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AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SANTA CATARINA

Autos n

BELA MUSA, pessoa jurídica de direito privado, sociedade empresária limitada,


[número do CNPJ/MF], [endereço eletrônico], [endereço completo da sede],
regularmente atuante mediante seu representante legal, conforme disposto no
contrato social anexo, devidamente representada por seu advogado nos autos da
Ação de Indenização, em trâmite na 3ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC,
nos autos de processo eletrônico sob o número [...], vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO


SUSPENSIVO

em face de GABRIELA [nome completo], [estado civil ou existência de união


estável], [profissão], [número do CPF], [endereço eletrônico], [endereço completo],
pelas razões de fato e fundamentos jurídicos adiante expostos. Inicialmente,
informa-se o recolhimento do preparo, como demonstrado pelas guias de
recolhimento acostadas aos autos, em respeito ao disposto no art. 1.007, do CPC.

Não foi realizado o recolhimento de porte de remessa e de retorno, porquanto o


processo tramita em meio eletrônico, assim previsto no art. 1.007, § 3º, do Código de
Processo Civil. Ademais, explicita-se que não foram juntadas as peças obrigatórias
que compõem o agravo de instrumento, conforme autorizado pelo art. 1.017, § 5º,
CPC, tendo em vista, igualmente, tratarse de autos de processo eletrônico.

CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
Com relação ao cabimento, trata-se de decisão interlocutória a ser contrabatida e
reformada, razão pela qual é pertinente a interposição do recurso de agravo de
instrumento, previsto no 1.015, inc. XI, do Código de Processo Civil Sobre a
tempestividade, considerando-se que a intimação nos autos eletrônicos da ação que
tramita em primeiro grau de jurisdição efetuou-se numa segunda-feira (quatro dias
atrás, apenas), o prazo de 15 (quinze) dias para interposição do presente recurso
ainda não está encerrado, realizada a contagem nos moldes dos artigos 1.003, § 5º,
219 e 231, do Código de Processo Civil.

Assim sendo, a interposição é tempestiva, pois ainda não decorrido o prazo de


quinze dias.

SINTESE DOS FATOS

Com relação ao processo que tramita no primeiro grau de jurisdição, pode-se


apontar que a parte agravada, Gabriela, ajuizou ação de indenização em face da
empresa agravante, no intuito de ser indenizada por danos materiais e
extrapatrimoniais suportados, em virtude de suposta falha na prestação de serviços
imputada à Bela Musa. Para tanto, requereu a produção de prova pericial e
testemunhal. Após apresentação da contestação, o d. Juízo a quo proferiu decisão
interlocutória, por meio da qual realizou o saneamento e a organização do processo;
e, especificamente, efetuou a inversão do ônus da prova com relação à
demonstração dos danos morais ou extrapatrimoniais, explicitandose que caberia à
agravante demonstrar que a parte agravada não sofreu os danos morais alegados.
Ou seja, impôs-se prova de fato negativo à empresa Bela Musa. Por conseguinte,
não conformada com referido ponto da decisão interlocutória proferida, a empresa
agravante apresenta a seguir as razões mediante as quais pretende seja reformada
a decisão agravada.

DAS RAZÕES DE REFORMA


Não obstante respeitável a decisão proferida pelo d. Juízo de primeiro grau, não há
suporte jurídico razoável que ampare a conclusão decisória, ora agravada, pelos
motivos a partir de então apresentados. Mesmo que possível a inversão do ônus da
prova, sobretudo em reconhecida a relação de consumo – sob a possibilidade
constante no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor; e ainda que
a distribuição do ônus da prova possa ser realizada em conformidade com o
disposto no artigo 373, § 1º, do Código de Processo Civil; existe vedação no próprio
artigo 373, § 2º do diploma processual, segundo o qual não pode a decisão de
redistribuição, ou inversão, do ônus da prova gerar “situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil”.

No caso dos autos, claramente percebe-se que houve afronta a esse último
dispositivo legal colacionado, até mesmo porque foi imposto à empresa agravante o
ônus de demonstrar que a parte agravada não sofreu danos extrapatrimoniais ou
morais. Ou seja, houve imposição da produção de prova de fato negativo, ou da
“prova diabólica”, à agravante, sendo-lhe impossível desincumbir-se de tal ônus,
simplesmente. Diante das razões expostas, pretende-se a reforma da decisão
interlocutória agravada, a fim de que seja excluída a imposição feita à parte
agravante, no sentido de que não lhe caberá mais, a partir da reforma da decisão,
ter de demonstrar que a parte agravada não sofreu danos morais.

DO EFEITO SUSPENSIVO

Com amparo no artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, requer-se a


atribuição de efeito suspensivo ao presente recurso de agravo de instrumento. Isso
porque, se continuar tramitando normalmente o processo até julgamento do agravo,
poderá ser realizada, nesse interregno, a audiência de instrução e julgamento, na
qual deverá ser produzida a prova em conformidade com o decidido na decisão de
saneamento – justamente o que se pretende modificar por meio do agravo sob
análise.

PEDIDOS
Posto isso, a empresa agravante Bela Musa pleiteia o conhecimento, pois cabível e
tempestivo, do presente recurso e o total provimento deste agravo de instrumento, e
ainda pretende o acolhimento dos seguintes pedidos:
1) Atribuição de Efeito Suspensivo. Tendo em vista a realização próxima da
audiência de instrução e julgamento, pugna-se pela atribuição de efeito
suspensivo ao presente agravo de instrumento, com fulcro no art. 1.019,
inciso I, do Código de Processo Civil, considerando-se o exposto no item 4 do
presente recurso;
2) Intimação. Requer-se a intimação da parte agravada, Gabriela, a fim de que
apresente resposta, se pretender, no prazo de 15 (quinze) dias, em harmonia
com o disposto no artigo 1.019, inciso II, do Código de Processo Civil;
3) Provimento. Pleiteia-se a reforma da decisão agravada, a fim de que não
conste mais na decisão interlocutória a imposição do ônus de produção de
prova de fato negativo, ou de “prova diabólica”, em face da agravante, não lhe
sendo imposto, noutras palavras, o ônus de demonstrar que a parte agravada
não sofreu danos extrapatrimoniais ou morais.

Florianópolis, [data] __________________________________________


Advogado/OAB

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