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Acórdão Nº 1673282
EMENTA
RELATÓRIO
Cuida-se de recurso de apelação interposto por RN Comércio Varejista S.A. contra sentença proferida
pelo MM. Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, que denegou a segurança, que
objetivava o reconhecimento dodireito de não recolher DIFAL/ICMS ao Distrito Federal.
Em suas razões, a apelante narra que é pessoa jurídica de direito privado e desempenha atividade
econômica como varejista de artigos esportivos, sendo, portanto, contribuinte do DIFAL/ICMS.
Sustenta, em suma, a inconstitucionalidade da exigência do referido tributo, em razão da ausência de
lei regulamentar. Pede o provimento do recurso, a fim de que a segurança seja concedida.
O pedido formulado na petição acima referida foi indeferido pela decisão de ID nº 25271193, contra a
qual foi interposto agravo interno, que restou não provido.
É o relatório.
VOTOS
O art. 155, inciso II, da CR, dispõe que compete aos Estados e ao Distrito Federal a instituição de
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), mesmo quando as operações e as
prestações se iniciem no exterior.
A redação original do art. 155, § 2º, incisos VII e VIII, da CR, antes do advento da Emenda
Constitucional nº 87/15, estabelecia que, em relação às operações e prestações que destinavam bens e
serviços a consumidor final localizado em outro Estado, na hipótese de o destinatário ser contribuinte
do imposto, deveria ser adotada a alíquota interestadual para o Estado de origem, enquanto ao Estado
de localização do destinatário caberia o correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual. Por outro lado, se o destinatário do bem ou serviço não fosse contribuinte do imposto,
somente o Estado de origem receberia o tributo, que seria recolhido consoante alíquota interna desse
estado.
A Emenda Constitucional nº 87/15 alterou a forma de repartição das receitas do ICMS nas operações e
prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, modificando
a redação dos incisos VII e VIII do § 2º do art. 155 da CR.
A partir do advento da Emenda Constitucional referida, nas operações interestaduais entre vendedor e
comprador, contribuinte ou não do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS),
o Estado de origem fica com o valor obtido com a alíquota interestadual e o Estado de destino fica
com o valor obtido com a diferença entre a sua alíquota interna e a alíquota interestadual (valor
diferencial da alíquota - DIFAL/ICMS).
Após as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 87/15, os Estados e o Distrito Federal
reuniram-se, no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), e firmaram entre si o
Convênio nº 93/15, que instituiu normas com o intuito de regulamentar as disposições da Emenda
Constitucional referida.
Ante a celebração do Convênio nº 93/15, o Distrito Federal editou a Lei Distrital nº 5.546/15,
alterando a Lei nº 1.254/96, que dispõe quanto ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS, para instituir, nos moldes do que estabelecido no Convênio nº 93/15, a
disciplina para cobrança do DIFAL/ICMS em seu âmbito.
Todavia, a constitucionalidade da cobrança do DIFAL/ICMS pelos Estados e pelo Distrito Federal foi
questionada em inúmeras ações judiciais, e a controvérsia chegou ao excelso STF, que, no julgamento
do RE nº 1.287.019/DF e da ADI nº 5.469/DF, Tema de Repercussão Geral nº 1.093, compreendeu
que o DIFAL/ICMS “criou nova relação jurídico-tributária entre o remetente do bem ou serviço (con
tribuinte) e o estado de destino nas operações com bens e serviços destinados a consumidor final não
contribuinte do ICMS”. Asseverou a Corte que “convênio interestadual não pode suprir a ausência de
lei complementar dispondo sobre obrigação tributária, contribuintes, bases de cálculo/alíquotas e
créditos de ICMS nas operações ou prestações interestaduais com consumidor final não contribuinte
do imposto, como fizeram as cláusulas primeira, segunda, terceira e sexta do Convênio”. Assentou,
ainda, que “a cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/15, ao determinar a extensão da sistemática da
EC nº 87/2015 aos optantes do Simples Nacional, adentra no campo material de incidência da LC nº
123/06, que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, à luz do art. 146, inciso III, d, e
parágrafo único, da Constituição Federal”. Assim, o Pretório excelso declarou a inconstitucionalidade
das cláusulas primeira, segunda, terceira, sexta e nona do Convênio nº 93/15, e firmou a seguinte tese:
“a cobrança do diferencial de alíquota alusivo ao ICMS, conforme introduzido pela Emenda
Constitucional nº 87/2015, pressupõe edição de lei complementar veiculando normas gerais”.
“Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.093 da repercussão geral, deu
provimento ao recurso extraordinário, assentando a invalidade ‘da cobrança, em operação
interestadual envolvendo mercadoria destinada a consumidor final não contribuinte, do
diferencial de alíquota do ICMS, na forma do Convênio nº 93/2015, ausente lei
complementar disciplinadora’, vencidos os Ministros Nunes Marques, Alexandre de
Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luiz Fux (Presidente). Em seguida, por
maioria, foi fixada a seguinte tese: ‘A cobrança do diferencial de alíquota alusivo ao
ICMS, conforme introduzido pela Emenda Constitucional nº 87/2015, pressupõe edição
de lei complementar veiculando normas gerais’, vencido o Ministro Alexandre de
Moraes”.
Além disso, na mesma sessão de julgamento, o excelso STF decidiu por modular os efeitos da decisão
declaratória de inconstitucionalidade, nos seguintes termos:
“(...) Com efeito, o Tribunal Pleno, na sessão de 24/2/21, julgou, por maioria, procedente
o pedido formulado na ação direta de inconstitucionalidade, declarando a inconstituci
onalidade formal das cláusulas primeira, segunda, terceira, sexta e nona do Convênio
ICMS nº 93, de 17 de setembro de 2015, do Conselho Nacional de Política Fazendária
(CONFAZ). Na mesma ocasião, a Corte, também por maioria, concluiu ser o caso de se
modularem os efeitos dessa decisão, tal como foi registrado na ata de julgamento do
mérito, ressalvando da modulação, contudo, as ações judiciais então em curso, ou seja, as
ações judiciais propostas até a data do referido julgamento.(...)” (ADI 5469 ED, Relator:
DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 17/08/2021, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-176 DIVULG 02-09-2021 PUBLIC 03-09-2021).
Diante da necessidade de lei complementar para que os Estados e o Distrito Federal possam cobrar o
DIFAL/ICMS nas operações interestaduais destinadas a consumidor final não contribuinte do
imposto, foi editada a Lei Complementar nº 190, de 04 de janeiro de 2022, publicada em 05 de janeiro
de 2022, que alterou a Lei Complementar nº 87/96 (Lei Kandir) para regulamentar a cobrança da exaç
ão.
Voltando ao caso concreto, o pedido principal formulado no mandado de segurança foi para que seja
reconhecida a impossibilidade de cobrança do DIFAL/ICMS a partir de fevereiro de 2018, enquanto
não editada a lei complementar para regulamentar a EC nº 87/15 e, por conseguinte, a lei estadual
instituindo o DIFAL, observando-se os princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
O presente mandado de segurança foi impetrado em 21/02/2018, evidenciando que a ação está
ressalvada da modulação de efeitos dos citados julgamentos pela expressa ressalva às demandas em
curso.
Como asseverado na sentença, a Lei Complementar nº 190, que regulamenta a Emenda Constitucional
nº 87, só veio a ser publicada em 05/01/2022.
Em verdade, tal lei não instituiu o DIFAL/ICMS. Trata-se de lei que, obedecendo ao disposto no art.
146, inciso III, alínea “a”, e art. 155, § 2º, inciso XII, alíneas “a”, “c”, d” e “i”, da CF, estabeleceu
normas gerais sobre os elementos indispensáveis à instituição do DIFAL/ICMS.
Todavia, ainda que não tenha, propriamente, instituído o tributo, foi o surgimento da Lei
Complementar nº 190/22 que autorizou a exigência do DIFAL/ICMS.
O excelso STF interpreta o art. 150, inciso III, alíneas “b” e “c”, da CR, de forma garantista e
extensiva, compreendendo que toda alteração legislativa que implique majoração da carga tributária
deve se submeter aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. Confiram-se, sobre o assunto,
os seguintes julgados da Corte Suprema:
3. Agravo regimental não provido” (RE 363577 AgR, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma,
julgado em 26/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-106 DIVULG 05-06-2013 PUBLIC
06-06-2013).
2. Esta Corte possui uma interpretação garantista e extensiva quanto ao postulado da não surpresa, de
modo que o preceito constitucional não especifica o modo de implementar-se o aumento. Vale dizer
que toda modificação legislativa que, de maneira direta ou indireta, implicar carga tributária maior há
de ter eficácia no ano subsequente àquele no qual veio a ser feita (ADI nº 2.325 – MC).
1. Nos termos da jurisprudência da Corte sobre o tema, toda modificação legislativa que, de maneira
direta ou indireta, implicar carga tributária maior, há de ter eficácia no ano subsequente àquele no qual
veio a ser feita.
2. In casu, os novos percentuais referentes à margem de valor agregado que integra a base de cálculo
do ICMS, instituídos pelo Decreto nº 45.258/2015, por acarretarem majoração da carga tributária,
devem surtir efeitos apenas no exercício financeiro seguinte à sua publicação.
