação.(TST-RR-10858-14.2020.5.15.0013, 4ª Turma, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen
Peduzzi, julgado em 14/11/2023) (Info 281-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Discriminatória Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 280
Link direto
A restrição imposta pela empregadora ao uso do banheiro, através da instalação de catraca com
sistema de biometria, constitui um abuso no exercício do poder diretivo da empresa, violando o
princípio da dignidade da pessoa humana e caracterizando um ato ilícito, ensejando a
indenização por dano moral à autora.(TST-AgAIRR-1001393-44.2021.5.02.0383, 3ª Turma, rel.
Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em 18/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Discriminatória Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 280
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) analisou um caso em que um empregado foi dispensado
com base em critérios de aposentadoria e aptidão para a aposentadoria pela empresa CEEE-D. O
TST destacou que o princípio antidiscriminatório é fundamental nas relações trabalhistas, sendo
aplicável a critérios de dispensa baseados unicamente em idade. Embora a empresa alegasse a
necessidade de redução de custos devido à crise financeira, o TST considerou discriminatória a
dispensa com base apenas em critério etário. A decisão ressaltou que a jurisprudência
consolidada da Corte Superior entende como ilícita a adoção de critério discriminatório para
despedida, e, portanto, manteve a condenação à indenização por danos morais e destacou as
opções legais para o empregado, como reintegração ou indenização do período afastado. O TST
enfatizou que a crise financeira não justifica práticas discriminatórias na dispensa, reforçando a
necessidade de observância do princípio antidiscriminatório nas relações de trabalho. O agravo
interposto foi desprovido, mantendo a decisão do TST.(TST-ARR-21449-22.2017.5.04.0021, 3ª
Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em 24/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Citação Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 280
A utilização do sistema 'e-Carta' para citação, sem a juntada do aviso de recebimento ou
certificação pelos Correios, configura nulidade da citação, violando os princípios do contraditório
e da ampla defesa. O Ato Conjunto n.º 04/2020, que autoriza o uso desse sistema, teve sua
redação alterada para exigir a notificação da audiência inicial por meio do AR Digital,
reconhecendo a insegurança jurídica do método anterior. A presunção de recebimento
estabelecida na Súmula n.º 16 do TST não se aplica quando não há certificação pelos Correios
nem juntada do aviso de recebimento, dificultando à parte ré demonstrar a efetiva não citação.
Assim, a ausência desses documentos compromete a validade da citação, atentando contra as
garantias fundamentais do contraditório e da ampla defesa.(TST-RR-20283-24.2021.5.04.0373,
1ª Turma, rel. Min. Amaury Rodrigues Pinto Junior, julgado em 25/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Link direto
A norma coletiva não pode reduzir o intervalo intrajornada, visto que esse intervalo é
considerado uma medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de
ordem pública, sendo de indisponibilidade absoluta, conforme estabelecido pela jurisprudência
consolidada, mesmo diante das flexibilizações admitidas pela Lei nº 13.467/2017,
especialmente quando os fatos discutidos são anteriores à sua vigência.(TST-
AIRR-11393-13.2017.5.03.0067, 6ª Turma, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em
25/10/2023) (Info 280-TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Provas Tema: Prova Pericial Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 280
Link direto
Link direto
A aquisição de um imóvel residencial pelo sócio devedor durante o curso da execução, sem
evidência de que os recursos para a compra provêm da alienação de outro bem também
impenhorável, configura abuso do direito de propriedade. Tal conduta, quando não amparada por
circunstâncias que evidenciem a lealdade e probidade nas relações jurídicas, como a
comprovação de que a compra decorreu da venda de um imóvel anteriormente utilizado como
bem de família, não justifica a alegação de impenhorabilidade do bem adquirido, sujeitando-o à
constrição judicial.(TST-RR-2291400-83.2008.5.09.0014, 7ª Turma, red. Min. Cláudio
Mascarenhas Brandão, julgado em 17/10/2023) (Info 280-TST)
Link direto
Link direto
Link direto
A "teoria do centro de gravidade" emerge, possibilitando ao juiz aplicar a legislação do país onde
o contrato de trabalho mais gerou efeitos. No contexto brasileiro, a Lei nº 7.064/82 e o
cancelamento da Súmula nº 207 indicam a aplicação da legislação brasileira a brasileiros
contratados no país para trabalhar em cruzeiros, independentemente da bandeira da
embarcação. Essa abordagem foi recentemente consolidada pela Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho.(TST-Ag-AIRR-1793-30.2015.5.09.0015, 3ª
Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 24/10/2023) (Info 280-TST)
Link direto
Link direto
A legitimidade ativa da genitora para pleitear indenização por dano moral decorrente da morte
do empregado em acidente de trabalho foi reconhecida, mesmo após a propositura de ação
anterior pela viúva e descendentes. O acidente, caracterizado pela queda de raio durante uma
tempestade enquanto o empregado desempenhava a função de vaqueiro, foi considerado
decorrente de atividade de risco, ensejando responsabilidade objetiva da empregadora, que foi
agravada pela imprudência do capataz. (TST-AIRR-221-24.2020.5.23.0096, 3ª Turma, rel. Min.
José Roberto Freire Pimenta, julgado em 24/10/2023) (Info 280-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 280
Link direto
O prazo de cinco dias para depósito, conforme previsto no art. 542, I, do CPC, no processo do
trabalho, deve ser compatibilizado com o artigo 477, § 6º, da CLT. Nesse contexto, tanto o
ajuizamento da ação em consignação quanto o depósito judicial devem ser realizados dentro do
prazo de dez dias após a notificação da extinção do contrato de trabalho. O entendimento é que
o descumprimento desse prazo previsto no § 6º do art. 477 da CLT enseja a incidência da multa
do § 8º do mesmo dispositivo, sendo necessário que o depósito judicial seja feito dentro desse
prazo para que os riscos para o devedor cessem e a obrigação seja considerada extinta. O não
cumprimento desses parâmetros resulta na devida aplicação da cominação legal prevista no §
8º do art. 477 da CLT.TST-E-RR-376-14.2015.5.07.0010, Tribunal Pleno, red. Min. José Roberto
Freire Pimenta, julgado em 16/10/2023.(Info 280-TST)
Link direto
O juiz do Trabalho não está obrigado a homologar transações que violem direitos fundamentais
ou normas de ordem pública, devendo exercer sua função de forma crítica e ativa, participando
do ato de homologação de forma a incorporá-lo como ato do próprio Estado. A possibilidade de
homologação parcial do acordo extrajudicial, excluindo cláusulas abusivas ou fraudulentas, é
admissível, visando preservar os direitos do trabalhador e garantir o princípio da dignidade da
pessoa humana, sem penalizá-lo injustamente e em conformidade com os princípios da
imediatidade, celeridade, simplicidade, instrumentalidade e efetividade social do processo
trabalhista.(TST-RR-1000468-93.2021.5.02.0465, 3ª Turma, rel. Min. José Roberto Freire
Pimenta, julgado em 24/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Provas Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 280
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 280
A validade da retenção parcial das gorjetas por meio de negociação coletiva está respaldada
pela tese vinculante fixada pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 1.046 da Repercussão Geral.
Segundo essa tese, são constitucionais os acordos e convenções coletivas que, ao
considerarem a adequação setorial negociada, estabelecem limitações ou afastamentos de
direitos trabalhistas, desde que respeitados os direitos absolutamente indisponíveis. No
contexto das gorjetas, a forma de divisão e repasse não se caracteriza como um direito
indisponível, sendo, portanto, válida a negociação coletiva, conforme estabelecido no art. 611-B
da CLT, com redação dada pela Lei n.º 13.467/2017, que delimita exaustivamente os direitos
cuja supressão ou redução é considerada ilícita na negociação coletiva.(TST-
RR-467-63.2012.5.05.0011, 1ª Turma, rel. Min. Amaury Rodrigues Pinto Junior, julgado em
11/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 280
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 280
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Acesso à Justiça Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 280
O Ministério Público do Trabalho possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública na
defesa de direitos individuais homogêneos, especialmente relacionados à dignidade da pessoa
humana e aos valores sociais do trabalho, mesmo quando envolvem questões individuais que
demandam análise específica, conforme reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal.(TST-
RR-318-06.2013.5.06.0011, 5ª Turma, rel. Min. Morgana de Almeida Richa, julgado em
25/10/2023)(Info 280-TST)
Link direto
Link direto
A alteração promovida pela Lei nº 13.467/2017 no art. 468 da CLT, que estabelece a
impossibilidade de incorporação da gratificação de função, mesmo após dez anos de
percepção, tem aplicação imediata a partir de sua entrada em vigor (11/11/2017), prevalecendo
sobre a Súmula nº 372, I, do TST e sobre o princípio da estabilidade financeira. A opção
legislativa por não assegurar a incorporação da gratificação não viola a Constituição, não
configurando quebra de isonomia nem frustração ilegítima de direito. A decisão reconhece a
legalidade da alteração legislativa e nega o conhecimento do recurso de revista do reclamante.
(TST- Ag-ED-RRAg-870-47.2019.5.10.0011, 5ª Turma, red. Min. Morgana de Almeida Richa,
julgado em 4/10/2023)(Info 279-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Acidente de trabalho
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 279
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 279
Link direto
A negociação coletiva que restringe benefícios apenas aos empregados sindicalizados viola
princípios constitucionais e trabalhistas, ferindo o artigo 8º, caput e incisos III e V, da
Constituição Federal, que estabelecem os princípios da representatividade sindical, unicidade e
liberdade de sindicalização. Além disso, tal prática contraria as Convenções nº 87 e nº 98 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), que asseguram a liberdade sindical e a proteção ao
direito de sindicalização. A concessão de benefícios exclusivos a empregados sindicalizados
configura discriminação nas relações de trabalho, violando o princípio da igualdade previsto no
artigo 5º, I, da Constituição Federal. A conduta de estabelecer cláusulas em norma coletiva com
benefícios restritos aos filiados é considerada "conduta antissindical", comprometendo não
apenas os direitos fundamentais dos trabalhadores à liberdade de associação e sindicalização,
mas também afetando o desenvolvimento da categoria do sindicato ao pressionar pela
sindicalização e discriminar aqueles que não aderem. (TST-RRAg-10590-53.2020.5.18.0052, 7ª
Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 27/9/2023)(Info 279 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Indenização Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 279
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Citação Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 279
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Duração do Trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 279
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa por justa causa Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 279
Link direto
No âmbito da negociação coletiva trabalhista, a validade da norma coletiva que suprime direitos
trabalhistas está condicionada aos critérios do princípio da adequação setorial negociada. O
Supremo Tribunal Federal, no Tema 1046, estabeleceu que acordos e convenções coletivos
podem dispor sobre direitos trabalhistas, desde que respeitados os direitos absolutamente
indisponíveis. Contudo, no caso específico das horas in itinere, consideradas de
indisponibilidade relativa, a norma coletiva que suprimiu o pagamento foi reconhecida como
válida. Quanto aos minutos residuais, a negociação coletiva não pode restringir direitos
anteriores à Lei 13.467/2017, respeitando a natureza indisponível desses direitos. Já na troca de
uniforme, quando a empresa expõe o trabalhador ao constrangimento ilegal, violando sua
dignidade, é configurada a indenização por danos morais. (TST-RRAg-11113-88.2015.5.18.0101,
3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em 27/9/2023)(Info 279 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Adicionais, gratificações, etc. Tema: Adicional de
Periculosidade Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 278
Link direto
O disparo acidental da arma de fogo, ao descer do carro forte, é considerado caso fortuito
interno, intrinsecamente ligado à atividade de risco, afastando a culpa exclusiva do trabalhador.
O Regional, ao concluir pela culpa exclusiva da vítima, contrariou a natureza da atividade
desempenhada e a jurisprudência consolidada, tornando devida a responsabilidade objetiva da
empresa. Recurso de revista conhecido e provido. (TST-RR-901-35.2021.5.20.0006, 6ª Turma, rel.
