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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA

JULGADOS RELEVANTES

RETA FINAL – DELEGADO PARANÁ

TURMA 3 - SEMANA 01

CADERNO DE
JURISPRUDÊNCIA

SEMANA 03

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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO PERNAMBUCO
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

COMO UTILIZAR O MATERIAL

O presente material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que,
por meio da leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ.
Em caso de dúvida sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site
Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra.

Sumário
Sumário ............................................................................................................................. 3
SEMANA 03 ....................................................................................................................... 4
22. CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90) ........................................................................... 4
23. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (LEI n° 8.137/90) ........................................ 4
24. CRIMES NA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS (LEI 8.666/93) .................................... 6
25. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (LEI 9.503/97)..................................................... 8
26. LEI DE CRIMES AMBIENTAIS (LEI 9.605/98) ................................................................ 9
27. ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI 10.826/2003) ............................................... 10
28. LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/2006) .................................................................. 11
29. LEI DE DROGAS (LEI 11.343/2006) ............................................................................ 14
30. OUTROS TEMAS DA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE .................................................. 21
30.1 Crimes de Responsabilidades dos Prefeitos ( Dl 201/67) ............................................................... 21
30.2 Lei Antiterrorismo .......................................................................................................................... 22
30.3 Organização Criminosa................................................................................................................... 22
30.4 Crimes Contra as Relações de Consumo ( Lei 8.137/90) e Economia Popular ............................... 23
30.5 Lavagem de Dinheiro ..................................................................................................................... 23

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SEMANA 03
22. CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Com a revogação do art. 224 do CP pela Lei 12.015/2009, há de ser redimensionada a pena
aplicada ao condenado, subtraindo-lhe o acréscimo sofrido em razão do aumento da pena
previsto no art. 9º da Lei nº 8.072/90, que foi tacitamente revogado.

STF. Plenário. HC 100181/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/8/2019. (Info
947)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no
regime prisional fechado.
Nota: Obs: existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de
tortura deveria ser obrigatoriamente o fechado: HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 9/6/2015.
STJ. 5ª Turma. HC 383090/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 21/03/2017. STJ. 6ª Turma. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 11/10/2016.

23. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (LEI n° 8.137/90)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes de apropriação indébita
previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária será encaminhada
ao ministério público depois de proferida a decisão final, na esfera administrativa,
sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente.
Nota: É constitucional o art. 83 da Lei nº 9.430/96.
STF. Plenário. ADI 4980/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 10/3/2022 (Info 1047).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, deve ser
comprovado o dolo específico.
Nota: A orientação do STJ era no sentido de que para o delito previsto no inciso II do art.
2º da Lei nº 8.137/90, não havia exigência de dolo específico, mas apenas de dolo genérico.
Agora, e entendimento que segue a posição do STF que exige dolo de apropriação: O
contribuinte que deixa de recolher, de forma contumaz e com dolo de apropriação, o ICMS
cobrado do adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal do art. 2º, II, da Lei
nº 8.137/90 (STF. Plenário. RHC 163334, Rel. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2019).

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STJ. 6ª Turma. HC 675.289-SC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), julgado em 16/11/2021
(Info 718).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que se admite a mitigação da
Súmula Vinculante n. 24/STF nos casos em que houver embaraço à fiscalização tributária
ou diante de indícios da prática de outras infrações de natureza não tributária.
Nota: Os crimes contra a ordem tributária pressupõem a prévia constituição definitiva do
crédito na via administrativa para fins de tipificação da conduta. Existe um enunciado que
trata sobre o assunto: Súmula Vinculante 24: “Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no artigo 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo”.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 551422/PI, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/06/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A configuração do crime de apropriação indébita tributária não pressupõe a clandestinidade

Nota: Para a configuração da apropriação indébita tributária, o fato de o agente registrar,


apurar e declarar em guia própria ou em livros fiscais o imposto devido não tem o condão de
elidir (fazer desaparecer) ou exercer nenhuma influência na prática do delito, visto que este
não pressupõe a clandestinidade (não se exige que seja feito às escondidas). Ademais, o crime
previsto no art. 2º, II, da Lei 8.137/90 não exige para sua configuração a existência de ardil,
fraude ou falsidade.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 609.039/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/11/2020.
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 476.704/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/09/2019.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O contribuinte que, de forma contumaz e com dolo de apropriação, deixa de recolher o ICMS
cobrado do adquirente da mercadoria ou serviço, incide no tipo penal do art. 2º, II, da Lei
8.137/90.
STF. Plenário. RHC 163334/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2019 (Info 964).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A Súmula Vinculante 24 tem aplicação aos fatos ocorridos anteriormente à sua edição.
Como a SV 24 representa a mera consolidação da interpretação judicial que já era adotada
pelo STF e pelo STJ mesmo antes da sua edição, entende-se que é possível a aplicação do
enunciado para fatos ocorridos anteriormente à sua publicação.
TF. 1ª Turma. RHC 122774/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/5/2015 (Info 786). STJ. 3ª Seção. EREsp 1318662-PR, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 28/11/2018 (Info 639).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


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O que acontece se o réu de um crime contra a ordem tributária aderir ao parcelamento da


dívida? Haverá a suspensão do processo penal. Nos crimes contra a ordem tributária,
quando o agente ingressa no regime de parcelamento dos débitos tributários, fica suspensa
a pretensão punitiva penal do Estado (o processo criminal fica suspenso).
Nota: Durante o parcelamento o que ocorre com o prazo prescricional? Também fica
suspenso. O prazo prescricional não corre enquanto estiverem sendo cumpridas as condições
do parcelamento do débito fiscal. É o que prevê o art. 9º, § 1º da Lei nº 10.684/2003. Se, ao
final, o réu pagar integralmente os débitos, haverá a extinção da punibilidade.
STF. 2ª Turma. ARE 1037087 AgR/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/08/2018. (Info 911)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para o início da ação penal, basta a prova da constituição definitiva do crédito tributário
(Súmula Vinculante 24), sendo desnecessária a juntada integral do Procedimento
Administrativo Fiscal correspondente.
STJ. 5ª Turma. RHC 94.288-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/05/2018. (Info 627)

