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OBSERVAÇÕES:

1. A Lei de Execuções Fiscais dispõe de forma expressa, no seu art. 29, não estar a
cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento, não prevalecendo
o disposto no art. 18 da n. 6.024/74 sobre as disposições da LEF, que lhe é posterior.

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.646.395 - RJ (2016/0336477-8) RELATOR :


MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : SUPERINTENDÊNCIA DE
SEGUROS PRIVADOS AGRAVADO : PREVBRAS - SOCIEDADE NACIONAL DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA - EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL REPR. POR :
CARLOS ALBERTO JORDÃO MARTINS - LIQUIDANTE ADVOGADOS : VINICIUS
NASCIMENTO DE GREGORIO - RJ115575 PEDRO EUGENIO WERLY FERREIRA
DO CABO E OUTRO (S) - RJ172629 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO RECONSIDERADA. EXECUÇÃO
FISCAL. SUSPENSÃO. NÃO CABIMENTO. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. LEF.
NORMA ESPECIAL. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.
DECISÃO Trata-se de agravo interno interposto contra a decisão que deu provimento
ao Recurso Especial, assim ementada (e-STJ fl. 103): PROCESSUAL CIVIL E
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. MULTA ADMINISTRATIVA. EXTINÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 49, VII, DA LC 109/2001. SUSPENSÃO
DA EXIGIBILIDADE. PRECEDENTE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. Nas razões do
agravo, a agravante alega, em síntese, que a jurisprudência desta Corte, firmou-se no
sentido de que a Lei de Execuções Fiscais constitui norma especial em relação à Lei
6.024/74, de forma que a execução fiscal não se suspende em face da liquidação
judicial, pois o art. 18 da Lei 6.024/74 cede frente ao comando do art. 29 da LEF, que é
a norma especial aplicável ao caso. Sem impugnação. É o relatório. Passo a decidir.
Assiste razão à embargante. Compulsando os autos verifica-se que a decisão ora
agravada contem premissa equivocada a ser corrigida. Com efeito, reconsidero a
decisão de e-STJ fls. 103-105, tornando-a sem efeito, e passo a nova analise do
Recurso Especial. Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, assim ementado: AGRAVO - EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE - MULTA ADMINISTRATIVA - SUSEP - LIQUIDAÇÃO
EXTRAJUDICIAL - ARQUIVAMENTO - SUSPENSÃO - IMPROVIMENTO 1. Trata-se
de agravo de instrumento interposto contra a decisão que indeferiu a exceção de pré-
executividade apresentada e determinou o prosseguimento da execução fiscal
proposta pela SUSEP, relativa a cobrança de multa administrativa. 2. O disposto no
art. 20, da Lei nº 10.522/02 não se aplica ao caso dos autos, visto que não se trata de
inscrição em dívida ativa da União, mas de Autarquia Federal, com personalidade
jurídica própria. 3. A Lei nº 6.830/80, que dispõe sobre a cobrança da dívida ativa
da Fazenda Pública, constitui norma especial em relação à Lei nº 6.024/74, de
maneira que a execução fiscal não tem seu curso suspenso em razão de
liquidação extrajudicial. A disposição do art. 18, a, da Lei nº 6.024/74 não tem
aplicabilidade quando se está diante de executivo fiscal. Precedentes do STJ e
TRF 2' Região. 4. Agravo de instrumento improvido. No apelo especial, a recorrente
alega violação ao art. 49 da Lei Complementar nº 109/2001. Pugna, em síntese, pela
suspensão do executivo fiscal em razão da decretação da Liquidação Extrajudicial da
empresa ora recorrente. Contrarrazões às fls. 88-91. Decisão de admissibilidade à fl.
95. É o relatório. Decido. Registra-se que "[a]os recursos interpostos com fundamento
no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser
exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações
dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (Enunciado
Administrativo n. 2, aprovado pelo Plenário do Superior Tribunal de Justiça em
9/3/2016)". Com efeito, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou
orientação no sentido de que a lei que regula a execução fiscal constitui norma
especial em relação àquela que rege a liquidação extrajudicial de instituições
financeiras, razão pela qual deve prevalecer o disposto no art. 29 da Lei 6.830/80, em
detrimento do art. 18, a, da Lei 6.024/74, não sendo cabível, portanto, a suspensão do
processo. Nesse sentido: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO
FISCAL. PRESCRIÇÃO. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE DO
AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. INOCORRÊNCIA. LEF. NORMA ESPECIAL. 1. "Ao
crédito inscrito em dívida ativa, mesmo que intentada a execução pelo rito do Código
de Processo Civil - CPC, aplica-se o art. 29 da Lei n. 6.830/80 - LEF, em razão do
regime jurídico próprio da dívida ativa decorrente do ato administrativo de inscrição,
afastando-se o art. 18, a, da Lei n. 6.024/74, que determina a suspensão das
execuções contra instituição financeira em procedimento de liquidação extrajudicial"
(REsp 1.247.650/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 05/12/2013, DJe 19/12/2013) 2. Agravo interno a que se nega
provimento (AgInt no REsp 1.734.450/RJ, Rel. Min. Sergio Kukina, Primeira Turma, Dje
29/08/2018, grifo nosso). ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. MULTA
ADMINISTRATIVA. ALEGADA CONTRARIEDADE AO ART. 267, § 3º, DO CPC/73.
TESE RECURSAL NÃO PREQUESTIONADA. SÚMULA 211 DO STJ. LIQUIDAÇÃO
EXTRAJUDICAL. INCIDÊNCIA DA NORMA ESPECIAL, PREVISTA NO ART. 29 DA
LEI 6.830/80. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ. AGRAVO INTERNO
IMPROVIDO. [...] II. Trata-se, na origem, de Agravo de Instrumento, interposto por
Federal de Seguros S/A em Liquidação Extrajudicial, contra decisão do Juízo de 1º
Grau que, em Embargos à Execução, opostos pela recorrente em face da
Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, indeferira o requerimento de
suspensão do feito. O Tribunal de origem manteve a decisão monocrática do Relator,
que negara seguimento ao Agravo de Intrumento, nos termos do art. 557, caput, do
CPC/73. [...] V. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou orientação
no sentido de que a lei que regula a execução fiscal constitui norma especial em
relação àquela que rege a liquidação extrajudicial de instituições financeiras,
razão pela qual deve prevalecer o disposto no art. 29 da Lei 6.830/80, em
detrimento do art. 18, a, da Lei 6.024/74, não sendo cabível, portanto, a
suspensão do processo. Assim, estando o acórdão recorrido em consonância com a
jurisprudência sedimentada nesta Corte, merece ser mantida a decisão ora agravada,
que conheceu, em parte, do Recurso Especial, e, nessa extensão, negou-lhe
provimento, em face do disposto no enunciado da Súmula 568 do STJ. VI. Agravo
interno improvido (AgInt no REsp 1.664.703/RJ, Rel. Min. Assussete Magalhães,
Segunda Turma, Dje 24/05/2018, grifo nosso). Ante o exposto, nego provimento ao
Recurso Especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 18 de outubro de 2018.
Ministro BENEDITO GONÇALVES Relator

(STJ - AgInt no REsp: 1646395 RJ 2016/0336477-8, Relator: Ministro BENEDITO


GONÇALVES, Data de Publicação: DJ 25/10/2018)

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. DEFERIMENTO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

NÃO SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. ATOS DE CONSTRIÇÃO E DE


ALIENAÇÃO DE BENS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO DEVEM SER PREVIAMENTE
ANALISADOS PELO JUÍZO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

I - Trata-se de agravo de instrumento interposto pela União Federal/Fazenda Nacional,


visando à reforma da decisão que indeferiu o pedido de realização de constrição
eletrônica de ativos financeiros, mediante a utilização do sistema BACENJUD, sob o
fundamento de que o juízo da recuperação judicial é competente para determinar os atos
de alienação ou de constrição que comprometam o cumprimento do plano de
reorganização da empresa. No Tribunal a quo, o recurso foi parcialmente provido.

II - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça possuí entendimento de que,


embora o deferimento da recuperação judicial não suspenda a execução fiscal, os
atos de constrição e de alienação de bens sujeitos à recuperação devem ser
previamente analisados pelo Juízo da recuperação judicial. Nesse sentido, confira-
se o precedente: AgInt no CC n. 152.742/RJ, Rel. Ministro Marco Buzzi, Segunda Seção,
julgado em 14/3/2018, DJe 21/3/2018).

III - Agravo interno improvido.