Des. Conv. José Pedro de Camargo Rodrigues de Souza, julgado em 13/9/2023)(Info 278 -TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Estabilidade Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo:
278
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Incentivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 278
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Relações de trabalho que não configuram vínculo
empregatício Tema: Atleta Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 278
Na vigência da Lei nº 13.467/2017, o recurso de revista foi conhecido e provido pelo Tribunal
Superior do Trabalho ao reconhecer a validade da contratação de advogado sob o regime de
associação, em conformidade com o entendimento do Supremo Tribunal Federal. O STF tem
afirmado que a contratação de advogados por meio do contrato de associação é plenamente
compatível com a Constituição, sendo a invalidade dessa contratação condicionada à
comprovação de vício de consentimento na celebração do contrato. No caso analisado, o
contrato de associação entre as partes foi desconsiderado sem a demonstração do referido
vício de consentimento, contrariando o disposto no art. 15 da Lei 8.906/1994 e a jurisprudência
consolidada do STF sobre a matéria.(TST-RR-1010-26.2018.5.17.0010, 8ª Turma, rel. Min. Sérgio
Pinto Martins, julgado em 19/9/2023)(Info 278- TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Procedimentos Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 278
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Partes e Procuradores Tema: Honorários
Advocatícios Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 278
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Horas Extras Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 278
O julgamento da ADIN n.º 5322/DF pelo Supremo Tribunal Federal trouxe relevante impacto à
interpretação das horas de espera do motorista profissional. O entendimento consolidado pelo
TST, que excluía o tempo de espera da jornada de trabalho e horas extraordinárias, baseado nas
disposições do art. 235-C da CLT, foi confrontado pela declaração de inconstitucionalidade de
certas expressões contidas nos dispositivos legais mencionados. O STF estabeleceu que o
período de espera configura trabalho efetivo, modificando a compreensão anterior. Portanto, a
decisão vinculante da Suprema Corte supera a jurisprudência deste Tribunal Superior do
Trabalho, determinando a integração do 'tempo de espera' à jornada de trabalho dos motoristas
profissionais. Consequentemente, qualquer período extrapolado deve ser remunerado como
horas extraordinárias. Recurso de revista conhecido e provido.(TST-
RR-10701-58.2018.5.03.0041, 1ª Turma, rel. Min. Amaury Rodrigues Pinto Junior, julgado em
20/9/2023) (Info 278 - TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Terceirização Tema: Ilegalidade Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 277
Link direto
O artigo 382, §4º, do CPC estabelece que da decisão que defere a produção antecipada de
provas não cabe defesa ou recurso. Essa restrição também se aplica à impetração de mandado
de segurança como sucedâneo recursal, conforme o artigo 5º, III, da Lei 12.016/2009, Súmula nº
33 do TST e Orientação Jurisprudencial nº 99 da SBDI-II. (TST-RO-10231-02.2019.5.18.0000,
SBDI-II, rel. Min. Liana Chaib, julgado em 22/08/2023 - Info 277-TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Acesso à Justiça Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 277
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Remuneração e Salário Tema: Descanso semanal
remunerado Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 277
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 277
A controvérsia gira em torno da devida indenização por dano moral ao reclamante, que sofreu
tratamento discriminatório na empresa, evidenciado por constantes xingamentos relacionados à
sua cor de pele e outros aspectos psíquico-sociais. A análise deve considerar as diretrizes da
Resolução nº 492/2023 do CNJ, que estabelece o Protocolo para Julgamento com Perspectiva
de Gênero. O assédio moral, conforme a Convenção nº 190 da OIT, não requer conduta reiterada,
mas é caracterizado pelos efeitos prejudiciais à integridade psíquico-social do trabalhador. O
caso revela assédio moral interpessoal e organizacional, com a empresa promovendo uma
cultura de xingamentos e humilhações. A resolução do CNJ, aliada à jurisprudência, sustenta a
inadmissibilidade de justificar tais práticas como "brincadeiras masculinas". A decisão enfatiza
a necessidade de coibir o assédio moral no ambiente de trabalho, levando em consideração a
responsabilidade da empresa, prevista em normas como a CLT e diretrizes de empresas e
direitos humanos. A decisão reconhece a recorrência do comportamento da empresa em casos
semelhantes, destacando a importância de uma decisão de cunho estrutural para prevenir
futuras condutas abusivas. O valor da indenização, fixado em R$ 50.000,00, é considerado
adequado diante da gravidade e contumácia dos atos, incluindo aspectos racistas e
humilhantes. (TST- RR-1406-93.2019.5.17.0001, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro,
julgado em 6/9/2023)(Info 277-TST)
Link direto
A interpretação do art. 840, §1º, da CLT, após as alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017
e considerando a Instrução Normativa nº 41/2018, permite que os valores indicados na petição
inicial, de forma líquida, sejam considerados como estimativa, não impondo a necessidade de
ressalva ou indicação expressa de que se trata de valores estimados. Tal interpretação, alinhada
aos princípios constitucionais do processo do trabalho, assegura o amplo acesso à jurisdição, a
dignidade da pessoa humana e a proteção social do trabalho, permitindo que a parte reclamante
apresente pedidos com valores indicados, sem vinculação estrita da condenação a esses
montantes. (TST-RR-855-59.2019.5.09.0673, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado
em 23/8/2023)(Info 277-TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Duração do Trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 277
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Indenização Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 277
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Horas Extras Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 277
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Terceirização Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo:
277
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 277
A não contratação de pessoas com deficiência em desacordo com a cota legal configura ato
ilícito que afeta todos os trabalhadores que poderiam ingressar no mercado de trabalho,
ensejando dano moral coletivo. A responsabilidade decorre da violação da Convenção nº 159 da
OIT e do artigo 7º, XXXI, da Constituição Federal, sendo inadmissíveis alegações de dificuldades
financeiras como justificativa para descumprir a obrigação legal, sob pena de desrespeitar o
princípio da dignidade da pessoa humana.(TST-RR-1000858-35.2020.5.02.0033, 3ª Turma, rel.
Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 6/9/2023)(Info 277-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa imotivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 277
Link direto
Link direto
Normas coletivas que tratam de horas in itinere (horas de trajeto entre a residência e o local de
trabalho) são válidas quando estabelecem a natureza indenizatória da parcela e seu pagamento
de forma simples, sem adicional, desde que não incidam sobre direitos trabalhistas
absolutamente indisponíveis. O princípio da adequação setorial negociada permite que as
normas autônomas juscoletivas prevaleçam sobre o padrão geral da legislação trabalhista,
desde que respeitem tais critérios objetivos. No caso específico das horas in itinere,
consideradas parcelas de indisponibilidade relativa, sua transação por meio de norma coletiva é
permitida, conforme decisão do STF no ARE 1.121.633. Entretanto, a interpretação de que
direitos trabalhistas de caráter patrimonial seriam disponíveis é questionada, pois isso poderia
desconsiderar direitos assegurados na Constituição, ameaçando seu caráter humanista e social.
(TST-RRAg-874-78.2017.5.09.0562, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em
9/8/2023) (Info 276 - TST)
Link direto
A ação de produção antecipada de provas, sendo uma medida preparatória para ajuizar uma
ação posterior, cumulada com o pedido de interrupção da prescrição, tem o poder de
interromper o prazo prescricional. Essa medida, visando ao acesso a documentos para a
propositura de uma ação futura, não é incompatível com o protesto interruptivo da prescrição,
atendendo aos princípios da economia e celeridade processual, além de resguardar o direito
fundamental à razoável duração do processo, sem prejuízo às partes.(TST-
RR-1000515-11.2021.5.02.0031, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em
9/8/2023) (Info 276 - TST)
Link direto
A negociação coletiva no direito do trabalho possui poderes significativos para criar normas
jurídicas em harmonia com a legislação estatal, mas esses poderes encontram limites definidos
pelo princípio da adequação setorial negociada. Este princípio determina que as normas
coletivas autônomas não prevalecem se resultarem em renúncia estrita ou afetarem direitos de
indisponibilidade absoluta, resguardados por interesses públicos, essenciais para manter um
patamar civilizatório mínimo na sociedade. No caso do intervalo intrajornada para trabalhadores,
mesmo com ampla margem de negociação coletiva, há limites determinados pela legislação
trabalhista que visam à saúde e segurança do trabalhador, sendo inválida a cláusula que
concede o intervalo apenas ao final da jornada, pois equivaleria à supressão do descanso
intrajornada, desrespeitando os parâmetros estabelecidos pela lei.(TST-
ARR-20449-35.2018.5.04.0123, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em
9/8/2023) (Info 276- TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Provas Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 276
Em caso de comissões pagas "por fora", a gravação de conversa por um dos interlocutores pode
ser considerada prova lícita. A decisão do Tribunal Regional, baseada nos elementos
probatórios, ao reconhecer a veracidade do pagamento extrajornada, está em consonância com
a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Portanto, não configura violação ao
artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal a decisão que considera lícita a gravação de
conversa por um dos interlocutores para comprovar o pagamento de valores "por fora".(TST-Ag-
AIRR-10280-62.2020.5.15.0074, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em
9/8/2023) (Info 276 - TST)
Link direto
Link direto
O empregado mensalista que trabalha em domingos e feriados sem a devida compensação tem
direito ao pagamento em dobro desses dias, de acordo com a Súmula 146 do TST, mesmo que
já tenha recebido a remuneração por tais dias na sua mensalidade, visto que a compensação
dos domingos e feriados trabalhados não se confunde com outras verbas, pois representam
fatos geradores distintos, sendo devidos os valores adicionais referentes à dobra pelo trabalho
nessas datas específicas de descanso.TST-Ag-E-ED-RR-3646-03.2010.5.12.0036, SBDI-I Plena,
rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, julgado em 17/8/2023.(Info 276 - TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Indenização Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 276
Link direto
Norma coletiva que estabelece o pagamento do adicional noturno apenas para o período entre
22h e 5h, sem previsão de prorrogação do trabalho noturno, é válida, desde que conceda
condições mais vantajosas do que as estabelecidas em lei, conforme tese do STF (Tema 1046).
A definição clara das partes envolvidas sobre a extensão da jornada noturna não exige que o
acordo coletivo contenha especificamente ressalva quanto à prorrogação do trabalho
noturno.TST-ROT-458-27.2018.5.05.0000, SBDI-II, red. p/ acórdão Min. Douglas Alencar
Rodrigues, julgado em 15/8/2023.(Info 276 - TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Proteção do trabalho da Mulher Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 275
No âmbito das relações laborais, a imposição patronal de gastos com maquiagem, manicure,
depilação, relógios e brincos não pode ser presumida como parte do "senso comum" feminino. É
necessária a desconstrução de estereótipos de gênero que condicionam a apresentação
pessoal da mulher ao "dever ser" de cada sexo. Assim, é legítima a restituição das despesas
com itens específicos exigidos pelo empregador, como maquiagem e outros, decorrentes da
natureza da atividade laboral, sob a premissa de que a mulher tem o direito de determinar sua
aparência sem estar vinculada a estereótipos, da mesma maneira que o homem, cabendo ao
empregador custear tais requisitos, à semelhança do custeio de uniformes ou de outras
exigências relacionadas à saúde, higiene ou segurança no trabalho.(TST-
RR-1001898-12.2016.5.02.0706, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
21/6/2023)(Info 275 - TST)
Link direto
O cálculo da cota de aprendizes, conforme o artigo 429 da CLT, deve considerar apenas os
estabelecimentos pertencentes à própria reclamada e não os estabelecimentos das empresas
tomadoras de serviço, com base na relevância jurídica da questão e na interpretação do artigo
429 da CLT.(TST-AIRR-212-47.2020.5.11.0015, 6ª Turma, rel. Min. Augusto César Leite de
Carvalho, julgado em 21/6/2023)(Info 275- TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
Ação anulatória. Convenção Coletiva de Trabalho. Pandemia do COVID-19. Cláusula que autoriza
a redução salarial dos empregados inseridos no grupo de risco, enquanto impedidos de
trabalhar.
É válida a cláusula de norma coletiva que reduziu o salário de empregados que, impedidos de
trabalhar, porquanto inseridos no grupo de risco da COVID-19, receberam o auxílio emergencial
instituído pelas autoridades públicas para a preservação do emprego e renda. No caso, a
convenção coletiva de trabalho foi celebrada para disciplinar as relações de emprego dos
trabalhadores em transportes rodoviários no contexto da pandemia do COVID-19. A redução dos
salários foi pactuada como medida transitória para a manutenção do trabalho e da renda dos
empregados, além de possibilitar a sobrevivência das empresas. Considerando que a
Constituição da República, em seu art. 7º, VI, autoriza a redução salarial através de negociação
coletiva, bem como a proteção constitucional ao exercício da atividade econômica, estabelecida
em seu art. 170, a SDC, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário interposto pelo
Ministério Público do Trabalho, mantendo a decisão do Tribunal Regional que julgara
improcedente a ação anulatória de cláusula convencional. TST-ROT-21607-04.2021.5.04.0000,
SDC, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, julgado em 12/6/2023.