24. CRIMES NA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS (LEI 8.666/93)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A consumação do crime descrito no art. 89 da Lei nº 8.666/93, agora disposto no art. 337-
E do CP (Lei nº 14.133/2021), exige a demonstração do dolo específico de causar dano ao
erário, bem como efetivo prejuízo aos cofres públicos.
Nota: O crime previsto no art. 89 da Lei nº 8.666/93 é norma penal em branco, cujo preceito
primário depende da complementação e integração das normas que dispõem sobre
hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitações, agora previstas na nova Lei de
Licitações (Lei nº 14.133/2021). Dado o princípio da tipicidade estrita, se o objeto a ser
contratado estiver entre as hipóteses de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, não há
falar em crime, por atipicidade da conduta. Conforme disposto no art. 74, III, da Lei n.
14.133/2021 e no art. 3º-A do Estatuto da Advocacia, o requisito da singularidade do serviço
advocatício foi suprimido pelo legislador, devendo ser demonstrada a notória especialização
do agente contratado e a natureza intelectual do trabalho a ser prestado. A mera existência
de corpo jurídico próprio, por si só, não inviabiliza a contratação de advogado externo para
a prestação de serviço específico para o ente público. Se estão ausentes o dolo específico e
o efetivo prejuízo aos cofres públicos, impõe-se a absolvição do réu da prática prevista no
art. 89 da Lei nº 8.666/93.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 669.347-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do
TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 13/12/2021 (Info 723).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


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As sucessivas revisões dos quantitativos máximos de receita bruta para enquadramento


como ME ou EPP, da LC 123/2006, para fazer frente à inflação, não descaracterizam crimes
de inserção de informação falsa em documento público, para fins de participação em
procedimento licitatório, cometidos anteriormente.
STJ. 5ª Turma. AREsp 1526095-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 08/06/2021 (Info 700).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da comprovação do
prejuízo ou da obtenção de vantagem.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021. Súmula 645 STJ

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No processo licitatório, não compete à assessoria jurídica averiguar se está presente a causa
de emergencialidade, mas apenas se há, nos autos, decreto que a reconheça.
Nota: sua função é zelar pela lisura sob aspecto formal do processo.
STF. 2ª Turma. HC 171576/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2019. (Info 952)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Ausência do crime do art. 89 em conduta de Secretário de Estado que compra, sem licitação,
livros didáticos escolhidos por equipe técnica, de fornecedor exclusivo, sem sobrepreço.
STF. Plenário. AP 946/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/08/2018. (Info 913)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para a configuração da tipicidade subjetiva do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93,
exige-se o especial fim de agir, consistente na intenção específica de lesar o erário ou obter
vantagem indevida.
Nota: O tipo penal previsto no art. 89 não criminaliza o mero fato de o administrador público
ter descumprido formalidades. Para que haja o crime, é necessário que, além do
descumprimento das formalidades, também se verifique que ocorreu, no caso concreto, a
violação de princípios cardeais (fundamentais) da Administração Pública. Se houve apenas
irregularidades pontuais relacionadas com a burocracia estatal, isso não deve, por si só, gerar
a criminalização da conduta.
Assim, para que ocorra o crime, é necessária uma ofensa ao bem jurídico tutelado, que é o
procedimento licitatório. Sem isso, não há tipicidade material.
Não haverá crime se a decisão do administrador de deixar de instaurar licitação para a
contratação de determinado serviço foi amparada por argumentos previstos em pareceres
(técnicos e jurídicos) que atenderam aos requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis
sobre a escolha do executante e do preço cobrado e não houver indícios de conluio entre o
gestor e os pareceristas com o objetivo de fraudar o procedimento de contratação direta.
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ATUALIZAÇÃO: O art. 89 da Lei nº 8.666/93 foi revogado pela nova Lei de Licitações (Lei
14.133/2021), que previu um novo crime para essa mesma conduta, no entanto, com
diferente redação. Confira: Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação
direta fora das hipóteses previstas em lei: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
multa. Penso que o entendimento jurisprudencial acima exposto permanece com o novo
crime do art. 337-A do Código Penal.
STF. 1ª Turma. Inq 3962/DF, Rel. Min Rosa Weber, julgado em 20/02/2018. (Info 891)

25. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (LEI 9.503/97)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É constitucional o tipo penal que prevê o crime de fuga do local do acidente (art. 305 do
CTB).

Nota: A regra que prevê o crime do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é
constitucional, posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o direito ao
silêncio e ressalvadas as hipóteses de exclusão da tipicidade e da antijuridicidade.
Art. 305 do CTB: “Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:” Penas - detenção, de seis meses
a um ano, ou multa.
STF. Plenário. ADC 35/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 9/10/2020. (Info 994)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A causa de aumento prevista no art. 302, § 1°, II, do Código de Trânsito Brasileiro não exige
que o agente esteja trafegando na calçada, sendo suficiente que o ilícito ocorra nesse local.
Nota: ex. quando o agente estiver conduzindo o seu veículo pela via pública e perder o
controle vindo a adentrar na calçada e atingir a vítima.
AgRg nos EDcl no REsp 1.499.912-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/03/2020, DJe
23/03/2020. (Info 668-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É constitucional a imposição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo
automotor ao motorista profissional condenado por homicídio culposo no trânsito.
Nota: não viola o direito ao exercício da atividade profissional, pois este não é absoluto.
STF. Plenário. RE 607107/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/2/2020. (repercussão geral – Tema 486) (Info 966).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É atípica a conduta contida no art. 307 do CTB quando a suspensão ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor advém de restrição
administrativa.
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Nota: A conduta de violar decisão administrativa que suspendeu a habilitação para dirigir
veículo automotor não configura o crime do art. 307, caput, do CTB, embora possa constituir
outra espécie de infração administrativa, a depender do caso concreto.
STJ. 6ª Turma. HC 427.472-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/08/2018. (Info 641)

26. LEI DE CRIMES AMBIENTAIS (LEI 9.605/98)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Construir uma casa em uma unidade de conservação configura o crime do art. 64 da Lei
9.605/98 e absorve os delitos dos arts. 40 e 48 da mesma lei.

