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1. A Lei de Execuções Fiscais dispõe de forma expressa, no seu art. 29, não estar a
cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento, não prevalecendo
o disposto no art. 18 da n. 6.024/74 sobre as disposições da LEF, que lhe é posterior.
2. Foi publicada, em 27/02/2018, decisão da Primeira Seção do STJ que determinou que os
Recursos Especiais nº 1.712.484, nº 1.694.316 e 1.694.261 sejam julgados sob o rito dos
Recursos Repetitivos. Os casos serão os representativos da controvérsia cadastrada como
Tema 987 no sistema dos repetitivos, referente à “possibilidade da prática de atos
constritivos em face de empresa em recuperação judicial, em sede de execução fiscal ”.
Conforme os termos do art. 1.036 do novo CPC, que regula o procedimento do julgamento
repetitivo, o STJ determinou ainda a suspensão de todos os processos pendentes que versem
sobre a questão e tramitem no território nacional, além da comunicação da decisão aos
presidentes dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais. Trata-se de
importante iniciativa da Corte Superior, cuja jurisprudência recente já vinha caminhando no
sentido de impedir a prática de atos de constrição, nas hipóteses em questão, por juízos que
não fossem o da Recuperação Judicial. A controvérsia surgiu em razão da Lei da Recuperação
Judicial, nº 11.101/05, dispor em seu artigo 6º, § 7º, que “ As execuções de natureza fiscal não
são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial”.
Por força desse dispositivo, os juízos responsáveis pelas Execuções Fiscais de empresas em
Recuperação Judicial continuaram a praticar atos de constrição ou alienação do patrimônio da
sociedade, como por exemplo a penhora dos bens. Ocorre que a autorização irrestrita do
prosseguimento da execução fiscal, permitindo que qualquer juízo possa determinar a
constrição de bens de ofício, torna impossível o cumprimento do plano de recuperação judicial,
frustrando precisamente o seu objetivo principal, que é a consecução do princípio da
preservação da empresa.
3. Especialmente no que interessa a este trabalho, o art. 187 do Código Tributário Nacional –
CTN dispõe que a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
4. Quanto à questão da autonomia da execução fiscal, em que pese a lei determine que não há
a suspensão das execuções fiscais em face da recuperação judicial nem qualquer vedação
legal ao seu prosseguimento com atos constritivos do patrimônio da empresa, o Superior
Tribunal de Justiça, por meio da Segunda Seção, passou a entender que os atos que resultem
em constrição do patrimônio da empresa recuperanda ficam sujeitos ao juízo da recuperação,
sob pena de frustrar este procedimento que objetiva devolver à sociedade comercial as
condições para voltar a desempenhar suas atividades.[12]
O que se pode concluir é que não há, no Superior Tribunal de Justiça, uniformidade quanto à
questão da autonomia do executivo fiscal. A Segunda Seção possui consolidado
posicionamento pela competência do juízo universal falimentar para decidir sobre os atos de
constrição sobre os bens da empresa em recuperação, apesar de entender que não há a
suspensão das ações de execução fiscal pelo deferimento da recuperação judicial.
Quando instado a se manifestar, o Superior Tribunal de Justiça ainda não formou uma
unanimidade de entendimento quanto à questão da autonomia do executivo fiscal. Em que
pese a Segunda Seção do Tribunal - especializada em matérias de Direito Público e formada
pela Terceira e Quarta Turma - determine que a competência é do juízo falimentar para decidir
sobre atos de constrição em execuções fiscais, posiciona-se pela não suspensão dos
executivos fiscais.
5. A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o prazo prescricional para
cobrança de crédito fiscal tributário no âmbito de processo falimentar se dá entre a citação em
execuções fiscais e o requerimento de habilitação do crédito. A decisão, unânime, é desta
terça-feira (4/12). No julgamento desta terça, o relator do caso, ministro Luís Felipe Salomão
afirmou que à luz da jurisprudência do STJ, “não é possível falar em prescrição da pretensão
de cobrança de créditos tributários oriundos da ocorrência de fato gerador de ICMS quando
não transcorrido o prazo prescricional quinquenal entre a data da constituição definitiva do
crédito e a data do ajuizamento da execução fiscal”.