Link direto
Link direto
Link direto
O dano moral reflexo, também conhecido como dano por ricochete ou indireto, é um direito
autônomo de pessoas intimamente ligadas à vítima de um ato ilícito, desde que haja uma
relação especial de afeto ou dependência econômica com o acidentado. Para os familiares,
como cônjuge, companheiro, filhos, pais e mãe, há presunção legal de direito ao dano moral
reflexo, enquanto outros familiares, como tios, primos e sobrinhos, precisam comprovar essa
relação íntima de afeto para serem elegíveis à compensação por danos morais decorrentes do
falecimento do empregado vítima de acidente de trabalho. A existência de visitas frequentes ou
gestos altruístas, como o fornecimento de cestas básicas, por si só, não é suficiente para
configurar essa relação especial, sendo necessário demonstrar uma dependência econômica ou
uma relação familiar íntima de afeto para justificar a compensação por dano moral reflexo ou
por ricochete.(TST-RR-11113-40.2020.5.03.0163, 4ª Turma, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos,
julgado em 20/6/2023)(Info 275 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Contrato Individual de Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
A ausência de anotação na CTPS do empregado, por si só, não causa danos morais; porém,
ficando demonstrado o prejuízo sofrido devido à falta de registro, justifica-se a manutenção da
indenização por danos morais, conforme decisão em conformidade com a jurisprudência do
TST. (TST-ARR-10513-49.2015.5.01.0551, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado
em 28/6/2023)
Link direto
Link direto
As empresas são obrigadas a cumprir as cotas inclusivas para pessoas com deficiência,
estabelecidas por normas jurídicas de caráter imperativo, como a Lei nº 8.213/91 e convenções
internacionais ratificadas pelo Brasil. A ordem jurídica do país visa promover a inclusão social,
econômica e profissional das pessoas com deficiência. A empresa empregadora deve
demonstrar esforços sistemáticos ao longo do tempo para cumprir essas cotas, e a omissão em
fazer isso pode resultar em multa administrativa. O auto de infração por não preencher as vagas
destinadas a pessoas com deficiência foi considerado válido devido à falta de ação direta da
empresa em cumprir suas obrigações legais. Reverter essa conclusão exigiria revisar as
evidências apresentadas no processo, o que não é permitido nessa etapa do processo. Portanto,
o recurso de revista foi negado.(TST-AIRR-10796-36.2019.5.15.0036, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio
Godinho Delgado, julgado em 28/6/2023)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Plano de Sáude e Contrato de Trabalho Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 275
A alteração nas regras de custeio do plano de saúde após a demissão ou aposentadoria para os
empregados que optaram por continuar com o benefício constitui uma mudança contratual
lesiva, contrariando a Súmula nº 51, item I, do TST. (TST-RRAg-1001317-75.2020.5.02.0473, 3ª
Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 28/6/2023) (Info 275 - TST)
Link direto
A responsabilidade civil do empregador por acidente de trabalho foi afastada devido à evidência
de culpa exclusiva da vítima, que desobedeceu às normas de segurança ao operar uma máquina
em funcionamento, resultando em sua lesão. O empregador havia fornecido treinamento
adequado e a máquina possuía avisos sobre os riscos. Portanto, não foi plausível atribuir ao
empregador a responsabilidade pelo dano causado pelo comportamento imprudente do
empregado.(TST-RR- 10501-58.2017.5.03.0147, 4ª Turma, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo
Bastos, julgado em 20/6/2023)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade ativa para propor Ação Civil Pública em
relação a violações de direitos trabalhistas de trabalhadoras domésticas, considerando
aspectos de gênero, raça e classe. A análise se concentrou na perspectiva de gênero e na
dimensão coletiva do racismo, sexismo e classismo no mundo do trabalho, com base na
Resolução n. 492/2023 do Conselho Nacional de Justiça e nos objetivos de justiça social da OIT.
A condenação indenizatória dos réus por danos morais coletivos foi mantida, reconhecendo a
perpetuação do racismo estrutural e a discriminação racial no ambiente de trabalho das
trabalhadoras domésticas, inclusive em relação ao trabalho durante a pandemia da Covid-19.
(TST-RRAg-597-15.2020.5.06.0021, 3ª Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em
28/6/2023).(Info 275 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Discriminatória Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
Link direto
A Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) não deve ser aplicada retroativamente aos contratos
de trabalho firmados antes de sua entrada em vigor (anteriores a 11/11/2017). A segurança
jurídica e a preservação dos direitos já exercidos pelos trabalhadores em contratos vigentes à
época da alteração legislativa devem prevalecer, sendo inaplicáveis as disposições da nova lei
que suprimam direitos já incorporados ao patrimônio jurídico dos trabalhadores. Portanto, o
trabalhador em questão tem direito ao pagamento integral do intervalo intrajornada
parcialmente usufruído após 11/11/2017, conforme a jurisprudência da Súmula nº 437 do TST,
sendo inaplicável a alteração promovida pela Lei 13.467/2017 no art. 71, § 4º, da CLT. (TST-
RRAg-20340-04.2020.5.04.0203, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em
28/6/2023)(Info 275 - TST)
Link direto
Substituição de depósito recursal por seguro garantia judicial. Depósito recursal efetuado antes
da vigência da Lei nº 13.467/2017. Ato jurídico perfeito. Impossibilidade de substituição.
Princípio geral do “tempus regit actum”. Teoria do isolamento dos atos processuais.
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Transferência Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 275
Empregado contratado no Brasil com a finalidade de prestar serviço no exterior tem direito ao
adicional de transferência, independentemente da transferência ser temporária ou definitiva,
devido à interpretação do artigo 2º, III, da Lei 7.064/82, resultando no provimento do recurso
para conceder o pagamento do adicional de transferência com integração ao salário e suas
repercussões legais sobre vários aspectos contratuais.(TST-RRAg-1002104-21.2015.5.02.0719,
4ª Turma, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em 20/6/2023) (Info 275 - TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Dissídio Coletivo Tema: Dispensa em massa
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
A dispensa coletiva, caracterizada como um ato ou fato de natureza coletiva, massiva e com
repercussões significativas sobre uma comunidade de trabalhadores, requer a intervenção
sindical prévia como um requisito procedimental essencial. Isso significa que a dispensa em
massa não pode ser efetuada unilateralmente pelo empregador, mas deve envolver negociações
e diálogo com o sindicato representante dos trabalhadores afetados. (TST-
AIRR-101320-04.2017.5.01.0048, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em
28/6/2023)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Discriminatória Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
Esclerose múltipla. Dispensa discriminatória. Inversão do ônus da prova. Súmula nº 443 do TST.
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Horas in itinere Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 275
Link direto
É competente a Justiça do Trabalho para julgar pedido de indenização por ato ilícito do
empregador relacionado à não inclusão de verba salarial no cálculo do benefício previdenciário,
em contraposição à decisão do Tribunal Regional que se baseou em entendimento divergente,
alinhando-se à jurisprudência consolidada da Corte Superior. (TST-RR-139-79.2021.5.17.0013, 3ª
Turma, rel. Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 28/6/2023)(Info 275 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Proteção do trabalho da Mulher Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 275
O debate sobre o valor arbitrado para reparação de dano moral coletivo só é viável em casos
extremos, sob os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sendo excepcional a
intervenção do Tribunal Superior do Trabalho. A fixação do quantum indenizatório de R$
150.000,00 pelo Tribunal Regional, decorrente de comprovadas condutas de assédio sexual
contra empregadas terceirizadas, não violou tais princípios, uma vez que a empresa ré não
tomou medidas eficazes para coibir o assédio, justificando a ausência de intervenção da
instância superior.(TST-RR-1771300-48.2009.5.09.0009, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira
Valadão Lopes, julgado em 28/6/2023)(Info 275 - TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 275
Link direto
A existência de penhora anterior registrada em favor de terceiro sobre o imóvel, mesmo sem
constar na matrícula do bem, configura óbice à arrematação posterior em execução trabalhista.
A boa-fé na aquisição do imóvel pelo terceiro é preservada quando a penhora anterior foi
devidamente registrada, garantindo-lhe a preferência na aquisição do bem. A falta de registro da
arrematação anterior na matrícula não anula o direito de propriedade do terceiro, violando a
garantia constitucional da propriedade. Sendo assim, é necessária a anulação da arrematação
realizada na execução trabalhista em respeito ao direito adquirido pelo terceiro de boa-fé. (TST-
RR-1000388-73.2020.5.02.0010, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
14/6/2023)(Info 274 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Intervalos Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 274
Nos casos em que o contrato de trabalho teve início durante a vigência da Portaria SEPRT n.º
1.359/2019, que não prevê intervalos para recuperação térmica em exposições ao agente calor,
não há embasamento legal para o deferimento de horas extras decorrentes da inobservância
desse intervalo, não se aplicando o entendimento jurisprudencial anterior, que vigorava sob a
redação anterior do Anexo 3 da NR 15.(TST-RR-441-03.2022.5.13.0008, 1ª Turma, rel. Min. Luiz
José Dezena da Silva, julgado em 14/6/2023) (Info 274 - TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tema: Transferência Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 274
A transferência de empregado, mesmo havendo cláusula contratual que prevê tal possibilidade,
pode ser contestada e anulada por meio de mandado de segurança se a prova pré-constituída
no feito matriz demonstrar a probabilidade do direito alegado, especialmente quando o
empregado tem estabelecido domicílio e vínculos familiares consolidados no local de trabalho e
esteja exercendo suas atividades em regime de teletrabalho formalmente institucionalizado pela
empresa, considerando as balizas do art. 300 do CPC de 2015.TST-ROT-910-95.2022.5.05.0000,
SBDI-II, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 30/5/2023.(Info 274 - TST)
Link direto
A Justiça do Trabalho possui competência para executar termo de ajuste de conduta celebrado
perante o Ministério Público do Trabalho, relacionado à erradicação do trabalho infantil,
considerando a sua expertise na interpretação e aplicação de normas constitucionais,
internacionais e internas referentes à questão laboral.TST-E-RR-90000-47.2009.5.16.0006, SBDI-I,
rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 15/6/2023.(Info 274 - TST)
Link direto
Link direto
A massa patrimonial, representada pelo espólio, possui legitimidade para buscar reparação por
danos materiais e extrapatrimoniais decorrentes de acidente de trabalho sofrido pelo
empregado falecido. No entanto, quando se trata de direitos específicos das pessoas que
dependiam economicamente do trabalhador vitimado, como no caso de pensionamento das
filhas, não se discute um crédito pertencente ao empregado falecido, mas sim direitos próprios
das autoras baseados na perda do ente querido. Portanto, a coisa julgada formada a partir de
acordo firmado pelo espólio em ação anterior não pode prejudicar as reclamantes, visto que não
é possível transacionar sobre direitos alheios e personalíssimos. TST-E-ED-
RR-1129-04.2016.5.08.0011, SBDI-I, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 25/5/2023.
(Info 273 - TST)
Link direto
A Justiça do Trabalho detém competência para julgar ações civis públicas, movidas pelo
Ministério Público do Trabalho, relacionadas ao descumprimento de normas de saúde,
segurança e higiene dos trabalhadores, independentemente da natureza do vínculo
empregatício, conforme determinado na Súmula nº 736 do Supremo Tribunal Federal, visto que a
proteção do ambiente laboral é essencial para a preservação da saúde dos trabalhadores.(TST-
AIRR-45-27.2020.5.11.0501, 3ª Turma, rel. Des. Conv. Marcelo Lamego Pertence, julgado em
17/5/2023)(Info 273 -TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Incentivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 273
Na hipótese de dispensa que atinja toda a unidade empresarial em determinada cidade, mesmo
que o número de trabalhadores afetados seja reduzido, configura-se a dispensa coletiva,
especialmente quando há encerramento das atividades empresariais na região. A necessidade
de intervenção sindical prévia para dispensas em massa de trabalhadores, conforme
determinação vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF), não se aplica retroativamente a
casos anteriores à vigência da Lei nº 13.467/2017, que incluiu o art. 477-A na CLT. Dessa forma,
a negociação coletiva para a dispensa das trabalhadoras é essencial, e a ausência de violação
aos dispositivos constitucionais e legais indicados no recurso de revista impede o seu
conhecimento.(TST-RR-21529-26.2016.5.04.0019, 6ª Turma, rel. Des. Conv. José Pedro de
Camargo Rodrigues de Souza, julgado em 17/5/2023)(Info 273-TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 273
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Dissídio Coletivo Tema: Greve Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 273
O Tema 531 da Tabela de Repercussão Geral do STF estabelece o desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, salvo se
demonstrado que a greve foi causada por conduta ilícita do Poder Público. Entretanto, diante
das particularidades do caso, incluindo o lapso temporal desde o ajuizamento do dissídio e a
greve de longa duração, a aplicação dos descontos deve ser moderada. Por atenção aos
princípios da razoabilidade e proteção do salário, a decisão determinou a limitação dos
descontos dos dias parados a 10% do salário mensal, por analogia ao disposto no artigo 46,
caput e § 1º, da Lei 8.112/90, até atingir 50% dos dias parados. TST-RO-1841-08.2011.5.15.0000,
SDC, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado em 15/5/2023. (Info 273 -
TST)
Link direto
É válida a cláusula estabelecida em acordo coletivo de trabalho que permite jornada superior a 8
horas diárias para regime de compensação em turnos ininterruptos de revezamento. A ausência
de restrição explícita no inciso XIV do artigo 7º da Constituição Federal não impede o
alongamento do limite da jornada laboral nesse contexto, tampouco veda o uso do sistema de
compensação de jornada na negociação coletiva. O entendimento do STF, conforme o Tema nº
1.046, ratifica a validade desse acordo coletivo, conforme demonstrado na decisão da SBDI-II do
TST no Recurso Ordinário julgado.TST- RO-11130-56.2015.5.03.0000, SBDI-II, rel. Min. Luiz José
Dezena da Silva, julgado em 16/5/2023. (Info 273 - TST)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 272
Em consonância com o Tema 1.046 da Repercussão Geral do STF, a validade da norma coletiva
que estabelece o regime de compensação 12x36 para atividade insalubre é reconhecida, não
envolvendo direito indisponível. A jurisprudência anterior consolidada no item VI da Súmula 85
do TST é superada pela nova compreensão jurisprudencial respaldada pelo precedente
vinculante do Supremo Tribunal Federal.(TST-RR-81-52.2019.5.23.0022, 1ª Turma, rel. Min.
