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Prezados,
Grande abraço!
Beatriz Soares
Para cumprimento dos requisitos arrolados no art. 16, caput, I e II, e § 4º, II, da LRF é necessário
instruir a petição inicial da ação expropriatória de imóveis com a estimativa do impacto
orçamentário-financeiro e apresentar declaração a respeito da compatibilidade das despesas
necessárias ao pagamento das indenizações ao disposto no plano plurianual, na lei de diretrizes
orçamentárias e na lei orçamentária anual. STJ. 1ª Turma. REsp 1930735-TO, Rel. Min. Regina
Helena Costa, julgado em 28/2/2023 (Info 767).
É vedada a utilização das emendas do relator-geral do orçamento com a finalidade de criar novas
despesas ou de ampliar as programações previstas no projeto de lei orçamentária anual, uma
vez que elas se destinam, exclusivamente, a corrigir erros e omissões (art. 166, § 3º, III, alínea
“a”, da CF/88).
STF. Plenário. ADPF 850/DF, ADPF 851/DF, ADPF 854/DF e ADPF 1.014/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 19/12/2022 (Info 1080).
A cessão de uso de espaços em cemitérios para sepultamento configura operação mista, uma
vez que engloba a prestação de serviço consistente na guarda e conservação dos restos mortais
inumados. Dessa forma, é constitucional a cobrança do ISS sobre a referida atividade, haja vista
estar contemplada na lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003.
STF. Plenário. ADI 5869/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/02/2023 (Info 1083).
Compete privativamente à União instituir a Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF)
recolhidas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL), devida pelas
concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços de telecomunicações e de uso de
radiofrequência, anualmente, pela fiscalização do funcionamento das estações.
Tese fixada pelo STF:
“A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de transmissão e
recepção de dados e voz é de competência privativa da União, nos termos do art. 22, IV, da
Constituição Federal, não competindo aos Municípios instituir referida taxa.”
STF. Plenário. RE 776594/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/12/2022 (Repercussão Geral –
Tema 919) (Info 1078).
O art. 19, § 1º, I, da Lei nº 10.522/2002 dispensa o pagamento de honorários advocatícios por
parte da Fazenda Nacional se o exequente reconhecer a procedência do pedido veiculado pelo
devedor em embargos à execução fiscal ou em exceção de pré-executividade. Essa norma é
dirigida exclusivamente à Fazenda Nacional, não podendo ser aplicada no âmbito de execução
fiscal ajuizada por Fazenda Pública estadual. STJ. 1ª Turma.REsp 2037693-GO, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 7/3/2023 (Info 766).
O julgamento dos embargos de declaração, quando opostos contra acórdão proferido pelo
órgão em composição ampliada, deve observar o mesmo quórum (ampliado), sob pena de o
entendimento lançado, antes minoritário, poder sagrar-se vencedor. Ex: a Câmara Cível é
composta originariamente por 3 Desembargadores. 2 votaram por negar provimento à apelação
e 1 votou por dar provimento. Houve convocação de 2 novos Desembargadores (art. 942 do
CPC). O placar final pelo colegiado ampliado foi em 3x2. Se forem opostos embargos de
declaração contra este acórdão, eles deverão ser julgados pelo órgão colegiado ampliado, ou
seja, pelos 5 Desembargadores (e não apenas pelo órgão colegiado originário, com 3
Desembargadores). STJ. 3ª Turma. REsp 2024874/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 7/3/2023 (Info 766).
É constitucional — por não afrontar a exigência de lei complementar para tratar da matéria (art.
146, III, “b”, CF/88) — o art. 40 da LEF — lei ordinária nacional — quanto à prescrição
intercorrente tributária e ao prazo de um ano de suspensão da execução fiscal. Contudo, o § 4º
do aludido dispositivo deve ser lido de modo que, após o decurso do prazo de um ano de
suspensão da execução fiscal, a contagem do prazo de prescrição de cinco anos seja iniciada
automaticamente. Tese fixada pelo STF: É constitucional o art. 40 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de
Execução Fiscal – LEF), tendo natureza processual o prazo de um ano de suspensão da execução
fiscal. Após o decurso desse prazo, inicia-se automaticamente a contagem do prazo prescricional
tributário de cinco anos. STF. Plenário. RE 636562/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
17/02/2023 (Repercussão Geral – Tema 390) (Info 1083).
