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REVISÃO JURISPRUDÊNCIA

Prezados,

Segue compilado de jurisprudência com decisões recentes e importantes para provas de


Procuradorias, aqui incluída a prova de Residência Jurídica.
Reforço que o estudo de jurisprudência de forma contínua é essencial para um bom desempenho
em prova (principalmente a jurisprudência dos três últimos anos)!

Desejo sucesso e uma excelente prova a todos vocês!

Grande abraço!

Beatriz Soares

É constitucional a constituição de fundação pública de direito privado para a prestação de


serviço público de saúde.
STF. Plenário. ADI 4197/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/3/2023 (Info 1085).

É inconstitucional, por violação aos princípios republicano, democrático, da moralidade, da


impessoalidade e da igualdade, lei municipal que concede pensão especial mensal e vitalícia
a viúvas de ex-prefeitos.
STF. Plenário. ADPF 975/CE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/10/2022 (Info 1071).

O exercício da atividade regulatória da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) —


especialmente as disposições normativas que lhe conferem competência para definir infrações
e impor sanções e medidas administrativas aplicáveis aos serviços de transportes — deve
respeitar os limites para a sua atuação definidos no ato legislativo delegatório emanado pelo
Congresso Nacional.
A Lei nº 10.233/2001, que autorizou que a ANTT defina infrações e aplique sanções, fixou os
critérios mínimos indispensáveis para o exercício, pela Agência Reguladora, dessa competência.
As disposições emanadas da Resolução ANTT 233/2003 obedecem às diretrizes legais, na
medida em que protegem os interesses dos usuários, relativamente ao zelo pela qualidade e
pela oferta de serviços de transportes que atendam a padrões de eficiência, segurança,
conforto, regularidade, pontualidade e modicidade das tarifas, assim como a cominação das
penas não desborda da parâmetros estabelecidos em lei.
STF. Plenário. ADI 5906/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 6/3/2023 (Info 1085).
As provas declaradas ilícitas pelo Poder Judiciário não podem ser utilizadas, valoradas ou
aproveitadas em processos administrativos de qualquer espécie.
Caso concreto: o CADE, em processo administrativo, condenou uma empresa pela prática de
cartel. Essa condenação se baseou em provas obtidas a partir de interceptação telefônica
decretada em investigação criminal. Ocorre que essa interceptação foi declarada ilegal porque
autorizada unicamente com base em denúncia anônima. Logo, o processo administrativo
também deve ser declarado nulo porque fundamentado em prova ilícita.
STF. Plenário. ARE 1316369/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgado em 9/12/2022 (Repercussão Geral – Tema 1238) (Info 1079).

Para cumprimento dos requisitos arrolados no art. 16, caput, I e II, e § 4º, II, da LRF é necessário
instruir a petição inicial da ação expropriatória de imóveis com a estimativa do impacto
orçamentário-financeiro e apresentar declaração a respeito da compatibilidade das despesas
necessárias ao pagamento das indenizações ao disposto no plano plurianual, na lei de diretrizes
orçamentárias e na lei orçamentária anual. STJ. 1ª Turma. REsp 1930735-TO, Rel. Min. Regina
Helena Costa, julgado em 28/2/2023 (Info 767).

A ausência do depósito previsto no art. 15 do Decreto-Lei nº 3.365/41 para o deferimento de


pedido de imissão provisória na posse veiculado em ação de desapropriação por utilidade
pública não implica a extinção do processo sem resolução do mérito, mas, tão somente, o
indeferimento da tutela provisória. STJ. 1ª Turma. REsp 1930735-TO, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 28/2/2023 (Info 767).

A aquisição de imóvel para a composição do patrimônio do Fundo de Investimento Imobiliário,


efetivada diretamente pela administradora do fundo e paga por meio de emissão de novas
quotas do fundo aos alienantes, configura transferência a título oneroso de propriedade de
imóvel para fins de incidência do ITBI, na forma do art. 35 do Código Tributário Nacional e 156,
II, da Constituição Federal, ocorrendo o fato gerador no momento da averbação da propriedade
fiduciária em nome da administradora no cartório de registro imobiliário.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1492971-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/2/2023 (Info 765).