Amaury Rodrigues Pinto Junior, julgado em 3/5/2023)(Info 272-TST)
Link direto
Link direto
A exigência do artigo 93 da Lei nº 8.213/91, que prevê cotas para pessoas com deficiência no
mercado de trabalho, impõe ao empregador não só a divulgação das vagas, mas também a
adoção de medidas efetivas para sua efetivação, inclusive mediante a adequação das funções
às limitações dos candidatos. A legislação e os tratados internacionais ratificados pelo Brasil
estabelecem a necessidade de igualdade de oportunidades e a proibição de discriminação por
deficiência, incluindo a não aplicação de critérios genéricos e desproporcionais no processo
seletivo para as vagas destinadas a pessoas com deficiência. A exigência injustificada de
qualificações excessivas e não razoáveis para funções como auxiliar de limpeza e atendente de
portaria configura discriminação por sobrequalificação, violando os princípios de igualdade de
oportunidades e inclusão. A obrigação de promover a inclusão das pessoas com deficiência no
mercado de trabalho não é afastada pela dificuldade de encontrar mão de obra qualificada,
cabendo ao empregador a adaptação do posto de trabalho às necessidades dos candidatos. O
descumprimento desse dever pode caracterizar dano moral coletivo, pois viola direitos sociais
constitucionalmente garantidos, justificando a condenação ao pagamento de indenização. (TST-
RR-1001046-33.2017.5.02.0712, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
10/5/2023) (Info 272- TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Assédio Moral Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo:
272
A condenação por danos morais em casos de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho,
em conformidade com o artigo 5º da Constituição Federal e o Código Civil de 2002, visa
proteger a dignidade, a integridade psíquica e o bem-estar individual do trabalhador. A aplicação
do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, respaldado por recomendações
internacionais e pelo Conselho Nacional de Justiça, busca equilibrar as forças no processo
judicial, especialmente considerando a vulnerabilidade da vítima, assegurando reparação
adequada e combatendo a perpetuação de estereótipos de gênero e discriminações. O Tribunal
Regional, ao reconhecer e fundamentar a gravidade do assédio moral e sexual no caso
analisado, adotou as orientações do Protocolo, demonstrando o respeito à dignidade da pessoa
humana e garantindo a proteção dos direitos da vítima. (TST-AIRR-10139-94.2021.5.03.0186, 3ª
Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em 10/5/2023)(Info 272 - TST)
Link direto
É cabível o habeas corpus contra a decisão que determina a suspensão do passaporte como
medida atípica de execução, quando essa medida viola o direito de locomoção do indivíduo,
especialmente se há circunstâncias relevantes, como a necessidade profissional do documento.
A decisão que prolonga o constrangimento ilegal do paciente ao manter a suspensão do
passaporte viola os princípios da menor onerosidade, proporcionalidade e razoabilidade,
podendo ser revista por meio do habeas corpus.TST-HCCiv-1000316-05.2022.5.00.0000, SBDI-II,
rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, 2/5/2023. (Info 272 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 271
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Discriminatória Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 271
Diante da jurisprudência consolidada do TST, a neoplasia maligna, por ser considerada uma
doença grave suscetível de gerar estigma ou preconceito, configura a presunção de dispensa
discriminatória, conforme estabelecido na Súmula nº 443. Nesse contexto, a dispensa de um
trabalhador doente, necessitando de tratamento médico regular, revela-se um ato ilegal e
abusivo, implicando risco de dano, visto a indispensabilidade do plano de saúde e da
manutenção da fonte de subsistência do empregado. TST-ROT-63-30.2021.5.05.0000, SBDI-II, rel.
Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 18/4/2023. (Info 271-TST)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Concurso Público Tema: Pessoa com Deficiência
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 271
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Contrato Individual de Trabalho Tema: Motorista por
Aplicativo Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 271
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Execução Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 271
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Adicionais, gratificações, etc. Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 271
A jurisprudência do STF tem reconhecido a aplicabilidade das leis municipais que estabelecem
benefícios trabalhistas para empregados públicos, equiparando-as aos regulamentos do
empregador. Dessa forma, a natureza salarial da parcela de alimentação e sua incorporação
remuneratória devem ser mantidas durante o contrato de trabalho, resguardando os direitos
adquiridos antes da vigência da lei que restringiu a integração da referida parcela à
remuneração.(TST-RR-10822-78.2019.5.15.0086, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira Valadão
Lopes, julgado em 19/4/2023)(Info 271-TST)
Link direto
A responsabilidade civil objetiva do empregador, prevista no art. 927, parágrafo único, do Código
Civil, é aplicável nos casos em que a atividade laboral apresenta exposição habitual a risco
especial, implicando ônus maior ao trabalhador do que aos demais membros da coletividade.
Nesse sentido, mesmo diante de acidente decorrente de evento de terceiro, o empregador é
objetivamente responsável pelos danos sofridos pelo empregado quando a dinâmica da
atividade expõe o trabalhador a um risco elevado à sua integridade física, como no caso de
frentista de posto de gasolina, reconhecendo-se sua responsabilidade por danos morais,
independentemente de culpa direta no evento.(TST-RR-10495-51.2021.5.15.0026, 3ª Turma, rel.
Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 26/4/2023)(Info 271-TST)
Link direto
O espólio detém legitimidade ativa para pleitear indenização por dano moral em nome de
trabalhador falecido, desde que ocorra a violação de direitos personalíssimos, cujo direito de
exigir reparação é transmissível com a herança (art. 943 do Código Civil). Contudo, se o
trabalhador falecer instantaneamente em decorrência de acidente de trabalho, não há tempo
para experimentar o dano moral em vida, extinguindo-se sua personalidade, o que inviabiliza a
configuração do dano moral e, portanto, a legitimidade do espólio para pleitear essa reparação.
(TST-RRAg-11001-71.2020.5.03.0163, 5ª Turma, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em
12/4/2023)(Info 270 - TST)
Link direto
A aquisição de unidades produtivas autônomas não configura sucessão trabalhista nos termos
do artigo 60 da Lei n° 11.101/2005, mesmo que o acordo envolva o uso da marca, quando não
há alteração na estrutura societária das empresas envolvidas. Contratos de concessão de uso e
exploração de marcas têm natureza mercantil e não implicam em modificação na estrutura da
empresa em recuperação judicial. A condição de retomada do uso da marca pela adquirente não
caracteriza distinção relevante para configurar sucessão trabalhista, conforme entendimento
vinculante do Supremo Tribunal Federal na ADI 3.934, que reconheceu a ausência de sucessão
de créditos trabalhistas na aquisição de unidades produtivas isoladas em contexto de
recuperação judicial. O descumprimento dessa decisão vinculante implica na inobservância do
artigo 102, § 2º, da Constituição Federal, afastando o reconhecimento de sucessão trabalhista
no caso em questão. (TST-RR-176300-03.2004.5.02.0030, 1ª Turma, rel. Min. Amaury Rodrigues
Pinto Junior, julgado em 29/3/2023)(Info 270- TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Contrato Individual de Trabalho Tema: Motorista por
Aplicativo Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 270
Link direto
Link direto
A decisão proferida em agravo de instrumento em recurso ordinário pode ser objeto de ação
rescisória, em caráter excepcional, quando resolve questão de mérito, como o indeferimento da
gratuidade de justiça, permitindo a desconstituição do acórdão e a posterior reabertura do
processo para que o autor possa emendar a petição inicial, sob os princípios da sanabilidade
dos vícios processuais, da cooperação e da decisão de mérito, conforme o CPC de 2015.TST-
ROT-11088-65.2019.5.03.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 28/3/2023.(Info 270
- TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Segurança e Medicina do Trabalho Tema: Dano moral
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 270
Na dispensa arbitrária de um trabalhador com debilidade física por motivo de doença grave,
presume-se a discriminação, em afronta aos princípios constitucionais e às normas
antidiscriminatórias. Essa presunção decorre da proteção aos valores sociais do trabalho, à
dignidade da pessoa humana e à vedação à discriminação no ambiente laboral. A Súmula 443/
TST pacifica esse entendimento, presumindo a discriminação na despedida de empregados com
doenças graves que suscitem estigma ou preconceito. A não classificação da doença como
suscetível de causar estigma não obsta a constatação da dispensa discriminatória, desde que
haja provas que a comprovem nos autos. (TST-RR-1000934-94.2017.5.02.0702, 3ª Turma, rel.
Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em 29/3/2023) (Info 270- TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Contrato Individual de Trabalho Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 270
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Estabilidade Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo:
270
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Acordo coletivo
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 270
A Lei 13.467/2017, ao alterar o artigo 477 da CLT, eliminou a exigência legal de assistência
sindical para formalização da rescisão contratual. Contudo, é viável que normas coletivas
estabeleçam autonomamente a obrigatoriedade de assistência sindical para esse fim, como
garantia adicional, prestigiando a negociação coletiva. No caso em questão, a cláusula de
Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), vigente até 30/06/2018, que impunha a homologação
das rescisões junto ao sindicato laboral, mesmo após a vigência da Lei da Reforma Trabalhista,
constitui vantagem extralegal benéfica e não viola a ordem jurídica. O não cumprimento dessa
cláusula, mesmo após a entrada em vigor da referida lei, enseja a aplicação da cláusula penal
(multa convencional), conforme estabelecido pela CCT, sendo legítima sua eficácia até o término
da sua vigência estipulada no instrumento normativo. O seu desrespeito configura violação do
próprio pacto coletivo.(TST-RR-10032-37.2019.5.15.0008, 3ª Turma, rel. Min. Mauricio Godinho
Delgado, julgado em 12/4/2023)(Info 270-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Adicionais, gratificações, etc. Tema: Horas
Extraordinárias Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 270
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 269
É válida norma coletiva que prevê o elastecimento de 10 minutos que antecedem e sucedem a
jornada para fins de apuração das horas extras.(TST-RRAg-816-79.2014.5.04.0381, 5ª Turma, rel.
Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 15/3/2023)(Info 269-TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Terceirização Tema: Ilegalidade Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 269
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa Incentivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 269
É inválida cláusula que obsta a adesão de empregado ao Plano de Desligamento Incentivo por
possuir ação judicial em face da empregadora.(TST-RR-484-88.2019.5.12.0034, 3ª Turma, rel.
