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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA _____ VARA DO TRABALHO DE

SÃO PAULO/SP – ZONA SUL

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

MARIA HELENA RODRIGUES DA SILVA, brasileira, solteira, nascida em


04/04/1965, filha de JOSEFA RODRIGUES DA SILVA, portadora da cédula de identidade RG nº
14.523.639 SSP, inscrita no CPF/MF nº 106.459.608-88, CTPS 38225, SERIE 00086/SP, PIS
120.34857.13-7, domiciliada no município de São Bernardo do Campo, onde reside na Rua
Mauricio Jacquey, 308 , BLOCO 06, AP 41, Rudge Ramos, CEP: 09635-080, por suas advogadas
“in fine” assinado, documento procuratório anexo, com escritório profissional na Rua Siqueira
Campos, nº 560, 6ª andar, conj. 62, Ed. Labor, Centro – Santo André/SP, CEP: 09020-240, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face de

ASSOCIAÇÃO SAÚDE DA FAMILIA, pessoa jurídica de direito privado,


com sede na AVENIDA PASCHOAL DA ROCHA FALCAO, 313, CONJUNTO 01 – JARDIM SANTA
HELENA – CEP 04785-000, inscrita no CNPJ sob nº 68.311.216/0003-73, com fundamento no
art. 840, § 1º da CLT, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
DO CONTRATO DE TRABALHO E COMPETÊNCIA TERRITORIAL

A Reclamante foi admitida em 01 de março de 2019, sob o rótulo


funcional de ajudante.

Em 03 de outubro de 2019 foi demitida sem justa causa, percebendo


o último salário mensal de R$ 1.601,60 (um mil, seiscentos e um reais e sessenta centavos).

Cumpre esclarecer que a Reclamante ativa-se na construção da


“ESTAÇÃO MENDES–VILA NATAL”.

A Estação Mendes-Vila Natal, extraoficialmente abreviada apenas


para Mendes ou Vila Natal, será a décima nona estação da Linha 9–Esmeralda da CPTM.
Wikipédia - Endereço: Estr. Dos Mendes, 92 - Jardim Icarai, São Paulo - SP, CEP 04860-140.

Deste modo, nos termos da Portaria GP nº 73/2014, o Fórum


Trabalhista da Zona Sul é competente para apreciar a presente demanda.

DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA E/OU SOLIDÁRIA

Não obstante a Reclamante tenha sido contratada pela 1ª ré, sempre


prestou serviços para a 2ª Reclamada, considerando a prestação de serviços na área de saúde
do Município de São Paulo.

Ativou-se na Rua Osvaldo Diniz, 51– CIDADE DULTRA – CEP 04815-


330 (UBS VILA DA PAZ - AUTÓDROMO).
Por isso, plenamente aplicável à hipótese dos autos o Verbete n° 331,
do Colendo Tribunal Superior do Trabalho – TST.

Assim, deverá ser reconhecida a responsabilidade subsidiária da 2ª


Reclamada, na qualidade de tomadora de serviços, durante todo o pacto laboral, quanto às
obrigações de natureza pecuniária.

Oportunamente, requer seja declarada nula eventual previsão


contratual que exclua a responsabilidade subsidiária da tomadora de serviços, nos termos do
art. 9º, da CLT.

AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS COLACIONADOS À PEÇA PREFACIAL

As advogadas que estas subscrevem, declaram serem autênticas as


cópias reprográficas dos documentos anexos à peça prefacial, nos moldes do artigo 425, inciso
IV, do Novo Código de Processo Civil.

