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Universidade Estácio de Sá

DIREITO - MATUTINO
Professor: DYOGO HENRIQUE BARNABE TINOCO
Turma: 1001 - ARA0578
Aluno(a): Bruna Maria Trindade Marques
Unidade: Estação
Horário das aulas: Quarta: 07h30 - 08h20 / 08h40 - 09h30 / 09h30 - 10h20

Trabalho Avaliativo

TEMA: Reportagem abordando o Princípio da Legalidade.

Conforme solicitado, em sala de aula, abordarei um relance que versa sobre matéria aplicada
em sala de aula, usando fundamentos e fontes reais com análise de um julgado, que é real caso
concreto do tema supracitado.
Veremos a seguir, um AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL do Supremo Tribunal de
Justiça – STJ:

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.684.502 - SP (2017/0152105-0)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


AGRAVANTE: GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA
ADVOGADOS: MARCELO BEZ DEBATIN DA SILVEIRA - SP237120 ANDREY BIAGINI
BRAZÃO BARTKEVICIUS E OUTRO(S) - SP258428

AGRAVADO: FAZENDA NACIONAL

EMENTA

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PIS/COFINS. MAJORAÇÃO


ALÍQUOTAS. DECRETO 8.426/2015. LEI 10.865/2004. PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. TEMA
939 DA JURISPRUDÊNCIA DA SUPREMA CORTE. 1. Trata-se, na
origem, de Mandado de Segurança com pedido de liminar contra o
Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santo André/SP
com o objetivo de afastar a aplicação do Decreto 8.426/2015, para não se
sujeitar a parte agravante à incidência da alíquota conjunta de 4,65% a título
de PIS e COFINS. 2. Não se conheceu do Recurso Especial com base nos
seguintes argumentos: a) da leitura do acórdão recorrido depreende-se que
foi debatida matéria com fundamento eminentemente constitucional
(princípio da legalidade tributária); e b) ausência de prequestionamento dos
arts. 7º e 97, II, do CTN. 3. A parte agravante, com o objetivo de afastar a
natureza constitucional do debate relacionado à possibilidade do Poder
Executivo editar Decretos para reduzir ou majorar a contribuição social do
PIS/COFINS, aduziu a alteração das alíquotas pelo Decreto 8.426/2015
violaria a legalidade tributária prevista no art. 97 do CTN. 4. Ocorre que o
Acórdão do Tribunal de origem de forma bastante categórica fundamentou a
possibilidade da redução ou majoração da alíquota do PIS/COFINS na
previsão do art. 27, §2º, da Lei 10.865/2004 e em sua constitucionalidade,
nos termos do art. 150, I, da CF/1988 (princípio da legalidade tributária -
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir
ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;). 5. No mérito, a decisão do
Tribunal a quo está em linha com a jurisprudência do STJ: "considerada a
constitucionalidade da Lei 10.865/2004, permite-se ao Poder Executivo
tanto reduzir quanto restabelecer alíquotas do PIS/COFINS sobre as receitas
financeiras das pessoas jurídicas, sendo certo que tanto os decretos que
reduziram a alíquota para zero quanto o Decreto 8.426/2015, que as
restabeleceu em patamar inferior ao permitido pelas Leis n. 10.637/2002 e
10.833/03, agiram dentro do limite previsto na legislação, não havendo que
se falar em ilegalidade" (REsp 1.586.950/RS, Rel. Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma,
julgado em 19/9/2017, DJe 9/10/2017). A propósito: REsp 1.699.117/RS,
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 7/12/2017,
DJe 19/12/2017. Documento: 1714376 - Inteiro Teor do Acórdão - Site
certificado - DJe: 21/11/2018 Página 1de 4 Superior Tribunal de Justiça 6.
Ademais, a matéria de fundo foi pacificada no próprio Supremo Tribunal
Federal por ocasião do julgamento do RE 986296 RG/PR (Relator Ministro
Dias Toffoli), realizado no dia 2/3/2017 pelo Tribunal Pleno fixou o Tema
939 de sua jurisprudência com o seguinte teor: "Possibilidade de as
alíquotas da contribuição ao PIS e da COFINS serem reduzidas e
restabelecidas por regulamento infralegal, nos termos do art. 27, § 2º, da Lei
n. 10.865/2004".7. Agravo Interno no Recurso Especial conhecido em parte
e, nessa parte, não provido.