É vedada a utilização das emendas do relator-geral do orçamento com a finalidade de criar novas
despesas ou de ampliar as programações previstas no projeto de lei orçamentária anual, uma
vez que elas se destinam, exclusivamente, a corrigir erros e omissões (art. 166, § 3º, III, alínea
“a”, da CF/88).
STF. Plenário. ADPF 850/DF, ADPF 851/DF, ADPF 854/DF e ADPF 1.014/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 19/12/2022 (Info 1080).

A cessão de uso de espaços em cemitérios para sepultamento configura operação mista, uma
vez que engloba a prestação de serviço consistente na guarda e conservação dos restos mortais
inumados. Dessa forma, é constitucional a cobrança do ISS sobre a referida atividade, haja vista
estar contemplada na lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003.
STF. Plenário. ADI 5869/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/02/2023 (Info 1083).
Compete privativamente à União instituir a Taxa de Fiscalização de Funcionamento (TFF)
recolhidas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL), devida pelas
concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços de telecomunicações e de uso de
radiofrequência, anualmente, pela fiscalização do funcionamento das estações.
Tese fixada pelo STF:
“A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de transmissão e
recepção de dados e voz é de competência privativa da União, nos termos do art. 22, IV, da
Constituição Federal, não competindo aos Municípios instituir referida taxa.”
STF. Plenário. RE 776594/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 2/12/2022 (Repercussão Geral –
Tema 919) (Info 1078).

O tratamento privilegiado previsto no art. 9º, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei nº 406/68 somente é


aplicável às sociedades uniprofissionais que tenham por objeto a prestação de serviço
especializado, com a atuação direta dos sócios, com responsabilidade pessoal destes e sem
caráter empresarial.No caso concreto, os sócios da sociedade são advogados, e não árbitros, e
o objeto social é o exercício da advocacia. A despeito disso, eles exercem a arbitragem como
atividade jurídica, sendo que a Lei nº 8.906/94 permite que o advogado postule “em juízo ou
fora dele” (art. 5º), inclusive em atividades de arbitragem. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp
1891277-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/11/2022 (Info 761).

O art. 19, § 1º, I, da Lei nº 10.522/2002 dispensa o pagamento de honorários advocatícios por
parte da Fazenda Nacional se o exequente reconhecer a procedência do pedido veiculado pelo
devedor em embargos à execução fiscal ou em exceção de pré-executividade. Essa norma é
dirigida exclusivamente à Fazenda Nacional, não podendo ser aplicada no âmbito de execução
fiscal ajuizada por Fazenda Pública estadual. STJ. 1ª Turma.REsp 2037693-GO, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 7/3/2023 (Info 766).

O julgamento dos embargos de declaração, quando opostos contra acórdão proferido pelo
órgão em composição ampliada, deve observar o mesmo quórum (ampliado), sob pena de o
entendimento lançado, antes minoritário, poder sagrar-se vencedor. Ex: a Câmara Cível é
composta originariamente por 3 Desembargadores. 2 votaram por negar provimento à apelação
e 1 votou por dar provimento. Houve convocação de 2 novos Desembargadores (art. 942 do
CPC). O placar final pelo colegiado ampliado foi em 3x2. Se forem opostos embargos de
declaração contra este acórdão, eles deverão ser julgados pelo órgão colegiado ampliado, ou
seja, pelos 5 Desembargadores (e não apenas pelo órgão colegiado originário, com 3
Desembargadores). STJ. 3ª Turma. REsp 2024874/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 7/3/2023 (Info 766).

Caso concreto: um hacker invadiu o sistema informatizado da concessionária de energia elétrica