STJ. 5ª Turma. REsp 1.925.717-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/05/2021 (Info 698).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É possível o concurso formal entre o crime do art. 2º da Lei n. 8.176/91 (que tutela o
patrimônio da União, proibindo a usurpação de suas matérias-primas), e o crime do art. 55
da Lei n. 9.605/98 (que protege o meio ambiente, proibindo a extração de recursos
minerais), não havendo conflito aparente de normas já que protegem bens jurídicos
distintos.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1856109/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti, julgado em 16/06/2020.
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1678419/SE, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 20/09/2018.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


As condutas delituosas previstas nos artigos 54, § 1º, I, II, III e IV e § 3º e 56, § 1º, I e II, c/c
58, I, da Lei n. 9.605/1998, que se resumem na ação de causar poluição ambiental que
provoque danos à população e ao próprio ambiente, em desacordo com as exigências
estabelecidas na legislação de proteção, e na omissão em adotar medidas de precaução nos
casos de risco de dano grave ou irreversível ao ecossistema, são de natureza permanente,
para fins de aferição da prescrição.
AgRg no REsp 1.847.097-PA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/03/2020, DJe
13/03/2020. (Info 667-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal,
sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta
delitiva, não se exigindo, portanto, a realização de perícia.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.417.279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018. (Info 624)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A assinatura do termo de ajustamento de conduta com órgão ambiental não impede a
instauração de ação penal.
STJ. Corte Especial. APn 888-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/05/2018. (Info 625)
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27. ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI 10.826/2003)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

O crime de porte de arma de fogo, na modalidade transportar, admite participação.

Nota: No caso, o Tribunal de Justiça entendeu não ser possível a condenação pela prática
do delito previsto no art. 16, caput, da Lei nº 10.826/2003, pois o réu não foi flagrado
realizando o transporte direto do armamento. Contudo, deve-se destacar que o crime de
porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade transportar,
admite participação, de modo que praticam os referidos delitos não apenas aqueles que
realizam diretamente o núcleo penal transportar, mas todos aqueles que concorreram
material ou intelectualmente para esse transporte. Aplica-se, portanto, o disposto no art.
29 do Código Penal, expressamente invocado na inicial acusatória, segundo o qual: Art. 29.
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.887.992-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/12/2021 (Info 721).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A apreensão de ínfima quantidade de munição desacompanhada da arma de fogo não
implica, por si só, a atipicidade da conduta.

STJ. 3ª Seção. EREsp 1.856.980-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 22/09/2021 (Info 710).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em
serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do
Município.
Nota: O art. 6º, III e IV, da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) somente previa
porte de arma de fogo para os guardas municipais das capitais e dos Municípios com maior
número de habitantes. Assim, os integrantes das guardas municipais dos pequenos
Municípios (em termos populacionais) não tinham direito ao porte de arma de fogo. O STF
considerou que esse critério escolhido pela lei é inconstitucional porque os índices de
criminalidade não estão necessariamente relacionados com o número de habitantes.
STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 27/2/2021 (Info 1007).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A Lei nº 13.497/2017 equiparou a hediondo apenas o crime do caput do art. 16 da Lei nº
10.826/2003, não abrangendo as condutas equiparadas previstas no seu parágrafo único.
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Nota: Assim, o crime de posse ou porte de arma de fogo de uso permitido com numeração,
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado não integra
o rol dos crimes hediondos.
Resumo (dizer o direito):
-Antes da Lei 13.497/2017: o art. 16 do Estatuto do Desarmamento não era equiparado a
hediondo.  Depois da Lei 13.497/2017: divergência. 5ª Turma do STJ: tanto o caput como o
parágrafo único do art. 16 são equiparados a hediondo. 6ª Turma do STJ: somente o caput do
art. 16 é equiparado a hediondo. –

ATENÇÃO-Depois da Lei 13.964/2019: somente é equiparado a hediondo o crime de posse


ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO, previsto no § 2º do art. 16. Não abrange
mais os crimes posse ou porte de arma de fogo de uso restrito.
STJ. 6ª Turma. HC 525.249-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 15/12/2020. (Info 684)
Em sentido contrário: 09.12.2020, a 5ª Turma do STJ, no HC 624.903/SP.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Caracteriza ilícito penal o porte ilegal de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) ou de
arma de fogo de uso restrito (art. 16 da Lei n. 10. 826/2003) com registro de cautela vencido.
Nota: o entendimento na Apn n. 686/AP, CE, DJe de 29/05/2015, no sentido que o vencimento
da autorização não caracteriza ilícito penal, mas mera irregularidade administrativa é para
POSSE ilegal de arma de fogo de uso permitido E NÃO PORTE.
AgRg no AREsp 885.281-ES, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/04/2020, DJe
08/05/2020. (Info 671-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro da Comarca de Sete
Quedas que restringiu o ingresso de pessoas portando arma de fogo nas dependências do
Fórum.
RMS 38.090-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 10/03/2020, DJe 16/03/2020. (Info 667-
STJ)

