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TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DA PARAÍBA,
Os advogados que funcionam no presente feito são os seguintes: (CPC, art. 1.016, IV):
1 – Pelo agravante: FLÁVIA DE PAIVA, inscrita na OAB PB sob o nº 10432/PB com endereço
profissional na Rua Aprígio Pereira Nepomuceno, Nº 675, Jardim Paulistano, Campina Grande,
Estado da Paraíba;
2 – Pela agravada: JOSÉ DA SILVA, inscrito na OAB/PB 24.000 com endereço profissional na Rua
João Machado, 130, Centro, João Pessoa-PB.
Cumpre-se o requisito do art. 1.017, do CPC, que disciplina a juntada de peças obrigatórias,
cumpre-se tal requisito, através da otimização do processo originário, no qual foi proferida a
decisão agravada.
Informa, ainda, que deixa de juntar o comprovante de pagamento de custas e do porte de retorno,
porque o Agravante é isento de tal pagamento nos termos da Lei de Organização Judiciária da
Paraíba (LOJE-PB).
Termos em que, requerendo o recebimento das inclusas razões, instruídas com a peças obrigatórias
e facultativas retro apontadas.
Pede deferimento.
FLAVIA DE PAIVA
ADVOGADA OAB-PB 10432
EXCELENTÍSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DA PARAÍBA,
I – Exposição do fato e do direito (CPC, art. 1.016, II) e razões do pedido de reforma da
decisão (CPC, art. 1.016, III).
Em razão disso, considerou que deveria ser aplicado ao Município o tento de RPV, previsto no art.
97, parágrafo 12, do ADCT da Constituição brasileira.
“Ocorre que o título que embasou o pedido executivo teve origem bem antes da
edição de tal norma e, em sendo assim, há que se prever a possibilidade do RPV
nos moldes traçados pelo art. 97, parágrafo 12, da CF, que previu o teto do RPV
como sendo equivalente a trinta salários mínimos.”
Douto Julgador, o juiz a quo entendeu ser aplicável ao Município o teto de 30 (trinta) salários
mínimos previstos no art. 97, parágrafo 12, do ADCT da CF/1988. No entanto, tal teto não pode ser
aplicado em razão de ter havido o reconhecimento da inconstitucionalidade do citado texto
normativo.
Destarte, há que se considerar como teto o valor previsto no art. 100, parágrafo ___, da CF/1988,
que prevê como valor mínimo para pagamento de RPV o maior benefício do Regime Geral da
Previdência Social (RGPS).
Salienta-se, ainda, que ao tempo da cabível a aplicação da preclusão consumativa da sentença que
fixou os honorários advocatícios. E, nesse ponto, a decisão agravada não merece retoque, porque o
Agravante, ao impugnar a execução não pretendia modificar o percentual já arbitrado na sentença
exequenda, mas fazer incidir esse percentual sobre os valores executados que, ao tempo do
ajuizamento da ação executiva, eram realmente devidos.
Efetivamente, a sentença que fixou o percentual de 10% já transitou em julgado, sendo acobertada
pelo manto da coisa julgada. O que se questiona é: deverá esse percentual incidir também sobre
valores que efetivamente eram devidos pelo Executado/Agravado ao tempo do ajuizamento da
execução?
Após realizar levantamento detalhado nos autos da Ação de Execução, que originou a sentença
exequenda, observa-se que o citado feito foi iniciado em 18/11/2005, teve por objeto os acórdãos
abaixo relacionados, proferidos pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba-TCE/PB. Ao longo
da tramitação deste feito, vários acórdãos foram sendo quitados pelo Executado/Agravado, pelo que
se apresenta a seguinte tabela com as datas de quitação do débito, a fim de se possa avaliar qual o
momento em que ocorreu a quitação.
A tabela acima demonstra que a maior parte do débito objeto desta ação de execução foi quitado
após o ajuizamento da ação de execução que originou a sentença exequenda. Os débitos das linhas
1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9 foram quitados após o ajuizamento da demanda executiva.
Com relação a esse fato, a jurisprudência pátria se sedimentou no sentido de que os honorários de
sucumbência não devem incidir sobre os débitos existentes ao tempo do ajuizamento da demanda e
quitados após a instauração da ação de cobrança/processo executivo, em razão do princípio da
causalidade, segundo o qual aquele que deu causa à instauração do processo deve arcar com os
encargos que ele gera:
Ora, Douto Desembargador, com fundamento no princípio da causalidade, vigente no processo civil
brasileiro, a sucumbência do Município de Natuba, ora Agravante, está restrita aos itens constantes
da tabela acima nas linhas 7,10,11,12,13, restando limitada ao valor de R$ 9.233,75, que já se
encontravam quitados à época do ajuizamento da Ação de Execução, que originou a sentença
exequenda.
Esse valor atualizado, como demonstra a memória de cálculo inclusa, alcança a quantia de R$
41.047,64, de modo que seriam devidos pelo Município, portanto, a título de honorários
sucumbenciais a quantia de R$ 4.104, 76.
É inquestionável que o Agravante não pode pagar, a título de honorários advocatícios, mais do que a
verba arbitrada na sentença executada, o que representaria um vilipendio das verbas públicas.
Também não é possível incidir, de conformidade com principio da causalidade, o pagamento de
honorários advocatícios de natureza sucumbencial sobre valores que, ao tempo do ajuizamento da
execução, ainda se encontravam devidos e foram quitados no curso do processo.
Admitir tal possibilidade significaria beneficiar o Réu/Executado, ora Agravado, e, por conseguinte,
seu advogado com valores que, ao tempo da execução, eram realmente devidos aos cofres públicos.
No momento do ajuizamento da ação executiva, boa parte dos débitos cobrados eram devidos,
restando, pois, legítimo o processo executivo promovido, restando descabido o arbitramento de
honorários sucumbências sobre as verbas que, ao tempo do ajuizamento da execução, eram devidas.
O art. 1019, I, do CPC permite que seja concedida a pretensão recursal em caráter
antecipatório, o que desde já se requer no presente recurso, visto que a decisão agravada
impõe ao Agravante o pagamento de um valor maior do que aquele realmente devido.
Configura-se presente, destarte, o requisito requerido pelo art. 303, do CPC para a concessão
de tutela antecipada e que consiste no perigo de dano, que a manutenção da decisão agravada,
ora combatida, pode gerar.
Assim sendo, requer-se, desde já, a concessão da pretensão recursal em caráter de antecipação
de tutela, tendo em vista a ampla verossimilhança da alegação, demonstrada
documentalmente por meio dos documentos inclusos.
Assim sendo, requer-se a suspensão da decisão agravada, ID 49816437, até que o presente
Agravo seja julgado, a fim de evitar a oneração indevida do Município Agravante, o que
ocorrerá, caso não haja a suspensão liminar da decisão recorrida.
DOS PEDIDOS
1º) O presente recurso seja recebido e dar seguimento na forma de agravo de instrumento,
concedendo-se de imediato a antecipação de tutela recursal pleiteada, INAUDITA ALTERA PARS,
SUSPENDENDO A DECISÃO AGRAGADA, QUE CONDENOU O MUNICÍPIO AO
PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO VALOR DE R$ 42.799,47, tendo em
vista que a manutenção da decisão poderá onerar indevidamente o Agravante;
FLAVIA DE PAIVA
ADVOGADA OAB-PB 10432