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DA TEMPESTIVIDADE
O Diário Judiciário Eletrônico (anexo) registra que a publicação da sentença ocorreu em 23/01/2023
(segunda-feira).
Registre-se que, por força do art. 224, § 3º do CPC, o primeiro dia da contagem do prazo foi o dia
24/01/2023 (terça-feira), primeiro dia útil seguinte ao da publicação.
E, ainda, considerando a suspensão dos prazos na Justiça do Trabalho em razão do recesso forense
nos termos do art. 775-A, da CLT, o prazo para a interposição dos embargos de declaração finda-
se no dia 30/01/2023 (segunda-feira).
Com efeito, tem-se, de maneira irrefutável, a tempestividade do presente recurso, uma vez que
protocolizado dentro do prazo legal.
Inicialmente, vale citar o aresto do Ministro MARCO AURÉLIO, que de forma sensata decidiu:
“Os embargos declaratórios não consubstanciam crítica ao ofício judicante, mas servem-lhe
de aprimoramento. Ao apreciá-los, o órgão deve fazê-lo com espírito de compreensão,
atentando para o fato de consubstanciarem em verdadeira contribuição da parte em prol do
devido processo legal.” (STF – 2ª Turma – AI 163.047-5-PR-AgRg-Edcl, j. 18.12.95, v.u..
receberam os embargos, DJU 8.3.96, p. 6.223)
É com este espírito, o da compreensão, portanto, que espera a Reclamada seja apreciado o seu
recurso, cuja finalidade é única e exclusivamente, através do devido processo legal, alcançar a
solução correta e justa para a situação jurídica posta à apreciação deste D. Juízo.
DA SENTENÇA EMBARGADA
Com o respeito e acatamento que são devidos a esta d. Juízo, a Embargante opõe os presentes
embargos de declaração porque entende que a v. sentença foi OBSCURA em relação à condenação
ao pagamento de diferenças a título de vale transporte.
Isto porque, não há na petição inicial qualquer pedido relativo ao pagamento de vale transporte. A r.
sentença ainda argumentou que houve contestação por parte da “reclamada”, mas nenhuma das
duas reclamadas se manifestou acerca de vale transporte, simplesmente porque não foi formulada
qualquer pretensão a respeito desta parcela pelo Reclamante, conforme inclusive se verifica do
recorte abaixo, extraído da petição inicial:
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Como se vê, não foi formulado qualquer pedido de pagamento referente a vale transporte, restando a
sentença obscura ao deferir parcela não pleiteada e ainda fundamentar que houve contestação da
Ré, neste sentido.
Tal condenação, per si, caracteriza a sentença como extra petita e ainda cerceia o direito de defesa
das partes, que não poderiam se defender adequadamente do que não foi requerido, violando ao art.
5º, LV, da Constituição Federal.
Assim, requer seja sanada a obscuridade apontada, tendo em vista a ausência de requerimento de
pagamento de vale transporte formulado pelo Reclamante, não sendo justa a condenação das
Reclamadas à parcela não pleiteada, até porque foi paga, inclusive constando da documentação
acostada aos autos pela ora Embargante recibos de quitação do vale transporte para a 1ª
Reclamada.
Diante do exposto, a questão aqui apontada deve ser expressamente examinada por este d. Juízo,
para, sanar a obscuridade acima indicada e aplicar, inclusive, efeito modificativo à presente sentença,
julgando procedentes os presentes Embargos de Declaração para excluir da condenação a obrigação
de pagar diferenças a título de vale transporte.
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DO PEDIDO
Ante todo o exposto e por tudo mais que consta dos autos, a Reclamada, ora Embargante,
expressamente requer que este d. Juízo conhecendo dos presentes EMBARGOS DECLARATÓRIOS,
dê-lhes integral PROVIMENTO, para que, sanando a OBSCURIDADE apontada, V. Exa. se digne de
se manifestar, de maneira expressa, concedendo efeito modificativo para excluir da CONDENAÇÃO a
obrigação de pagar diferenças a título de vale transporte, eis que tal parcela não consta do rol de
pedidos da petição inicial, como é de DIREITO e inteira JUSTIÇA.
Pede deferimento.