3. Agravo regimental a que se nega provimento, com fixação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4º,
do CPC” (ARE 1281713 AgR-segundo, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em
17/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 22-03-2021 PUBLIC 23-03-2021)
(grifos nossos).
1. A partir das balizas traçadas no v. acórdão, evidencia-se que, para se chegar à conclusão de que hou
ve uma eventual violação dos princípios invocados, seria imprescindível a análise do Decreto nº
8.321/98 e da Lei nº 688/96, ambos do Estado de Rondônia, bem como do Protocolo nº 11/91.
Sobretudo, seria necessário uma análise de tais normas à luz da Lei Complementar nº 87/96. Nesse
sentido, eventual afronta ao texto constitucional, caso ocorresse, dar-se-ia de forma reflexa e não
direta.
Assim, e tendo em vista que é o surgimento da Lei Complementar nº 190/22 que fundamenta a
cobrança do DIFAL/ICMS, não resta dúvida de que se trata de modificação legislativa que implica
majoração da carga tributária, razão pela qual os seus efeitos só podem ser produzidos no exercício
financeiro seguinte ao de sua publicação, ou seja, em 2023.
Como se não bastasse, cumpre asseverar que o art. 3º, da LC nº 190/22, estabeleceu que este diploma
legal se submete aos ditames do art. 150, inciso III, alínea “c”, da CR, deixando claro que seus efeitos
só podem ser produzidos a partir de 2023. Tal previsão, por si só, já é suficiente para afastar a
possibilidade de cobrar o tributo antes dessa data.
No tocante ao direitoà compensação de débitos pretéritos, observa-se que não houve pedido a esse
respeito na petição inicial nem mesmo no recurso de apelação. Para melhor elucidação, passa-se a
transcrever os pedidos formulados na inicial:
“d) seja, ao final, confirmada a liminar (e mantidos os seus efeitos) e CONCEDIDA A SEGURANÇA
para assegurar às IMPETRANTES, definitivamente, o direito de, sem ficarem sujeitas à imposição de
qualquer sanção, penalidade, restrição ou limitação de direitos (incluindo aquelas mencionadas no
pedido de liminar), deixarem de recolher o DIFAL ao Distrito Federal, relativamente a operações
interestaduais envolvendo mercadorias remetidas pelas IMPETRANTES a consumidores finais
situados neste Estado, enquanto não vierem a ser editadas lei complementar nacional para
regulamentar a EC nº 87/15 e, posteriormente, lei estadual instituindo o DIFAL em conformidade com
essa lei complementar, respeitados ainda os princípios da anterioridade de exercício e da anterioridade
nonagesimal”.
Além disso, houve a concessão de liminar, determinando que a autoridade coatora sustasse “os efeitos
de qualquer ato administrativo que vise a cobrança do DIFAL, para suspender a exigibilidade do
crédito tributário”relativamente aos valores de DIFAL e FCEP, a partir de fevereiro de 2018 (decisão
de ID nº 6034045).
Dessa forma, dou provimento ao apelo para reformar a sentença e conceder a segurança, determinando
que o Distrito Federal se abstenha de efetuar a cobrança do DIFAL/ICMS da autora do writdesde
fevereiro de 2018, decorrentes de operações de vendas de mercadorias realizadas pelas impetrantes a
consumidores finais não contribuintes do ICMS, situados no Distrito Federal, além de se afastar
qualquer sanção, penalidade, restrição ou limitação de direitos em razão do não recolhimento do
DIFAL e FCEP, até que a Lei Complementar nº 190/22 que fundamenta a cobrança do DIFAL/ICMS,
produza seus efeitos, que será no exercício financeiro seguinte ao de sua publicação, ou seja, em 2023.
É como voto.
O Senhor Desembargador JAMES EDUARDO OLIVEIRA - 1º Vogal
Trata-se de imposto previsto no artigo 155, inciso II, da Constituição Federal, e cuja regulamentação
se deu por meio da Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir).
As regras de compartilhamento instituídas pela Emenda Constitucional 87/2015 não inovaram quanto
à incidência do tributo e o Convênio ICMS 93/2015, que buscou regulamentá-la, foi declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário 1.287.019,
in verbis:
Nesse contexto, a disciplina da Lei Complementar 190/2022, que apenas promoveu a adaptação
normativa considerada essencial pelo Supremo Tribunal Federal para a incidência tributária, não dá
respaldo à pretensão mandamental.Esse, aliás, parece ter sido o substrato da modulação de efeitos da
declaração de inconstitucionalidade, como se colhe do voto-condutor do acórdão respectivo:
As cláusulas ficariam vigentes até 31 de dezembro de 2021, tempo no qual o Congresso Nacional
poderá ratificá-las por meio de lei complementar. Ratificar é modo de dizer; enfim, o Congresso
poderá ponderar sobre elas, editando uma lei complementar.