28. LEI MARIA DA PENHA (LEI 11.340/2006)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A Lei n. 11.340/2006 (Maria da Penha) é aplicável às mulheres trans em situação de
violência doméstica.
Nota: aplicação da Lei Maria da Penha não reclama considerações sobre a motivação da
conduta do agressor, mas tão somente que a vítima seja mulher e que a violência seja
cometida em ambiente doméstico, familiar ou em relação de intimidade ou afeto entre
agressor e agredida.
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

Importa enfatizar que o conceito de gênero não pode ser empregado sem que se saiba
exatamente o seu significado e de tal modo que acabe por desproteger justamente quem a
Lei Maria da Penha deve proteger: mulheres, crianças, jovens, adultas ou idosas e, no caso,
também as trans.
Para alicerçar a discussão referente à aplicação do art. 5º da Lei Maria da Penha quando
tratar-se de mulher trans, necessária é a diferenciação entre os conceitos de gênero e sexo,
assim como breves noções de termos transexuais, transgêneros, cisgêneros e travestis, com
a compreensão voltada para a inclusão dessas categorias no abrigo da Lei em comento, tendo
em vista a relação dessas minorias com a lógica da violência doméstica contra a mulher.
Estabelecido entendimento de mulher trans como mulher, para fins de aplicação da Lei n.
11.340/2006, vale lembrar que a violência de gênero é resultante da organização social de
gênero, a qual atribui posição de superioridade ao homem. A violência contra a mulher nasce
da relação de dominação/subordinação, de modo que ela sofre as agressões pelo fato de ser
mulher.
Com efeito, a vulnerabilidade de uma categoria de seres humanos não pode ser resumida à
objetividade de uma ciência exata. As existências e as relações humanas são complexas e o
Direito não se deve alicerçar em argumentos simplistas e reducionistas.
Assim, é descabida a preponderância de um fator meramente biológico sobre o que
realmente importa para a incidência da Lei Maria da Penha, com todo o seu arcabouço
protetivo, inclusive a competência jurisdicional para julgar ações penais decorrentes de
crimes perpetrados em situação de violência doméstica, familiar ou afetiva contra mulheres.

STJ. 6ª turma. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em
05/04/2022. (Info 732).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É válida a atuação supletiva e excepcional de delegados de polícia e de policiais a fim de
afastar o agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida, quando
constatado risco atual ou iminente à vida ou à integridade da mulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, conforme o art. 12-C inserido na
Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
STF.ADI 6138/DF, relator Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 23.3.2022 (Info 748).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não cabe o arbitramento de aluguel em desfavor da coproprietária vítima de violência
doméstica, que, em razão de medida protetiva de urgência decretada judicialmente, detém
o uso e gozo exclusivo do imóvel de cotitularidade do agressor.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.966.556-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/02/2022 (Info 724).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

A idade da vítima é irrelevante para afastar a competência da vara especializada em


violência doméstica e familiar contra a mulher e as normas protetivas da Lei Maria da
Penha.
Nota: Cuidado - Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não
foi determinante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra
idade da ofendida, que residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações
sexuais, não há que se falar em competência do Juizado Especial de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 23/08/2018.
STJ. 6ª Turma. RHC 121813-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Constatada situação de vulnerabilidade, aplica-se a Lei Maria da Penha no caso de violência
do neto praticada contra a avó.
AgRg no AREsp 1.626.825-GO, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 13/05/2020.
(Info 671-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É irrelevante o lapso temporal da dissolução do vínculo conjugal para se firmar a
competência do Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher nos
casos em que a conduta imputada como criminosa está vinculada à relação íntima de afeto
que tiveram as partes.
STJ. 5ª Turma. HC 542.828/AP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/02/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A reconciliação entre a vítima e o agressor, no âmbito da violência doméstica e familiar
contra a mulher, não é fundamento suficiente para afastar a necessidade de fixação do
valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração pena.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.819.504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019. (Info 657)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Se a mulher vítima de crime de ação pública condicionada comparece ao cartório da vara e
manifesta interesse em se retratar da representação, ainda assim o juiz deverá designar
audiência para que ela confirme essa intenção e seja ouvido o MP, nos termos do art. 16 da
LMP.
STJ. 5ª Turma. HC 138.143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019. (Info 656)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A medida de afastamento do local de trabalho, prevista no art. 9º, § 2º, da Lei é de
competência do Juiz da Vara de Violência Doméstica, sendo caso de interrupção do contrato
de trabalho, devendo a empresa arcar com os 15 primeiros dias e o INSS com o restante.
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

Nota: afastamento do local de trabalho por até 6 meses. O afastamento não advém da relação
de trabalho, mas sim da situação emergencial que visa garantir a integridade física,
psicológica e patrimonial da mulher.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.757.775-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019. (Info 655)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou provisionais em
favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência doméstica, constitui título
hábil para imediata cobrança e, em caso de inadimplemento, passível de decretação de
prisão civil.
STJ. 3ª Turma. RHC 100.446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018. (Info 640)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A prática de contravenção penal, no âmbito de violência doméstica, não é motivo idôneo
para justificar a prisão preventiva do réu.
STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
26/06/2018. (Info 632)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é
possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja
pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia,
e independentemente de instrução probatória.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018. (recurso repetitivo) (Info 621)

29. LEI DE DROGAS (LEI 11.343/2006)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ausência de regulamentação do órgão competente acerca do procedimento de avaliação
técnica quanto ao preenchimento dos requisitos da autorização do cultivo e colheita
de cannabis sativa para fins medicinais não pode ser suprida pelo Poder Judiciário.