(AgInt no AREsp 1337315/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA,


julgado em 13/11/2018, DJe 21/11/2018)

2. Foi publicada, em 27/02/2018, decisão da Primeira Seção do STJ que determinou que os
Recursos Especiais nº 1.712.484, nº 1.694.316 e 1.694.261 sejam julgados sob o rito dos
Recursos Repetitivos. Os casos serão os representativos da controvérsia cadastrada como
Tema 987 no sistema dos repetitivos, referente à “possibilidade da prática de atos
constritivos em face de empresa em recuperação judicial, em sede de execução fiscal ”.

Conforme os termos do art. 1.036 do novo CPC, que regula o procedimento do julgamento
repetitivo, o STJ determinou ainda a suspensão de todos os processos pendentes que versem
sobre a questão e tramitem no território nacional, além da comunicação da decisão aos
presidentes dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais. Trata-se de
importante iniciativa da Corte Superior, cuja jurisprudência recente já vinha caminhando no
sentido de impedir a prática de atos de constrição, nas hipóteses em questão, por juízos que
não fossem o da Recuperação Judicial. A controvérsia surgiu em razão da Lei da Recuperação
Judicial, nº 11.101/05, dispor em seu artigo 6º, § 7º, que “ As execuções de natureza fiscal não
são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial”.

Por força desse dispositivo, os juízos responsáveis pelas Execuções Fiscais de empresas em
Recuperação Judicial continuaram a praticar atos de constrição ou alienação do patrimônio da
sociedade, como por exemplo a penhora dos bens. Ocorre que a autorização irrestrita do
prosseguimento da execução fiscal, permitindo que qualquer juízo possa determinar a
constrição de bens de ofício, torna impossível o cumprimento do plano de recuperação judicial,
frustrando precisamente o seu objetivo principal, que é a consecução do princípio da
preservação da empresa.

Espera-se que o julgamento dos recursos representativos solucione o quanto antes a


discussão acerca da constrição dos bens de empresas em recuperação judicial.

3. Especialmente no que interessa a este trabalho, o art. 187 do Código Tributário Nacional –
CTN dispõe que a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.

Nesse sentido, a autonomia da cobrança fiscal consiste em um privilégio do crédito tributário,


colocando-o em posição de vantagem em relação aos outros créditos, já que a Fazenda
Pública pode ajuizar suas execuções fiscais no juízo competente, sem se submeter ao juízo
universal falimentar. Não é por outro motivo que o art. 6º, § 7, da Lei 11.101/2005 prevê que as
execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial.
Igual previsão encontra-se no art. 29 da Lei 6830/1980, também conhecida como Lei de
Execuções Fiscais.

4. Quanto à questão da autonomia da execução fiscal, em que pese a lei determine que não há
a suspensão das execuções fiscais em face da recuperação judicial nem qualquer vedação
legal ao seu prosseguimento com atos constritivos do patrimônio da empresa, o Superior
Tribunal de Justiça, por meio da Segunda Seção, passou a entender que os atos que resultem
em constrição do patrimônio da empresa recuperanda ficam sujeitos ao juízo da recuperação,
sob pena de frustrar este procedimento que objetiva devolver à sociedade comercial as
condições para voltar a desempenhar suas atividades.[12]

Ressalta-se que não se trata de posicionamento unânime, havendo manifestações em sentido


contrário. A Primeira Seção, por exemplo, entendeu, no AgRg em Conflito de Competência
112.646/DF, expressamente pela inaplicabilidade dos precedentes da Segunda Seção, de
forma que a menos que o crédito tributário seja extinto ou tenha a exigibilidade suspensa, a
execução fiscal terá seu regular processamento, mantendo-se plenamente respeitadas as
faculdades e liberdade de atuação do juízo por ela responsável.[13]

O que se pode concluir é que não há, no Superior Tribunal de Justiça, uniformidade quanto à
questão da autonomia do executivo fiscal. A Segunda Seção possui consolidado
posicionamento pela competência do juízo universal falimentar para decidir sobre os atos de
constrição sobre os bens da empresa em recuperação, apesar de entender que não há a
suspensão das ações de execução fiscal pelo deferimento da recuperação judicial.

Quando instado a se manifestar, o Superior Tribunal de Justiça ainda não formou uma
unanimidade de entendimento quanto à questão da autonomia do executivo fiscal. Em que
pese a Segunda Seção do Tribunal - especializada em matérias de Direito Público e formada
pela Terceira e Quarta Turma - determine que a competência é do juízo falimentar para decidir
sobre atos de constrição em execuções fiscais, posiciona-se pela não suspensão dos
executivos fiscais.

Já a Segunda Turma, que integra a Primeira Seção, inaugurou recentemente posição


divergente, entendendo pela suspensão da cobrança dos créditos fiscais tão somente se
concedida a recuperação judicial com prova da regularidade fiscal.

5. A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o prazo prescricional para
cobrança de crédito fiscal tributário no âmbito de processo falimentar se dá entre a citação em
execuções fiscais e o requerimento de habilitação do crédito. A decisão, unânime, é desta
terça-feira (4/12). No julgamento desta terça, o relator do caso, ministro Luís Felipe Salomão
afirmou que à luz da jurisprudência do STJ, “não é possível falar em prescrição da pretensão
de cobrança de créditos tributários oriundos da ocorrência de fato gerador de ICMS quando
não transcorrido o prazo prescricional quinquenal entre a data da constituição definitiva do
crédito e a data do ajuizamento da execução fiscal”.
PRECEDENTES STJ

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXTINÇÃO.

PRESCRIÇÃO DECLARADA DE OFÍCIO. ACÓRDÃO QUE CONTRARIA JURISPRUDÊNCIA


DESTA CORTE. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1.340.553/RS.

NECESSIDADE DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO E DE INTIMAÇÃO DA FAZENDA


ESTADUAL ANTES DA EXTINÇÃO PELA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

I - Na origem trata-se de execução fiscal para cobrança de débitos relativos ao ISS. Na


sentença pronunciou-se de oficio a prescrição do direito da parte exequente de promover a
ação executiva. No Tribunal a quo, a sentença foi mantida.

II - Segundo entendimento desta Corte "nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida
ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da
vigência da Lei Complementar n. 118/2005), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo
após a primeira tentativa infrutífera de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará
suspensa a execução" (REsp n. 1340.553/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira
Seção, julgado em 12/9/2018, DJe 16/10/2018). Inclusive, devendo o magistrado, ao
reconhecer a prescrição intercorrente, fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos
marcos legais que foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao
período em que a execução ficou suspensa.

III - Firmou-se ainda o entendimento no recurso especial repetitivo citado que "havendo ou não
petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o
prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável
(de acordo com a natureza do crédito exequendo) durante o qual o processo deveria estar
arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n.6.830/80 - LEF,
findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição intercorrente e decretá-la de imediato".

IV - No caso dos autos, não houve suspensão da execução, nem intimação à Fazenda
Estadual antes da extinção da execução. Assim, o acórdão recorrido diverge do
entendimento desta Corte, razão pela qual deve ser reformado.

V - Agravo em recurso especial conhecido para, dando provimento ao recurso especial,


determinar o prosseguimento da execução fiscal, com a intimação da Fazenda Estadual.

(AREsp 1340522/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em


07/02/2019, DJe 14/02/2019)

RECURSO ESPECIAL. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO NA FALÊNCIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO


CONSIDERADO PRESCRITO.

1. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do
acidente de trabalho e, no caso de devedor falido, os créditos extraconcursais, as
importâncias passíveis de restituição e os créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado (artigo 186 do CTN).
2. Sob tal perspectiva, o artigo 187 do mesmo diploma - assim como a Lei de Execução Fiscal
(Lei 6.830/80, artigo 29) - dispõe que a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a
concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, liquidação, inventário ou
arrolamento.

3. Nesse contexto, os créditos tributários não se submetem ao concurso formal (ou


processual) instaurado com a decretação da falência ou com o deferimento da
recuperação judicial, vale dizer, não se subordinam à vis attractiva (força atrativa) do
Juízo falimentar ou recuperacional, motivo pelo qual as execuções fiscais devem ter
curso normal nos juízos competentes (artigo 76 da Lei 11.101/2005).

4. De outro vértice, os credores tributários sujeitam-se ao concurso material (ou


obrigacional) decorrente da falência ou da recuperação judicial, pois deverão ser
respeitadas as preferências, por exemplo, dos créditos trabalhistas e daqueles com garantia
real, sem olvidar-se do pagamento prioritário dos créditos extraconcursais e das importâncias
passíveis de restituição.