PRECEDENTES STJ
II - Segundo entendimento desta Corte "nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida
ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da
vigência da Lei Complementar n. 118/2005), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo
após a primeira tentativa infrutífera de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará
suspensa a execução" (REsp n. 1340.553/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira
Seção, julgado em 12/9/2018, DJe 16/10/2018). Inclusive, devendo o magistrado, ao
reconhecer a prescrição intercorrente, fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos
marcos legais que foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao
período em que a execução ficou suspensa.
III - Firmou-se ainda o entendimento no recurso especial repetitivo citado que "havendo ou não
petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o
prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável
(de acordo com a natureza do crédito exequendo) durante o qual o processo deveria estar
arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n.6.830/80 - LEF,
findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição intercorrente e decretá-la de imediato".
IV - No caso dos autos, não houve suspensão da execução, nem intimação à Fazenda
Estadual antes da extinção da execução. Assim, o acórdão recorrido diverge do
entendimento desta Corte, razão pela qual deve ser reformado.
1. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho e, no caso de devedor falido, os créditos extraconcursais, as
importâncias passíveis de restituição e os créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado (artigo 186 do CTN).
2. Sob tal perspectiva, o artigo 187 do mesmo diploma - assim como a Lei de Execução Fiscal
(Lei 6.830/80, artigo 29) - dispõe que a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a
concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, liquidação, inventário ou
arrolamento.
5. Malgrado a prerrogativa de cobrança do crédito tributário via execução fiscal, inexiste óbice
para que o Fisco (no exercício de juízo de conveniência e oportunidade) venha a requerer a
habilitação de seus créditos nos autos do procedimento falimentar, submetendo-se à ordem de
pagamento prevista na Lei 11.101/2005, o que implicará renúncia a utilizar-se do rito previsto
na Lei 6.830/80, ante o descabimento de garantia dúplice.
6. Na hipótese dos autos, o Fisco estadual optou por habilitar, no processo falimentar, o crédito
tributário que foi considerado prescrito pelas instâncias ordinárias.
8. Por outro lado, no tocante aos créditos tributários objeto das execuções fiscais (ainda em
curso na origem) ajuizadas entre 24.1.2005 e 1º.06.2005, cuja habilitação na falência foi
requerida em 19.4.2010, verifica-se que, à luz da jurisprudência desta Corte, a fluência do
prazo prescricional quinquenal contado da constituição definitiva do crédito (data do
vencimento do pagamento da obrigação tributária declarada, mas não paga) encerrou-se
com o ajuizamento da execução fiscal, que pôs fim à inércia do Fisco. Precedente: REsp
1.120.295/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 12.5.2010, DJe 21.5.2010.
1. O STJ possui orientação pacífica no sentido de que "Uma vez inscrita em dívida ativa
obrigação consubstanciada em outro título executivo, deve ser aplicado o regime
jurídico próprio da dívida ativa que implica seu controle administrativo, orçamentário e
financeiro (emissão de certidões positivas - art. 31, da LEF, parcelamentos, remissões,
anistias, programas fiscais em geral, etc.) e agrega ao crédito inscrito a eficácia de não
se sujeitar a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação,
inventário ou arrolamento (art. 29, da LEF)" (REsp 1.247.650/RN, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, DJe 19/12/2013).
2. No presente caso, observo que foi expedida carta de citação em 18/06/2001 e cumprida em
09/08/2001, contudo, decorreu o prazo sem que a parte executada se manifestasse nos autos.
Na data de 21/07/2004, consta um carimbo de abertura de vista para o CREA/CE e não o seu
recebimento, no entanto, o exequente se pronunciou nos autos, tendo atravessado petição em
02/09/2005, informando o novo endereço da executada para que pudesse ser citada.
3. O Juiz a quo indeferiu o seu pleito, tendo em vista que já havia sido efetivada a citação da
executada, no entanto o endereço fornecido pelo exequente era diverso daquele em que a
parte foi citada anteriormente.
4. A partir do momento em que o Juiz a quo indeferiu o pleito do exequente, para que
houvesse uma nova citação em um novo endereço da parte executada, cerceou o seu
direito de buscar todos os mecanismos para satisfação da dívida em comento.
