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Processo nº 5001310-65.2023.4.03.6131
RAZÕES RECURSAIS
Processo nº 5001310-65.2023.4.03.6131
Eméritos Julgadores
Colenda Câmara
DAS RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
“Ab initio”, a patrona do Agravante declara que a documentação anexa, que instrui
o presente Agravo, é autêntica, pois os documentos foram digitalizados dos
originais do processo.
A respeitável decisão interlocutória do juízo a quo, merece ser reformada, uma vez
que a decisão é contrária aos pedidos do Agravante, em virtude de que as
solicitações iniciais são de suma importância para reprimir mais danos decorrentes
dos atos da ré na possível contratação do segundo colocado no certame.
O agravante, inconformado com a decisão interlocutória que indeferiu o pedido
de Antecipação da Tutela formulado na peça inaugural, vem perante esse
Tribunal, suplicar pela reforma da decisão que negou tal requerimento, para fins
que se faça valer o Direito do Agravante, primando pelo seu não perecimento,
pelas razões de fato e de Direito que passa a expor e ao final a requerer:
Posto isso, é evidente que as ações e negligências das partes requeridas não
estão de acordo com a legalidade, considerando a totalidade de danos causados
ao meio ambiente, bem como aos familiares dos associados, atestando assim a
fumus boni iuris, do qual é facilmente comprovado considerando ser fato notório
na cidade de Devastação.
Ainda, está presente o periculum in mora, considerando que enquanto não for
suspensa as atividades da empresa ré, continuará a contaminar os rios e não
oportunizará tempo aos moradores para se reconstituírem, por conta dos dejetos
de lama que virão, assim, presente o risco de irreversibilidade dos danos.
No mais, o pedido não se trata de natureza irreversível, já que em caso de
procedência pode ser facilmente revertido para novamente funcionar a empresa
ou cessar os pagamentos mensais, conforme exposto pelo art. 300, § 3º do
CPC.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
IV - DO DIREITO
Essa norma tem por finalidade vedar a renovação de contrato para o mesmo
cargo, a fim de impedir que a contratação temporária, medida excepcional (CF,
art. 37, inciso IX), se prolongue, tornando-se efetiva, violando, por consequência, a
regra do concurso público, conforme entendimento dos Tribunais Federais.
Ou seja, o impedimento contido no inciso III, do art. 9º, da Lei nº 8.745/93 não
deve ser aplicado quando for o caso de um novo contrato para cargo distinto e/ou
instituição diferente do contrato anteriormente firmado, por não se tratar de
renovação contratual, sendo esse entendimento firmado pelo Superior Tribunal de
Justiça. Segundo o STJ:
O art. 9.º, inciso III, da Lei 8.745/1993 proíbe a realização de novo contrato
temporário antes de decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento
do anterior. Contudo, a vedação legal não incide na hipótese em que a
nova contratação se dá em cargo distinto, correspondente a entidade
diversa da anterior, por não se constatar a renovação da contratação.
Dessa forma, aquele que teve o contratado temporário finalizado ou mesmo que
ainda esteja em vigência, e tem interesse em uma nova contratação, mas não
cumpriu o intervalo de 24 meses entre os contratos, deverá cumprir pelo menos
um dos critérios:
a. Os cargos devem ser diferentes. Ou seja, o cargo do primeiro contrato não deve
ser o mesmo do próximo contrato temporário. Ou
b. As instituições devem ser diferentes.
As pessoas que desejam trabalhar para a Administração Público pelo contrato por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público devem prestar o processo seletivo simplificado, salvo exceções
constantes na Lei nº 8.745/93. este tem a finalidade de selecionar aprovados para
a ocupação de cargos e empregos públicos efetivos.
Pela leitura fria da lei, se entende que uma vez contratado pela
Administração Pública Federal, um novo contrato temporário só poderia ser
assinado após o prazo de 24 meses entre o fim do antigo contrato e o início do
novo.
Inclusive, infelizmente, esse é entendimento que a maioria das instituições
públicas federais têm dado ao dispositivo da lei e impedido muitos aprovados dos
processos seletivos simplificados de assumirem novos contratos antes desse
prazo de “quarentena”.
O objetivo desse dispositivo legal é impedir que as contratações
temporárias fossem feitas, ininterruptamente, em ofensa ao concurso público.
Mas vale destacar que o entendimento da jurisprudência brasileira diverge,
frontalmente, da interpretação dessas instituições públicas federais.
Temos visto, regulamente, candidatos eliminados dos processos seletivos
simplificados terem seu direito de contratação resguardado pelo Poder Judiciário
quando se apresentam pelo menos um dos critérios:
O art. 9.º, inciso III, da Lei 8.745/1993 proíbe a realização de novo contrato
temporário antes de decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento
do anterior. Contudo, a vedação legal não incide na hipótese em que a
nova contratação se dá em cargo distinto, correspondente a entidade
diversa da anterior, por não se constatar a renovação da contratação.
A regra do art. 9º, III, da Lei nº 8.745/93 tem por escopo impedir que a
contratação temporária, medida excepcional (CF, art. 37, IX), seja
prolongada no tempo, tornando-se efetiva, violando, via de consequência, a
regra do concurso público (CF, art. 37, II). Dessa forma é que a
jurisprudência deste Tribunal entende que não incide a vedação legal
quando a nova contratação ocorre em cargo diverso ou em órgão distinto,
por não caracterizar renovação da contratação anterior.
Portanto, a jurisprudência brasileira reconhece o direito de contratação
imediata do aprovado em processo seletivo simplificado para contrato
temporário quando o cargo é distinto do primeiro contrato ou a instituição é
diferente.
Para tanto, em sede de informação já acostada no mandado de segurança
ora impetrado, pela nomenclatura do 1º cargo exercido pelo impetrante foi
AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL sob a sigla ACM.
O 2º cargo do qual foi negado a sua investidura foi SUPERVISOR DE
COLETA E QUALIDADE sob a sigla SCQ.
a)
Fonte: https://www.reclameaqui.com.br/ibge/divergencia-de-informacao-na-ctps_-
yzDabMVxMLcinXH/
A Questão que coloca-se é que o agravante sofreu mais um duro golpe pela
informação equivocada onde a empresa IBGE / pagadora/ contratada colocou em
um mesmo bloco os cargos relacionados e dentre os quais , o cargo do agravante
encontra-se mencionado em linhas no E-social como 420105 - SUPERVISOR DE
CAIXAS E BILHETEIROS (EXCETO CAIXA DE BANCO) o que nada tem a ver
com a função realmente exercida pelo agravante, conforme documento em anexo
assinado pela própria Gerente de recursos humanos do IBGE.
Além do mais, para quê prova mais corroborada que o próprio informativo do IBGE
e seu contracheque informando de fato o cargo exercido pelo agravante, não
fazendo sentido o alegado pelo magistrado a quo em sua decisão proferida em
fls ( 15).
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da
Costa Rica), aprovada na ordem interna e promulgada pelo Decreto
Legislativo n. 678/92, reconhece que os direitos essenciais do homem tem
como fundamento os atributos da pessoa humana, orientação adotada
pela Constituição da Republica de 1988, ao adotar como fundamento do
Estado a dignidade da pessoa humana, como também os valores sociais do
trabalho (art. 1º, III e IV), representando àquela uma cláusula geral de
proteção à personalidade, e aos direitos que o asseguram, e esse um
primado da ordem econômica (art. 170, caput).
O trabalho constitui, ainda, direito social fundamental (art. 6º,
caput, CRFB/88), assegurando-se seu livre exercício, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer (art. 5º, XIII, CRFB/88).