Min. Alberto Bastos Balazeiro, julgado em 22/3/2023)(Info 269-TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Partes e Procuradores Tribunal: TST Ano:
2023 Informativo: 269
Link direto
Tempo despendido com o deslocamento interno, após a Reforma, não é considerado tempo à
disposição. TST-Ag-RRAg-713-29.2021.5.06.0201, 5ª Turma,rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues,
julgado em 15/3/2023. (Info 269 - TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Outros assuntos Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 269
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Dissídio Coletivo Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 269
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tribunal: TST Ano: 2023
Informativo: 269
Jornada: é válida cláusula que estabelece possibilidade de jornada superior a 8 horas em regime
de compensação em turnos ininterruptos de revezamento.(TST-RRAg-489-43.2018.5.17.0152, 5ª
Turma, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 15/3/2023)(Info 269-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa imotivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 269
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Horas Extras Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 269
Não se incluem as horas de sobreaviso na base de cálculo das horas extras. (TST-Ag-
AIRR-10846-98.2015.5.18.0010, 6ª Turma, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, julgado em
15/3/2023)(Info 269-TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Condições de Trabalho Tema: Análogo à escravidão
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 268
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Dispensa imotivada Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 268
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Intervalos Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 268
Quando, além da pré-assinalação, há alguns dias em que o intervalo intrajornada não é anotado,
há presunção relativa de validade da pré-assinalação nos dias não anotados.(TST-
RR-2881-98.2017.5.09.0091, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
8/3/2023)(Info 268 - TST)
Link direto
Não cabe rescisória contra acórdão que rejeita a exceção de pré-executividade. TST-
RO-353-46.2017.5.10.0000, SBDI-II, rel. Min. Amaury Rodrigues Pinto Junior, julgado em
7/3/2023.(Info 268- TST)
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Execução Tema: Quitação Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 268
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Jornada de trabalho Tema: Intervalos Tribunal: TST
Ano: 2023 Informativo: 268
Restrição ao direito de ir e vir durante o intervalo gera danos morais ‘in re ipsa’. (TST-
AIRR-101786-94.2017.5.01.0501, 3ª Turma, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em
8/3/2023)
Link direto
Link direto
Determinação do magistrado de ordenar a satisfação dos créditos por antiguidade é lícita. (TST-
Ag-AIRR-2500-46.2008.5.13.0010, 5ª Turma, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em
1/3/2023) (Info 268- TST)
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Direito Coletivo do Trabalho Tema: Greve Tribunal:
TST Ano: 2023 Informativo: 267
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Condições de Trabalho Tema: Higiene e Saúde
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 267
Link direto
O trabalho pela plataforma tecnológica – e não para ela -, não atende aos critérios definidos nos
artigos 2º e 3º da CLT,
Link direto
Não apresentação dos controles de jornada não gera presunção relativa da alegada na
inicial(TST-Ag-AIRR-1196-93.2017.5.10.0102, 4ª Turma, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado
em 7/2/2023) (Info 267 - TST)
Link direto
Link direto
Após a Lei n.º 13.342/16, o agente comunitário de saúde tem direito ao adicional de
insalubridade independente da classificação da atividade na relação oficial do MTE(TST-Ag-
RR-10311-12.2016.5.15.0078, 7ª Turma, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado em
8/2/2023) (Info 267- TST)
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Adicionais, gratificações, etc. Tema: Vale Transporte
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 267
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual do Trabalho Assunto: Prazos Processuais Tema: Data de Início
Tribunal: TST Ano: 2023 Informativo: 267
Certificação incorreta do prazo por falha do Poder Judiciário gera cerceamento de defesa. (TST-
RR-1046-13.2011.5.18.0131, 8ª Turma, rel. Min. Delaíde Alves Miranda Arantes, julgado em
8/2/2023) (Info 267 - TST)
Link direto
226 Julgados exportados
Tribunal: STJ, Ano: 2023,
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Execução Fiscal Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
1102
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Estaduais Tema: ICMS Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 799
O ICMS-ST não compõe a base de cálculo da Contribuição ao PIS e da COFINS, devidas pelo
contribuinte substituído no regime de substituição tributária progressiva.REsp 1.896.678-RS e
REsp 1.958.265-SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
13/12/2023 (Tema 1125 - Recursos Repetitivos) (Info 799 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra o patrimônio Tema: Roubo Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 799
A utilização de simulacro de arma configura a elementar grave ameaça do tipo penal do roubo,
subsumindo à hipótese legal que veda a substituição da pena. REsp 1.994.182-RJ, Rel. Ministro
Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por maioria, julgado em 13/12/2023 (Tema 1171 -
Recursos Repetitivos) (Info 799 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Das penas Tema: Extinção da punibilidade Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 798
As decisões proferidas pelo Superior Tribunal Justiça, em recurso interposto contra o acórdão
confirmatório da pronúncia, não se inserem no conceito do art. 117, inciso III, do Código Penal
como causa interruptiva da prescrição. HC 826.977-SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Rel. para
acórdão Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por maioria, julgado em
5/12/2023. (Info 798 - STJ)
Link direto
O galpão destinado para atividades comerciais não se enquadra no conceito de domicílio, ainda
que por extensão. AgRg no HC 845.545-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Info 798 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Precatórios Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
798
O art. 100, § 1º, da Constituição Federal traz um rol exemplificativo, de sorte que a definição da
natureza alimentar das verbas nele elencadas encontra-se vinculada à destinação precípua de
subsistência do credor e de sua família. RMS 72.481-BA, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Turma, por unanimidade, julgado em 5/12/2023. (Info 798 - STJ)
Link direto
Enquanto sanção premial atípica, a imediata privação da liberdade, nos termos do acordo de
colaboração premiada, condicionada à homologação judicial, não ofende a Constituição ou a lei
de regência. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Raul Araújo, Corte Especial, por
maioria, julgado em 23/11/2023. (Info 798 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
798
O juiz não pode desconsiderar a cronologia das etapas da valoração das provas, sob pena de
facilitar verdadeira inversão do ônus da prova no caso concreto, exigindo da defesa o que
primeiro caberia à acusação. REsp 2.042.215-PE, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Rel. para
acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por maioria, julgado em 3/10/2023, DJe
25/10/2023. (Info 798 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tema: Cobertura Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 798
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Fixação de honorários advocatícios Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 797
Os custos decorrentes da contratação de advogado para o ajuizamento de ação, por si só, não
são indenizáveis, sob pena de atribuir ilicitude a qualquer pretensão questionada judicialmente.
AgInt no AREsp 2.135.717-SP, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 30/10/2023, DJe 6/11/2023. (Info 797 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Concurso Público Tema: Edital Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 797
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Acordo de Não Persecução Penal - ANPP
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 797
O fato de o acordo de não persecução penal não gerar reincidência ou maus antecedentes não
necessariamente implica o reconhecimento de "bom comportamento público e privado", para
fins de reabilitação criminal, conforme estabelecido no art. 94, II, do Código Penal. REsp
2.059.742-RS, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
28/11/2023. (Info 797 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tema: Reembolso Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 797
Configurada a omissão da operadora na indicação de prestador de serviço de saúde da rede
credenciada, o beneficiário faz jus ao reembolso integral das despesas assumidas com o
tratamento de saúde. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 7/11/2023, DJe 14/11/2023. (Info 797 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Ação Penal Tema: Representação Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 797
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Busca pessoal Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 796
Link direto
A aplicação do percentual de reserva de vagas para candidatos com deficiência que resulta em
número fracionário enseja o seu arredondamento para o inteiro imediatamente superior. AREsp
2.397.514-SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, por unanimidade, julgado
em 21/11/2023. (Info 796 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tema: Remoção Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 794
Para fins de concessão de remoção ao servidor público, ainda que provisoriamente, à luz do art.
36, parágrafo único, III, b, da Lei 8.112/1990, há a necessidade de preenchimento do requisito da
dependência econômica, não abrangendo eventual dependência física ou afetiva. REsp
2.015.278-PB, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
7/11/2023. (Info 794 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Progressão de
Regime Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 794
Não configura combinação de leis a aplicação do requisito objetivo para a progressão de regime
previsto na antiga redação do art. 112 da Lei de Execução Penal, em relação ao crime comum, e
a aplicação retroativa do Pacote Anticrime para reger apenas a progressão do crime hediondo,
quando ambos os delitos compõem uma mesma execução penal e foram praticados em
momento anterior à edição da Lei n. 13.964/2019. REsp 2.026.837-SC, Rel. Ministro Messod
Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 7/11/2023. (Info 794 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da comunicação dos atos processuais Tema:
Intimação Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 794
Se o devedor fiduciante se escusa, por diversas vezes, de receber as intimações para purgar a
mora em seu endereço comercial, conforme expressamente indicado no contrato de alienação
fiduciária de imóvel, induzindo os Correios a erro ao indicar possível mudança de domicílio que
nunca existiu, não há óbice à sua intimação por edital. REsp 1.733.777-SP, Rel. Ministra Maria
Isabel Gallotti, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 17/10/2023, DJe 23/10/2023. (Info
794 - STJ)
Link direto
Não incide a contribuição previdenciária da Lei n. 8.212/1991 sobre os valores vertidos a planos
de previdência privada complementar de administradores não empregados, mesmo quando não
disponibilizados à totalidade de empregados e dirigentes da empresa. (1) A distribuição de
lucros e resultados destinada aos administradores sem vínculo empregatício, na condição de
segurados obrigatórios (contribuintes individuais), constitui verba remuneratória, devendo
integrar o salário de contribuição. (2)REsp 1.182.060-SC, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Turma, por unanimidade, julgado em 7/11/2023. (Info 794 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Reincidência Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 793
Link direto
A pretensão de expedição de novo precatório ou requisição de pequeno valor, fundada nos arts.
2º e 3º da Lei n. 13.463/2017, sujeita-se à prescrição quinquenal prevista no art. 1º do Decreto n.
20.910/1932 e tem, como termo inicial, a notificação do credor, na forma do § 4º do art. 2º da
Lei n. 13.463/2017. REsp 1.961.642-CE, REsp 1.944.707-PE, REsp 1.944.899-PE, Rel. Ministra
Assusete Magalhães, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/10/2023 (Tema 1141 -
Recursos Repetitivos). (Info 793 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Sigilo de dados Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 792
AREsp 2.309.888-MG, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 17/10/2023.
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 792
"A reincidência pode ser admitida pelo juízo das execuções penais para análise da concessão de
benefícios, ainda que não reconhecida pelo juízo que prolatou a sentença condenatória".
REsp 2.049.870-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por maioria, julgado em
17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Tema 1208).
REsp 2.055.920-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por maioria, julgado em
17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Tema 1208)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Práticas Comerciais Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 792
REsp 1.370.677-SP, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em
17/10/2023.
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Licitação Tema: Modalidades Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 792
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Falta grave Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 792
"A recusa do detento em aceitar alimento que julga impróprio para consumo, quando realizada
de forma pacífica e sem ameaçar a segurança do ambiente carcerário, não configura falta
grave."
Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade,
julgado em 17/10/2023.
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Concurso de Crimes Tema: Continuidade Delitiva Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 792
REsp 2.029.482-RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
17/10/2023. (Tema 1202).
REsp 2.050.195-RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
17/10/2023 (Tema 1202).
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Prescrição Tema: Prazos Prescricionais Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 792
REsp 2.088.100-SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
17/10/2023.
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Dos processos nos Tribunais e dos Meios de
Impugnação das decisões judiciais Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 790
A aplicação do art. 942 do CPC/2015 deve ser observada no julgamento não unânime dos
embargos de declaração na hipótese em que, do julgamento dos embargos de declaração
opostos contra o acórdão de apelação unânime, surge divergência que altera o resultado
inicial.AREsp 2.214.392-SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, por unanimidade,
julgado em 3/10/2023, DJe 5/10/2023.(Info 790- STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Procedimentos Especiais Tema: Ações sobre
Alimentos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 790
É possível a inclusão das prestações alimentícias vencidas no curso da execução, ainda que o
credor opte pelo procedimento da coerção patrimonial, previsto no art. 528, § 8º, do CPC/2015,
em observância dos princípios da efetividade, da celeridade e da economia processual.Processo
em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 12/9/2023.(Info 790 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Tempestividade Tema: Feriado Local Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 790
O dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) não é considerado feriado nacional, mas, sim,
feriado local, o qual deve ser comprovado no momento da interposição do recurso, não se
admitindo a comprovação posterior.AgInt no AREsp 1.490.251-AL, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 2/10/2023.(Info 790 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Ação Rescisória Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 790
A base de cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais deve ter como parâmetro a
própria ação rescisória, e não a ação originária cuja decisão se pretende rescindir.REsp
2.068.654-PA, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
12/9/2023, DJe 15/9/2023.(Info 790 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tema: Greve Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 789
A impossibilidade de obtenção dos registros acerca dos dias não trabalhados ou das horas
compensadas não pode se tornar um óbice para descontar os dias não trabalhados pelos
servidores públicos em decorrência de greve. Pet 12.329-DF, Rel. Ministro Francisco Falcão,
Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 27/9/2023, publicado em 2/10/2023. (Info 789 -
STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Alienação fiduciária em garantia Tema: Alienação Fiduciária
de bens imóveis Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 789
Link direto
Link direto
A existência de grupo econômico entre as empresas envolvidas impõe que as falências devem
ser reunidas perante o juízo onde fica localizado o principal estabelecimento do devedor
conforme estabelecido no art. 3º da Lei 11.101/2005.CC 183.402-MG, Rel. Min. Humberto
Martins, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 27/9/2023.(Info 789 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tema: Férias Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 789
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Alienação fiduciária em garantia Tema: Alienação Fiduciária
de bens imóveis Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 789
Em execução por dívida condominial movida pelo condomínio edilício, é possível a penhora do
próprio imóvel que dá origem ao débito, ainda que esteja alienado fiduciariamente, devendo o
condomínio exequente promover a prévia citação também do credor fiduciário, a fim de que
venha integrar a execução, facultando-lhe a oportunidade de quitar o débito condominial.REsp
2.059.278-SC, Rel. Ministro Marco Buzzi, Rel. para acórdão Ministro Raul Araújo, Quarta Turma,
por maioria, julgado em 23/5/2023, DJe 12/9/2023.(Info 789 - STJ)
Link direto
Embora a alteração no contrato social da sociedade empresária possa produzir efeitos desde
logo, antes mesmo de seu registro na Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas, a produção de efeitos externos, em relação a terceiros, pressupõe que seja
adequadamente formalizada e publicizada por intermédio de seu registro.REsp 1.864.618-RJ,
Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 12/9/2023,
DJe 19/9/2023.(Info 789 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Cumprimento de sentença Tema: Prazo para
pagamento Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 789
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Condomínio Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 789
Subsistindo o condomínio sobre determinado bem imóvel após a partilha, por ato voluntário dos
coerdeiros que aceitaram a herança, os sucessores coproprietários do imóvel respondem
solidariamente pelas respectivas despesas condominiais, independentemente da
expedição do formal de partilha, resguardado o direito de regresso constante do art. 283 do CC.
REsp 1.994.565-MG, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze,Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Recursos Tema: Recurso Especial Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 788
Não é cabível agravo interno contra decisão que indefere o ingresso de terceiro na qualidade de
amicus curiae em recurso especial representativo de controvérsia.AgInt na PET no REsp
1.908.497-RN, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
13/9/2023, DJe 20/9/2023. (Info 788 - STJ)
Link direto
A vendedora de passagem aérea não responde solidariamente com a companhia aérea pelos
danos morais e materiais experimentados pelo passageiro em razão do cancelamento do
voo.REsp 2.082.256-SP, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por maioria, julgado
em 12/9/2023, DJe 21/9/2023. (Info 788 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Responsabilidade por danos ao meio ambiente Tema:
registros de propriedade particular Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 787
As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo possível exigi-las, à escolha do
credor, do proprietário ou possuidor atual, de qualquer dos anteriores, ou de ambos, ficando
isento de responsabilidade o alienante cujo direito real tenha cessado antes da causação do
dano, desde que para ele não tenha concorrido, direta ou indiretamente.REsp 1.953.359-SP, Rel.