6. Apelação provida para que se proceda à citação da parte executada no novo endereço
informado pelo CREA/CE.
1. Apelação interposta pela Fazenda Nacional contra sentença que reconheceu a prescrição
intercorrente e extinguiu esta execução fiscal.
3. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).
4. Conforme se observa nos autos, não sendo localizados bens da parte executada para fins de
penhora, o Juízo de origem determinou a suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano, nos
termos do art. 40 da Lei 6.830/80, tendo sido intimada a Fazenda Nacional em 10/03/1997 (fl.
17).
6. Após essa data (10/03/1997), o processo ficou paralisado, sem a realização de qualquer
diligência frutífera, até 27/05/2009, ocasião em que o Juízo de origem determinou a intimação
da exequente para se manifestar sobre a ocorrência de prescrição (fl. 20), não tendo o órgão
fazendário, contudo, apresentado qualquer causa suspensiva ou interruptiva do prazo
prescricional (fls. 21/24).
2. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, como também o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).
3. Pelo que se observa nos autos, o prazo (1 ano de suspensão + 5 anos para a
prescrição) do art. 40 da LEF teria começado a partir de 27/03/2013, data em que a
Fazenda Nacional tomou ciência da não localização do devedor no endereço indicado na
petição inicial.
4. Contudo, não há que se falar em transcurso desse prazo no momento em que foi proferida a
sentença ora recorrida (27/10/2017).
1. Apelação interposta pela Fazenda Nacional contra sentença que reconheceu a prescrição
intercorrente e extinguiu esta execução fiscal.
3. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).
4. Conforme se observa nos autos, frustrada a tentativa de penhora de bens em nome da parte
executada, o Juízo de origem determinou suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano, nos
termos do art. 40 da Lei 6.830/80, tendo sido intimada a Fazenda Nacional em 18/11/2010 (fl.
59).
5. Ressalte-se que essa intimação do órgão fazendário foi realizada mediante ofício
expedido pelo Juízo a quo, ante a inexistência de sede da exequente na Comarca
(Igarassu/PE) de tramitação do feito. Tal procedimento encontra respaldo na orientação
firmada pelo Superior Tribunal de Justiça no REsp 1352882/MS (recurso repetitivo),
segundo a qual "é válida a intimação do representante da Fazenda Nacional por carta
com aviso de recebimento (art. 237, II, do CPC) quando o respectivo órgão não possui
sede na Comarca de tramitação do feito".
6. Assim, na hipótese em apreço, o procedimento previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 teve início
a partir de 18/11/2010, momento em que a Fazenda Nacional foi intimada acerca do despacho
que determinou a suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano. Após essa data (18/11/2010), o
processo ficou paralisado, sem qualquer movimentação ou petição, até 02/02/2017, ocasião em
que o Juízo de origem determinou a intimação da exequente para se manifestar sobre a
ocorrência de prescrição (fl. 60), não tendo o órgão fazendário, contudo, apresentado qualquer
causa suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional (fls. 61/62).
1. Apelação interposta pela ANVISA contra sentença que reconheceu a prescrição intercorrente
e extinguiu esta execução fiscal.
3. Assim, no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou ausência
de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se automaticamente o prazo
de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF?, sendo irrelevante não só o fato de haver
petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60 ou 120 dias, a fim de
realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda Pública, não mencionar a
suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018).
4. Conforme se observa nos autos, o procedimento previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 teve
início a partir de 29/09/2011, momento em que a Fazenda Nacional foi intimada acerca da
suspensão do feito determinada pelo Juízo de origem.
5. Contudo, constata-se que não foi apreciado pelo Juízo de origem o pedido da Fazenda
Nacional (feito em 16/02/2012) de expedição de mandado de penhora e avaliação no
endereço da corresponsável Maria de Fátima Frutuoso Alves.
7. No caso concreto, como não foi realizada nenhuma diligência no novo endereço
indicado pela Fazenda Nacional em sua petição de 16/02/2012, não é possível afirmar que
tal providência, sendo determinada pelo Juízo a quo, restaria infrutífera, razão pela qual
não se pode confirmar, pelo menos neste momento, o transcurso do prazo prescricional.