e de lá copiou os dados pessoais de inúmeros consumidores. O hacker copiou os dados pessoais
de Regina (nome completo, endereço, número do RG, data de nascimento, número de telefone)
e os vendeu para uma empresa de marketing. Regina ajuizou ação de indenização contra a
concessionária sustentando a tese de que o vazamento de dados pessoais gera dano moral
presumido. O STJ não concordou com o argumento. O art. 5º, II, da Lei 13.709/2018 (LGPD),
prevê que determinados dados pessoais devem ser qualificados como “sensíveis”, exigindo
exigir um tratamento diferenciado por parte de quem armazena essas informações. São aqueles
relacionados com origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a
sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou
à vida sexual, dado genético ou biométrico. Os dados que a concessionária armazenava eram
aqueles que se fornece em qualquer cadastro, inclusive nos sites consultados no dia a dia, não
sendo, portanto, acobertados por sigilo. Não eram, portanto, dados pessoais sensíveis.
O conhecimento desses dados “comuns” por terceiro em nada violaria o direito de
personalidade da autora. O vazamento de dados pessoais, a despeito de se tratar de falha
indesejável no tratamento de dados de pessoa natural por pessoa jurídica, não tem o condão,
por si só, de gerar dano moral indenizável. Desse modo, não se trata de dano moral presumido,
sendo necessário, para que haja indenização, que o titular dos dados comprove qual foi o dano
decorrente da exposição dessas informações. STJ. 2ª Turma. AREsp 2130619-SP, Rel. Min.
Francisco Falcão, julgado em 7/3/2023 (Info 766).

É constitucional a constituição de fundação pública de direito privado para a prestação de


serviço público de saúde. STF. Plenário. ADI 4197/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
1º/3/2023 (Info 1085).

É constitucional — por não afrontar a exigência de lei complementar para tratar da matéria (art.
146, III, “b”, CF/88) — o art. 40 da LEF — lei ordinária nacional — quanto à prescrição
intercorrente tributária e ao prazo de um ano de suspensão da execução fiscal. Contudo, o § 4º
do aludido dispositivo deve ser lido de modo que, após o decurso do prazo de um ano de
suspensão da execução fiscal, a contagem do prazo de prescrição de cinco anos seja iniciada
automaticamente. Tese fixada pelo STF: É constitucional o art. 40 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de
Execução Fiscal – LEF), tendo natureza processual o prazo de um ano de suspensão da execução
fiscal. Após o decurso desse prazo, inicia-se automaticamente a contagem do prazo prescricional
tributário de cinco anos. STF. Plenário. RE 636562/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
17/02/2023 (Repercussão Geral – Tema 390) (Info 1083).

Não se aplica às associações genéricas — que não representam qualquer categoria econômica
ou profissional específica — a tese firmada no Tema 1.119 da sistemática da repercussão geral,
sendo insuficiente a mera regularidade registral da entidade para sua atuação em sede de
mandado de segurança coletivo, pois passível de causar prejuízo aos interesses dos beneficiários
supostamente defendidos. STF. 2ª Turma. ARE 1339496 AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator
do acórdão Min. André Mendonça, julgado em 7/02/2023 (Info 1082).

São constitucionais — desde que respeitados os direitos fundamentais da pessoa humana e


observados os valores especificados no próprio ordenamento processual, em especial os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade — as medidas atípicas previstas no CPC/2015
destinadas a assegurar a efetivação dos julgados. STF. Plenário. ADI 5941/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 9/02/2023 (Info 1082).

É inconstitucional — por violar a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88) — lei estadual que veda a adoção da
“linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas
e privadas, assim como em editais de concursos públicos locais. Tese fixada pelo STF: Norma
estadual que, a pretexto de proteger os estudantes, proíbe modalidade de uso da língua
portuguesa viola a competência legislativa da União. STF. Plenário. ADI 7019/RO, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 10/02/2023 (Info 1082).

Tese fixada: 1. As decisões do STF em controle incidental de constitucionalidade, anteriores à


instituição do regime de repercussão geral, não impactam automaticamente a coisa julgada
que se tenha formado, mesmo nas relações jurídicas tributárias de trato sucessivo. 2. Já as
decisões proferidas em ação direta ou em sede de repercussão geral interrompem
automaticamente os efeitos temporais das decisões transitadas em julgado nas referidas
relações, respeitadas a irretroatividade, a anterioridade anual e a noventena ou a
anterioridade nonagesimal, conforme a natureza do tributo. STF. Plenário. RE 955227/BA, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 8/02/2023(Repercussão Geral – Tema 885) (Info 1082). STF.
Plenário. RE 949297/CE, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 8/02/2023(Repercussão Geral – Tema 881) (Info 1082).