Ministra Assusete Magalhães, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/9/2023(Info 787
- STJ)
Link direto
Não ocorre renúncia tácita à prescrição (art. 191 do Código Civil), a ensejar o pagamento
retroativo de parcelas anteriores à mudança de orientação jurídica, quando a Administração
Pública, inexistindo lei que, no caso concreto, autorize a mencionada retroação, reconhece
administrativamente o direito pleiteado pelo interessado.REsp 1.925.192-RS, Rel. Ministro Sérgio
Kukina, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/9/2023(Info 787 - STJ)
Link direto
(I) É de cobertura obrigatória pelos planos de saúde a cirurgia plástica de caráter reparador ou
funcional indicada pelo médico assistente, em paciente pós-cirurgia bariátrica, visto ser parte
decorrente do tratamento da obesidade mórbida;
REsp 1.870.834-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 13/09/2023, DJe 19/9/2023(Info 787 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Recursos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
787
É cabível agravo de instrumento contra a decisão que acolhe embargos à monitória para excluir
a parte dos litisconsortes passivos, remanescendo o trâmite da ação monitória em face de outro
réu.REsp 1.828.657-RS, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 5/9/2023. (Info 787 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Responsabilidade por danos ao meio ambiente Tema:
Responsabilidade administrativa ambiental Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 787
A validade das multas administrativas por infração ambiental, previstas na Lei n. 9.605/1998,
independe da prévia aplicação da penalidade de advertência.REsp 1.984.746-AL, Rel. Ministra
Regina Helena Costa, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/9/2023, DJe 19/9/2023.
(Tema 1159). (Info 787 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Circunstâncias judiciais - art. 59
do CP Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 786
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Crime continuado Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 786
Não incide a regra a continuidade delitiva especifica nos crimes de estupro praticados com
violência presumida.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 5/9/2023, DJe 8/9/2023. (Info 786 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Lei Maria da Penha Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
786
A alteração promovida pela Lei n. 14.550/2023 não provocou qualquer modificação quanto à
natureza cautelar penal das medidas protetivas previstas no art. 22, incisos I, II e III, da Lei n.
11.340/2006, apenas previu uma fase pré-cautelar na disciplina das medidas protetivas de
urgência.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 5/9/2023. (Info 786 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Provas Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 786
A plenitude de defesa exercida no Tribunal do Júri não impede que o magistrado avalie a
pertinência da produção da prova.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Messod Azulay
Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 5/9/2023. (Info 786 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Questionário e Votação
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 786
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Lei Maria da Penha Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
785
Link direto
Disciplina: Direito Empresarial Assunto: Direito da Empresa e Direito Societário Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 785
A contratação de links patrocinados, em regra, caracteriza concorrência desleal quando: (I) a
ferramenta Google Ads é utilizada para a compra de palavra-chave correspondente à marca
registrada ou a nome empresarial; (II) o titular da marca ou do nome e o adquirente da palavra-
chave atuam no mesmo ramo de negócio (concorrentes), oferecendo serviços e produtos tidos
por semelhantes; e (III) o uso da palavra-chave é suscetível de violar as funções identificadora e
de investimento da marca e do nome empresarial adquiridos como palavra-chave.REsp
2.032.932-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 8/8/2023, DJe 24/8/2023. (Info 785 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Contratos em espécie Tema: Comodato e Mútuo Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 785
No contrato de comodato, não poderá o comodante ser onerado pelas despesas ordinárias da
coisa, exceto em caso de consentimento expresso.AgInt no AREsp 1.657.468-SP, Rel. Ministro
João Otávio de Noronha, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 21/8/2023, DJe
23/8/2023. (Info 785 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da sentença e da coisa julgada Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 785
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Execução Extrajudicial Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 785
Em exibição incidental de documentos, cabe a presunção relativa de veracidade dos fatos que a
parte adversa pretendia comprovar com a juntada dos documentos solicitados, sendo que, no
julgamento da lide, as consequências dessa veracidade serão avaliadas, em conjunto com as
demais provas produzidas.AgInt no AREsp 2.102.423-PR, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta
Turma, por unanimidade, julgado em 21/8/2023, DJe 24/8/2023. (Info 785 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Lei Maria da Penha Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 785
A decisão que homologa o arquivamento do inquérito que apura violência doméstica e familiar
contra a mulher deve observar a devida diligência na investigação e a observância de aspectos
básicos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho Nacional de
Justiça, em especial quanto à valoração da palavra da vítima, corroborada por outros indícios
probatórios, que assume inquestionável importância.RMS 70.338-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz,
Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/8/2023. (Info 785 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Certidão da Dívida Ativa - CDA Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 785
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Sigilo de dados Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 785
Sob pena de nulidade, a utilização da fundamentação per relationem demanda, ainda que
concisamente, acréscimos de fundamentação pelo magistrado ou exposição das premissas
fáticas que formaram sua convicção.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio
Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 8/8/2023, DJe 15/8/2023. (Info
785 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Competência Tema: Competência por
prerrogativa de função Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 785
Link direto
Disciplina: Direito do Trabalho Assunto: Aviso Prévio e Término do Contrato de Trabalho Tema:
Verbas rescisórias Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 779
É legal a fixação, em ato normativo infralegal, de prazo máximo para o trabalhador formal
requerer o seguro-desemprego. (REsp 1.959.550-RS, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira
Seção, por unanimidade, julgado em 14/6/2023 - Tema 1136) (Info 779 – STJ)
Link direto
Compete ao Tribunal do Júri Federal julgar causa na qual há demonstração de interesse federal
específico em relação ao crime doloso contra a vida, ou quando há conexão deste com crime
federal.CC 194.981-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
24/5/2023.(Info 778 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Ingresso em domicílio Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 778
A confissão do réu, por si só, não autoriza a entrada dos policiais em seu domicílio, sendo
necessário que a permissão conferida de forma livre e voluntária pelo morador seja registrada
pela autoridade policial por escrito ou em áudio e vídeo.AgRg no AREsp 2.223.319-MS, Rel.
Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 9/5/2023, DJe
12/5/2023.(Info 778 - STJ)
Link direto
A despeito de não se exigir prova de abuso ou fraude para aplicação da Teoria Menor da
desconsideração da personalidade jurídica, não é possível a responsabilização pessoal de sócio
que não desempenhe atos de gestão, ressalvada a prova de que contribuiu, ao menos
culposamente, para a prática de atos de administração.REsp 1.900.843-DF, Rel. Ministro Paulo
de Tarso Sanseverino (in memorian), Rel. para acórdão Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, por maioria julgado em 23/5/2023, DJe 30/5/2023.(Info 777 - STJ)
Link direto
A responsabilidade por fato do serviço, por não ter a instituição financeira tomado medidas de
segurança adequadas, quando inequívoco que o ato ilícito praticado por terceiro foi a causa
determinante pelos danos sofridos pelo consumidor, não afasta a exceção à solidariedade,
disposta no art. 285 do Código Civil.REsp 2.069.446-SP, Rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 23/5/2023, DJe 29/5/2023.(Info 777 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra a Dignidade Sexual Tema: Estupro de
vulnerável Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 777
Link direto
Compete à Justiça estadual processar e julgar causa quando não se verifica, da atuação de
indiciado que se autodeclara quilombola, disputa alguma por terra quilombola ou interesse da
comunidade na ação delituosa.
CC 192.658-RO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
10/5/2023, DJe 16/5/2023. (Info 777 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra o patrimônio Tema: Furto Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 777
No crime de furto contra empresa de segurança e transporte de valores, o prejuízo está inserido
no risco do negócio e não autoriza a exasperação da pena basilar, porquanto ínsito ao tipo
penal.AgRg no REsp 2.322.175-MG, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 30/5/2023.(Info 777 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
777
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Nulidades Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 777
Não se pode compreender que uma postura mais firme (ou até mesmo dura) do Juiz Presidente
ao inquirir testemunha, durante a sessão plenária, influencie os jurados, a quem a Constituição
da República pressupôs a plena capacidade de discernimento, ao conceber o direito
fundamental do Tribunal do Júri.HC 682.181-RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 16/5/2023, DJe 23/5/2023.(Info 777 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Modalidades de Ações Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 777
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra o patrimônio Tema: Latrocínio Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 777
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Das partes e dos procuradores Tema: Despesas,
Honorários Advocatícios e Multas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 777
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Bem de Família Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 776
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 776
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Plano de Saúde Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 776
O menor sob guarda judicial do titular de plano de saúde deve ser equiparado a filho natural,
impondo-se à operadora a obrigação de inscrevê-lo como dependente natural - e não como
agregado - do guardião.REsp 2.026.425-MS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/5/2023, DJe 25/5/2023.(Info 776-STJ)
Link direto
A prorrogação do processo administrativo disciplinar, por si, não pode ser reconhecida como
causa apta a ensejar nulidade, porque não demonstrado o prejuízo consequente dessa
prorrogação. (AgInt no RMS 69.803-CE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
por unanimidade, julgado em 9/5/2023.) (INFO – 775 – STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Jurisdição e competência Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 774
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Procedimentos Especiais Tema: Ações
Possessórias Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 774
A via processual adequada para a retomada, pelo proprietário, da posse direta de imóvel locado
é a ação de despejo, na forma do art. 5º da Lei n. 8.245/1991, não servindo para esse propósito
o ajuizamento de ação possessória.REsp 1.812.987-RJ, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira,
Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 27/4/2023, DJe 4/5/2023.(Info 774 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Administrativo Assunto: Servidores Públicos Tema: Remoção Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 774
A norma do art. 36, III, "b", da Lei n. 8.112/1990 não pode ser aplicada de maneira subsidiária
aos membros do Ministério Público da União. (Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro
Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 9/5/2023.) (Info – 774 – STJ)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Bancos de dados. Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 773
Link direto
É cabivel a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, entre a sentença
condenatória e o julgamento dos embargos de declaração, o réu atinge a idade superior a 70
anos, tendo em vista que a decisão que julga os embargos integra a própria sentença
condenatória -EDcl no AgRg no REsp 1.877.388-CE, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro,
Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 2/5/2023, DJe 5/5/2023 (Info 773 - STJ).
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da sentença e da coisa julgada Tema: Coisa
julgada Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 773
A parte, ao escolher demandar junto ao juizado especial, renuncia o crédito excedente, incluindo
os pedidos interdependentes (principal e acessório) que decorrem da mesma causa de pedir, e
não só o limite quantitativo legal.AgInt no REsp 2.002.685-PB, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta
Turma, por unanimidade, julgado em 27/3/2023, DJe 31/3/2023. (Info 773- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Plano de Saúde Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 773
É abusiva a atitude da operadora que tenta descontinuar o custeio de internação do neonato que
seja filho de dependente e neto do titular ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias de seu
nascimento.REsp 2.049.636-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 25/4/2023, DJe 28/4/2023.(Info 773 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Plano de Saúde Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 773
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
773
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Direito de Família Tema: Casamento Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 772
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Princípios Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
772
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Bem de Família Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 771
O fato de o bem imóvel ter sido adquirido no curso da demanda executiva não afasta a
impenhorabilidade do bem de família. AgInt nos EDcl no AREsp 2.182.745-BA, Rel. Ministro Raul
Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 18/4/2023. (Info 771 - STJ).
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Recursos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
770
Link direto
Lesão corporal grave. Perda dos dentes. Doença preexistente que causa a perda precoce dos
dentes. Concausa anterior relativamente independente. Desclassificação para lesão leve.
Impossibilidade - Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro,
Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/3/2023 (Info 770 - STJ).
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Lei Maria da Penha Tema: Concessão de
medidas protetivas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 770
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei de Drogas (Lei
11.343/06) Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 770
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Proteção contratual Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 769
Cabe à autoridade judiciária brasileira processar e julgar a ação de rescisão contratual em que
os autores pactuaram contrato de adesão de prestação de serviços hoteleiros - sendo os
aderentes consumidores finais - com sociedade empresária domiciliada em território estrangeiro
e os autores domiciliados no Brasil. REsp 1.797.109-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 21/3/2023, DJe 24/3/2023. (Info 769 - STJ).
Link direto
O art. 5º, XL, da Constituição da República prevê a possibilidade de retroatividade da lei penal,
sendo cabível extrair-se do dispositivo constitucional princípio implícito do Direito Sancionatório,
segundo o qual a lei mais benéfica retroage no caso de sanções menos graves, como a
administrativa (AgInt no REsp 2.024.133-ES, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma,
por unanimidade, julgado em 13/3/2023, DJe 16/3/2023.) (Info – 769 - STJ)
Link direto
Link direto
Link direto
A pessoa jurídica de direito privado delegatária de serviço público somente tem legitimidade
ativa para ingressar com pedido de suspensão de segurança na hipótese em que estiver
atuando na defesa de interesse público primário relacionado com os termos da própria
concessão e prestação do serviço público. AgInt na SLS 3.169-RS, Rel. Ministra Maria Thereza
de Assis Moura, Corte Especial, por maioria, julgado em 15/3/2023. (Info 768 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Direitos da personalidade Tema: Nome Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 768
Não é possível a completa supressão e substituição total do nome registral, por pessoa
autoidentificada como indígena, por ausência de previsão legal, bem como por respeito ao
princípio da segurança jurídica e das relações jurídicas a serem afetadas. REsp 1.927.090-RJ,
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, por
maioria, julgado em 21/3/2023. (Info 768 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da comunicação dos atos processuais Tema:
Intimação Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 768
Não é possível restabelecer prazo para apelação, sob alegação de nulidade da intimação, após o
decurso de mais de dois anos do trânsito em julgado da sentença. REsp 1.833.871-TO, Rel.