I. Remessa Necessária de sentença que extinguiu a execução fiscal, com resolução de mérito,
em face da ocorrência da prescrição intercorrente, nos termos do art. 269, IV do CPC e da
Súmula 150 do Supremo Tribunal Federal. Sem custas e honorários.
II. Na hipótese, a execução foi proposta em 1998, tendo sido realizada a citação do executado
por Edital, em fevereiro de 2000.
III. Em 2003, a Fazenda Nacional pugna pela suspensão do processo por 60 (sessenta) dias,
para providenciar a liberação de numerário para tal desiderato (fl. 52). Após o recolhimento do
valor pertinente às diligências do Sr. Oficial de Justiça, roga pelo normal prosseguimento do
feito.
IV. Em 16/06/2004, é determinada a suspensão do processo pelo prazo de um ano, haja vista
não terem sido indicados ou localizados bens em nome do executado e a Fazenda Pública,
regularmente intimada, não ter se pronunciado nos autos (fl. 60).
V. Posteriormente, a Fazenda Pública requer a suspensão do feito pelo prazo de um ano, com
fulcro no art. 40, parágrafo 1º da Lei 6.839/80, em decorrência de não terem sido localizados
bens penhoráveis do executado (fl. 64).
VII. Diante disso, em 2006, com fulcro no art. 40 da Lei de Execuções Fiscais, o juiz determina
o arquivamento do feito sem baixa na distribuição, uma vez que a qualquer tempo eles podem
retomar o seu curso, salvo se houver sido afetado pela prescrição (fl. 74).
IX. Da sentença, foi interposta apelação pela Fazenda, sustentando que não houve a
sua intimação para manifestar-se sobre a prescrição, haja vista a possibilidade de
superveniência de causas suspensivas ou interruptivas do prazo prescricional. Pugnou
pela a anulação da sentença e o prosseguimento do feito executivo, diante da violação
ao art. 40 da Lei de Execuções Fiscais.
XII. Em 2017, a sentença julgou extinto o processo com resolução de mérito em face da
manifesta prescrição intercorrente, sob o fundamento de que da data do arquivamento do feito
até a data da prolação da sentença o processo ficou arquivado sem que nenhuma providência
frutífera fosse tomada pela Fazenda. Sustenta que o STJ decidiu, em sede de recurso
repetitivo, que arquivado o feito sem baixa na distribuição é de se reconhecer a
prescrição intercorrente, se a execução ficou paralisada por mais de cinco anos, cujo
prazo é contado da decisão que determinou o arquivamento.
XIII. O art. 40, parágrafo 4º, da Lei de Execuções Fiscais, possibilita ao juiz da execução a
decretação de ofício da prescrição intercorrente, se consumado o lapso prescricional de 5
(cinco) anos. Extrai-se da interpretação literal do referido dispositivo a necessidade de
prévia intimação da Fazenda Pública para decretação da prescrição intercorrente.
Entretanto, embora não tenha havido a intimação da Fazenda para manifestar-se acerca
da ocorrência da prescrição, conforme decisão proferida pelo Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1340553, ao alegar a nulidade pela falta de
qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, a Fazenda deve
demonstrar o prejuízo que sofreu, como a ocorrência de qualquer causa interruptiva ou
suspensiva da prescrição, o que não ocorreu no caso em questão.
Processual Civil e Execução Fiscal. Apelação a desafiar sentença que extinguiu o processo,
decretando a prescrição, nos termos do art. 174, parágrafo único, inc. I, do Código Tributário
Nacional combinado com o art. 40, da Lei 6.830/80.
A prescrição intercorrente atingiu o feito executório, sob os influxos do art. 40, da Lei 6.830/80,
eis que já instaurada a demanda e frustrados todos os mecanismos de recuperação do crédito
público.
Nos termos do art. 40, da Lei 6.830, durante todo esse interregno, nada de efetivo foi levado a
efeito para a satisfação do crédito, tendo o juízo, estritamente dentro da disposição do
parágrafo 4º, do retrocitado artigo, ouvido a exequente em 01 de setembro de 2016, f. 299-300,
que não apontou nada de substancial para ultimar a cobrança da exação, não impulsionando o
feito, sequer localizando os devedores, em nada alterando o quadro fático já estabelecido.