5. Malgrado a prerrogativa de cobrança do crédito tributário via execução fiscal, inexiste óbice
para que o Fisco (no exercício de juízo de conveniência e oportunidade) venha a requerer a
habilitação de seus créditos nos autos do procedimento falimentar, submetendo-se à ordem de
pagamento prevista na Lei 11.101/2005, o que implicará renúncia a utilizar-se do rito previsto
na Lei 6.830/80, ante o descabimento de garantia dúplice.

6. Na hipótese dos autos, o Fisco estadual optou por habilitar, no processo falimentar, o crédito
tributário que foi considerado prescrito pelas instâncias ordinárias.

7. Sobressai a perda do objeto da pretensão recursal referente aos créditos tributários em


relação aos quais sobrevieram, na instância ordinária, sentenças extintivas das execuções
fiscais respectivas, em razão da homologação judicial de pedidos de desistência formulados
pela Fazenda estadual, que pugnou pelo caráter irrisório dos valores devidos pela devedora
falida.

8. Por outro lado, no tocante aos créditos tributários objeto das execuções fiscais (ainda em
curso na origem) ajuizadas entre 24.1.2005 e 1º.06.2005, cuja habilitação na falência foi
requerida em 19.4.2010, verifica-se que, à luz da jurisprudência desta Corte, a fluência do
prazo prescricional quinquenal contado da constituição definitiva do crédito (data do
vencimento do pagamento da obrigação tributária declarada, mas não paga) encerrou-se
com o ajuizamento da execução fiscal, que pôs fim à inércia do Fisco. Precedente: REsp
1.120.295/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 12.5.2010, DJe 21.5.2010.

9. As instâncias ordinárias, utilizando-se de critério equivocado para contagem da prescrição,


em momento algum suscitaram o decurso de prazo quinquenal entre os marcos corretos
(constituição definitiva do crédito e propositura do feito executivo), mas, sim, assinalaram que o
pedido de habilitação do crédito ocorrera mais de cinco anos após a inscrição em dívida ativa.

10. Tampouco ocorreu a prescrição intercorrente, nos termos do repetitivo da Primeira


Seção (REsp 1.340.553/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado
em 12.09.2018, DJe 16.10.2018). Isso porque, ainda que se computasse, logo após a
propositura das demandas (em 2005), o prazo de um ano de suspensão (previsto no
artigo 40 Lei 6.830/80) acrescido de mais cinco anos referentes ao lapso prescricional,
não estaria configurada a causa extintiva da pretensão de cobrança, que fora exercida
em 2010, em face do administrador judicial da massa falida, mediante o pedido de
habilitação na falência.

11. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido.


(REsp 1466200/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
04/12/2018, DJe 12/02/2019)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PENHORA


NO ROSTO DOS AUTOS DE AÇÃO DE FALÊNCIA. HABILITAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA.
DESNECESSIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 187 DO CTN E DO ART. 29 DA LEF.

1. O STJ possui orientação pacífica no sentido de que "Uma vez inscrita em dívida ativa
obrigação consubstanciada em outro título executivo, deve ser aplicado o regime
jurídico próprio da dívida ativa que implica seu controle administrativo, orçamentário e
financeiro (emissão de certidões positivas - art. 31, da LEF, parcelamentos, remissões,
anistias, programas fiscais em geral, etc.) e agrega ao crédito inscrito a eficácia de não
se sujeitar a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação,
inventário ou arrolamento (art. 29, da LEF)" (REsp 1.247.650/RN, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, DJe 19/12/2013).

2. Desnecessária, portanto, a apresentação de prova negativa (inexistência de pedido, nos


autos da Ação Falimentar, de habilitação do crédito), para o fim de análise do requerimento
apresentado, nos autos da Execução Fiscal, de realização de penhora no rosto dos autos.

3. Recurso Especial provido.

(REsp 1740313/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em


12/06/2018, DJe 26/11/2018)

RECURSO ESPECIAL Nº 1.682.521 - RJ (2017/0158509-3) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO