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 21/3/2023.
(Info 768 - STJ).
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Dano Moral Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
767
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Remição da pena
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
É cabível a remição da pena pela aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, ainda
que o apenado já tenha concluído o ensino médio antes do encarceramento, excluído o
acréscimo de 1/3 (um terço) com fundamento no art. 126, § 5º, da Lei de Execução Penal.AgRg
no HC 768.530-SP, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 6/3/2023, DJe 9/3/2023.(Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Empresarial Assunto: Títulos de crédito Tema: Cédulas de crédito Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Dano Moral Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Provas no processo civil Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 767
O art. 382, § 4º, do Código de Processo Civil não pode ser interpretado em sua acepção literal,
de modo a obstar qualquer manifestação da parte adversa no procedimento de antecipação de
provas, em detida observância do contraditório.
REsp 2.037.088-SP, Relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 7/3/2023, DJe 13/3/2023. (Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Municipais Tema: IPTU Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 767
A responsabilidade pelo adimplemento dos débitos tributários que recaiam sobre o bem imóvel
é do arrematante havendo expressa menção no edital de hasta pública nesse sentido.AgInt no
REsp 1.921.489-RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, por unanimidade,
julgado em 28/2/2023, DJe 7/3/2023.(Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Circunstâncias judiciais - art. 59
do CP Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
É idônea a valoração negativa dos motivos do crime na hipótese em que o agressor se utiliza de
ameaças para constranger a vítima a desistir de requerer o divórcio e pensão alimentícia em
benefício dos filhos.AgRg no HC 746.729-GO, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 19/12/2022, DJe 21/12/2022. (Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Ingresso em domicílio Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Execução Fiscal Tema: Busca por bens penhoráveis
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Para cumprimento dos requisitos arrolados no art. 16, caput, I e II, e § 4º, II, da LRF é necessário
instruir a petição inicial da ação expropriatória de imóveis com a estimativa do impacto
orçamentário-financeiro e apresentar declaração a respeito da compatibilidade das despesas
necessárias ao pagamento das indenizações ao disposto no plano plurianual, na lei de diretrizes
orçamentárias e na lei orçamentária anual.REsp 1.930.735-TO, Rel. Ministra Regina Helena
Costa, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 28/2/2023, DJe 2/3/2023.(Info 767 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Saída temporária
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 767
Não se aplica limite temporal à análise do requisito subjetivo para concessão de saída
temporária, devendo ser considerado todo o período de execução da pena, a fim de se averiguar
o mérito do apenado.HC 795.970-SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
por unanimidade, julgado em 14/3/2023.(Info 767 - STJ)
Link direto
O shopping center e o estacionamento vinculado a ele podem ser responsabilizados por roubo à
mão armada ocorrido na cancela para ingresso no estabelecimento comercial, em via pública.
REsp 2.031.816-RJ, Relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 14/3/2023. (Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Testemunhas Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 767
Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou atendimento médico-
hospitalar por ter praticado manobras abortivas, uma vez que se mostra como confidente
necessário, estando proibido de revelar segredo do qual tem conhecimento, bem como de depor
a respeito do fato como testemunha.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Sebastião
Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/3/2023.(Info 767 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Dano Moral Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 766
O vazamento de dados pessoais não gera dano moral presumido.AREsp 2.130.619-SP, Rel.
Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 7/3/2023, DJe
10/3/2023.(Info 766 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Ação Penal Tema: Acordo de Não Persecução
Penal Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 766
Por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado
acerca da proposta do Acordo de Não Persecução Penal.REsp 2.024.381-TO, Rel. Ministro
Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado
em 7/3/2023. (Info 766- STJ)
Link direto
A oitiva do representado deve ser o último ato da instrução no procedimento de apuração de ato
infracional.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 28/2/2023. (Info 766 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Ação Penal Tema: Denúncia Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 766
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Prisões Tema: Prisão Domiciliar Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 765
A utilização do próprio filho para a prática de crimes, por se tratar de situação de risco ao menor,
obsta a concessão de prisão domiciliar.AgRg no HC 798.551-PR, Rel. Ministro Jesuíno Rissato
(Desembargador convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/2/2023.
(Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Competência Tema: Competência pela natureza
da infração Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 765
A partir da entrada em vigor da Lei n. 13.431/2017, nas comarcas em que não houver vara
especializada em crimes contra a criança e o adolescente, compete à vara especializada em
violência doméstica julgar as ações penais que apurem crimes envolvendo violência contra
crianças e adolescentes, independentemente de considerações acerca do sexo da vítima ou da
motivação da violência, ressalvada a modulação de efeitos realizada no julgamento do EAREsp
2.099.532/RJ.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 14/2/2023. (Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Sentença Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
765
O art. 385 do Código de Processo Penal (Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem
como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada) é compatível com o
sistema acusatório e não foi tacitamente derrogado pelo advento da Lei n. 13.964/2019,
responsável por introduzir o art. 3º-A no Código de Processo Penal. REsp 2.022.413-PA, Rel.
Ministro Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma,
por maioria, julgado em 14/2/2023. (Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da comunicação dos atos processuais Tema:
Intimação Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 765
A intimação pessoal do autor da ação é obrigatória para a complementação das custas iniciais,
restringindo-se à aplicação do cancelamento de distribuição estabelecida no art. 290 do Código
de Processo Civil às hipóteses em que não é feito recolhimento algum de custas
processuais.AREsp 2.020.222-RJ, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 28/3/2023.(Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Impostos Municipais Tema: ITBI Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 765
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Usucapião Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 765
Não configura decisão extra petita a sentença que, reconhecendo a usucapião, determina a
liquidação para individualizar a área usucapida, ainda que não haja pedido expresso na
inicial.AgInt no REsp 1.802.192-MG, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 12/12/2022, DJe 15/12/2022.(Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra a Administração Pública Tema: Descaminho
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 765
Incide a causa especial de aumento de pena prevista no § 3º do art. 334 do Código Penal
quando se tratar de descaminho praticado em transporte aéreo, não sendo relevante o fato de o
voo ser regular ou clandestino.AgRg no AREsp 2.197.959-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, Quinta Turma, por maioria, julgado em 28/2/2023. (Info 765 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Inquérito Policial Tema: Competência Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 764
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Questionário e Votação
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 764
A confirmação pelo tribunal do júri da dissimulação e do uso de meio que dificultou a defesa da
vítima deve ensejar uma única elevação em decorrência da qualificadora contida no art. 121, §
2º, inciso IV, do Código Penal, ainda que quesitadas individualmente e não guardem relação de
interdependência entre si.Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta
Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023. (Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Testemunhas Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 764
É possível a antecipação de provas para a oitiva de testemunhas policiais, dado que, pela
natureza dessa atividade profissional, diariamente em contato com fatos delituosos
semelhantes, o decurso do tempo traz efetivo risco de perecimento da prova testemunhal por
esquecimento.AgRg no AREsp 1.995.527-SE, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta
Turma, por unanimidade, julgado em 19/12/2022, DJe 21/12/2022. (Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Ação Penal Tema: Denúncia Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 764
Antes das alterações introduzidas pela Lei n. 12.015/2009, o Ministério Público já era parte
legítima para propor a ação penal pública incondicionada destinada a verificar a prática de
crimes sexuais contra crianças.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares
da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 28/11/2022, DJe 1º/12/2022. (Info 764
- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Processo Coletivo Tema: Ação Civil Pública
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 764
Ainda que o processo esteja em curso no Superior Tribunal de Justiça, o Ministério Público
Federal não possui legitimidade para substituir associação extinta por decisão judicial em ação
civil pública proposta perante a Justiça estadual.REsp 1.678.925-MG, Rel. Ministra Maria Isabel
Gallotti, Quarta Turma, por maioria, julgado em 14/2/2023. (Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Competência Tema: Conexão Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 764
Havendo sentença prolatada quanto ao delito conexo, a competência para julgamento do delito
remanescente deve ser aferida isoladamente. CC 193.005-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira
Seção, por unanimidade, julgado em 8/2/2023, DJe 15/2/2023. (Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Crimes contra a ordem tributária Tema: Sonegação fiscal
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 764
O fato de a referida dívida ativa estar garantida por contrato de seguro no bojo de execução
fiscal movida contra o contribuinte não descaracteriza a materialidade dos crimes
fiscais.Processo em segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
por unanimidade, julgado em 14/2/2023. (Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Competência Tema: Conexão Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 764
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Remição da pena
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 764
Não é cabível a remição penal por aprovação no ENEM ao reeducando que já havia concluído o
ensino médio antes de ingressar no sistema prisional.REsp 1.913.757-SP, Rel. Ministro Rogerio
Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023.(Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Dos processos nos Tribunais e dos Meios de
Impugnação das decisões judiciais Tema: Incidente de Assunção de Competência - IAC
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 764
Link direto
É devida a cobertura do tratamento de psicoterapia, sem limite de sessões [à pessoa com TEA -
Transtorno do Espectro Autista], admitindo-se que está previsto no rol da ANS, nos seguintes
termos: a) para o tratamento de autismo, não há mais limitação de sessões no Rol; b) as
psicoterapias pelo método ABA estão contempladas no Rol, na sessão de psicoterapia; c) em
relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema
Único de Saúde - CONITEC, de novembro de 2021, elucida-se que é adequada a utilização do
método da Análise do Comportamento Aplicada - ABA. Processo em segredo de justiça, Rel.
Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 12/12/2022, DJe 16/12/2022.
(Info 764 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tema: Abusividade Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 763
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Da comunicação dos atos processuais Tema:
Intimação Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 763
Ainda que se trate de processo eletrônico, a publicação da decisão no órgão oficial somente
será dispensada quando a parte estiver representada por advogado cadastrado no sistema do
Poder Judiciário, ocasião em que a intimação se dará de forma eletrônica. REsp 1.951.656-RS,
Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023.
(Info 763 - STJ)
Link direto
Tendo a medida socioeducativa atingido a sua finalidade, é inviável manter a execução apenas
pela menção genérica à insuficiência do tempo de acautelamento do adolescente. Processo sob
segredo de justiça, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado
em 7/2/2023. (Info 763 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Procedimentos Especiais Tema: Ações sobre
Alimentos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 763
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Cadeia de custódia Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 763
São inadmissíveis as provas digitais sem registro documental acerca dos procedimentos
adotados pela polícia para a preservação da integridade, autenticidade e confiabilidade dos
elementos informáticos. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Messod Azulay Neto,
Rel. Acd. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por maioria, julgado em 7/2/2023. (Info 763 -
STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Impenhorabilidade Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 763
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Princípios Tema: Princípio da Adstrição Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 763
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Procedimentos Especiais Tema: Ações sobre
Alimentos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 763
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Direitos Sociais Tema: Saúde Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 762
Link direto
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Responsabilidade Civil Tema: Danos morais Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 762
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei de Drogas (Lei
11.343/06) Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 13
A apreensão de pequenas quantidades de droga junto com o ácido bórico não implica,
necessariamente, a conduta tipificada no art. 33 da Lei n. 11.343/2006.AgRg no AREsp
2.271.420-MG, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
27/6/2023, DJe 3/7/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
O fato do investigado também utilizar o celular de terceiro não dispensa a autorização judicial
para quebra de sigilo deste.AgRg no HC 792.531-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
por unanimidade, Quinta Turma, julgado em 14/2/2023, DJe 27/2/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Livre convicção dos
jurados Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 13
A plenitude de defesa exercida no Tribunal do Júri não pode ser manejada pelo advogado como
salvo conduto para a prática de ilícitos.RHC 156.955-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma,
por unanimidade, julgado em 2/5/2023, DJe 9/5/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Pena-base Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 13
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Das penas Tema: Pena de Multa Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 13
O fato de o reeducando ser assistido pela Defensoria Pública não gera a presunção de sua
hipossuficiência em arcar com a pena de multa.AgRg no REsp 2.039.364-MG, Rel. Ministro
Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/4/2023, DJe
28/4/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Tribunal do Júri Tema: Livre convicção dos
jurados Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 13
Entendendo os jurados pela existência de prova satisfatória para a condenação e não estando
essa conclusão manifestamente contrária às provas dos autos, não se mostra possível a
cassação do veredito popular na ocasião do julgamento do recurso de apelação, muito menos
em uma ação revisional.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta
Turma, por unanimidade, julgado em 26/6/2023, DJe 29/6/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Legislação Especial Penal Tema: Lei de Drogas (Lei
11.343/06) Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 13
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Circunstâncias judiciais - art. 59
do CP Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 13
A depender da gravidade da circunstância judicial, a incidência de uma única delas (art. 59,
Código Penal) é suficiente para a fixação da pena-base no máximo legal.AgRg nos EDcl no
AREsp 2.172.438-SP, Rel. Ministro João Batista Moreira (Desembargador convocado do TRF1),
Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/4/2023, DJe 14/4/2023.(Info Ed. Esp. 13 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Empresarial Assunto: Títulos de crédito Tema: Cheque Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 12
Após a prescrição cambial, o cheque perde os atributos cambiários, permitindo na ação
monitória a discussão do negócio jurídico subjacente e a oposição de exceções pessoais a
portadores precedentes ou ao próprio emitente, com o ônus da prova da ilicitude do negócio
jurídico incumbido ao devedor.REsp 2.020.895-MG, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma,
por unanimidade, julgado em 28/2/2023, DJe 6/3/2023.(Info Ed. Esp. 12 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Alimentos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 12
O fato de os genitores transacionarem sobre parcelas pretéritas dos alimentos devidos à criança
ou adolescente não configura, por si, conflito de interesse entre os representantes legais e o
incapaz, devendo sempre ser analisadas as peculiaridades do caso concreto para avaliar a real
necessidade de nomeação de curador especial.Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro
Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 20/6/2023, DJe 26/6/2023.