A mesma solução julgo ser necessária em relação à lei do Distrito Federal e, a fortiori, às leis dos
demais estados.
Em relação a elas, proponho que a decisão produza efeitos a partir do exercício financeiro seguinte à
conclusão deste julgamento, exceto no que diz respeito às normas legais que versarem sobre a
cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/15, cujos efeitos devem retroagir à data da concessão da
medida cautelar nos autos da ADI nº 5.464/DF."
Conclui-se, assim, pela denegação da ordem. Sobre o tema, vale colacionar o seguinte julgado deste
Tribunal de Justiça:
O DIFAL visa garantir ao Estado de destino a parcela que lhe cabe na partilha do ICMS sobre
operações interestaduais. Trata-se, de fato, de uma complementação do ICMS resultante da diferença
entre os valores cobrados do referido imposto entre os Estados-Membros que participaram da
transação comercial.
Entendo que acobrança de DIFAL não se trata de criação de imposto novo ou majoração de imposto
existente, porquanto a Lei Complementar 190, de 4 de janeiro de 2022, ao alterar a Lei Complementar
87, de 13 de dezembro (Lei Kandir), apenas disciplinou a distribuição dos recursos apurados no ICMS
quando há movimentação de mercadorias entre dois Estados da Federação distintos, que cobram
alíquotas diversas de ICMS.
Ocorre que o STF, ao declarar a inconstitucionalidade acima mencionada na ADI 5469, modulou os
efeitos ‘pró-futuro’, de forma que a inconstitucionalidade seria tolerada ‘para trás’, assim como por
todo o ano de 2021, devendo o Parlamento editar, se fosse o caso, uma Lei Complementar sobre o
DIFAL haja vista que, a partir de 1º de janeiro de 2022, a cobrança não mais seria possível à revelia
de lei complementar regulamentadora.
Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.093 da repercussão geral, deu
provimento ao recurso extraordinário, assentando a invalidade "da cobrança, em operação
interestadual envolvendo mercadoria destinada a consumidor final não contribuinte, do
diferencial de alíquota do ICMS, na forma do Convênio nº 93/2015, ausente lei
complementar disciplinadora", vencidos os Ministros Nunes Marques, Alexandre de
Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luiz Fux (Presidente). Em seguida, por
maioria, foi fixada a seguinte tese: "A cobrança do diferencial de alíquota alusivo ao
ICMS, conforme introduzido pela Emenda Constitucional nº 87/2015, pressupõe edição
de lei complementar veiculando normas gerais", vencido o Ministro Alexandre de
Moraes. Por fim, o Tribunal, por maioria, modulou os efeitos da declaração de
inconstitucionalidade das cláusulas primeira, segunda, terceira, sexta e nona do convênio
questionado para que a decisão produza efeitos, quanto à cláusula nona, desde a data da
concessão da medida cautelar nos autos da ADI nº 5.464/DF e, quanto às cláusulas
primeira, segunda, terceira e sexta, a partir do exercício financeiro seguinte à conclusão
deste julgamento (2022), aplicando-se a mesma solução em relação às respectivas leis dos
estados e do Distrito Federal, para as quais a decisão produzirá efeitos a partir do
exercício financeiro seguinte à conclusão deste julgamento (2022), exceto no que diz
respeito às normas legais que versarem sobre a cláusula nona do Convênio ICMS nº
93/2015, cujos efeitos retroagem à data da concessão da medida cautelar nos autos da
ADI nº 5.464/DF. Ficam ressalvadas da proposta de modulação as ações judiciais em
curso. Vencidos, nesse ponto, o Ministro Edson Fachin, que aderia à proposta original de
modulação dos efeitos, e o Ministro Marco Aurélio (Relator), que não modulava os
efeitos da decisão. Redigirá o acórdão o Ministro Dias Toffoli. Plenário, 24.02.2021
(Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF). (grifo nosso)
Logo, na espécie, aplicável a modulação dos efeitos determinada pelo Supremo Tribunal Federal,
tendo em vista que o presente mandado de segurança foi impetrado em 21.2.2018 e, portanto,
amolda-se à orientação do Pretório Excelso.
Anote-se que a impossibilidade da cobrança do imposto foi contemplada àquelas cujas ações já
estavam em curso no momento da decisão de modulação dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade, sendo esse o caso dos autos.
Por tais fundamentos, acompanho o douto Relator e dou provimento ao recurso. Sem honorários.
É o meu voto.