KUKINA RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : PAM COMERCIO DE FERRO
E AÇO LTDA - MASSA FALIDA ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS -
SE000000M DECISÃO Trata-se de recurso especial fundado no CPC/1973, interposto pela
Fazenda Nacional, com base no art. 105, III, a, da CF, contra acórdão proferido pelo Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, assim ementado (fl. 135): PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO
FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. LEI N.
11.051/2004. APELAÇÃO DESPROVIDA. 1 . A previsão do §, 4o do artigo 40, da Lei de
Execuções Fiscais, autoriza o reconhecimento de ofício da prescrição intercorrente após o
decurso do prazo prescricional, que tem início com o arquivamento dos autos, sem baixa na
distribuição. 2. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ainda, o prazo
prescricional tem curso independentemente da intimação da Fazenda Pública, com relação à
determinação de suspensão ou de arquivamento: 3. Se aplica o § 4o do artigo 40 da Lei
6.830/80 (inserido pela Lei 11.051 de 30/12/04) de imediato, uma vez que se trata de norma
processual. A disciplina quanto à prescrição em si é de direito material (prazo, contra quem
corre), mas não a forma de conhecê-la. 4. Apelação da União desprovida. Opostos embargos
declaratórios, foram parcialmente providos para integrar a fundamentação do v. acórdão
recorrido, mantendo-se a negativa de provimento ao apelo da União, com a seguinte ementa
(fls. 156/157): PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. FALÊNCIA DE SOCIEDADE DEVEDORA.
ENCERRAMENTO DA AÇÃO FALIMENTAR POR INSUFICIÊNCIA DE BENS.
IMPOSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO OU ARQUIVAMENTO DO FEITO. ART. 40 DA LEF.
REDIRECIONAMENTO PARA SÓCIO. AUSÊNCIA DE NOME DO SÓCIO NA CDA.
NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA DE ATOS PREVISTOS NO ART. 135 DO
CTN. 1. Não se pode decretar prescrição intercorrente antes que se tenha interrompido o curso
do prazo prescricional. 2. Na hipótese de encerramento de falência sem quitação do débito, o
Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que não cabe a suspensão ou
arquivamento da execução fiscal, com esteio no artigo 40 da LEF, a fim de se apurar eventual
responsabilidade dos sócios, co-devedores. 3. Em relação ao redirecionamento da execução,
deve ser feita a distinção entre duas situações. Quando o nome do sócio não constar da CDA,
terá o exeqüente de comprovar a prática dos atos previstos no artigo 135, III, do CTN. Por outra
via, constando o nome do sócio da CDA, poderá ser de imediato realizada a sua inclusão no
polo passivo da execução, tendo em vista que a presunção de liquidez e certeza da CDA
inverte o ônus probatório. 4. A existência de processo falimentar é indicativo de que a empresa
foi regularmente dissolvida, sendo necessário apresentar prova em contrário para que
autorizado o redirecionamento. 5. Necessidade de provimento dos embargos declaratórios,
para integração da fundamentação. 6. Parcial provimento dos embargos declaratórios, para
integrar a fundamentação do v. acórdão recorrido, mantendo-se a negativa de provimento ao
apelo da União, ainda que por fundamento diverso. A parte recorrente aponta violação aos arts.
267, 535, II, do CPC. Sustenta, em resumo, que: (I) "o v. acórdão foi omisso quanto ao fato de
que o término do processo falimentar não poderia extinguir o crédito tributário" (fl. 199); e (II)
"com o encerramento do feito falimentar, o processo de execução fiscal em face da massa
falida deve ficar suspenso, com espeque no art. 40 da LEF" (fl. 201). É o relatório. Registre-se,
de logo, que o acórdão recorrido foi publicado na vigência do CPC/1973; por isso, no exame
dos pressupostos de admissibilidade do recurso, será observada a diretriz contida no
Enunciado Administrativo n. 2/STJ, aprovado pelo Plenário do STJ na Sessão de 9 de março
de 2016 ("Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/73 relativos a decisões
publicadas até 17 de março de 2016 devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na
forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça"). A irresignação não merece prosperar. Quanto à suposta omissão
apontada pelo ora recorrente, o Tribunal a quo, às fls. 148/151, consignou que: Com efeito, a
sentença (fls. 93/95) extinguiu executivo fiscal ao argumento de que, encerrado o processo
falimentar da empresa executada, e inexistindo ativos, falece à exequente interesse processual
no prosseguimento do feito. Confira-se: "Tendo em vista o reiterado entendimento do Juízo
sobre a falência ser causa de dissolução irregular da empresa devedora principal e não
autorizar a responsabilização nos termos do artigo 135 do CTN face ao fato de que não
restaram comprovados nos autos indícios de crime falimentar, para que produza seus regulares
efeitos, decreto a EXTINÇÃO da presente execução fiscal com fulcro no art. 794. do Código de
Processo Civil." O recurso de apelação da União, por sua vez, encontra-se fundamentando na
tese de que a falência "pode vir a ser considerada como causa de dissolução irregular em
determinados casos" (fl. 101). Ressaltou a apelante que "diante de disposição expressa do
artigo 40 da Lei nº 6.830/80, que é possível a suspensão do andamento do feito, sendo que,
em face de alteração promovida pela lei nº 11.051/2004, o juiz poderá, depois de ouvida a
Fazenda Pública, reconhecer, de ofício, a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato."
Assim, considerou que, somente se ocorrer a hipótese prevista no artigo 40, § 4º, da LEF
poderá haver extinção do feito, o que entende não ocorrer no caso concreto. [...] De outra
parte, na hipótese de encerramento de falência sem quitação do débito, o Superior Tribunal de
Justiça firmou entendimento no sentido de que não cabe a suspensão ou arquivamento da
execução fiscal, com esteio no artigo 40 da LEF, a fim de se apurar eventual responsabilidade
dos sócios, co-devedores". Assim, verifica-se não ter ocorrido ofensa ao art. 535 do CPC, na
medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram
submetidas, apreciando integralmente a controvérsia posta nos autos, não se podendo,
ademais, confundir julgamento desfavorável ao interesse da parte com negativa ou ausência de
prestação jurisdicional. No tocante à tese de que o processo falimentar suspende o curso
da prescrição, a jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que"a cobrança
judicial da dívida da Fazenda Pública não se sujeita à habilitação em falência, de modo
que a execução fiscal tem seu curso normal, não havendo suspensão ou interrupção do
prazo prescricional". Nesse sentido, os seguintes julgados: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO
FISCAL. DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.
INADMISSIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ. A jurisprudência desta Corte já firmou que a
decretação da falência não obsta o ajuizamento ou a regular tramitação da Execução Fiscal.
Logo, o prazo prescricional não se suspende. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp
842.851/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 10/3/2016, DJe
17/3/2016). AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO.
EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA DA
EMPRESA EXECUTADA. ALEGAÇÃO DE SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA SEM INFLUÊNCIA NO ANDAMENTO DO EXECUTIVO
FISCAL. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. O aresto impugnado não divergiu da orientação desta Corte, segundo a qual a decretação da
falência não obsta o ajuizamento ou a regular tramitação da Execução Fiscal. Nesse contexto,
pode ser decretada a prescrição intercorrente, nos termos do art. 40, § 4o. da Lei. 6.830/80.
Precedente: REsp. 1.330.821/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 10.10.2012. 2. Agravo
Regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 526.303/MG, Rel. Ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 20/11/2014, DJe 4/12/2014). PROCESSUAL
CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL.
INSTRUMENTALIDADE RECURSAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA
EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. 1. É possível
receber os embargos de declaração como agravo regimental, em homenagem à fungibilidade
recursal e à economia processual, quando nítido o seu caráter infringente. Precedente: EDcl na
Rcl 5.932/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 29.5.2012. 2. A
execução fiscal não se suspende em face do deferimento do pedido de recuperação judicial
(art. 6º, § 7º, da LF n. 11.101/05, art. 187 do CTN e art. 29 da LF n. 6.830/80). Incidência da
Súmula 83/STJ. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, e improvido.
(EDcl no AREsp 365.104/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em
17/9/2013, DJe 25/9/2013). PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. DECURSO DE PRAZO SUPERIOR A CINCO ANOS, CONTADOS ENTRE
O ARQUIVAMENTO DOS AUTOS E A SENTENÇA EXTINTIVA. AÇÃO DE FALÊNCIA.
PREJUDICIALIDADE. 1. Controverte-se a respeito da decisão que decretou a prescrição
intercorrente na Execução Fiscal, com base no art. 40, § 4º, da Lei 6.830/1980, por se ter
verificado que fluiu prazo superior a cinco anos, contados entre o arquivamento do feito
(6.6.2003) e a sentença extintiva (21.1.2009). 2. O Tribunal de origem concluiu que a
tramitação paralela de Ação Falimentar não exerce influência, para efeito de suspensão, na
apuração da prescrição intercorrente, pois a Fazenda Pública possui juízo e demanda regidos
por lei específica (arts. 5º e 29 da LEF). 3. A questão foi analisada de forma genérica, e,
conforme será demonstrado, implicou violação do art. 40, § 4º, da LEF. 4. Com efeito, a
decretação da falência não obsta o ajuizamento ou a regular tramitação da Execução Fiscal, de
modo que a inércia absoluta da exequente pode ser punida na forma da lei. 5. Situação distinta,
contudo, é aquela em que a Fazenda Pública obtém, na demanda executiva, a penhora no
rosto dos autos da Ação de Falência, ou nesta última procede à habilitação de seu crédito. 6.
Nessas circunstâncias, será incorreto afirmar que houve inércia da parte credora, pois a
satisfação da pretensão executiva ficará condicionada, inexoravelmente, ao término da
demanda falimentar (que, como se sabe, pode levar mais de cinco anos, a depender da
complexidade das questões nela versadas). 7. Dessa forma, a ausência de movimentação da
Execução Fiscal - quando houver penhora no rosto dos autos da Ação de Falência ou estiver
pendente a habilitação do crédito da Fazenda Pública - não conduz, automaticamente, ao
entendimento de que houve prescrição intercorrente, pois a morosidade no encerramento da
demanda processada na forma do Decreto-Lei 7.661/1945 (atualmente na forma da Lei
11.101/2005) não implica inércia da Fazenda Pública. 8. É importante registrar que a
equivocada aplicação do art. 40, § 4º, da LEF pode causar prejuízo irreparável, pois, em Direito
Tributário, a prescrição não apenas fulmina a pretensão, como também diretamente o crédito
tributário (art. 156, V, do CTN). Deste modo, in casu, além da extinção da Ação de Execução
Fiscal, a credora poderia ver o juízo falimentar excluir o crédito fazendário, com base na
prescrição intercorrente indevidamente considerada. 9. Recurso Especial provido para anular o
acórdão hostilizado e determinar que outro seja proferido, com base nas premissas acima
estabelecidas. (REsp 1263552/SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
8/9/2011). PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. EMPRESA
SUSCITANTE EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PROSSEGUIMENTO.
UTILIZAÇÃO DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL. NÃO
CONHECIMENTO. PRECEDENTES. 1. A Lei 11.101, de 2005, regulou a recuperação
judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, dispondo,
em seu art. 6º, caput, que"a decretação da falência ou deferimento do processamento da
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções
em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário". 2.
Por seu turno, o parágrafo 7º do referido dispositivo legal estabelece que a execução
fiscal não se suspende em face do deferimento do pedido de recuperação judicial, visto
que a competência para processamento e julgamento das execuções da Dívida Ativa da
Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo. 3. Tal dispositivo (art. 6º, § 7º) corrobora a
previsão contida no art. 5º da própria Lei de Execução Fiscal que determina a competência
para apreciar e julgar execuções fiscais, bem como no art. 29 da referida legislação e no art.
187 do Código Tributário Nacional, que estabelecem que a cobrança judicial da dívida da
Fazenda Pública não se sujeita à habilitação em falência. 4. Assim, considerando que os
efeitos da recuperação judicial não alcançam a cobrança judicial da dívida ativa da
Fazenda Pública, ficando restritos aos débitos perante credores privados, não há que se
suspender o prosseguimento da execução fiscal. 5. Por outro lado, como bem decidiu essa
Colenda Primeira Seção, no julgamento do Agravo Regimental no Conflito de Competência
112.646/DF, da relatoria do Ministro Herman Benjamin, a suscitante"utiliza este incidente com a
finalidade de obter a reforma da decisão emitida regularmente pelo Juízo da Execução Fiscal,
bem como eficácia retroativa à decisão do Juízo da Recuperação Judicial", o que, à toda
evidência, não é cabível em sede de conflito de competência. 6. Conflito de competência não
conhecido. (CC 116579/DF, Relator (a) Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção,
DJe 2/8/2011). No caso, a Corte regional não destoa do posicionamento consolidado no STJ
sobre o tema, não estando, pois, a merecer reparos. Ante o exposto, nego provimento ao
recurso. Publique-se. Brasília (DF), 09 de outubro de 2017. MINISTRO SÉRGIO KUKINA
Relator

(STJ - REsp: 1682521 RJ 2017/0158509-3, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de


Publicação: DJ 18/10/2017)
PRECEDENTES TRF5

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. NÃO OCORRÊNCIA.


INAPLICABILIDADE DO RESP. 1340553/RS. FORNECIMENTO DE UM NOVO ENDEREÇO.
CITAÇÃO DA EXECUTADA. POSSIBILIDADE. INTIMAÇÃO DO CREA/CE ATRAVÉS DE
PUBLICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DEFEITOS E NULIDADES PROCESSUAIS.
ENTENDIMENTO DO RESP REPETITIVO 1.330.473/SP. APELAÇÃO PROVIDA.

