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RECURSO DE APELAÇÃO
Colenda Turma,
Eméritos Julgadores.
I. DA SÍNTESE DO FEITO
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Art 4º - O limite máximo do salário-de-contribuição, previsto no art. 5º da Lei nº 6.332, de 18 de maio de
1976, é fixado em valor correspondente a 20 (vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Parágrafo único - O limite a que se refere o presente artigo aplica-se às contribuições parafiscais arrecadadas
por conta de terceiros.
Apreciando o feito, o juízo a quo prolatou sentença
denegando a segurança pleiteada, entendendo ter sido revogado
integralmente o artigo 4º da Lei nº 6.950/81 pelo Decreto-Lei nº 2.318/1986,
bem como, ter sido vedada a vinculação de salário mínimo para qualquer fim,
pelo artigo 7º, inciso VI da Constituição Federal:
SENTENÇA
[...]
Ainda que assim não fosse, tem-se que a Lei nº 7.789/1989, em ordem a
ratificar o disposto no artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal, estatuiu
cláusula genérica de vedação de vinculação do salário mínimo para qualquer
fim, com exceção dos benefícios de prestação continuada da Previdência
Social:
DISPOSITIVO
Ante o exposto:
II. DA PRELIMINAR
(A) TEMPESTIVIDADE
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Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-
lhes é de 15 (quinze) dias.
À vista do exposto resta evidente que a presente Apelação
é tempestiva, razão pela qual é de rigor o seu regular processamento e
julgamento.
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Art. 4º - O limite máximo do salário-de-contribuição, previsto no art. 5º da Lei nº 6.332, de 18 de maio de
1976, é fixado em valor correspondente a 20 (vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Parágrafo único - O limite a que se refere o presente artigo aplica-se às contribuições parafiscais
arrecadadas por conta de terceiros.
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Art. 3º Para efeito do cálculo da contribuição da empresa para a previdência social, o salário de
contribuição não está sujeito ao limite de vinte vezes o salário mínimo, imposto pelo art. 4º da Lei nº 6.950,
de 4 de novembro de 1981.
vinte vezes o salário mínimo, imposto pelo art. 4º da Lei nº 6.950, de 4 de
novembro de 1981. (Decreto-Lei nº 2.318/86)
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Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. (Decreto-Lei nº 4.657/42)
confronto entre o art. 3º do Decreto-Lei nº 2.318/86 e o parágrafo único do
art. 4º da Lei nº 6.950/81. Afinal, um trata das contribuições previdenciárias
(caput) e o outro das contribuições devidas a terceiros (parágrafo único),
respectivamente.
[...]
“A supressão da cabeça do art. 4º, da Lei nº 6.950/81 não alcança o
conteúdo de seu parágrafo único. Legislar em matéria fiscal pressupõe a
observância dos muitos princípios constitucionais, entre eles o primado da
estrita legalidade que advém da natureza fechada dos tipos tributários. Ao
exercitar sua competência impositiva, deve o político atinar para todos os
pormenores da regra-matriz de incidência, preservando sua inteireza e
mantendo sua unidade. Pretendendo alterá-la, terá que empregar os
instrumentos jurídicos apropriados, seguindo, fielmente, os preceitos
constitucionais que regem essa possibilidade. Tudo porque uma série de
valores foram postos em nosso Texto Supremo para garantir a segurança
dos administrados, em face da pretensão impositiva do Estado. “
[...]
“Ainda que assim não fosse, conforme ressaltei na decisão agravada, não há
afronta à Súmula Vinculantes n. 4 deste Supremo Tribunal Federal, pois pela
decisão impugnada não se determinou a utilização do salário mínimo como
indexador, ou seja, o salário profissional, após fixado em múltiplos de
salários mínimos, nos termos da Lei n. 4.950-A/1966, não segue os
aumentos do salário mínimo.