DA NÃO SUBMISSÃO À COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Esclarece a Reclamante que não se submeteu ao procedimento da


Comissão de Conciliação Prévia (CCP), sendo mera faculdade assegurada ao trabalhador, não
configurando condição da ação, conforme Súmula 02 do E. TRT 2ª Região, bem como decisão
definitiva do STF em razão das ADI n. 2.139, n. 2.160 e n. 2.237 cujo entendimento foi favorável
no sentido de se tratar de requisito que revelaria óbice ao imediato acesso à Justiça, em
flagrante ofensa ao inciso XXXV do artigo 5° da Constituição Federal.
DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS CASOS PREJUDICIAIS AO
TRABALHADOR

Inicialmente cabe destacar que a Reforma Trabalhista não tem


eficácia para retirar direitos do trabalhador cuja relação jurídica é anterior à Lei 13.467/17.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURIDICA inerente ao


Estado Democrático de Direito, e de preservar o DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara
redação constitucional em seu Art. 5º:

XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e coisa julgada;

Este entendimento já foi concretizado pela Sumula 191 do TST que


entendeu em caso análogo a não aplicação de lei norma por ser prejudicial ao empregado:

Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE


DE CÁLCULO (cancelada a parte final da antiga redação e inseridos os
itens II e III). (...)
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do
eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente
contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que,
nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário
básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.
Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCIPIO DA
IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas prejudiciais ao
trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e feral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

Assim, mesmo que em vigor, a lei que estabeleça alterações que


prejudiquem algum direito do trabalhador, tem-se a necessidade de se argumentar sobre a
irretroatividade da norma, para fins de que produza efeitos, quando prejudiciais, somente para
os contratos de trabalho celebrados a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de
proteção ao direito adquirido.

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

A Reclamante é pessoa pobre na acepção jurídica do termo,


conforme se depreende da declaração em anexo, de maneira que restam atendidos os
requisitos da Lei 1.060/50. Assim, são devidos os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita e
Justiça Gratuita (esta, a ser explanada pormenorizadamente a seguir) e, ante o trabalho do
advogado, fulcro no artigo 791-A da CLT e Súmula 450 do STF, o pagamento de honorários de
assistência judiciária/sucumbência, no percentual de 15% sobre os valores brutos decorrentes
da presente ação.

DA JUSTIÇA GRATUITA
Atendendo ao disposto no art. 790, § 3º da CLT, bem como ao art. 99
do CPC, desde logo, clama pela concessão dos benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA, eis que
se trata do primeiro pronunciamento da parte autora, o qual, vem instruído com a declaração
de hipossuficiência da Requerente.

A fundamentação no art. 99 do CPC, encontra respaldo no fato de ser


uma norma mais favorável ao empregado neste aspecto, pois afasta a exigência de
comprovação de insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

A Reclamante faz jus aos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por ser


pessoa pobre na acepção jurídica do termo, requerendo desde logo, a isenção do pagamento
das custas, com fundamento na Lei 13.105/2015 – CPC/2015, em seus arts. 98 a 102, bem
como, no seu artigo 1072, que revogou expressamente, em seu inciso III, os artigos 2º, 3º, 4º,
6º, 7º, 11, 12 e 17 da Lei 1.060/50, bem como no artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição da
República.

Nesse diapasão, requer a juntada aos autos da inclusa declaração de


sua “insuficiência de recursos” para o deferimento da benesse, cuja afirmação goza de
presunção de veracidade (§ 3º do art. 99, NCPC).

Inobstante, caso este MM. Juízo entenda que a documentação


comprobatória da situação de pobreza da Reclamante, ora acostada, é insuficiente à
comprovação do estado hipossuficiente alegado, requer, desde já, a aplicação do § 3º do art. 99
do CPC, norma mais favorável ao empregado, presumindo-se verdadeira a declaração firmada
pela Reclamante, documento este que também instrui a presente peça.
Sucessivamente, caso não aplicado o art. 99, § 3º do CPC, requer,
desde já, a aplicação do § 2º do mesmo dispositivo legal c/c Súmula nº. 263 do Egrégio TST,
devendo o Juízo indicar a documentação que entende pertinente para a comprovação do
direito postulado, abrindo-se prazo para que a Reclamante proceda à respectiva juntada, tudo
na forma dos artigos 769 da CLT e 15 do CPC.