A declaração de inconstitucionalidade em recurso extraordinário com repercussão geralpossui


efeitos vinculantes e eficácia erga omnes A declaração de inconstitucionalidade, em sede de
recurso extraordinário com repercussão geral, também possui efeitos vinculantes e eficácia erga
omnes, da mesma forma que o julgamento de uma ação de controle abstrato de
constitucionalidade. Se o STF, em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral,
decidir que determinada lei é inconstitucional, a resolução do Senado prevista no art. 52, X, da
CF/88 possuirá a finalidade apenas de dar publicidade para a decisão. Isso significa que, mesmo
antes dessa resolução ser eventualmente editada, a decisão do STF já possui efeitos vinculantes
erga omnes. Houve uma mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88, para as decisões
proferidas em recurso extraordinário com repercussão geral. STF. Plenário. RE 955227/BA, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 8/02/2023 (Repercussão Geral – Tema 885) (Info 1082). STF.
Plenário. RE 949297/CE, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 8/02/2023(Repercussão Geral – Tema 881) (Info 1082).

Os estados e municípios podem redefinir o valor limite da Requisição de Pequeno Valor (RPV)
visando à adequação de suas respectivas capacidades financeiras e especificidades
orçamentárias. Os entes federados, desde que respeitado o princípio da proporcionalidade,
gozam de autonomia para estabelecer o montante correspondente às obrigações de pequeno
valor e, dessa forma, afastar a aplicação do sistema de precatórios. Eles só não podem
estabelecer valor demasiado além ou aquém do razoável, tendo como parâmetro as suas
disponibilidades financeiras. As normas que dispõem sobre RPV têm caráter eminentemente
processual. Assim, é inconstitucional, por violar a competência privativa da União para legislar
sobre direito processual (art. 21, I, da CF/88), a lei estadual que transfere ao credor a
responsabilidade pelo encaminhamento da documentação necessária para solicitação do
pagamento do RPV diretamente ao órgão público devedor, bem como determina a suspensão
do prazo para pagamento. STF. Plenário. ADI 5421/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/12/2022 (Info 1081)

Extintos os embargos de declaração em virtude de desistência posteriormente manifestada, não


é possível sustentar a interrupção do prazo recursal para a mesma parte que desistiu, tampouco
a reabertura desse prazo a contar da intimação do ato homologatório. STJ. 3ª Turma. REsp
1833120-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/10/2022 (Info 762).

A filial de uma empresa, apesar de possuir CNPJ próprio, não configura nova pessoa jurídica,
razão pela qual as dívidas oriundas de relações jurídicas decorrentes de fatos geradores
atribuídos a determinado estabelecimento constituem, em verdade, obrigação tributária da
sociedade empresária como um todo. Assim, os bens em nome das filiais estão sujeitos à
penhora por dívidas tributárias da matriz e vice-versa Desse modo, a obrigação tributária é da
sociedade empresária como um todo, composta por suas matrizes e filiais. Logo, se apenas a
filial fechou, mas a matriz continua funcionando regularmente, não se pode dizer que houve
dissolução irregular da sociedade empresária. Não tendo havido dissolução irregular pelo
simples fechamento de um de seus estabelecimentos, não se afigura possível incluir o sócio no
polo passivo da execução fiscal. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1925113-AC, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 28/11/2022.
A fixação da multa diária só tem espaço no plano das obrigações de fazer e não fazer, sendo
vedada sua utilização no campo das obrigações de pagar. STJ. 1ª Turma. REsp 1747877-GO,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 20/9/2022.