(Info Ed. Esp. 12 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Execução em geral Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 12
Link direto
Nas demandas ajuizadas na Justiça comum até 8/8/2018 (Tema repetitivo 955/STJ), admite-se
a inclusão no benefício de previdência complementar dos reflexos das verbas reconhecidas na
Justiça Trabalhista, condicionada à previsão regulamentar, e desde que observados os aportes
necessários.AgInt no REsp 1.931.439-DF, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 3/4/2023, DJe 27/4/2023.(Info Ed. Esp. 12 - STJ)
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Empresarial Assunto: Direito da Empresa e Direito Societário Tema: Extinção
e Dissolução Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 12
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 12
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Das partes e dos procuradores Tema:
Legitimidade Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 12
Link direto
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Execução Tema: Impenhorabilidade Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 12
A ausência de comprovação, pela parte executada, de que o imóvel penhorado é explorado pela
família afasta a incidência da proteção da impenhorabilidade.REsp 1.913.234-SP, Rel. Ministra
Nancy Andrighi, Segunda Seção, por maioria, julgado em 8/2/2023, DJe 7/3/2023.(Info Ed. Esp.
12 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Intervenção de terceiros Tema: Denunciação à lide
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 12
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tema: Abusividade Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 12
Em regra, a resilição unilateral é válida por se tratar de contrato de trato sucessivo ou execução
continuada, mas é abusiva quando realizada durante o tratamento médico que assegure a
sobrevivência ou a preservação da incolumidade física e/ou psíquica do beneficiário.AgInt no
AgInt no AREsp 1.995.955-RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 26/6/2023, DJe 28/6/2023.(Info Ed. Esp. 12 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Dano Moral Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 12
Link direto
Disciplina: Direito Previdenciário Assunto: Outros Temas Previdenciários Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 11
Link direto
Disciplina: Direito Previdenciário Assunto: Benefícios Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
11
Diante da decisão do STF na ADI n. 6.096/DF, não é possível inviabilizar o próprio pedido de
concessão do benefício previdenciário (ou de seu restabelecimento) em razão do transcurso de
quaisquer lapsos temporais - seja decadencial ou prescricional, de modo que a prescrição limita-
se apenas às parcelas pretéritas vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da
ação.AgInt no REsp 1.590.354-MG, Rel. Ministro Paulo Sérgio Domingues, Primeira Turma, por
unanimidade, julgado em 9/5/2023, DJe 15/5/2023. (Info Ed. Esp. 11 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Previdenciário Assunto: Previdência privada Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 11
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Competência Tema: Conexão Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 10
A reunião dos feitos por força de conexão não ostenta natureza absoluta, sendo adequado
excepcionar a sua incidência na hipótese em que a aplicação ensejaria um atraso na tramitação
de ação em estágio avançado (instrução encerrada). CC 190.445-SP, Rel. Ministro Sebastião
Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 28/9/2022, DJe 30/9/2022. (Info Ed.
Esp. 10 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Inquérito Policial Tema: Direitos do investigado
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 10
Embora o prazo de 30 (trinta) dias para o término do inquérito com indiciado solto (art. 10 do
Código de Processo Penal) seja impróprio, sem consequências processuais imediatas se
inobservado, isso não equivale a que a investigação se prolongue por tempo indeterminado, por
anos a fio, devendo pautar-se pelo princípio da razoabilidade.AgRg no HC 690.299-PR, Rel.
Ministro Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 9/8/2022, DJe 15/8/2022.(Info Ed. Esp. 10 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Ingresso em domicílio Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 10
Link direto
Disciplina: Direito Constitucional Assunto: Ordem Social Tema: População Indígena Tribunal:
STJ Ano: 2023 Informativo: 10
O que importa para configurar a violação dos direitos indígenas e, por conseguinte, atrair a
competência da Justiça Federal para o processamento do feito, é o impacto negativo da
atuação dos acusados nas tradições, modo de viver e terras que os indígenas habitam e
utilizam, sendo despiciendo discutir se ocorreu ou não a efetiva demarcação da terra como
território indígena.Processo sob segredo judicial, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador
convocado do TJDFT), Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 26/10/2022, DJe
7/11/2022. (Info Ed. Esp. 10- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
10
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Provas Tema: Perícia Tribunal: STJ Ano: 2023
Informativo: 10
Se a suposta prática de crime de peculato ocorreu por meio que deixou vestígios,
consubstanciada em fraude na escrituração contábil da municipalidade, mostra-se
indispensável a prova pericial, sob pena de ofensa ao art. 386, II, do Código de Processo
Penal.REsp 1.958.753-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
14/9/2022, DJe 30/9/2022.(Info Ed. Esp. 10 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Penal Assunto: Dosimetria da pena Tema: Circunstâncias judiciais - art. 59
do CP Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 10
A ocultação de drogas na região pélvica, por si só, não constitui fundamento idôneo para
negativar a culpabilidade. REsp 1.923.803-AC, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 13/9/2022, DJe 19/9/2022. (Info Ed. Esp. 10 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Remição da pena
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 10
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Prisões Tema: Prisão Preventiva Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 10
A prisão preventiva é compatível com o regime prisional semiaberto, desde que seja realizada a
efetiva adequação ao regime intermediário.AgRg no HC 760.405-SP, Rel. Ministro Joel Ilan
Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/8/2022, DJe 26/8/2022. (Info Ed. Esp.
10 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Recursos no processo penal Tema: Teoria Geral
dos Recursos no processo penal Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 10
Link direto
Disciplina: Direito Processual Penal Assunto: Execução Penal (LEP) Tema: Unificação de
penas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 10
Link direto
Link direto
Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 3/10/2022, DJe 6/10/2022. (Info Ed. Esp. 9- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Responsabilidade Civil Tema: indenizações por ato ilícito
Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
A pensão por ato ilícito somente é devida quando o autor do fato causa a morte ou a debilidade
física da vítima.
REsp 1.837.149-PR, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, por unanimidade, julgado
em 22/11/2022, DJe 29/11/2022. (Info Ed. Esp.9- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Alimentos Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
É possível a prisão civil de advogado devedor de alimentos, em cela especial, desde que provida
de instalações com comodidades condignas e localizada em área separada dos demais
detentos. A prerrogativa estipulada no art. 7º, V, do Estatuto da OAB é voltada eminentemente à
prisão penal, mais precisamente às prisões cautelares determinadas antes do trânsito em
julgado da sentença penal condenatória. Desse modo, a prerrogativa da sala de Estado-Maior
não pode incidir na prisão civil do advogado que for devedor alimentar, desde que lhe seja
garantido, por óbvio, um local apropriado, devidamente segregado dos presos comuns, nos
termos expressos do art. 528, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil de 2015. Rel. Ministro
Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 6/12/2022, DJe 15/12/2022. (Info Ed.
Esp. 9 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Responsabilidade Civil Tema: Seguradora Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 9
O segurado que agir de má-fé ao fazer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que
possam influir na aceitação da proposta pela seguradora ou na taxa do prêmio está sujeito à
perda da garantia securitária.
AgInt no REsp 1.504.344-SP, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado
em 16/8/2022, DJe 23/8/2022. (Info Ed. Esp. 9- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Responsabilidade Civil Tema: DPVAT Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 9
No caso de morte em razão de acidente de trânsito, a existência de mais herdeiros não afasta a
legitimidade dos que figuram no polo ativo da demanda para pleitear o pagamento integral da
cobertura do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de
Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não (Seguro DPVAT), cabendo
àqueles que se sentirem prejudicados requererem, por meio de ação própria, o que for de direito.
AgInt no AREsp 2.103.981-MT, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 14/11/2022, DJe 2/12/2022.(Info Ed. Esp.9- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Atos Processuais Tema: Nulidade de Atos
Processuais Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
A "nulidade de algibeira" não é aceita no processo civil. (O vício indicado pela parte recorrente
configura a denominada "nulidade de algibeira", que deve ser rechaçada por esta Corte Superior
em virtude do dever imposto a todos aqueles que participam do processo, de proceder com
lealdade e boa-fé.)
REsp 2.000.959-SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Ministro Ricardo Villas Bôas
Cueva, Terceira Turma, por maioria, julgado em 4/10/2022, DJe 13/10/2022.(Info Ed. Esp. 9-
STJ)
Link direto
Disciplina: Direito do Consumidor Assunto: Planos de saúde Tema: Reembolso Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 9
AgInt no AREsp 1.585.959-MT, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 08/08/2022, DJe 15/08/2022.(Info Ed. Esp. 9- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Divórcio Tema: Animais de Estimação Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 9
Não é possível aplicar por analogia as disposições acerca da pensão alimentícia, baseada na
filiação e regida pelo Direito de Família, aos animais de estimação adquiridos durante união
estável. REsp 1.944.228-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Ministro
Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por maioria, julgado em 18/10/2022, DJe 7/11/2022.
(Info Ed. Esp. 9 -STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Direito de Família Tema: União Estável Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 9
REsp 1.944.228-SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Terceira Turma, por maioria, julgado em 18/10/2022, DJe 7/11/2022. (Info Ed. Esp. 9 -
STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Dano Moral Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
A Teoria dos Desvio Produtivo do Consumidor é predisposta a ser aplicada no âmbito do direito
consumerista, notadamente em razão da situação de desigualdade e de vulnerabilidade que são
características das relações de consumo, não se aplicando, portanto, a relações jurídicas não
consumeristas regidas exclusivamente pelo Direito Civil.
REsp 2.017.194-SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
25/10/2022, DJe 27/10/2022. (Info Ed. Esp. 9 -STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Plano de Saúde Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
REsp 1.994.639-SP, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 6/9/2022, DJe 9/9/2022. (Info Ed. Esp. 9 -STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Usucapião Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 9
REsp 1.938.743-SP, Rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
6/12/2022, DJe 14/12/2022. (Info Ed. Esp. 9 -STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Ilícito Ambiental Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo:
9
A citação válida em ação coletiva por danos ambientais interrompe o prazo prescricional da
ação indenizatória individual se coincidente a causa de pedir das demandas.
AgInt no AREsp 2.036.247-RS, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 14/11/2022, DJe 17/11/2022. (Info Ed. Esp. 9 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Contratos em espécie Tema: Compra e Venda Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 9
É possível a utilização da taxa Selic, desde que pactuada, como índice de correção monetária
das parcelas ajustadas em contrato de compra e venda de imóvel, caso em que não haverá
cumulação com juros remuneratórios, uma vez que os juros já estão englobados nesse índice.
REsp 2.011.360-MS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
25/10/2022, DJe 27/10/2022. (Info Ed. Esp. 9 -STJ)
Link direto
O simples fechamento de filial de pessoa jurídica não basta para fundamentar a inclusão de
sócio no polo passivo de execução fiscal.AgInt no REsp 1.925.113-AC, Rel. Ministro Humberto
Martins, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 28/11/2022, DJe 30/11/2022. (Info Ed.
Esp. 8 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Direitos da personalidade Tema: Imagem Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 8
Link direto
Disciplina: Direito Tributário Assunto: Tarifas Tribunal: STJ Ano: 2023 Informativo: 8
É possível a cobrança da tarifa de esgotamento sanitário ainda que não haja o cumprimento de
todas as etapas do serviço.Ag 1.308.764-RJ, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 16/8/2022, DJe 22/8/2022. (Info Ed. Esp. 8- STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Processual Civil Assunto: Dos processos nos Tribunais e dos Meios de
Impugnação das decisões judiciais Tema: Sobrestamento não automático Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 8
A decisão de retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que lá seja exercido o juízo de
conformidade (arts. 1.040 e 1.041 do CPC/15) é irrecorrível, salvo se demonstrado por meio de
requerimento, efetivamente, erro ou equívoco patente. RCD nos EDcl no AgInt no REsp
1.963.580-RJ, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
6/10/2022, DJe 11/10/2022. (Info Ed. Esp. 8 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Civil Assunto: Bens Públicos Tema: Ocupação Indevida Tribunal: STJ Ano:
2023 Informativo: 8
É cabível a cobrança de taxa de ocupação de imóvel público, ainda que não haja prévia
formalização de ato ou negócio jurídico administrativo.REsp 1.986.143-DF, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 6/12/2022, DJe 19/12/2022.(Info Ed.
Esp. 8 - STJ)
Link direto
Disciplina: Direito Ambiental Assunto: Dano ambiental Tema: Indenização Tribunal: STJ
Ano: 2023 Informativo: 8
Link direto