DA ABRANGÊNCIA DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer a Reclamante seja declarada, mediante sistema de controle


difuso de constitucionalidade, e para atender ao disposto no art. 102 e alíneas da CF/88, a
inconstitucionalidade e consequente inaplicabilidade dos artigos 790-B, caput, e parágrafo 4º,
bem assim art. 791-A, § 4º da, todos da CLT.
Com relação ao art. 790-B, caput, a inconstitucionalidade reside em
afronta ao art. 5º, caput, e a seu inciso LXXIV, na medida em que o primeiro, cláusula pétrea,
dispõe que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, e o segundo que “o Estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.

Ora, sabe-se que o princípio da proteção do trabalhador - o qual é


fracionado pelos subprincípios da “condição mais benéfica”, “in dubio pro operário” e “norma
mais favorável” - decorre logicamente do princípio da isonomia, positivado no caput do art. 5º,
caput, da CF/88, na medida em que seria impossível, no âmbito das relações de trabalho,
instituir a igualdade imediata das partes, que pela sua origem, são nitidamente desiguais. De
um lado encontra-se o empregador, detentor dos meios de produção e de outro o empregado,
hipossuficiente por natureza, que tem apenas a força de trabalho.
Pois bem. O princípio da norma mais favorável, como
desdobramento dos princípios da isonomia e proteção, conceitualmente é a aplicação ao
empregado da norma mais favorável existente no ordenamento jurídico vigente. Para se aplicar
a norma mais favorável ao empregado, pode-se inclusive desprezar a hierarquia das normas
jurídicas, cuja análise fica em um segundo plano.

Assim, tem-se que a norma mais favorável, quanto à extensão e


abrangência da Assistência Judiciária Gratuita (AJG) reside no art. 98, § 3º do CPC, o qual prevê,
em sua redação:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.

§ 1o A gratuidade da justiça compreende:


I - as taxas ou as custas judiciais;
(...)
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em
português de documento redigido em língua estrangeira;

(...)
§ 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes
ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Ademais, é certo que o legislador constituinte, ao prever, ao litigante


carente de recursos, a assistência jurídica integral e gratuita, no inciso LXXIV da CF/88, não
deixou lacunas. Assim, ainda que se trate de norma de eficácia limitada, tendo cabido ao
legislador infraconstitucional delimitar os critérios para a comprovação da mencionada
insuficiência de recursos, não há brecha para a relativização dos termos “integral” e sobretudo
“gratuita” que acompanham a expressão “assistência jurídica”, sendo certo que a “assistência
jurídica” prevista na CF/88 é gênero do qual a “Justiça Gratuita” é espécie.

Logo, tem-se que o artigo 790-B, caput, afronta literalmente o inciso


LXXIV do art. 5º da CF/88, razão pela qual merece ser declarado inconstitucional pelo MM.
Juízo, requerendo, desde já, sua inaplicabilidade ao caso concreto.

Sobre o § 4º do mesmo art. 790-B, igualmente merece ser declarado


inconstitucional, afastando-se sua aplicação. Isso porque esbarra no princípio da proteção,
derivado direto do princípio constitucional da isonomia, atraindo para a relação jurídica a
aplicação da norma mais favorável ao empregado, que no caso é igualmente o art. 98, § 1º,
inciso VI do CPC, o qual dispõe que são abrangidos pela Justiça Gratuita “os honorários do
advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para
apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira”.
Dessa forma, reside inconstitucionalidade no § 4º do aludido
dispositivo, na medida em que a norma desconsidera a condição de hipossuficiência de
recursos a justificar o benefício, havendo colisão com o art. 5º, LXXIV da CF/88.

O mesmo raciocínio se aplica ao art. 791-A, § 4º da CLT, o qual dispõe


que, “vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda
que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de
sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade (...)”.

O trecho acima grifado merece, de igual forma, ser declarado


inconstitucional, eis que a concessão de Justiça Gratuita implica necessariamente no
reconhecimento de que o beneficiário não possui condições de litigar sem prejuízo de seu
sustento e de sua família, na linha do art. 14, § 1º da Lei 5.584/70. Esta premissa se alicerça nas
garantias constitucionais de acesso à jurisdição e do mínimo material necessário à proteção da
dignidade humana (CF/88, art. 1º, inciso III e art. 5º, inciso LXXIV). Por conseguinte, os créditos
trabalhistas auferidos por quem ostente tal condição não se sujeitam ao pagamento de custas e
despesas processuais, salvo se comprovada a perda da condição.