1. A prescrição intercorrente inicia-se no curso do processo, após algum marco


interruptivo da prescrição da pretensão executória. Hipótese em que o exequente, no
prazo de seis anos, não promoveu qualquer diligência apta a impulsionar o feito.

2. No presente caso, observo que foi expedida carta de citação em 18/06/2001 e cumprida em
09/08/2001, contudo, decorreu o prazo sem que a parte executada se manifestasse nos autos.
Na data de 21/07/2004, consta um carimbo de abertura de vista para o CREA/CE e não o seu
recebimento, no entanto, o exequente se pronunciou nos autos, tendo atravessado petição em
02/09/2005, informando o novo endereço da executada para que pudesse ser citada.

3. O Juiz a quo indeferiu o seu pleito, tendo em vista que já havia sido efetivada a citação da
executada, no entanto o endereço fornecido pelo exequente era diverso daquele em que a
parte foi citada anteriormente.

4. A partir do momento em que o Juiz a quo indeferiu o pleito do exequente, para que
houvesse uma nova citação em um novo endereço da parte executada, cerceou o seu
direito de buscar todos os mecanismos para satisfação da dívida em comento.

5. O CREA/CE no decorrer do processo foi intimado através de publicação (Diário Oficial), de


todos os atos e despachos exarados na execução fiscal, não sendo aberta vista dos autos, em
nenhum momento, como prevê o REsp 1.330.473/SP, repetitivo e adotado por esta eg. Corte.

6. Apelação provida para que se proceda à citação da parte executada no novo endereço
informado pelo CREA/CE.

(PROCESSO: 200081000343294, DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE, Quarta


Turma, JULGAMENTO: 12/02/2019, PUBLICAÇÃO: DJE - Data::15/02/2019 - Página::87)

TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. NÃO


ENCONTRADOS BENS DA PARTE EXECUTADA PARA FINS DE PENHORA. INÍCIO
AUTOMÁTICO DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 40 DA LEI 6.830/80.
ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO STJ NO RESP 1340553/RS. TRANSCURSO DO PRAZO DE
SUSPENSÃO DE 1 (UM) ANO E DO PRAZO PRESCRICIONAL QUINQUENAL.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE CONFIGURADA. SENTENÇA DE EXTINÇÃO MANTIDA.

1. Apelação interposta pela Fazenda Nacional contra sentença que reconheceu a prescrição
intercorrente e extinguiu esta execução fiscal.

2. No julgamento do REsp 1340553/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos, o


Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que o procedimento
previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 se inicia automaticamente quando não houver a
citação de qualquer devedor por qualquer meio válido e/ou quando não encontrados
bens sobre os quais possa recair a penhora, não cabendo, portanto, ao juiz ou à Fazenda
Pública a escolha do melhor momento para o início dos prazos de suspensão de 1 (um)
ano e da prescrição quinquenal.

3. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).

4. Conforme se observa nos autos, não sendo localizados bens da parte executada para fins de
penhora, o Juízo de origem determinou a suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano, nos
termos do art. 40 da Lei 6.830/80, tendo sido intimada a Fazenda Nacional em 10/03/1997 (fl.
17).

5. Em resposta (fl. 18), datada em 14/04/1997, o ente público reforçou a necessidade de


suspensão do feito "enquanto não encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora".

6. Após essa data (10/03/1997), o processo ficou paralisado, sem a realização de qualquer
diligência frutífera, até 27/05/2009, ocasião em que o Juízo de origem determinou a intimação
da exequente para se manifestar sobre a ocorrência de prescrição (fl. 20), não tendo o órgão
fazendário, contudo, apresentado qualquer causa suspensiva ou interruptiva do prazo
prescricional (fls. 21/24).

7. Diante do exposto, a sentença recorrida, ao reconhecer o transcurso do prazo prescricional


durante o período de 10/03/1997 a 27/05/2009, encontra-se em conformidade o entendimento
esposado pelo Superior Tribunal de Justiça no supracitado representativo de controvérsia
(REsp 1340553/RS), razão pela qual deve ser mantida a extinção desta execução fiscal.

8. Apelação cujo provimento é negado.

(PROCESSO: 00020263820184059999, DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE,


Quarta Turma, JULGAMENTO: 12/02/2019, PUBLICAÇÃO: DJE - Data::15/02/2019 -
Página::90)

TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.


INOCORRÊNCIA. PROVIMENTO.

1. No julgamento do REsp 1340553/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos, o Superior


Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que o procedimento previsto no art. 40 da
Lei 6.830/80 se inicia automaticamente quando não houver a citação de qualquer devedor por
qualquer meio válido e/ou quando não encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora, não cabendo, portanto, ao juiz ou à Fazenda Pública a escolha do melhor momento
para o início dos prazos de suspensão de 1 (um) ano e da prescrição quinquenal.

2. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, como também o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).

3. Pelo que se observa nos autos, o prazo (1 ano de suspensão + 5 anos para a
prescrição) do art. 40 da LEF teria começado a partir de 27/03/2013, data em que a
Fazenda Nacional tomou ciência da não localização do devedor no endereço indicado na
petição inicial.

4. Contudo, não há que se falar em transcurso desse prazo no momento em que foi proferida a
sentença ora recorrida (27/10/2017).

5. Ademais, observa-se à fl. 19 v. que o executado se deu por citado no processo em


18/10/2013, não tendo havido a intimação da Fazenda Nacional acerca dessa citação. Em
vista disso, e considerando-se que o executado foi citado e não pagou a dívida, deve o
feito retornar ao Juízo de origem para o seu prosseguimento com a fase constritiva.

6. Apelação provida, afastando-se a prescrição intercorrente e determinando-se o


retorno desta execução fiscal ao Juízo a quo para o seu regular prosseguimento.

(PROCESSO: 00009082720184059999, DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE,


Quarta Turma, JULGAMENTO: 05/02/2019, PUBLICAÇÃO: DJE - Data::08/02/2019 -
Página::64)

TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.


FRUSTRADA A TENTATIVA DE PENHORA DE BENS EM NOME DA PARTE EXECUTADA.
INÍCIO AUTOMÁTICO DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 40 DA LEI 6.830/80.
ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO STJ NO RESP 1340553/RS. INTIMAÇÃO DA FAZENDA
NACIONAL MEDIANTE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE SEDE DO ÓRGÃO
FAZENDÁRIO NA COMARCA DO JUÍZO ONDE TRAMITA O FEITO (RESP 1352882/MS).
TRANSCURSO DO PRAZO DE SUSPENSÃO DE 1 (UM) ANO E DO PRAZO
PRESCRICIONAL QUINQUENAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE CONFIGURADA.
SENTENÇA DE EXTINÇÃO MANTIDA.

1. Apelação interposta pela Fazenda Nacional contra sentença que reconheceu a prescrição
intercorrente e extinguiu esta execução fiscal.

2. No julgamento do REsp 1340553/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos, o


Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que o procedimento
previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 se inicia automaticamente quando não houver a
citação de qualquer devedor por qualquer meio válido e/ou quando não encontrados
bens sobre os quais possa recair a penhora, não cabendo, portanto, ao juiz ou à Fazenda
Pública a escolha do melhor momento para o início dos prazos de suspensão de 1 (um)
ano e da prescrição quinquenal.

3. Assim, "no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou
ausência de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se
automaticamente o prazo de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF", sendo irrelevante
não só o fato de haver petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60
ou 120 dias, a fim de realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda
Pública, não mencionar a suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018,
DJe 16/10/2018).
4. Conforme se observa nos autos, frustrada a tentativa de penhora de bens em nome da parte
executada, o Juízo de origem determinou suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano, nos
termos do art. 40 da Lei 6.830/80, tendo sido intimada a Fazenda Nacional em 18/11/2010 (fl.
59).

5. Ressalte-se que essa intimação do órgão fazendário foi realizada mediante ofício
expedido pelo Juízo a quo, ante a inexistência de sede da exequente na Comarca
(Igarassu/PE) de tramitação do feito. Tal procedimento encontra respaldo na orientação
firmada pelo Superior Tribunal de Justiça no REsp 1352882/MS (recurso repetitivo),
segundo a qual "é válida a intimação do representante da Fazenda Nacional por carta
com aviso de recebimento (art. 237, II, do CPC) quando o respectivo órgão não possui
sede na Comarca de tramitação do feito".