Nota: A autorização para cultivo, colheita, preparo e porte de cannabis sativa e de seus
derivados para fins medicinais depende da análise de critérios específicos e técnicos, cuja
competência é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Desse modo, a ausência de regulamentação do órgão competente acerca do procedimento
de avaliação técnica quanto ao preenchimento dos requisitos da autorização do cultivo e
colheita de cannabis sativa para fins medicinais (art. 2º da Lei n. 11.343/2006) não pode ser
suprida pelo Poder Judiciário.
Com efeito, incumbe ao interessado, em caso de demora na apreciação ou de indeferimento
de pedido, submeter a questão ao Poder Judiciário por meio da via própria na jurisdição cível.
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STJ. AgRg no RHC 155.610-CE, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 10/05/2022,
DJe 13/05/2022. (Info 736)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É possível a valoração da quantidade e natureza da droga apreendida, tanto para a fixação
da pena-base quanto para a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da
Lei n. 11.343/2006, neste último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde
que não tenham sidos considerados na primeira fase do cálculo da pena.

Nota: o STF tem posicionamento firme de que "A quantidade de droga apreendida não é,
por si só, fundamento idôneo para afastamento da minorante do art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006" (RHC 138.117 AgR, Relatora: Rosa Weber, Primeira Turma, publicado em
6/4/2021).
Assim, verificado o atendimento dos requisitos do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, reduz-se a
pena em 1/6, atento ao disposto no art. 42 da Lei n. 11.343.2006 (expressiva quantidade de
droga apreendida).

STJ.3a Seção, HC 725.534-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por maioria, julgado em 27/04/2022. (Info 734)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Configura constrangimento ilegal o afastamento do tráfico privilegiado e da redução da
fração de diminuição de pena por presunção de que o agente se dedica a atividades
criminosas, derivada unicamente da análise da natureza ou da quantidade de drogas
apreendidas.
Nota: o tratamento legal conferido ao crime de tráfico de drogas traz peculiaridades a serem
observadas nas condenações respectivas; a natureza desse crime de perigo abstrato, que
tutela o bem jurídico saúde pública, fez com que o legislador elegesse dois elementos
específicos - necessariamente presentes no quadro jurídico-probatório que cerca aquela
prática delituosa, a saber, a natureza e a quantidade das drogas - para utilização obrigatória
na primeira fase da dosimetria.
Por outro lado, o tráfico privilegiado é instituto criado para beneficiar aquele que ainda não
se encontra mergulhado nessa atividade ilícita, independentemente do tipo ou do volume
de drogas apreendidas, para implementação de política criminal que favoreça o traficante
eventual. apenas circunstâncias judiciais não preponderantes, previstas no art. 59 do Código
Penal, podem ser utilizadas para modulação da fração de diminuição de pena do tráfico
privilegiado, desde que não utilizadas para fixação da pena-base.
Em razão disso, configura constrangimento ilegal o afastamento do tráfico privilegiado por
presunção de que o agente se dedica a atividades criminosas, derivada unicamente da análise
da natureza ou da quantidade de drogas apreendidas; da mesma maneira, configura
constrangimento ilegal a redução da fração de diminuição de pena por esse mesmo e único
motivo.
STJ. REsp 1.985.297-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 29/03/2022. (Info 731)
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Demonstradas pela instância de origem a estabilidade e permanência do crime de
associação para o tráfico de drogas, inviável o revolvimento probatório em sede de habeas
corpus visando a modificação do julgado.
Nota: Sabe-se que, no crime de associação para o tráfico de drogas, há um vínculo associativo
duradouro e estável entre seus integrantes, com o objetivo de fomentar especificamente o
tráfico de drogas, por meio de uma estrutura organizada e divisão de tarefas para a aquisição
e venda de entorpecentes, além da divisão de seus lucros.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que: Para a
configuração do delito de associação para o tráfico de drogas, é necessário o dolo de se
associar com estabilidade e permanência, sendo que a reunião de duas ou mais pessoas sem
o animus associativo não se subsume ao tipo do art. 35 da Lei n. 11.343/2006. Trata-se,
portanto, de delito de concurso necessário (HC n. 434.972/RJ, Relator Ministro Ribeiro
Dantas, Quinta Turma, julgado em 26/6/2018, DJe de 1º/8/2018).
STJ. HC 721.055-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022, DJe
25/03/2022. (Info 730)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O histórico de ato infracional pode ser considerado para afastar a minorante do art. 33, §
4.º, da Lei nº 11.343/2006, por meio de fundamentação idônea que aponte a existência de
circunstâncias excepcionais, nas quais se verifique a gravidade de atos pretéritos,
devidamente documentados nos autos, bem como a razoável proximidade temporal com o
crime em apuração.

Nota: O STF possui a mesma posição? Para o STF, a existência de atos infracionais pode servir
para afastar o benefício do § 4º do art. 33 da LD?
1ª Turma do STF: SIM. RHC 190434 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2021.
Embora atos infracionais praticados na adolescência não constituam crime na acepção
normativa do termo, não há como se olvidar que eles são fatos contrários ao Direito e
implicam, sim, consequências jurídicas, inclusive a possibilidade de internação do menor.
2ª Turma do STF: NÃO. STF. 2ª Turma. HC 202574 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
17/08/2021.
STJ. 3ª Turma. EREsp 1.916.596-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/09/2021 (Info 712)
Em sentido contrário: STF. 2ª Turma. HC 202574 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/08/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível que o agente responda pela prática do crime do art. 34 da Lei 11.343/2006
quando a posse dos instrumentos configura ato preparatório destinado ao consumo pessoal
de entorpecente.