Ainda, merece ser observado o enunciado nº 100, aprovado na 2ª


Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho promovida pela ANAMATRA, no seguinte
sentido:

HONORÁRIOS E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - inconstitucional a previsão


de utilização dos créditos trabalhistas reconhecidos em juízo para o
pagamento de despesas do beneficiário da justiça gratuita com
honorários advocatícios ou periciais (artigos 791-A, § 4º, e 790-B, §
4º, da CLT, com a redação dada pela lei nº 13.467/2017), por ferir os
direitos fundamentais à assistência judiciária gratuita e integral,
prestada pelo estado, e à proteção do salário (artigos 5º, LXXIV, E 7º,
X, da constituição federal).

Em todos os casos, merece ser acolhida a tese de


inconstitucionalidade, com sua declaração expressa por estes nobres desembargadores,
aplicando-se o art. 98 do CPC, garantindo-se à Reclamante a concessão da Justiça Gratuita, a
qual deverá abranger, integralmente, as custas processuais, os honorários periciais, bem assim
os honorários de sucumbência em favor do procurador da parte contrária, além dos demais
itens constantes do § 1º do aludido dispositivo legal, sem ressalvas e inadmitia a possibilidade
de adimplemento das aludidas verbas através de parcelas obtidas em outros processos
judiciais.

DA CORREÇÃO MONETÁRIA e DOS JUROS DE MORA

Para apuração das verbas devidas à Reclamante, deverá ser


aplicada a correção monetária a partir do mês do fato gerador, eis que a tolerância legal
para pagamento no mês subsequente ao vencido, trata-se de benefício ao bom pagador.

Por outro lado, permitir-se o pagamento de verbas inadimplidas


em época própria, concedendo prazo para seu pagamento somente no mês subsequente ao
da obrigação, seria o mesmo que fomentar e propiciar o aumento da inadimplência em
favorecimento aos maus pagadores.
Urge, ainda, a incidência de juros de mora a contar do
ajuizamento da ação, nos termos do art. 39, parágrafo 1º da Lei 8.177/91, art. 883 da CLT e
Súmula 439 do C. TST.

Assim, à luz do art. 883 da CLT c/c art. 404 do Código Civil e seu
parágrafo único, os juros de mora devem incidir a partir do ajuizamento da ação e, não
sendo suficientes para suprir o prejuízo do trabalhador, perfeitamente admissível a
concessão ao credor de indenização suplementar.

Pleiteia que os valores da condenação sejam corrigidos


monetariamente a partir do vencimento da obrigação, observados o art. 459, § 1º, da CLT e a
Súmula nº 381 do TST.
Com relação ao índice a ser aplicado, requer a aplicação do IPCA-E,
como bem decidiu o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho.

Em decisão de 04/08/2015 (processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231),


com efeito modulatório, o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST) declarou
inconstitucional a atualização dos valores pela Taxa Referencial (TR), índice previsto no artigo
39 da Lei 8.177/1991, e que vinha sendo aplicado desde então.

Em substituição à TR, o TST determinou a adoção do Índice de Preços


ao Consumidor Amplo-Especial (IPCA-E). A medida visa corrigir a injustiça ocasionada pelo
índice adotado até então, uma vez que a TR é prefixada, ou seja, com variação divulgada para
o mês seguinte, o que dificultava a definição de índices diários do mês corrente.
Já o IPCA-E é calculado com base na inflação do mês anterior e,
assim, vigora fixo no mês inteiro, calculando-se apenas os juros até a data do pagamento.