6. Assim, na hipótese em apreço, o procedimento previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 teve início
a partir de 18/11/2010, momento em que a Fazenda Nacional foi intimada acerca do despacho
que determinou a suspensão do feito pelo prazo de 1 (um) ano. Após essa data (18/11/2010), o
processo ficou paralisado, sem qualquer movimentação ou petição, até 02/02/2017, ocasião em
que o Juízo de origem determinou a intimação da exequente para se manifestar sobre a
ocorrência de prescrição (fl. 60), não tendo o órgão fazendário, contudo, apresentado qualquer
causa suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional (fls. 61/62).

7. Diante do exposto, a sentença recorrida, ao reconhecer o transcurso do prazo


prescricional durante o período de 18/11/2010 a 07/02/2017, encontra-se em
conformidade o entendimento esposado pelo Superior Tribunal de Justiça no
supracitado representativo de controvérsia (REsp 1340553/RS), razão pela qual deve ser
mantida a extinção desta execução fiscal.

8. Apelação cujo provimento é negado.

(PROCESSO: 00017743520184059999, DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE,


Quarta Turma, JULGAMENTO: 29/01/2019, PUBLICAÇÃO: DJE - Data::01/02/2019 -
Página::102)

TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.


FRUSTRADA A TENTATIVA DE CONSTRIÇÃO DE BENS EM NOME DA PARTE
EXECUTADA. INÍCIO AUTOMÁTICO DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 40 DA LEI
6.830/80. ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO STJ NO REsp 1340553/RS. DILIGÊNCIA
REQUERIDA DENTRO DO PRAZO E NÃO APRECIADA PELO JUÍZO DE ORIGEM.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NÃO CONFIGURADA. PROVIMENTO.

1. Apelação interposta pela ANVISA contra sentença que reconheceu a prescrição intercorrente
e extinguiu esta execução fiscal.

2. No julgamento do REsp 1340553/RS, submetido ao rito dos recursos repetitivos, o Superior


Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que o procedimento previsto no art. 40 da
Lei 6.830/80 se inicia automaticamente quando não houver a citação de qualquer devedor por
qualquer meio válido e/ou quando não encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora, não cabendo, portanto, ao juiz ou à Fazenda Pública a escolha do melhor momento
para o início dos prazos de suspensão de 1 (um) ano e da prescrição quinquenal.

3. Assim, no primeiro momento em que constatada a não localização do devedor e/ou ausência
de bens pelo oficial de justiça e intimada a Fazenda Pública, inicia-se automaticamente o prazo
de suspensão, na forma do art. 40, caput, da LEF?, sendo irrelevante não só o fato de haver
petição do órgão fazendário requerendo a suspensão do feito por 30, 60 ou 120 dias, a fim de
realizar diligências, bem com o fato de o juiz, ao intimar a Fazenda Pública, não mencionar a
suspensão prevista no referido dispositivo legal (REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018).

4. Conforme se observa nos autos, o procedimento previsto no art. 40 da Lei 6.830/80 teve
início a partir de 29/09/2011, momento em que a Fazenda Nacional foi intimada acerca da
suspensão do feito determinada pelo Juízo de origem.

5. Contudo, constata-se que não foi apreciado pelo Juízo de origem o pedido da Fazenda
Nacional (feito em 16/02/2012) de expedição de mandado de penhora e avaliação no
endereço da corresponsável Maria de Fátima Frutuoso Alves.

6. No supracitado representativo de controvérsia (REsp 1340553/RS), uma das teses fixadas


pelo Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que ?Os requerimentos feitos pelo exequente,
dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição
aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados, ainda
que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os devedores e
penhorados os bens, a qualquer tempo - mesmo depois de escoados os referidos prazos -,
considera-se interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da
petição que requereu a providência frutífera?.

7. No caso concreto, como não foi realizada nenhuma diligência no novo endereço
indicado pela Fazenda Nacional em sua petição de 16/02/2012, não é possível afirmar que
tal providência, sendo determinada pelo Juízo a quo, restaria infrutífera, razão pela qual
não se pode confirmar, pelo menos neste momento, o transcurso do prazo prescricional.

8. Apelação provida, determinando-se o retorno da execução ao Juízo de origem a fim de


que lá seja apreciado o pedido feito pela exequente em 16/02/2012, de expedição de
mandado de penhora e avaliação no endereço ali indicado da codevedora Maria de Fátima
Frutuoso Alves.

(PROCESSO: 00094105320054058400, DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE, 4ª


Turma, JULGAMENTO: 14/12/2018, PUBLICAÇÃO: )

REMESSA NECESSÁRIA. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO


INTERCORRENTE. ART. 40 DA LEI N° 6.830/80. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO. AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO PRÉVIA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE CAUSA SUSPENSIVA OU
INTERRUPTIVA. RESP 1340553. IMPROVIMENTO.

I. Remessa Necessária de sentença que extinguiu a execução fiscal, com resolução de mérito,
em face da ocorrência da prescrição intercorrente, nos termos do art. 269, IV do CPC e da
Súmula 150 do Supremo Tribunal Federal. Sem custas e honorários.

II. Na hipótese, a execução foi proposta em 1998, tendo sido realizada a citação do executado
por Edital, em fevereiro de 2000.

III. Em 2003, a Fazenda Nacional pugna pela suspensão do processo por 60 (sessenta) dias,
para providenciar a liberação de numerário para tal desiderato (fl. 52). Após o recolhimento do
valor pertinente às diligências do Sr. Oficial de Justiça, roga pelo normal prosseguimento do
feito.
IV. Em 16/06/2004, é determinada a suspensão do processo pelo prazo de um ano, haja vista
não terem sido indicados ou localizados bens em nome do executado e a Fazenda Pública,
regularmente intimada, não ter se pronunciado nos autos (fl. 60).

V. Posteriormente, a Fazenda Pública requer a suspensão do feito pelo prazo de um ano, com
fulcro no art. 40, parágrafo 1º da Lei 6.839/80, em decorrência de não terem sido localizados
bens penhoráveis do executado (fl. 64).

VI. Em 08/09/2004, é novamente determinada a suspensão do processo pelo prazo de um


ano, haja vista não terem sido indicados ou localizados bens em nome do executado e a
Fazenda Pública, regularmente intimada, não ter se pronunciado nos autos (fl. 71).

VII. Diante disso, em 2006, com fulcro no art. 40 da Lei de Execuções Fiscais, o juiz determina
o arquivamento do feito sem baixa na distribuição, uma vez que a qualquer tempo eles podem
retomar o seu curso, salvo se houver sido afetado pela prescrição (fl. 74).

VIII. Em seguida, sobreveio a sentença, reconhecendo a prescrição e extinguindo o feito


executivo, em 2014.

IX. Da sentença, foi interposta apelação pela Fazenda, sustentando que não houve a
sua intimação para manifestar-se sobre a prescrição, haja vista a possibilidade de
superveniência de causas suspensivas ou interruptivas do prazo prescricional. Pugnou
pela a anulação da sentença e o prosseguimento do feito executivo, diante da violação
ao art. 40 da Lei de Execuções Fiscais.

X. No julgamento da apelação, este Tribunal deu provimento ao pleito da Fazenda, com


fulcro no parágrafo 4º do art. 40 da Lei nº 6.830/80, reformando a sentença e determinando o
retorno dos autos ao Juízo de Origem a fim de que fosse dado prosseguimento ao feito.

XI. Em 2016, a Fazenda se pronunciou alegando que, durante o período de arquivamento


dos autos, não identificou qualquer causa de suspensão ou interrupção do prazo prescricional
(fl. 109).

XII. Em 2017, a sentença julgou extinto o processo com resolução de mérito em face da
manifesta prescrição intercorrente, sob o fundamento de que da data do arquivamento do feito
até a data da prolação da sentença o processo ficou arquivado sem que nenhuma providência
frutífera fosse tomada pela Fazenda. Sustenta que o STJ decidiu, em sede de recurso
repetitivo, que arquivado o feito sem baixa na distribuição é de se reconhecer a
prescrição intercorrente, se a execução ficou paralisada por mais de cinco anos, cujo
prazo é contado da decisão que determinou o arquivamento.

XIII. O art. 40, parágrafo 4º, da Lei de Execuções Fiscais, possibilita ao juiz da execução a
decretação de ofício da prescrição intercorrente, se consumado o lapso prescricional de 5
(cinco) anos. Extrai-se da interpretação literal do referido dispositivo a necessidade de
prévia intimação da Fazenda Pública para decretação da prescrição intercorrente.
Entretanto, embora não tenha havido a intimação da Fazenda para manifestar-se acerca
da ocorrência da prescrição, conforme decisão proferida pelo Superior Tribunal de
Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1340553, ao alegar a nulidade pela falta de
qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, a Fazenda deve
demonstrar o prejuízo que sofreu, como a ocorrência de qualquer causa interruptiva ou
suspensiva da prescrição, o que não ocorreu no caso em questão.