O Pleno desta Corte não destoa desse entendimento quando do julgamento dos Embargos
Infringentes em Apelação Cível 427227/CE, no sentido de que a simples ausência de despacho
de arquivamento, após o decurso do prazo de suspensão, não pode servir de obstáculo para o
início do prazo prescricional, conforme acórdão o EINFAC427227-CE, des. Ivan Lira de
Carvalho.
1. O período para propor execução fiscal ocorre no prazo de 5 (cinco) anos contados da forma
de constituição do crédito que, in casu, foi espontânea (fls. 04/44 do executivo). A embargada
requereu a execução em 13/08/2009, id est, dentro do prazo prescricional definido em lei, (fl. 02
- carimbo do protocolo - da Execução Fiscal). Restou demonstrada notificação pessoal em
17/08/2004, conforme CDA nos extratos juntados às fls. 68/69 dos presentes Embargos.
2. Sobre o excesso de execução, a recorrente não juntou aos autos nenhum documento
idôneo, ou prova robusta em sentido contrário, capaz de infirmar a ausência de liquidez,
certeza e exigibilidade do crédito exequendo e de comprovar o alegado excesso. Da mesma
forma, não apresentou memória de cálculo, correspondente ao quantum que entende devido,
consoante prescreve o parágrafo quinto, do art. 917, parágrafo 3º, do CPC, o qual prescreve:
"Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do
título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo".
3. A Lei de Falências exclui a execução fiscal do rol de ações para suspensão nos
termos do parágrafo 7º do art. 6º da Lei nº 11.101/2005: "Art. 6º. A decretação da falência ou
o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de
todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares
do sócio solidário. (...). Parágrafo 7º. As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do
Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica".
4. O art. 187 do CTN também atesta que: "A cobrança judicial do crédito tributário não é
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento".
5. Precedentes desta Segunda Turma: AG 133457, des. Paulo Roberto de Oliveira Lima, DJe
30/08/2018; AG 145664, des. Leonardo Carvalho, DJe 06/02/2018; PJe, AG
08021649820154050000, julgado em 08/10/2015, des. Vladimir Carvalho.
1. Agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por empresa particular,
contra decisão interlocutória que, nos autos da execução fiscal, determinou a reavaliação e,
após, realização de leilão do bem imóvel da executada nos dias 24/07/2018 e 07/08/2018,
como 1ª e 2ª praças do leilão, respectivamente.
2. Insurge-se a parte agravante contra decisão que, entendendo pela possibilidade de regular
prosseguimento da execução fiscal, determinou a realização de leilão do bem imóvel ofertado à
garantia.
3. Em suas razões, a parte agravante aduz que se encontra em recuperação judicial,
aguardando decretação de falência, de sorte que compete tão somente ao juízo da
recuperação adotar medidas expropriatórias. Alega, ainda, que a dívida executada é ilíquida,
pois inclui débitos referentes à contribuição previdenciária, cuja base de cálculo é alvo de
debate na Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica c/c Repetição de Indébito nº
0005194-06.2006.4.05.8500.
1- De acordo com a dicção do parágrafo 7º, do art. 6º, da Lei 11.101/2005,as execuções
de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial,
ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da
legislação ordinária específica. Por sua vez, o art. 187, do Código Tributário Nacional,
determina que a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.
3- Embora o douto juízo não tenha suspendido a presente execução, deferiu o pleito do
executado, ora agravado, e determinou a abstenção dos atos constritivos em face da
empresa agravada, enquanto mantida na condição de recuperanda judicial, o que
implica, na prática, em suspensão indevida da execução fiscal.
4- A douta decisão merece reparo neste ponto, a fim de que a execução fiscal prossiga com os
atos constritivos, colocando-se a disposição do juízo de recuperação judicial qualquer
expropriação dos bens, a exemplo de leilão ou adjudicação, como requerido pela própria
agravante.
7- Portanto, nada a reparar nesta parte do julgado uma vez o decisum demonstra que José San
Vicente Gonzáles Garcia substituiu Edgar Francisco de Assis Neto no cargo de administrador
da sociedade, em alteração contratual registrado na Junta Comercial, em 29 de novembro de
2012, sem que a agravante tenha demonstrado qualquer fraude na mencionada alteração
contratual.