Neste sentido inclusive, vem sendo as decisões recentes, aplicáveis


após a reforma trabalhista, vejamos:

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. ÍNDICE


APLICÁVEL. 7.1. O Supremo Tribunal Federal, nos autos das Ações
Diretas de Inconstitucionalidade nos 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425,
reconheceu a inconstitucionalidade da regra inserida no art. 100 da
CF, por força da Emenda Constitucional n° 62, especificamente do
seu § 12, no concernente à expressão "índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança" nele abrigada. 7.2. Esta Corte
Superior, em sua composição plenária, nos autos do processo n° TST -
ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231, analisou a constitucionalidade da
diretriz insculpida no caput do art. 39 da Lei n° 8.177/91, na parte em
que determina a utilização da variação acumulada da TRD para fins
de atualização monetária, à luz da interpretação dada pelo Supremo
Tribunal Federal, consoante suso mencionado. Na ocasião, declarou-
se a inconstitucionalidade, por arrastamento, da expressão
"equivalentes à TRD", contida no caput do art. 39 da Lei n° 8.177/91;
adotou-se a técnica da interpretação conforme a Constituição para
manter o direito à atualização monetária dos créditos trabalhistas
mediante a incidência do índice que reflita a variação plena da
inflação; definiu-se a variação do Índice de Preços ao Consumidor
Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização a ser utilizado na
tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça
do Trabalho; e determinou-se a modulação dos efeitos para que, nos
processos em curso, incidisse a aplicação do IPCA-E como parâmetro
de atualização monetária a partir de 30 de junho de 2009,
singularidade da decisão em que fiquei vencida, porquanto entendi
ser aplicável a modulação dos efeitos da decisão a contar de 26 de
março de 2015. 7.3. Entretanto, posteriormente à decisão plenária
desta Corte Superior trabalhista, o Supremo Tribunal Federal, em
14/10/2015, por meio de decisão monocrática da lavra do Ministro
Dias Toffoli, nos autos da Reclamação n° 22.012, ajuizada pela
Federação Nacional dos Bancos, deferiu liminar para suspender os
efeitos da decisão proferida por esta Corte na Arguição de
Inconstitucionalidade n° TST-ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, bem
como da tabela única editada pelo Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. 7.4. Em sede de embargos de declaração, e diante da
decisão monocrática supramencionada, o Pleno desta Corte Superior,
ao julgar os embargos de declaração opostos à decisão proferida no
processo n° TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231, concluiu pela
modulação dos efeitos da decisão a contar de 26 de março de 2015.
7.5. Logo, esta Turma, tendo em vista a decisão do STF mencionada,
vinha entendendo que o art. 39 da Lei n° 8.177/91 permanecia em
plena vigência, razão pela qual devia ser mantida a Taxa Referencial
como índice de atualização dos créditos trabalhistas. 7.6. Entretanto,
esta Turma, alterando o posicionamento suso mencionado e
acompanhando a jurisprudência desta Corte Superior, passou a
adotar a tese de que, na correção dos créditos trabalhistas, observa-
se o art. 39 da Lei nº 8.177/1991, aplicando-se a TR até 24/3/2015 e
o IPCA a partir de 25/3/2015, com fundamento, justamente, na
decisão do Tribunal Pleno desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-
60.2011.5.04.0231 e ED - ArgInc -479-60.2011.5.04.0231). Agravo de
instrumento conhecido e não provido.
Processo: AIRR - 24984-46.2015.5.24.0061 Data de Julgamento:
04/04/2018, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 06/04/2018.

Por todo o exposto, requer a Reclamante seja utilizado na tabela de


atualização monetária do seu crédito trabalhista o índice IPCA-E, por medida de justiça.

DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

Ante a inadimplência da Reclamada em suas obrigações, esta


deverá assumir integralmente o valor devido ao recolhimento fiscal.

O quantum devido à autora, segundo o que vier a ser apurado em


liquidação, será líquido. Admitir-se o contrário, implicaria em subtrair da Reclamante o
direito à redução da progressividade do tributo relativo ao imposto de renda e também o
benefício das parcelas a deduzir, com violação ao art. 150, inciso II, § 2º, da Constituição
Federal. Pela tributação incidente arcará o Reclamante quando de sua declaração anual de
rendimentos.