XIV. Remessa necessária improvida.


(PROCESSO: 00095572020144059999, DESEMBARGADOR FEDERAL LEONARDO
CARVALHO, Segunda Turma, JULGAMENTO: 27/11/2018, PUBLICAÇÃO: DJE -
Data::13/12/2018 - Página::79)

Processual Civil e Execução Fiscal. Apelação a desafiar sentença que extinguiu o processo,
decretando a prescrição, nos termos do art. 174, parágrafo único, inc. I, do Código Tributário
Nacional combinado com o art. 40, da Lei 6.830/80.

De acordo com o édito recorrido, baseado em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no


REsp 1340553, o ato da arquivamento independe de ato formal, ultrapassado o prazo de
suspensão de um ano se considera perfeito, de modo que requerimentos e diligências
posteriores são incapazes de suspender ou interromper a prescrição, f. 302-303.

A prescrição intercorrente atingiu o feito executório, sob os influxos do art. 40, da Lei 6.830/80,
eis que já instaurada a demanda e frustrados todos os mecanismos de recuperação do crédito
público.

Tramitando o processo executivo desde 09 de junho de 2006, f. 02, e, considerando a


suspensão do presente feito deferida em 21 de fevereiro de 2008, f. 161, o transcurso do
período de um ano, em 21 de fevereiro de 2009, tem-se que medeia mais de cinco anos entre
esse último termo e o despacho de intimação da exequente, em 09 de maio de 2016, f. 294.

Nos termos do art. 40, da Lei 6.830, durante todo esse interregno, nada de efetivo foi levado a
efeito para a satisfação do crédito, tendo o juízo, estritamente dentro da disposição do
parágrafo 4º, do retrocitado artigo, ouvido a exequente em 01 de setembro de 2016, f. 299-300,
que não apontou nada de substancial para ultimar a cobrança da exação, não impulsionando o
feito, sequer localizando os devedores, em nada alterando o quadro fático já estabelecido.

O Superior Tribunal de Justiça, em interpretação à Súmula 314, pacificou entendimento


no sentido de ser desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da
execução fiscal por si requerida, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do
transcurso do prazo de um ano de suspensão, prescindindo de despacho formal que o
efetive, consoante julgado no AgRg no ARESp 225.152/GO, min. Arnaldo Esteves de Lima.

O Pleno desta Corte não destoa desse entendimento quando do julgamento dos Embargos
Infringentes em Apelação Cível 427227/CE, no sentido de que a simples ausência de despacho
de arquivamento, após o decurso do prazo de suspensão, não pode servir de obstáculo para o
início do prazo prescricional, conforme acórdão o EINFAC427227-CE, des. Ivan Lira de
Carvalho.

Nessa vereda vem caminhando a jurisprudência desta Turma, sempre registrando a


desnecessidade do despacho de arquivamento, depois do prazo de suspensão da execução,
por ele mesmo solicitada, conforme seguintes julgados, entre outros: AC 470094/CE, des.
Fernando Braga; AC 571217/PB, des. Paulo Machado Cordeiro, convocado.

(PROCESSO: 00021193520174059999, DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR


CARVALHO, Segunda Turma, JULGAMENTO: 12/09/2017, PUBLICAÇÃO: - Data::28/09/2017
- Página::101)

Tributário. Apelação a desafiar sentença que julgou improcedentes embargos à execução


fiscal, os quais objetivavam o sobrestamento de todos atos de constrição, sob pena de
inviabilizar o plano de recuperação judicial que se encontra em trâmite na 3ª Vara Cível de
Maracanaú.

1. O período para propor execução fiscal ocorre no prazo de 5 (cinco) anos contados da forma
de constituição do crédito que, in casu, foi espontânea (fls. 04/44 do executivo). A embargada
requereu a execução em 13/08/2009, id est, dentro do prazo prescricional definido em lei, (fl. 02
- carimbo do protocolo - da Execução Fiscal). Restou demonstrada notificação pessoal em
17/08/2004, conforme CDA nos extratos juntados às fls. 68/69 dos presentes Embargos.

2. Sobre o excesso de execução, a recorrente não juntou aos autos nenhum documento
idôneo, ou prova robusta em sentido contrário, capaz de infirmar a ausência de liquidez,
certeza e exigibilidade do crédito exequendo e de comprovar o alegado excesso. Da mesma
forma, não apresentou memória de cálculo, correspondente ao quantum que entende devido,
consoante prescreve o parágrafo quinto, do art. 917, parágrafo 3º, do CPC, o qual prescreve:
"Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do
título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo".

3. A Lei de Falências exclui a execução fiscal do rol de ações para suspensão nos
termos do parágrafo 7º do art. 6º da Lei nº 11.101/2005: "Art. 6º. A decretação da falência ou
o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de
todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares
do sócio solidário. (...). Parágrafo 7º. As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do
Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica".

4. O art. 187 do CTN também atesta que: "A cobrança judicial do crédito tributário não é
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial,
concordata, inventário ou arrolamento".

5. Precedentes desta Segunda Turma: AG 133457, des. Paulo Roberto de Oliveira Lima, DJe
30/08/2018; AG 145664, des. Leonardo Carvalho, DJe 06/02/2018; PJe, AG
08021649820154050000, julgado em 08/10/2015, des. Vladimir Carvalho.

6. Apelação não provida.

(PROCESSO: 00021515520154058109, DESEMBARGADOR FEDERAL RONIVON DE


ARAGÃO, Segunda Turma, JULGAMENTO: 05/02/2019, PUBLICAÇÃO: DJE -
Data::14/02/2019 - Página::22)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.


FALÊNCIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. ART. 29 DA LEI Nº 6.830/80. ART.
187 DO CTN. CRÉDITO NÃO SUJEITO À HABILITAÇÃO. SUSPENSÃO DE LEILÃO.
IMPOSSIBILIDADE. IMPROVIMENTO.

1. Agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por empresa particular,
contra decisão interlocutória que, nos autos da execução fiscal, determinou a reavaliação e,
após, realização de leilão do bem imóvel da executada nos dias 24/07/2018 e 07/08/2018,
como 1ª e 2ª praças do leilão, respectivamente.

2. Insurge-se a parte agravante contra decisão que, entendendo pela possibilidade de regular
prosseguimento da execução fiscal, determinou a realização de leilão do bem imóvel ofertado à
garantia.
3. Em suas razões, a parte agravante aduz que se encontra em recuperação judicial,
aguardando decretação de falência, de sorte que compete tão somente ao juízo da
recuperação adotar medidas expropriatórias. Alega, ainda, que a dívida executada é ilíquida,
pois inclui débitos referentes à contribuição previdenciária, cuja base de cálculo é alvo de
debate na Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica c/c Repetição de Indébito nº
0005194-06.2006.4.05.8500.

4. Inicialmente, analisando a decisão agravada, observa-se que esta tratou apenas da


designação de data para realização de leilão. Ocorre que, o pedido de suspensão da ação
executória foi analisado e indeferido em decisão anterior, proferida em 27 de fevereiro de 2018,
contra a qual não recorreu o agravante. Nesse sentido, o objeto do presente agravo cinge-se à
possibilidade de realização do leilão, como ato expropriatório, pelo juízo da execução, matéria
esta analisada na decisão recorrida.

5. Impende destacar, ainda, que, posteriormente à interposição do agravo, foi proferida


sentença, decretando a falência da agravante.

6. Nos termos do art. 5º da Lei nº 6.830/1980, a competência para processar e julgar a


execução fiscal exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência. Ademais, de
acordo com o art. 29 do mesmo diploma legal e art. 187 do CTN, a cobrança judicial da
Dívida Ativa da Fazenda Pública não está sujeita a concurso de credores ou habilitação
em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento.

7. Precedentes:TRF 5ª Região, Processo nº 0014145022011405000001, Desembargador


Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima; TRF 5ª Região, Processo nº 08022105820134050000,
Desembargador Federal José Maria Lucena.

8. Agravo de instrumento parcialmente conhecido e, na parte conhecida, improvido.

(PROCESSO: 08095646120184050000, DESEMBARGADOR FEDERAL FERNANDO BRAGA,


3ª Turma, JULGAMENTO: 28/09/2018, PUBLICAÇÃO: )

Tributário. Agravo de instrumento interposto contra decisão que, em execução fiscal,


suspendeu a desconsideração da personalidade jurídica para o redirecionamento do feito
executivo antes deferido, bem como determinou a abstenção dos atos constritivos em face da
empresa, enquanto durar a recuperação judicial em curso no juízo da 31ª Vara Cível da
Comarca de Recife.