Os danos ambientais interinos (também chamados de intercorrentes, transitórios, temporários,


provisórios ou intermediários) não se confundem com os danos ambientais definitivos
(residuais, perenes ou permanentes). Os danos definitivos somente se verificam, e são
indenizáveis em pecúnia, se a reparação integral da área degradada não for possível em tempo
razoável, após o cumprimento das obrigações de fazer. Seu marco inicial, portanto, é o término
das ações de restauração do meio ambiente. O marco inicial do dano intercorrente, por sua vez,
é a própria lesão ambiental. Seu marco final é o da reparação da área, seja por restauração in
natura, seja por compensação indenizatória do dano residual, se a restauração não for viável. O
dano residual compensa a natureza pela impossibilidade de retorná-la ao estado anterior à
lesão. O dano intercorrente compensa a natureza pelos prejuízos causados entre o ato
degradante e sua reparação. O poluidor deve não só devolver a natureza a seu estado anterior,
mas reparar os prejuízos experimentados no interregno, pela indisponibilidade dos serviços e
recursos ambientais nesse período. STJ. 2ª Turma. REsp 1845200-SC, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 16/8/2022

Embora o candidato aprovado dentro das vagas ofertadas em concurso público tenha direito
público subjetivo à nomeação, a prerrogativa da escolha do momento para a prática do ato é
da Administração Pública, durante o prazo de validade do certame. Para que a contratação
temporária se configure como ato imotivado e arbitrário, a sua celebração deve deixar de
observar os parâmetros estabelecidos no RE 658.026/MG, também julgado sob a sistemática
da repercussão geral, bem como há de haver a demonstração de que a contratação temporária
não se destina ao suprimento de vacância existente em razão do afastamento temporário do
titular do cargo efetivo e de que existem cargos vagos em número que alcance a classificação
do candidato interessado. STJ. 2ª Turma. RMS 68657-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 27/9/2022

É legítima — desde que observados os respectivos limites de controle externo, a precedência


das disposições legais (princípio da legalidade) e as prerrogativas próprias conferidas aos órgãos
do Poder Executivo — a edição de atos normativos por tribunais de contas estaduais com o
objetivo de regulamentar procedimentalmente o exercício de suas competências
constitucionais.
STF. Plenário. ADI 4872/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgado em 15/02/2023 (Info 1083).

A interpretação de que a taxa de ocupação de imóvel público só é devida caso haja prévia
formalização de ato ou negócio jurídico administrativo contraria o princípio da boa-fé objetiva.
Isto porque, o ocupante irregular de bem público não pode se beneficiar da sua própria
ilegalidade para deixar de cumprir obrigação a todos imposta: o pagamento da taxa de
ocupação. Assim, dispensar o detentor irregular de imóvel público de pagar taxa de ocupação,
modalidade de ressarcimento mínimo (e não de lucro), é ferir duplamente o interesse coletivo,
pois, não obstante a situação de apropriação ilícita, alça o já infrator à injusta posição de
privilégio anti-isonômico em relação aos outros cidadãos, cumpridores dos requisitos e
formalidades exigidos para a fruição do patrimônio coletivo. Ademais, nos termos do art. 884
do Código Civil, caracteriza enriquecimento sem causa ocupar, usar, fruir ou explorar
ilicitamente a totalidade ou parte do patrimônio público, material e imaterial. STJ. 2ªTurma.
REsp 1.986.143; Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/12/2022; DJE 19/12/2022.
É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de
aquiescência da autoridade apontada como coatora, e a qualquer tempo, mesmo após
sentença de mérito, desde que antes do trânsito em julgado, ainda que lhe seja desfavorável.
O STF, no RE 669.367/RJ (Tema 530), firmou tese segundo a qual a desistência do mandado de
segurança é prerrogativa da parte impetrante; pode ser manifestada a qualquer tempo,
mesmo após o julgamento de mérito, desde que antes do trânsito em julgado; e sua
homologação não depende da anuência da parte contrária. STJ. 1ª Turma. DESIS nos EDcl no
AgInt no REsp 1916374-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 18/10/2022

O art. 968, II, do CPC determina que o autor da ação rescisória deverá realizar um depósito no
valor de 5% do valor da causa. Essa quantia se converterá em multa e será revertida em favor
da parte contrária caso a ação rescisória, por unanimidade de votos, seja: a) declarada
inadmissível; ou b) julgada improcedente. O depósito prévio de que trata o art. 968, II, do CPC
precisa ser obrigatoriamente em dinheiro. O art. 968, II, do CPC/2015 utiliza o verbo “depositar”
e o objeto direto “importância”, razão pela qual se pode concluir que ele se refere à quantia em
espécie (dinheiro). Logo, é inviável a sua ampliação para se permitir o depósito por outros meios
que não sejam em dinheiro. Se a intenção do legislador fosse admitir outros meios, isso teria
ficado mais claro, como foi feito, por exemplo, na redação do § 1º do art. 919 do CPC/2015. STJ.
4ª Turma. REsp 1871477-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 13/12/2022

