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ARE 1133279 / PR - PARANÁ


RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 18/05/2018

Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-100 DIVULG 22/05/2018 PUBLIC 23/05/2018

Partes
RECTE.(S) : MUNICIPIO DE LONDRINA
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
RECTE.(S) : SOCIEDADE EDUCACIONAL MAXI LTDA
ADV.(A/S) : LUIZ FELLIPE PRETO
RECDO.(A/S) : OS MESMOS

Decisão
Trata-se de agravos contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário interposto em face de acórdão
assim ementado: “APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE TRIBUTO. APELO (I).
ISENÇÃO. INSTITUIÇÃO E REVOGAÇÃO POR LEI MUNICIPAL. FATOR GLEBA. REVISÃO DE LANÇAMENTO DO
IPTU. INADMISSIBILIDADE. ERRO DE DIREITO. CONFIGURADO. ARTIGO 149 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO
NACIONAL. INAPLICABILIDADE. APELO (II). IPTU. EXTRAFISCALIDADE. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
REVOGAÇÃO DA LEI ISENTIVA. INCONSTITUCIONALIDADE NÃO VERIFICADA. DIREITO ADQUIRIDO.
INEXISTENTE. ISENÇÃO SEM PRAZO E CONDIÇÕES DETERMINADAS. SENTENÇA MANTIDA. APELOS NÃO
PROVIDOS” (pág. 263 do documento eletrônico 2). No RE, interposto pelo Município de Londrina, fundado no art. 102,
III, a, da Constituição Federal, sustenta-se, em suma, violação aos art. 93, IX; 145, I; 150, I; e 156, da mesma Carta. Já
no RE, interposto pela Sociedade Educacional Maxi, fundado também no art. 102, III, a, da Constituição Federal,
sustenta-se, em suma, violação aos arts. 5°, XXXVI, LIV; 97, 145, § 1 °; 156, º, II; e 182, § 4°. Consta do voto condutor
do acórdão recorrido: “Pois bem. A Lei Municipal nº 4.591/1990 instituiu o benefício fiscal do ‘Fator Gleba’, sendo este
adotado para a cobrança do IPTU dos imóveis com mais de 10 mil metros quadrados. E, conforme defende o apelante,
tal isenção foi revogada pela Lei Municipal nº 8.672/2201 [sic] Nesse panorama, a jurisprudência vem se posicionando,
diferentemente do apresentado nas razões recursais, por entender que se trata de erro de direito e não de fato, pois a
Fazenda Pública tinha total conhecimento da presente matéria para efetivar o lançamento do tributo e foi
completamente negligente ao deixar de observar a lei, não podendo imputar ao contribuinte o ônus desse erro de
aplicação da norma jurídica. Assim, a conduta da administração em esquecer ou não observar que uma lei foi
revogada seria inadmissível, sendo impossível imputar ao contribuinte, que até que se prove o contrário estaria de boa-
fé, o ônus desse erro de aplicação da norma jurídica. Nas hipóteses de erro de direito (equívoco na valoração jurídica
dos fatos), o ato administrativo de lançamento tributário revela-se imodificável, máxime em virtude do princípio da
proteção à confiança, encartado no artigo 146 do CTN. […] Portanto, a referida revisão não decorreu de simples erro
de fato, mas da não observância pela Fazenda Pública da revogação da Lei n° 4.591/1990, pela Lei n° 8.672/2001, o
que não autoriza a revisão dos lançamentos para fins de complementação do valor pago a título de IPTU (págs.
266-268 do documento eletrônico 2). As pretensões recursais não merecem acolhida. Isso porque para divergir do
acórdão recorrido, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos e das normas
infraconstitucionais, o que é vedado pelas Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido, cito o ARE 986.150-AgR, de
minha relatoria: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IPTU.
REVISÃO DO LANÇAMENTO. TEMA 339. INOVAÇÃO RECURSAL. OFENSA REFLEXA. SÚMULAS 279, 280 E 636
DO STF. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. MULTA APLICADA. I – O acórdão impugnado pelo recurso
extraordinário não ofendeu o art. 93, IX, da Constituição, na interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal ao
julgar o Tema 339 (AI 791.292 QO-RG) da repercussão geral. II – O agravo regimental traz alegações que constituem
inadmissível inovação recursal, por não terem sido suscitadas oportunamente no recurso extraordinário. III – Revisão
do lançamento do IPTU considerada ilegal pelo acórdão recorrido. Princípio da legalidade. Alegação de ofensa indireta

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