Pode-se analisar mediante ao recurso abordado, o ponto de alegação do Agravante é o Princípio


da Legalidade tributária, pois, o mesmo, requer um mandado se segurança por achar inconstitucional a
aplicação de um Decreto do Executivo que incidia Alíquota de 4,65% a título de PIS e COFINS.
Com embasamento do Art. 97 do CTN, a parte agravante, com o objetivo de afastar a natureza
constitucional do debate relacionado à possibilidade do Poder Executivo editar Decretos para reduzir
ou majorar a contribuição social do PIS/COFINS, aduziu a alteração das alíquotas pelo Decreto
8.426/2015 violaria a legalidade tributária.
Com a matéria em questão, iremos pautar no momento, não uma análise do tema requerido, foi
usado o princípio da legalidade tributária - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Por tal questão, iremos levantar o seguinte questionamento.
Oque é o princípio da Legalidade Tributária?

O art. 5º, inciso II, da Constituição Federal, estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, expressão jurídica do princípio da legalidade. A
história mostra que o Princípio da Legalidade surge da necessidade de consentimento do povo para a
imposição de obrigações, sendo que a reserva de lei nessa matéria é exigida, de forma universal, nos
Estados Constitucionais de Direito. Conforme também nos relata o Autor Eduardo Sabbag, este,
apontado para Bibliografia da nossa matéria, escreveu que; os entes tributantes (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) só poderão criar ou aumentar tributo por meio de lei. Tal princípio deve
ser assimilado conjuntamente com o princípio da legalidade genérica, previsto no art. 5.º , II, da CF.
Por regra, a lei adequada para instituir tributo é a lei ordinária. Nessa medida, quem cria tributos é o
Poder Legislativo, não cabendo ao Poder Executivo o mister legiferante. Mas, também existem tributos
federais, que mesmo obedecendo ao princípio da legalidade, devem ser criador por lei complementar.
Mais uma vez voltando a matéria de direito que escolhemos analisar, cabe ser analisada como
Exceções ao princípio da legalidade tributária Conforme preceitua o art. 153, § 1.º , da CF, existem
quatro impostos federais que poderão ter suas alíquotas majoradas, ou reduzidas, por ato do Poder
Executivo, o que se dá por decreto presidencial ou portaria do Ministro da Fazenda: Imposto de
Importação (II); Imposto de Exportação (IE); IPI; e IOF. São eles considerados “exceções” ao
princípio da legalidade tributária. Como eles dependem de lei, talvez fosse mais rigoroso afirmar que
eles apenas “mitigam” o princípio, sendo exemplos de “atenuações” ao princípio, e não de “exceções”.
Tais impostos têm caráter extrafiscal, possuindo função regulatória, o que justifica a flexibilidade de
alíquotas. A extrafiscalidade é característica a) b) dos tributos reguladores de mercado. A fiscalidade,
por seu turno, é característica dos tributos de finalidade eminentemente arrecadatória, ou seja, da
maioria dos gravames. Destaque-se, em tempo, que “quem pode o mais pode o menos”, cabendo ao
Poder Executivo Federal a redução de alíquotas de tais impostos regulatórios.
A história mostra que o Princípio da Legalidade surge da necessidade de consentimento do povo
para a imposição de obrigações, sendo que a reserva de lei nessa matéria é exigida, de forma universal,
nos Estados Constitucionais de Direito. Tratando de Direito Tributário, o princípio da legalidade vem
reforçado no que tange à sua aplicação, já que não se satisfez o legislador constitucional com a
disposição genérica do art. 5º, II, indo além dos detalhes característico dos temas constitucionais
tributários e formulando, na especificidade do art. 150, I, a exigência de lei para a instituição ou
majoração de exações tributárias.
Invoca-se o princípio da legalidade, com muito mais razão, em matéria tributária, haja vista que o
constituinte reservou nessa seara do Direito um dispositivo especial dentro do Texto - art. 150, inciso I
- para ressaltar a sua importância, quando se tratar de criação ou aumento de tributo.
A Constituição Federal de 1946 tornou expressos os princípios da legalidade e da estrita
legalidade em seu art. 141, §§ 2º e 34. No Texto Constitucional de 1967, os princípios em tela foram
registrados expressamente no art. 153, § 2º, e no art. 19, inciso I.
O princípio da estrita legalidade ou princípio da reserva absoluta da lei formal foi enfatizado pelo
legislador constituinte de 1988, que fez questão de reforçar a obrigatoriedade desse princípio em
matéria tributária ao fazer constar, no art. 150, inciso I, da atual Constituição, em dispositivo integrante
do capítulo reservado ao Sistema Tributário Nacional, vedação à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, para exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça.
Então, observamos que, o embasamento do nosso regimento, chegamos à conclusão de que no
ordenamento jurídico brasileiro, que a tributação e a relação entre as partes devem sim, seguir um
critério de Lei, discorridos nas alíneas acima.

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