“Ad cautelam”, caso seja contrário o entendimento desta DD. Vara


requer o autor seja aplicada a tabela progressiva para o cálculo do imposto devido, sobre
as parcelas tributáveis separadamente, ou seja, mês a mês, até o limite de isenção
permitido, da mesma forma que ocorreria caso o pagamento fosse efetuado no momento
oportuno. Por oportuno, ainda, invoca a aplicação da Instrução Normativa 1127/2011 e
sucessiva IN/RFB 1500/2014 ou o mecanismo mais benéfico ao contribuinte no momento
do recebimento.

Outrossim, conforme o entendimento adotado e pacificado pela


Orientação Jurisprudencial 400 da SDI-1, requer que os juros moratórios sejam excluídos da
base de cálculo do imposto de renda, em face de seu nítido caráter indenizatório, nos
termos do parágrafo 1º, do artigo 46, da Lei 8.541/1992.

No que couber, urge observar a INSTRUÇÃO NORMATIVA


INSS/PRES Nº 77, DE 21 DE JANEIRO DE 2015 - DOU DE 22/01/2015.

No entanto, caso este não seja o entendimento deste MM. Juízo


requer seja a Reclamada compelida a indenizar o obreiro por danos materiais pelo valor
equivalente aos respectivos recolhimentos, nos moldes do disposto nos artigos 186 e 927,
do Código Civil Brasileiro.

DA COMPENSAÇÃO

Quanto aos pedidos descritos acima, requer a compensação de


eventuais valores pagos sob o mesmo título, e devidamente comprovados nos autos.

REQUERIMENTO PARA QUE A SENTENÇA NÃO LIMITE A CONDENAÇÃO AOS VALORES


APONTADOS NA INICIAL
A nova redação do § 1º do art. 840 da CLT prevê a obrigatoriedade de
“indicação dos valores dos pedidos” que constarem na petição inicial, sob pena de extinção
sem julgamento de mérito.

Em atendimento à previsão legal acima, a Reclamante formulou


causas de pedir e pedidos com suas respectivas indicações de valores, ressalvando que os
títulos eventualmente deferidos em sentença não podem ser limitados aos valores indicados
individualmente em cada pedido, uma vez que tais valores possuem simples caráter
informativo, que não podem vincular o julgador, sendo que a apuração do montante deverá
ser realizada em liquidação de sentença.
A própria CLT contempla a necessidade de liquidação dos títulos
deferidos em sentença, pois no próprio art. 879, § 2º, CLT, permanece a previsão de que a
conta deverá ser elaborada e tornada líquida, ou seja, se a intenção do legislador fosse que a
petição inicial liquidasse os valores das pretensões, teria revogado a previsão do art. 879, o que
não ocorreu, concluindo-se, portanto, pela perfeita coexistência e harmonização dos comandos
dos arts. 840 e 879 da CLT com a mera indicação dos valores estimados das postulações e a sua
posterior liquidação, após o deferimento das parcelas postuladas.

Assim, deverá prevalecer a exigência de apuração integral dos


créditos trabalhistas devidos, que deverá ser realizada na liquidação e execução de sentença,
sem qualquer vinculação e/ou limitação aos valores atribuídos na peça inicial, uma vez que são
meros indicativos econômicos para fixação de valor da causa e custas processuais.

Ressalvado, portanto, que o direito eventualmente reconhecido em


sentença refere-se às parcelas e títulos pleiteados e não aos valores especificados na exordial, a
Reclamante requer que o quantum da condenação seja apurado em liquidação de sentença,
atentando-se apenas para o título da verba deferida, nos termos do art. 879, § 2º, CLT e art. 5º,
XXXV, CF.