No procedimento de jurisdição voluntária, em regra, não há litígio. Como não há litígio, não há,
em regra, condenação ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. O vetor
primordial que orienta a imposição ao pagamento de verba honorária sucumbencial é o fato da
derrota na demanda, cujo pressuposto é a existência de litigiosidade, a qual, em regra, não há
em procedimento de jurisdição voluntária. Vale ressaltar, contudo, que, no procedimento de
jurisdição voluntária, pode surgir litígio, mudando-se, neste caso, a aplicação de princípios, que
passam a ser os mesmos da jurisdição contenciosa, admitindo-se, inclusive, a reconvenção.
Nesta hipótese passa a ser possível, em tese, a condenação em honorários advocatícios. Em
procedimento de jurisdição voluntária, quando a parte ré concorda com o pedido formulado na
inicial, mas formula pedido autônomo: I) se o Juiz não admitir o pedido autônomo como
reconvenção e julgar apenas a pretensão autoral, não serão devidos honorários de
sucumbência; II) se o Juiz admitir o pedido autônomo como reconvenção e julgar ambas as
pretensões, serão devidos honorários de sucumbência apenas na reconvenção e desde que
configurado litígio quanto à pretensão reconvencional. STJ. 3ª Turma. REsp 2028685-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/11/2022

Em se tratando de exceção de pré-executividade acolhida para excluir sócio do polo passivo


de execução fiscal, o proveito econômico corresponde ao valor da dívida executada, devendo
ser esta a base de cálculo dos honorários advocatícios de sucumbência com aplicação do art.
§ 3º do art. 85 do CPC/2015. STJ. 2ª Turma. AREsp 2231216-SP, Rel. Ministro Francisco Falcão,
julgado em 06/12/2022 (Info 760).

É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que obriga à substituição de sacos e


sacolas plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis. Os municípios — no limite de seu
interesse local e desde que em harmonia com a disciplina estabelecida pelos demais entes
federados — possuem competência para legislar sobre meio ambiente, e, caso sua
regulamentação seja mais protetiva, pode ter prevalência sobre a legislação federal ou
estadual. STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/10/2022
(Repercussão Geral – Tema 970)
A procuradoria jurídica estadual ou municipal possui legitimidade para interpor recurso em face
de acórdão de tribunal de justiça proferido em representação de inconstitucionalidade. STF.
Plenário. ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
13/10/2022 (Info 1072).

É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no


mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo
escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema
educacional e do maior convívio familiar possível. STF. Plenário. ADI 7149/RJ, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).

1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por
normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 2. A educação
infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo
Poder Público pode ser exigida individualmente, como no caso examinado neste processo.
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais
sobre acesso à educação básica. STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 22/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 548)

Em mandado de segurança, a autoridade coatora, embora seja parte no processo, é notificada


apenas para prestar informações, cessando a sua intervenção a partir do momento que as
apresenta.Justamente por isso, a legitimação processual para recorrer da decisão é da pessoa
jurídica de direito público a que pertence o agente supostamente coator, o que significa dizer
que o polo passivo no mandado de segurança é daquela pessoa jurídica de direito público a qual
se vincula a autoridade apontada como coatora. Para fins de viabilizar a defesa dos interesses
do ente público, faz-se necessária a intimação do representante legal da pessoa jurídica de
direito público e não a da autoridade apontada como coatora. Dessa forma, é dispensável a
intimação pessoal da autoridade coatora para fins de início da contagem do prazo recursal. STJ.
2ª Turma. AgInt no AREsp 1430628-BA, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18/08/2022 (Info
747).