STJ. 6ª Turma. RHC 135.617-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Compete ao Juízo Federal do endereço do destinatário da droga, importada via Correio,
processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Atenção: MUDANÇA DE ENTENDIMENTO. Na hipótese de importação da droga via correio
cumulada com o conhecimento do destinatário por meio do endereço aposto na
correspondência, a Súmula 528/STJ deve ser flexibilizada para se fixar a competência no
Juízo do local de destino da droga, em favor da facilitação da fase investigativa, da busca
da verdade e da duração razoável do processo.
-Entendimento anterior do STJ: local de apreensão da droga Essa posição estava
manifestada na Súmula 528 do STJ, aprovada em 13/05/2015: Súmula 528-STJ: Compete
ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal
processar e julgar o crime de tráfico internacional.
-Entendimento atual do STJ: local de destino da droga. Na hipótese de importação da
droga via correio cumulada com o conhecimento do destinatário por meio do endereço
aposto na correspondência, a Súmula 528/STJ deve ser flexibilizada para se fixar a
competência no Juízo do local de destino da droga, em favor da facilitação da fase
investigativa, da busca da verdade e da duração razoável do processo.
STJ. 3ª Seção. CC 177.882-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 26/05/2021 (Info 698).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A prática anterior de atos infracionais pelo paciente não configura fundamentação idônea
a afastar a minorante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006.
Nota: Constata-se que a prática de atos infracionais não é suficiente para afastar a minorante,
visto que adolescente não comete crime nem lhe é imputada pena. Nos termos do Estatuto
da Criança e do Adolescente, as medidas aplicadas são socioeducativas e objetivam a
proteção do adolescente que cometeu infração. Assim, a menção a atos infracionais
praticados pelo paciente não configura fundamentação idônea para afastar a minorante.

DIVERGÊNCIA: É possível a utilização da prática de atos infracionais para afastar a causa de


diminuição, quando se pretendeu a aplicação do redutor de pena do do § 4º do art. 33 da Lei
11.343/2006. Isso não significa que foram considerados, como crimes, os atos infracionais
praticados. Significa, apenas, que o contexto fático pode comprovar que o requisito de não
dedicação a atividades criminosas não foi preenchido. Isto porque, tudo indica que a intenção
do legislador, ao inserir a redação foi distinguir o traficante contumaz e profissional daquele
iniciante na vida criminosa, bem como daquele que se aventura na vida da traficância por
motivos que, por vezes, confundem-se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família.
STF. 1ª Turma. HC 192147, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/02/2021.
STF. 2ª Turma. HC 191992, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 08/04/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


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É incabível salvo-conduto para o cultivo da cannabis visando a extração do óleo medicinal,


ainda que na quantidade necessária para o controle da epilepsia, posto que a autorização
fica a cargo da análise do caso concreto pela ANVISA.
STJ. 5ª Turma. RHC 123402-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/03/2021 (Info 690).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Nos termos do art. 28, § 2º, da Lei n. 11.343/2006, não é apenas a quantidade de drogas
que constitui fator determinante para a conclusão de que a substância se destinava a
consumo pessoal, mas também o local e as condições em que se desenvolveu a ação, as
circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do agente.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1740201/AM, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/11/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É atípica a conduta de importar pequena quantidade de sementes de maconha.

STJ. 3ª Seção. EREsp 1.624.564-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020. (Info 683)
Mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info 915).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O STF, interpretando os §§ 2º e 3º do art. 48 da Lei nº 11.343/2006, afirmou que o autor do
crime previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 deve ser encaminhado imediatamente ao
juiz e o próprio magistrado irá lavrar o termo circunstanciado e requisitar os exames e
perícias necessários.
Nota: normas dos §§ 2º e 3º do art. 48 da Lei nº 11.343/2006 foram editadas em benefício
do usuário de drogas, visando afastá-lo do ambiente policial, quando possível, e evitar que
seja indevidamente detido pela autoridade policial.
STF. Plenário. RE 662405, Rel. Luiz Fux, julgado em 29/06/2020. (Repercussão Geral – Tema 512) (Info 986)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A conduta de transportar folhas de coca melhor se amolda, em tese e para a definição de
competência, ao tipo descrito no § 1º, I, do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, que criminaliza o
transporte de matéria-prima destinada à preparação de drogas.
Nota: A folha de coca não é considerada droga; porém pode ser classificada como matéria-
prima ou insumo para sua fabricação.
CC 172.464-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/06/2020, DJe
16/06/2020. (Info 673-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não incide a causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006
em caso de tráfico de drogas cometido nas dependências ou nas imediações de igreja.
Nota: Isso porque o Direito Penal não admite analogia in malam partem.
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Cuidado: Justificada a incidência da causa de aumento prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº
11.343/2006, uma vez consta nos autos a existência de igreja evangélica a aproximadamente
23 metros de distância do local onde a traficância era realizada. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
668934/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/06/2021.

Obs: prevalece a 1ª corrente (a do julgado no HC 528.851). Na verdade, se formos analisar o


caso concreto envolvendo o AgRg no HC 668934/MG, iremos constar que, além de uma igreja
evangélica, o local também funcionava como entidade social, de modo que se amoldava no
inciso III por esse outro motivo
HC 528.851-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe 12/05/2020. (Info
671-STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível que o juiz negue o benefício do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas pelo simples
fato de o acusado ser investigado em inquérito policial ou réu em outra ação penal que
ainda não transitou em julgado.
Nota: em sentido contrário: É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais
em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de
modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção.
EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596). STJ. 6ª Turma.
AgRg no HC 539.666/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020 e STJ. 5ª Turma.
AgRg no AgRg no AREsp 1912440/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
21/09/2021.