DOS PEDIDOS

Posto isto, pleiteia:

d) seja acolhida a declaração de autenticidade dos documentos colacionados à peça


prefacial; nada a apurar

e) que toda e qualquer arguição da Reclamada no sentido de impugnar o curso da presente


demanda sob o argumento da utilização da Comissão de Conciliação Prévia, seja rechaçado
por este Douto Juízo, face a fundamentação exposta; nada a apurar

f) seja declarada a irretroatividade da norma, para fins de que produza efeitos, quando
prejudiciais, somente para os contratos de trabalho celebrados a partir 11/11/2017, em
respeito à cláusula pétrea de proteção ao direito adquirido; nada a apurar

g) observado que restam atendidos os requisitos das Leis 1.060/50, 5.584/70 e 7.115/83, sejam
deferidos os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita e Justiça Gratuita e, ante o trabalho do
advogado, fulcro art. 5º, inciso LXXIV e 133, caput, ambos da CF/88, fulcro no artigo 791-A da
CLT e Súmula 450 do STF, o pagamento de honorários de assistência judiciária/sucumbência, no
percentual de 15% sobre os valores brutos decorrentes da presente ação; Honorários de
sucumbência R$ 4.261,29.
h) sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, conforme fundamentado; nada a
apurar

h.1) caso este MM. Juízo entenda que a documentação comprobatória da situação de pobreza
da Reclamante, ora acostada, é insuficiente à comprovação do estado hipossuficiente alegado,
requer a aplicação do § 3º do art. 99 do CPC, presumindo-se verdadeira a declaração firmada
pela Reclamante, documento este que também instrui a presente peça; nada a apurar

h.2) sucessivamente, caso não aplicado o art. 99, § 3º do CPC, requer, desde já, a aplicação do §
2º do mesmo dispositivo legal c/c Súmula nº. 263 do Egrégio TST, devendo o Juízo indicar a
documentação que entende pertinente para a comprovação do direito postulado, abrindo-se
prazo para que a Reclamante proceda à respectiva juntada, tudo na forma dos artigos 769 da
CLT e 15 do CPC; nada a apurar

i) seja declarada, mediante sistema de controle difuso de constitucionalidade, e para atender


ao disposto no art. 102 e alíneas da CF/88, a inconstitucionalidade e consequente
inaplicabilidade dos artigos 790-B, caput, e parágrafo 4º, bem assim art. 791-A, § 4º da, todos
da CLT, concedendo-se ao Reclamante, conforme já requerido, o benefício da Justiça Gratuita
na forma do art. 98 do CPC, norma mais favorável, fulcro princípios da isonomia e da proteção
do trabalhador, restando o Reclamante dispensado de recolher custas processuais, depósitos
recursais/preparo, honorários periciais, bem assim os honorários de sucumbência, caso haja;
matéria de direito

j) aplicação da correção monetária dentro do próprio mês, que é a época própria, além dos
juros de mora; conforme arrazoado próprio; nada a apurar
j.1) que os valores da condenação sejam corrigidos monetariamente a partir do vencimento da
obrigação, observados o art. 459, § 1º, da CLT e a Súmula nº 381 do TST; matéria de direito

j.2) seja utilizado na tabela de atualização monetária do seu crédito trabalhista o índice IPCA-E,
conforme fundamentação; nada a apurar

k) aplicação dos termos da causa de pedir, com relação às contribuições previdenciárias e


fiscais ; ou que seja a Reclamante indenizada por danos materiais pelo valor equivalente;
nada a apurar

l) quanto aos pedidos descritos nas alíneas anteriores, requer a compensação de eventuais
valores pagos sob o mesmo título, e devidamente comprovados nos autos; nada a apurar

m) que a apuração e liquidação integral dos valores dos créditos trabalhistas


eventualmente deferidos seja realizada na liquidação e execução de sentença, sem
qualquer vinculação e/ou limitação aos valores atribuídos na peça inicial, nos termos do
art. 879, § 2º, CLT e Constituição Federal, art. 5º inciso XXXV; nada a apurar

l) *sumaríssimo caso qualquer das Reclamadas não venham a serem localizadas, sendo
necessária a notificação por Edital, requer, desde já, seja deferida a conversão do rito
sumaríssimo para o rito ordinário, a fim de evitar prejuízo à parte autora, a fim de evitar
nulidade, fulcro artigos 794 e 795 da CLT; matéria de direito

n) protestando ainda, por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo
depoimento pessoal da Reclamada sob pena de confissão e sem prejuízo de aplicação da
Súmula 74, I do Colendo TST, e ainda inquirição de testemunhas, perícia técnica, juntada das
provas emprestadas e outras que se fizerem necessárias no decorrer do processo; matéria de
direito