Inconstitucionalidade da restrição da legitimidade para ajuizamento da ação e para a realização


de acordo Segundo a Lei nº 14.230/2021, somente o Ministério Público teria legitimidade para
propor ação de improbidade e para celebrar acordo de não persecução cível. A Lei buscou excluir
essa possibilidade da pessoa jurídica interessada. O STF, contudo, decidiu que essa alteração foi
inconstitucional. Os entes públicos que sofreram prejuízos em razão de atos de improbidade
também estão autorizados, de forma concorrente com o Ministério Público, a propor ação e a
celebrar acordos de não persecução civil em relação a esses atos. Desse modo, fica restabelecida
a existência de legitimidade ativa concorrente e disjuntiva entre o Ministério Público e as
pessoas jurídicas interessadas para a propositura da ação por ato de improbidade administrativa
e para a celebração de acordos de não persecução civil. Inexistência de obrigatoriedade de a
assessoria jurídica fazer a defesa do agente público A Lei 14.230/2021 inseriu o § 20 no art. 17
da Lei nº 8.429/92 prevendo que “A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada
a defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade administrativa,
até que a decisão transite em julgado.” O STF declarou a inconstitucionalidade parcial, com
redução de texto, desse dispositivo para dizer que não existe “obrigatoriedade de defesa
judicial”. Não deve existir obrigatoriedade de defesa judicial do agente público que cometeu ato
de improbidade por parte da Advocacia Pública, pois a sua predestinação constitucional,
enquanto função essencial à Justiça, identifica-se com a representação judicial e extrajudicial
dos entes públicos. Contudo, permite-se essa atuação em caráter extraordinário e desde que
norma local assim disponha. STF. Plenário. ADI 7042/DF e ADI 7043/DF, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgados em 31/8/2022 (Info 1066).

A partir do advento da Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) — cuja
publicação e entrada em vigor ocorreu em 26/10/2021 —, deixou de existir, no ordenamento
jurídico, a tipificação para atos culposos de improbidade administrativa. Por força do art. 5º,
XXXVI, da CF/88, a revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa,
promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de modo que os seus efeitos não têm
incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem durante o processo de execução das
penas e seus incidentes. Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade
administrativa culposos praticados na vigência da Lei 8.429/92, desde que não exista
condenação transitada em julgado, cabendo ao juízo competente o exame da ocorrência de
eventual dolo por parte do agente. Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/2021 não
retroagem, sendo aplicáveis a partir da publicação do novo texto legal (26.10.2021). Tese
fixada pelo STF: 1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a
tipificação dos atos de improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da
LIA — a presença do elemento subjetivo — DOLO; 2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 —
revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA,
em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em
relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas
e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa
culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada
em julgado, em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente
analisar eventual dolo por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei
14.230/2021 é IRRETROATIVO, aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação
da lei. STF. Plenário. ARE 843989/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/8/2022
(Repercussão Geral – Tema 1.199) (Info 1065).

O sócio executado possui legitimidade e interesse recursal para impugnar a decisão que defere
o pedido de desconsideração inversa da personalidade jurídica dos entes empresariais dos quais
é sócio. Exemplo: João iniciou o cumprimento de sentença contra Pedro exigindo o pagamento
de certa quantia. Não foram encontradas contas bancárias nem bens veículos ou imóveis em
nome de Pedro. João pediu a instauração de incidente de desconsideração inversa da
personalidade jurídica a fim de atingir o patrimônio da pessoa jurídica Alfa, considerando que
Pedro é um dos sócios. O juiz deferiu a desconsideração inversa da personalidade jurídica,
considerando que ficou demonstrado a confusão patrimonial. Pedro possui legitimidade e
interesse para impugnar essa decisão que deferiu a desconsideração inversa. STJ. 3ª Turma.
REsp 1980607-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/08/2022 (Info 744).

A fundação privada de apoio à universidade pública presta serviço público, razão pela qual
responde objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, submetendo-se a pretensão
indenizatória ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1º-C da Lei nº 9.494/97. STJ. 2ª
Turma. AREsp 1893472-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2022 (Info 744).