A Terceira Seção acolheu a proposta de afetação dos REsps 1.977.027/PR e 1.977.180/PR


ao rito dos recursos repetitivos, a fim de uniformizar o entendimento a respeito da
seguinte controvérsia: possibilidade de inquéritos e ações penais em curso serem
empregados na análise dos requisitos previstos para a aplicação do art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006. ProAfR no REsp 1.977.027-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por
unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe 08/04/2022. (Tema 1139)

HC 173806/MG, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18.2.2020. (HC-173806) (Info967-STF)


Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 166385/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020 (Info 973). STF. 2ª Turma. HC 144309
AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1936058/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
em 14/09/2021. STJ. 5ª Turma. HC 616.133/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/09/2021.
Contrário: STJ. 5ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 1912440/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 21/09/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O cometimento do crime do art. 28 da Lei de Drogas deve receber o mesmo tratamento que
a contravenção penal, para fins de revogação facultativa da suspensão condicional do
processo

Nota: mostra-se desproporcional que o mero processamento do réu pela prática do crime
previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006 torne obrigatória a revogação da suspensão
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condicional do processo, enquanto o processamento por contravenção penal ocasione a


revogação facultativa.
STJ. 5ª Turma. REsp 1795962-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 10/03/2020 (Info 668).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas somada à fuga do acusado
ao avistar a polícia, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial
no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou sem determinação judicial.
RHC 89.853-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 18/02/2020, DJe 02/03/2020. (Info 666-
STJ)
Mesmo sentido: STJ, 6ª Turma. RHC 83.501-SP, julgado em 06/03/2018 (Info 623).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para fins do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, milita em favor do réu a presunção de que ele
é primário, possui bons antecedentes e não se dedica a atividades criminosas nem
integra organização criminosa; o ônus de provar o contrário é do Ministério Público.
Nota: sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena.
STF. 2ª Turma. HC 154694 AgR/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2020. (Info 965)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A reincidência de que trata o § 4º do art. 28 da Lei nº 11.343/2006 é a específica e não
genérica.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.771.304-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/12/2019. (Info 662)

O CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A habitualidade no crime e o pertencimento a organizações criminosas deverão ser
comprovados pela acusação, não sendo possível que o benefício do tráfico privilegiado (art.
33, § 4º) seja afastado por simples presunção.
STF. 2ª Turma. HC 152001 AgR/MT, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em
29/10/2019. (Info 958)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível a fixação de regime de cumprimento de pena fechado ou semiaberto para
crime de tráfico privilegiado de drogas sem a devida justificação.
STF. 1ª Turma. HC 163231/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/6/2019. (Info
945)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº
11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência. Isso porque a
porte de drogas para consumo próprio foi somente despenalizado pela Lei n° 11.343/2006,
mas não sendo descriminalizado.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO PERNAMBUCO
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

Nota: Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão
simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para
fins de reincidência, considerando que este delito é punido apenas com “advertência”,
“prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves
e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de liberdade pelo
descumprimento. Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da
LD está sendo fortemente questionada.
Mesmo sentido: Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de condenação
anterior pelo delito do art. 28 da Lei 11.343/2006, “porte de droga para consumo pessoal”,
para fins de reincidência. STF. RHC 178512 AgR/SP, relator Min. Edson Fachin, julgamento
em 22.3.2022
STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. (Info 636)
Mesmo Sentido: STJ, 6ª Turma, REsp 1672654/SP, julgado em 21/08/2018. (Info 632)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-
se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a
transposição de fronteiras.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.
Súmula 607-STJ

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006,
se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática
criminosa e a disseminação de drogas em área de maior aglomeração de pessoas.
Nota: Ex: se o tráfico de drogas é praticado no domingo de madrugada, dia e horário em que
o estabelecimento de ensino não estava funcionando, não deve incidir a majorante.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.719.792-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018. (Info 622)

30. OUTROS TEMAS DA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

30.1 Crimes de Responsabilidades dos Prefeitos ( Dl 201/67)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O crime previsto no art. 1°, VII, do Decreto-Lei nº 201/1967 se perfectibiliza quando há uma
clara intenção de descumprir os prazos para a prestação de contas.

Nota: Se tiver havido a entrega da prestação de contas em momento posterior ao estipulado,


mas se não tiver ficado suficientemente demonstrada a intenção de atrasar e de descumprir
os prazos previstos para se prestar contas, NÃO HAVERÁ CRIME POR FALTA DE ELEMENTO
SUBJETIVO (DOLO). Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos
ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO PERNAMBUCO
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 03/18

Vereadores: (...) VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da
aplicação de recursos, empréstimos subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos
a qualquer título.

STJ. 6ª Turma. REsp 1695266/PB, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/06/2020. (Info 676 e 677)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Configura o crime do art. 1º, III, do DL 201/67, a conduta do Prefeito que utiliza verbas
oriundas do Fundo Nacional de Saúde (vinculadas a determinado programa de saúde)
para o pagamento de débitos da Secretaria Municipal de Saúde junto ao instituto de
previdência do Município.
Nota: Para a configuração deste crime, é irrelevante verificar se houve, ou não, efetivo
prejuízo para a Administração Pública.
STF. 1ª Turma. AP 984/AP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/6/2019. (Info 944)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O pagamento de remuneração a funcionários fantasmas não configura apropriação ou
desvio de verba pública, previstos pelo art. 1º, inciso I, do Decreto-Lei n. 201/1967.
Nota: Não é crime, pois a remuneração é devida ainda que questionável.
AgRg no AREsp 1.162.086-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/03/2020, DJe 09/03/2020.
(Info 667-STJ)

30.2 Lei Antiterrorismo

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para que se configure o crime do art. 5º da Lei nº 13.260/2016 (atos preparatórios de
terrorismo) exige-se que o sujeito tenha agido por razões de xenofobia, discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia e religião, expostas no art. 2° do mesmo diploma legal.