1- De acordo com a dicção do parágrafo 7º, do art. 6º, da Lei 11.101/2005,as execuções
de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial,
ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da
legislação ordinária específica. Por sua vez, o art. 187, do Código Tributário Nacional,
determina que a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.

2- No presente caso, não há indícios de garantia da execução, nem, tampouco, encontra-se


suspensa por parcelamento, que pode ser requerido pelo executado a qualquer momento, sem
que se utilize de via transversa a fim de se obter a suspensão do feito executivo. Precedentes
da primeira e segunda turmas deste Tribunal, respectivamente, a corroborarem com a tese
acima explicitada. [AGTR 138087, des. Francisco Cavalcanti, julgado em 30 de julho de 2014].
[AGTR 139041, des. Paulo4. Agravo de instrumento desprovido,Machado Cordeiro,convocado,
julgado em 16 de setembro de 2014].

3- Embora o douto juízo não tenha suspendido a presente execução, deferiu o pleito do
executado, ora agravado, e determinou a abstenção dos atos constritivos em face da
empresa agravada, enquanto mantida na condição de recuperanda judicial, o que
implica, na prática, em suspensão indevida da execução fiscal.

4- A douta decisão merece reparo neste ponto, a fim de que a execução fiscal prossiga com os
atos constritivos, colocando-se a disposição do juízo de recuperação judicial qualquer
expropriação dos bens, a exemplo de leilão ou adjudicação, como requerido pela própria
agravante.

5- Quanto à suspensão do cumprimento de desconsideração da personalidade jurídica da


executada, ora agravada, o douto juízoa quorelata que por meio de Instrumento Particular de
Alteração do Contrato Social, f. 80-88 [dos autos originários], registrado na Junta Comercial em
29 de novembro de 2012, Edgar Francisco de Assis Neto foi desligado do cargo de
administrador da sociedade e José San Vicente Gonzáles Garcia passou a exercer a
representação da empresa perante a Receita Federal do Brasil.

6- A jurisprudência deste Tribunal considera cabível o redirecionamento da execução fiscal


contra o sócio administrador que ocupava tal função à época da dissolução irregular da
executada, independentemente da data dos fatos geradores dos tributos não pagos.
Precedentes: PJe - Agravo de Instrumento 0805977-36.2015.4.05.0000, des. Paulo Roberto de
Oliveira Lima, julgado em 23 de fevereiro de 2016. Neste mesmo sentido, segue julgado do
Superior Tribunal de Justiça: REsp 1.520.257/SP, min. Og Fernandes, Segunda Turma, julgado
em 16 de junho de 2015.

7- Portanto, nada a reparar nesta parte do julgado uma vez o decisum demonstra que José San
Vicente Gonzáles Garcia substituiu Edgar Francisco de Assis Neto no cargo de administrador
da sociedade, em alteração contratual registrado na Junta Comercial, em 29 de novembro de
2012, sem que a agravante tenha demonstrado qualquer fraude na mencionada alteração
contratual.

8- Agravo de instrumento parcialmente provido, apenas, para determinar o


prosseguimento da execução fiscal quanto aos atos constritivos, colocando-se a
disposição do juízo de recuperação judicial qualquer expropriação dos bens, a exemplo
de leilão ou adjudicação.

(PROCESSO: 08095813420174050000, DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR


CARVALHO, 2ª Turma, JULGAMENTO: 18/05/2018, PUBLICAÇÃO: )
PRECEDENTES OUTROS TRFs

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. CRITÉRIOS.


INOCORRÊNCIA. FALÊNCIA. PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS. 1. O reconhecimento
da prescrição intercorrente decorre do fato de, após a propositura da execução fiscal, o feito
permanecer paralisado por prazo superior a 5 anos (em matéria tributária) ou 6 anos (matéria
não tributária), e pode ser feito "de ofício" pelo Poder Judiciário. 2. O termo inicial da
contagem da prescrição intercorrente é a intimação da Fazenda Pública acerca da não
localização do devedor ou, se citado, da inexistência de bens penhoráveis no endereço
indicado. Qualquer outra intimação da Fazenda Pública prevista no art. 40 da LEF -
como, por exemplo, intimação acerca da suspensão do processo, ou do arquivamento
sem baixa - apenas representará nulidade se demonstrado o efetivo prejuízo ao Fisco,
assim entendido a ocorrência de qualquer causa interruptiva da prescrição; 3. Iniciada
a contagem do prazo prescricional, este se interrompe pela efetiva constrição de bens
do executado, se ocorrida anteriormente a citação; ou pela citação do devedor, caso
este não tenha sido inicialmente localizado. Em qualquer caso, a interrupção retroage
à data em que requerida a providência útil. Não interrompem a contagem do prazo
prescricional requerimentos de realização de penhora de ativos, tampouco diligências
infrutíferas. Ficam ressalvadas, evidentemente, outras causas legais de interrupção da
prescrição, como, por exemplo, a adesão a parcelamento pelo executado. 4. Caso em
que, mesmo aplicando-se as balizas fixadas pelo STJ no REsp 1.340.553/RS, repetitivo de
controvérsia, verifica-se a inocorrência de prescrição intercorrente, visto que houve penhora
no rosto dos autos do processo falimentar, devendo a execução aguardar o encerramento da
falência.

(TRF-4 - AC: 50134909820184049999 5013490-98.2018.4.04.9999, Relator: ROGER RAUPP


RIOS, Data de Julgamento: 30/01/2019, PRIMEIRA TURMA)

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. CRITÉRIOS. 1. O


reconhecimento da prescrição intercorrente decorre do fato de, após a propositura da
execução fiscal, o feito permanecer paralisado por prazo superior a 5 anos (em matéria
tributária) ou 6 anos (matéria não tributária), e pode ser feito "de ofício" pelo Poder Judiciário.
2. O termo inicial da contagem da prescrição intercorrente é a intimação da Fazenda Pública
acerca da não localização do devedor ou, se citado, da inexistência de bens penhoráveis no
endereço indicado. Qualquer outra intimação da Fazenda Pública prevista no art. 40 da LEF -
como, por exemplo, intimação acerca da suspensão do processo, ou do arquivamento sem
baixa - apenas representará nulidade se demonstrado o efetivo prejuízo ao Fisco, assim
entendido a ocorrência de qualquer causa interruptiva da prescrição; 3. Iniciada a contagem
do prazo prescricional, este se interrompe pela efetiva constrição de bens do executado, se
ocorrida anteriormente a citação; ou pela citação do devedor, caso este não tenha sido
inicialmente localizado. Em qualquer caso, a interrupção retroage à data em que requerida a
providência útil. Não interrompem a contagem do prazo prescricional requerimentos de
realização de penhora de ativos, tampouco diligências infrutíferas. Ficam ressalvadas,
evidentemente, outras causas legais de interrupção da prescrição, como, por exemplo, a
adesão a parcelamento pelo executado. 4. Caso em que, aplicando-se as balizas fixadas
pelo STJ no REsp 1.340.553/RS, repetitivo de controvérsia, verifica-se a ocorrência de
prescrição intercorrente com relação aos sócios da devedora principal. 5. Com relação à
executada originária, impõe se aguarde o desfecho do processo falimentar, no bojo do
qual há penhora no rosto dos autos relacionada aos créditos objeto da execução ora
embargada.

(TRF-4 - AC: 50312560420174049999 5031256-04.2017.4.04.9999, Relator: ROGER RAUPP


RIOS, Data de Julgamento: 30/01/2019, PRIMEIRA TURMA)

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. EXTINÇÃO DO


FEITO. 1. Nos termos do artigo 40, § 4º, da Lei nº 6.830/80, a prescrição intercorrente ocorre
quando, proposta a execução fiscal e decorrido o prazo de suspensão, o feito permanecer
paralisado por mais de cinco anos por culpa da exequente, podendo, ainda, ser decretada de
ofício pelo juiz, desde que previamente ouvida a Fazenda Pública. 2. A suspensão do
processo decretada com suporte no artigo 40 da Lei de Execuções Fiscais e posterior
sobrestamento do feito não podem perdurar por mais de 5 (cinco) anos. Em se tratando de
dívidas tributárias, o termo de início do prazo de prescrição intercorrente é o despacho que
determina a suspensão do processo. 3. Hipótese em que caracterizada a prescrição
intercorrente.

(TRF-4 - AC: 50049942320184047205 SC 5004994-23.2018.4.04.7205, Relator: ALCIDES


VETTORAZZI, Data de Julgamento: 23/10/2018, SEGUNDA TURMA)

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