A regra do art. 1.005 do CPC/2015 não se aplica apenas às hipóteses de litisconsórcio unitário,
mas, também, a quaisquer outras hipóteses em que a ausência de tratamento igualitário entre
as partes gere uma situação injustificável, insustentável ou aberrante. A expansão subjetiva dos
efeitos do recurso pode ocorrer em três hipóteses: 1) quando há litisconsórcio unitário (art.
1.005, caput, c/c o art. 117 do CPC/2015); 2) quando há solidariedade passiva (art. 1.005,
parágrafo único, do CPC/2015); e 3) quando a ausência de tratamento igualitário entre as partes
gerar uma situação injustificável, insustentável ou aberrante (art. 1.005, caput, do CPC/2015).
STJ. 3ª Turma. REsp 1993772-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/06/2022 (Info 743).

É inconstitucional — por tratar de matéria que diz respeito a norma de direito econômico e
contrariar a disciplina conferida a benefício já previsto no art. 23 da Lei federal nº 10.741/2003
(Estatuto do Idoso) — lei municipal que institui o acesso gratuito de idosos às salas de cinema
da cidade, de segunda a sexta-feira.
STF. 2ª Turma. ARE 1307028/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar
Mendes, julgado em 22/11/2022 (Info 1077).

É inconstitucional — por violação aos princípios da simetria e da autonomia dos entes


federados — norma de Constituição estadual que prevê hipótese de intervenção do estado no
município fora das que são taxativamente elencadas no art. 35 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6619/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/10/2022 (Info 1073).

É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que obriga à substituição de sacos e


sacolas plásticos por sacos e sacolas biodegradáveis. Os municípios — no limite de seu interesse
local e desde que em harmonia com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados —
possuem competência para legislar sobre meio ambiente, e, caso sua regulamentação seja mais
protetiva, pode ter prevalência sobre a legislação federal ou estadual.
STF. Plenário. RE 732686/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/10/2022 (Repercussão Geral –
Tema 970) (Info 1073).

É inconstitucional, por ofensa à competência privativa da União para legislar sobre direito civil
e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88), lei estadual que veda, no âmbito de seu território,
operadoras de plano de saúde de limitarem consultas e sessões para o tratamento de pessoas
com deficiência.
STF. Plenário. ADI 7172/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/10/2022 (Info 1072).

É inconstitucional, por violar competência legislativa privativa da União, lei estadual que obriga
a Fazenda Pública a antecipar o pagamento das despesas com diligências dos oficiais de justiça.
Essa lei estadual impugnada dispôs sobre dever do sujeito processual (na hipótese, a Fazenda
Pública em execução fiscal), motivo pelo qual se pode afirmar que ela versou sobre norma de
processo civil, incidindo, portanto, em inconstitucionalidade formal por violação do art. 22, I, da
CF/88. Obs: mesmo tendo a lei estadual sido declarada inconstitucional, o Estado continua
obrigado a antecipar as despesas com diligências dos oficiais de justiça. Isso porque esse é o
entendimento sumulado do STJ (Súmula 190-STJ: Na execução fiscal, processada perante a
Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das
despesas com o transporte dos oficiais de justiça), além de também ser encontrado em julgados
antigos do STF. STF. Plenário. ADI 5969/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Info
1070).

É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no


mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo
escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema
educacional e do maior convívio familiar possível. STF. Plenário. ADI 7149/RJ, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).
É inconstitucional, por violação ao princípio da simetria e à competência privativa da União para
legislar sobre o tema (art. 22, I, da CF/88), norma de Constituição estadual que amplia o rol de
autoridades sujeitas à fiscalização direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de
responsabilidade. Com base nesse entendimento, o STF declarou a inconstitucionalidade:
a) da previsão de que a ALE poderia convocar o Presidente do Tribunal de Contas do Estado e os
dirigentes da administração indireta (art. 28, XXIX, da Constituição do Amazonas);
b) da previsão de que a ALE poderia convocar o Corregedor-Geral da Justiça, o Procurador-Geral
da Justiça, os membros da Defensoria Pública e os dirigentes da administração indireta ou
fundacional (art. 13, § 2º da Constituição de Pernambuco).
Além disso, o STF deu interpretação conforme a Constituição Federal à expressão “dirigentes da
administração direta”, para restringir a possibilidade de sua convocação pela Assembleia
Legislativa apenas quando estiverem diretamente subordinados ao Governador do Estado. STF.
Plenário. ADI 6640/PE e ADI 6645/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/8/2022 (Info
1064).

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