STJ. 6ª Turma. HC 537.118-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/12/2019. (Info 663)

30.3 Organização Criminosa

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O delito do art. 2º, § 1º, da Lei 12.850/2013 é crime material, inclusive na modalidade
embaraçar.
Nota: Tanto no núcleo impedir como embaraçar, o crime do art. 2º, § 1º da Lei nº 12.850/2013
é material. A adoção da corrente que classifica o delito como crime material se explica porque
o verbo embaraçar atrai um resultado, ou seja, uma alteração do seu objeto. Na hipótese
normativa, o objeto é a investigação, que pode se dar na fase de inquérito ou na instrução da
ação penal.
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STJ. 5ª Turma. REsp 1817416-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 03/08/2021 (Info 703)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O Crime de impedir ou embaraçar investigação previsto na Lei das organizações criminosas
não é restrito à fase do Inquérito abrangendo este e a ação penal.
STJ. 5ª Turma. HC 487.962-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/05/2019. (Info 650)

30.4 Crimes Contra as Relações de Consumo ( Lei 8.137/90) e Economia Popular

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Ausentes os elementos que revelem ter havido evasão de divisas ou lavagem de dinheiro
em detrimento de interesses da União, compete à Justiça Estadual processar e julgar crimes
relacionados a pirâmide financeira em investimento de grupo em criptomoeda.
CC 170.392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/06/2020, DJe 16/06/2020. (Info 673-
STJ)

30.5 Lavagem de Dinheiro

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A eventual incidência da causa de aumento descrita na parte final do § 4º do art. 1º da Lei
de Lavagem de Dinheiro, na redação dada pela Lei n. 12.683/2012, não constitui empecilho
para o juiz manter a separação dos feitos, nos termos do art. 80 do CPP.

Nota: O Superior Tribunal de Justiça, há muito, já sufragou entendimento de que "a reunião
de processos em razão da conexão é uma faculdade do Juiz, conforme interpretação
a contrario sensu do art. 80 do Código de Processo Penal que possibilita a separação de
determinados processos" (RHC 29.658/RS, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe
8/2/2012).
STJ. RHC 157.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/05/2022. (Info 735).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Inexistindo a demonstração do mínimo vínculo entre o acusado e o delito a ele imputado,
impossibilitado está o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Nota: Lavagem de capitais. Inépcia da Denúncia. Inicial acusatória que atribui tipos penais
sem indicar que conduta praticada pela acusada teria concorrido para o êxito da empreitada
criminosa. Ausência de indícios probatórios. Máculas que impedem o exercício do
contraditório e da ampla defesa. Trancamento da ação penal.
Sobre o tema, o STJ tem entendido ser "desnecessário que o autor do crime de lavagem de
capitais tenha sido autor ou partícipe do delito antecedente, bastando que tenha ciência da
origem ilícita dos bens e concorra para sua ocultação ou dissimulação. Sem contar que a
ocultação e a dissimulação podem se protrair no tempo, mediante a prática de diversos atos
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subsequentes, exatamente para dar aparência de legalidade às aquisições obtidas de modo


ilícito" (REsp 1.829.744/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, Sexta Turma, DJe 3/3/2020).
Em outro viés, ainda que para a configuração do delito de lavagem de capitais não seja
necessária a condenação pelo delito antecedente, tendo em vista a autonomia do primeiro
em relação ao segundo, basta, apenas, a presença de indícios suficientes da existência do
crime antecedente (AgRg no HC 514.807/SC, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta
Turma, DJe 19/12/2019).
Evidentemente, no entanto, exsurge-se da análise do caso concreto a avaliação do elemento
subjetivo, a saber, a ação volitiva do agente, com o intuito espúrio de ocultar a origem dos
valores ilícitos, dando a estes aspecto lícito, a incidir do tipo legal da Lei n. 9.613/1998.
STJ. RHC 154.162-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022. (Info 730).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Na autolavagem não ocorre a consunção entre a corrupção passiva e a lavagem de dinheiro.

STJ. Corte Especial. APn 989-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/02/2022 (Info 726).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A medida assecuratória de indisponibilidade de bens, prevista no art. 4º, § 4º, da Lei nº
9.613/98, pode atingir bens de origem lícita ou ilícita, adquiridos antes ou depois da
infração penal, bem como de pessoa jurídica ou familiar não denunciado, quando houver
confusão patrimonial.
STJ. Corte Especial. Inq 1.190-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/09/2021 (Info 710).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional a previsão legal que determina o afastamento do servidor público pelo
simples fato de ele ter sido indiciado pela prática de crime.

Nota: o STF declarou inconstitucional o art. 17-D da Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei nº
9.613/98): “Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem
prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente
autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno.”
O afastamento do servidor somente se justifica quando ficar demonstrado nos autos que
existe risco caso ele continue no desempenho de suas funções e que o afastamento é medida
eficaz e proporcional para se tutelar a investigação e a própria Administração Pública. Tais
circunstâncias precisam ser apreciadas pelo Poder Judiciário.

STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2020.
(Info 1000)

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Não configura o crime de lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98) a conduta do agente
que recebe propina decorrente de corrupção passiva e tenta viajar com ele, em voo
doméstico, escondendo as notas de dinheiro nos bolsos do paletó, na cintura e dentro das
meias.
Nota: o caso seria mero exaurimento da corrupção passiva.
STF. 1ª Turma. Inq 3515/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019. (Info 955).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Na denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro, não é necessário que o Ministério Público
faça uma descrição exaustiva e pormenorizada da infração penal antecedente.
Nota: basta o apontamento da existência de indícios suficientes de que ela tenha sido
praticada e que os bens, direitos e valores que foram “lavados” sejam provenientes desta
infração.
STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019. (Info 657)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O crime de lavagem de bens, direitos ou valores, quando praticado na modalidade típica de
ocultar, é permanente, protraindo-se sua execução até que os objetos materiais do
branqueamento se tornem conhecidos – ao contrário do que ocorre no delito de corrupção
passiva, cuja consumação é instantânea.
STF. HC 165036/PR, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 9.4.2019.
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