Não se aplica às associações genéricas — que não representam qualquer categoria econômica
ou profissional específica — a tese firmada no Tema 1.119 da sistemática da repercussão geral,
sendo insuficiente a mera regularidade registral da entidade para sua atuação em sede de
mandado de segurança coletivo, pois passível de causar prejuízo aos interesses dos beneficiários
supostamente defendidos. STF. 2ª Turma. ARE 1339496 AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator
do acórdão Min. André Mendonça, julgado em 7/02/2023 (Info 1082).
É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a adoção da
“linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas
e privadas, assim como em editais de concursos públicos locais. Tese fixada pelo STF: Norma
estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua
portuguesa viola a competência legislativa da União. STF. Plenário. ADI 7019/RO, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 10/02/2023 (Info 1082).
Os estados e municípios podem redefinir o valor limite da Requisição de Pequeno Valor (RPV)
visando à adequação de suas respectivas capacidades financeiras e especificidades
orçamentárias. Os entes federados, desde que respeitado o princípio da proporcionalidade,
gozam de autonomia para estabelecer o montante correspondente às obrigações de pequeno
valor e, dessa forma, afastar a aplicação do sistema de precatórios. Eles só não podem
estabelecer valor demasiado além ou aquém do razoável, tendo como parâmetro as suas
disponibilidades financeiras. As normas que dispõem sobre RPV têm caráter eminentemente
processual. Assim, é inconstitucional, por violar a competência privativa da União para legislar
sobre direito processual (art. 21, I, da CF/88), a lei estadual que transfere ao credor a
responsabilidade pelo encaminhamento da documentação necessária para solicitação do
pagamento do RPV diretamente ao órgão público devedor, bem como determina a suspensão
do prazo para pagamento. STF. Plenário. ADI 5421/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/12/2022 (Info 1081)
A filial de uma empresa, apesar de possuir CNPJ próprio, não configura nova pessoa jurídica,
razão pela qual as dívidas oriundas de relações jurídicas decorrentes de fatos geradores
atribuídos a determinado estabelecimento constituem, em verdade, obrigação tributária da
sociedade empresária como um todo. Assim, os bens em nome das filiais estão sujeitos à
penhora por dívidas tributárias da matriz e vice-versa Desse modo, a obrigação tributária é da
sociedade empresária como um todo, composta por suas matrizes e filiais. Logo, se apenas a
filial fechou, mas a matriz continua funcionando regularmente, não se pode dizer que houve
dissolução irregular da sociedade empresária. Não tendo havido dissolução irregular pelo
simples fechamento de um de seus estabelecimentos, não se afigura possível incluir o sócio no
polo passivo da execução fiscal. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1925113-AC, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 28/11/2022.
A fixação da multa diária só tem espaço no plano das obrigações de fazer e não fazer, sendo
vedada sua utilização no campo das obrigações de pagar. STJ. 1ª Turma. REsp 1747877-GO,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 20/9/2022.
Embora o candidato aprovado dentro das vagas ofertadas em concurso público tenha direito
público subjetivo à nomeação, a prerrogativa da escolha do momento para a prática do ato é
da Administração Pública, durante o prazo de validade do certame. Para que a contratação
temporária se configure como ato imotivado e arbitrário, a sua celebração deve deixar de
observar os parâmetros estabelecidos no RE 658.026/MG, também julgado sob a sistemática
da repercussão geral, bem como há de haver a demonstração de que a contratação temporária
não se destina ao suprimento de vacância existente em razão do afastamento temporário do
titular do cargo efetivo e de que existem cargos vagos em número que alcance a classificação
do candidato interessado. STJ. 2ª Turma. RMS 68657-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 27/9/2022
A interpretação de que a taxa de ocupação de imóvel público só é devida caso haja prévia
formalização de ato ou negócio jurídico administrativo contraria o princípio da boa-fé objetiva.