DOS REQUERIMENTOS

Nos termos do art. 841 e §§ da CLT, requer seja a Reclamada


regularmente NOTIFICADA para comparecer à audiência, e, se quiser, oferecer defesa, sob
pena dos efeitos da revelia e aplicação da pena de confissão, devendo, ao final, ser a
presente ação julgada procedente; condenando-a no pagamento do principal, acrescido de
juros, correção monetária e demais cominações de estilo.

Requer, outrossim, com supedâneo nos arts. 370, 396 a 400 do


CPC/2015, seja a Reclamada compelida à apresentação do contrato social e alterações,
assim como, todos os recibos de pagamento, cartões de ponto e/ou controles de
frequência e acesso, GR´s e demais reclamados no corpo da presente.

DA JUNTADA DE DOCUMENTOS PELA RECLAMADA


(* SE SUA INICIAL TIVER PEDIDO DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE, ACIDENTE
DE TRABALHO, DOENÇA OCUPACIONAL OU QUALQUER OUTRO ASSUNTO RELATIVO À MEDICINA,
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO)

Outrossim, requer seja a Reclamada compelida a juntar toda a


documentação pertinente ao Reclamante, sendo:

 Fichas de entrega de EPIs com as especificações dos equipamentos, datas de trocas,


higienização e devoluções, do certificado de aprovação dos equipamentos entregues,
com a data de expedição e validade, bem como do comprovante de treinamento da
Reclamante, com oposição de assinatura da obreira, sempre dentro do prazo de
validade indicado pelo fornecedor do equipamento, juntando aos autos 01 (uma)
amostra do EPI que fornecia, o que desde já se requer;
 o PPP (Perfil Profissional Profissiográfico);
 o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais);
 o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho) e ainda,
 o laudo de que trata o artigo 160 da CLT.

Deverá ainda a Reclamada demonstrar que cumpriu integralmente as


obrigações do artigo 157 da CLT, notadamente pela juntada das ordens de serviços para
comprovar ter oferecido orientação ao Reclamante sobre o fiel cumprimento das normas de
segurança e medicina do trabalho, sem prejuízo de outros que se fizerem necessários ao
deslinde da causa. Referido pedido é para que este d. Juízo determine que a Reclamada junte a
lista de documentos acima referida, sob pena de não o fazendo ser aplicado os artigos 400 até
403 do nCPC, requerendo seja apontado tal condição na notificação que se expedir a
empregadora.

Fundamenta ainda, no art. 3º, VII da IN 39 do TST, requerendo


aplicação do art. 373, § 1º do nCPC eis que a distribuição dinâmica do ônus da prova, revela-se
mais eficaz, já que a excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput, bem
como à maior facilidade de obtenção da prova, já referenciada acima, pela Reclamada.

DAS NOTIFICAÇÕES

Por oportuno, requer que todas as notificações e intimações, sem


exceção, sejam efetuadas em nome das advogadas Rosangela Leila do Carmo, inscrita na
OAB/SP nº 272.368 e Kamilla de Almeida Silva e Santos, inscrita na OAB/SP nº 337.939 ,
sob pena de nulidade.

DO VALOR DA CAUSA

Dá se à causa o valor de R$ 28.408,62 (vinte e oito mil,


quatrocentos e oito reais e sessenta e dois centavos), sem prejuízo de atualização
monetária e juros a serem calculados em regular liquidação de sentença.

Cumpre esclarecer que o valor da causa foi calculado observando-se


os termos do art. 292, inciso VII (na hipótese de ajuizamento de ação com pedidos alternativos
deverá o valor da causa corresponder ao pedido de maior valor).

Termos em que,
Pede Deferimento.
Santo André, 02 de abril de 2019.

ROSANGELA LEILA DO CARMO KAMILLA DE ALMEIDA SILVA E SANTOS


OAB/SP 272.368 OAB/SP 337.939

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