Isto porque, o ocupante irregular de bem público não pode se beneficiar da sua própria
ilegalidade para deixar de cumprir obrigação a todos imposta: o pagamento da taxa de
ocupação. Assim, dispensar o detentor irregular de imóvel público de pagar taxa de ocupação,
modalidade de ressarcimento mínimo (e não de lucro), é ferir duplamente o interesse coletivo,
pois, não obstante a situação de apropriação ilícita, alça o já infrator à injusta posição de
privilégio anti-isonômico em relação aos outros cidadãos, cumpridores dos requisitos e
formalidades exigidos para a fruição do patrimônio coletivo. Ademais, nos termos do art. 884
do Código Civil, caracteriza enriquecimento sem causa ocupar, usar, fruir ou explorar
ilicitamente a totalidade ou parte do patrimônio público, material e imaterial. STJ. 2ªTurma.
REsp 1.986.143; Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/12/2022; DJE 19/12/2022.
É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de
aquiescência da autoridade apontada como coatora, e a qualquer tempo, mesmo após
sentença de mérito, desde que antes do trânsito em julgado, ainda que lhe seja desfavorável.
O STF, no RE 669.367/RJ (Tema 530), firmou tese segundo a qual a desistência do mandado de
segurança é prerrogativa da parte impetrante; pode ser manifestada a qualquer tempo,
mesmo após o julgamento de mérito, desde que antes do trânsito em julgado; e sua
homologação não depende da anuência da parte contrária. STJ. 1ª Turma. DESIS nos EDcl no
AgInt no REsp 1916374-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/10/2022
O art. 968, II, do CPC determina que o autor da ação rescisória deverá realizar um depósito no
valor de 5% do valor da causa. Essa quantia se converterá em multa e será revertida em favor
da parte contrária caso a ação rescisória, por unanimidade de votos, seja: a) declarada
inadmissível; ou b) julgada improcedente. O depósito prévio de que trata o art. 968, II, do CPC
precisa ser obrigatoriamente em dinheiro. O art. 968, II, do CPC/2015 utiliza o verbo “depositar”
e o objeto direto “importância”, razão pela qual se pode concluir que ele se refere à quantia em
espécie (dinheiro). Logo, é inviável a sua ampliação para se permitir o depósito por outros meios
que não sejam em dinheiro. Se a intenção do legislador fosse admitir outros meios, isso teria
ficado mais claro, como foi feito, por exemplo, na redação do § 1º do art. 919 do CPC/2015. STJ.
4ª Turma. REsp 1871477-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 13/12/2022
No procedimento de jurisdição voluntária, em regra, não há litígio. Como não há litígio, não há,
em regra, condenação ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. O vetor
primordial que orienta a imposição ao pagamento de verba honorária sucumbencial é o fato da
derrota na demanda, cujo pressuposto é a existência de litigiosidade, a qual, em regra, não há
em procedimento de jurisdição voluntária. Vale ressaltar, contudo, que, no procedimento de
jurisdição voluntária, pode surgir litígio, mudando-se, neste caso, a aplicação de princípios, que
passam a ser os mesmos da jurisdição contenciosa, admitindo-se, inclusive, a reconvenção.
Nesta hipótese passa a ser possível, em tese, a condenação em honorários advocatícios. Em
procedimento de jurisdição voluntária, quando a parte ré concorda com o pedido formulado na
inicial, mas formula pedido autônomo: I) se o Juiz não admitir o pedido autônomo como
reconvenção e julgar apenas a pretensão autoral, não serão devidos honorários de
sucumbência; II) se o Juiz admitir o pedido autônomo como reconvenção e julgar ambas as
pretensões, serão devidos honorários de sucumbência apenas na reconvenção e desde que
configurado litígio quanto à pretensão reconvencional. STJ. 3ª Turma. REsp 2028685-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/11/2022
1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por
normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 2. A educação
infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo
Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo.
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais
sobre acesso à educação básica. STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 22/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 548)
A partir do advento da Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) — cuja
publicação e entrada em vigor ocorreu em 26/10/2021 —, deixou de existir, no ordenamento
jurídico, a tipificação para atos culposos de improbidade administrativa. Por força do art. 5º,
XXXVI, da CF/88, a revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa,
promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de modo que os seus efeitos não têm
incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem durante o processo de execução das
penas e seus incidentes. Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade
administrativa culposos praticados na vigência da Lei 8.429/92, desde que não exista
condenação transitada em julgado, cabendo ao juízo competente o exame da ocorrência de
eventual dolo por parte do agente. Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/2021 não
retroagem, sendo aplicáveis a partir da publicação do novo texto legal (26.10.2021). Tese
fixada pelo STF: 1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a
tipificação dos atos de improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da
LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO; 2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 —
revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA,
em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em
relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas
e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa
culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada
em julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente
analisar eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei
14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação
da lei. STF. Plenário. ARE 843989/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/8/2022
(Repercussão Geral – Tema 1.199) (Info 1065).
O sócio executado possui legitimidade e interesse recursal para impugnar a decisão que defere
o pedido de desconsideração inversa da personalidade jurídica dos entes empresariais dos quais
é sócio. Exemplo: João iniciou o cumprimento de sentença contra Pedro exigindo o pagamento
de certa quantia. Não foram encontradas contas bancárias nem bens veículos ou imóveis em
nome de Pedro. João pediu a instauração de incidente de desconsideração inversa da
personalidade jurídica a fim de atingir o patrimônio da pessoa jurídica Alfa, considerando que
Pedro é um dos sócios. O juiz deferiu a desconsideração inversa da personalidade jurídica,
considerando que ficou demonstrado a confusão patrimonial. Pedro possui legitimidade e
interesse para impugnar essa decisão que deferiu a desconsideração inversa. STJ. 3ª Turma.
REsp 1980607-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/08/2022 (Info 744).
A fundação privada de apoio à universidade pública presta serviço público, razão pela qual
responde objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, submetendo-se a pretensão
indenizatória ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1º-C da Lei nº 9.494/97. STJ. 2ª
Turma. AREsp 1893472-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2022 (Info 744).
A regra do art. 1.005 do CPC/2015 não se aplica apenas às hipóteses de litisconsórcio unitário,
mas, também, a quaisquer outras hipóteses em que a ausência de tratamento igualitário entre
as partes gere uma situação injustificável, insustentável ou aberrante. A expansão subjetiva dos
efeitos do recurso pode ocorrer em três hipóteses: 1) quando há litisconsórcio unitário (art.
1.005, caput, c/c o art. 117 do CPC/2015); 2) quando há solidariedade passiva (art. 1.005,
parágrafo único, do CPC/2015); e 3) quando a ausência de tratamento igualitário entre as partes
gerar uma situação injustificável, insustentável ou aberrante (art. 1.005, caput, do CPC/2015).
STJ. 3ª Turma. REsp 1993772-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/06/2022 (Info 743).
É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito econômico e
contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei federal nº 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso gratuito de idosos às salas de cinema
da cidade, de segunda a sexta-feira.
STF. 2ª Turma. ARE 1307028/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgado em 22/11/2022 (Info 1077).
É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu território,
operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de pessoas
com deficiência.
STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/10/2022 (Info 1072).
É inconstitucional, por violar competência legislativa privativa da União, lei estadual que obriga
a Fazenda Pública a antecipar o pagamento das despesas com diligências dos oficiais de justiça.
Essa lei estadual impugnada dispôs sobre dever do sujeito processual (na hipótese, a Fazenda
Pública em execução fiscal), motivo pelo qual se pode afirmar que ela versou sobre norma de
processo civil, incidindo, portanto, em inconstitucionalidade formal por violação do art. 22, I, da
CF/88. Obs: mesmo tendo a lei estadual sido declarada inconstitucional, o Estado continua
obrigado a antecipar as despesas com diligências dos oficiais de justiça. Isso porque esse é o
entendimento sumulado do STJ (Súmula 190-STJ: Na execução fiscal, processada perante a
Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das
despesas com o transporte dos oficiais de justiça), além de também ser encontrado em julgados
antigos do STF. STF. Plenário. ADI 5969/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Info
1070).