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(ASSINADO DIGITALMENTE)
MAURÍCIO B. TAVARES ELIAS FILHO
OAB/BA Nº 74.284
I. DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO
9. Por fim, cumpre destacar que o juízo a quo não fundamentou sua
decisão denegatória de prosseguimento em aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou julgamento de repetitivos, ao passo que esta
Agravante se valeu de tese firmada em julgamento de recursos repetitivos (REsp n.º
1.740.911/DF – Tema 1.002) para fundamentar seu Recurso Especial, sendo, portanto,
além de cabível, imperioso o presente Agravo em Recurso Especial, conforme o
disposto no artigo 1.042, do Código de Processo Civil.
10. In verbis:
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal
recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou
recurso especial, salvo quando fundada na
aplicação de entendimento firmado em regime de
repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos.
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AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
RECURSO ESPECIAL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO
INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. 1.
INCIDÊNCIA CUMULATIVA DE CLÁUSULA PENAL E
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE LUCROS CESSANTES.
IMPOSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO
REPETITIVO. ESCOLHA DO ADQUIRENTE. 2. AGRAVO INTERNO
IMPROVIDO. 1. Nos termos do Tema 970 do Superior Tribunal
de Justiça, a cláusula penal moratória tem a finalidade de
indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em
regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se
sua cumulação com lucros cessantes. Na hipótese, o aresto
recorrido encontra-se dissociado do entendimento vinculante
desta Corte Superior, impondo a sua reforma. 2. Agravo interno
improvido. (AgInt nos EDcl no REsp n. 1.939.821/RJ, relator
Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, DJe de
21/2/2022.)
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AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ATRASO
NA ENTREGA DE UNIDADE IMOBILIÁRIA. DANOS MATERIAIS JÁ
CONCEDIDOS. CLÁUSULA PENAL. INVERSÃO. CUMULAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. DANOS MORAIS. DESDOBRAMENTOS DO
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. INEXISTÊNCIA.
AFASTAMENTO.
1. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de
que no contrato de adesão firmado entre o comprador e a
construtora/incorporadora, havendo previsão de cláusula penal
apenas em desfavor do adquirente, deverá ela ser considerada
para a fixação da indenização pelo inadimplemento do
vendedor. 2. Referida inversão, entretanto, somente é cabível
em caso de ausência de equivalência contratual em favor do
consumidor pela mora no descumprimento da obrigação
assumida. 3. Desse modo, havendo cláusula penal pactuada
ou mesmo concedidos os respectivos danos materiais pela
privação do uso do imóvel, como no presente caso, não é
possível a inversão de cláusula contratual pretendida, sob
pena de bis in idem. 4. Nos termos da jurisprudência do STJ, o
simples inadimplemento contratual, em regra, não configura
dano indenizável, devendo haver consequências fáticas capazes
de ensejar o dano moral. Precedentes. 5. Agravo interno a que
se nega provimento. (AgInt nos EDcl no AREsp n. 852.095/SP,
relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe de
19/3/2021.)
39. Nesse sentido se faz necessário apontar que, data maxima venia, tal
determinação falhou em distribuir justiça ao caso, visto que na presente lide quem
pleiteou a rescisão da avença pactuada entre as partes foi o promitente-comprador,
ora requerido, de modo que os juros de mora devem incidir somente após o trânsito
em julgado da decisão, e não desde a citação.
40. Tal fato ocorre uma vez que o compromisso de compra e venda
pactuado entre as partes ocorreu antes da vigência da lei nº 13.786/2018, de modo
que se aplica então a tese firmado pelo Egrégio STJ quando do julgamento do REsp nº
1.740.911, transcrito a seguir:
46. Entretanto, certo é que a porcentagem a ser fixada não pode ser
exígua, devendo englobar todos os gastos administrativos, como também despesas
tidas pela Agravante com propaganda, pagamento de comissão de corretagem etc.
55. Todavia, ainda que se aceite o dano moral de forma presumida, o que
se aplica somente em determinados casos de impossível/difícil comprovação, ou
razoavelmente da experiência comum (pelo fato do dano), incumbia ao Agravado
fundamentar a relação entre o nexo causal e o fato, e não arguir genericamente a
existência de danos.
56. O dano é presumido, mas o fato deve ser provado. “A doutrina ensina
que – e confirma a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – a
responsabilização civil exige a existência do dano. O dever de indenizar existe na
medida da extensão do dano, que deve ser certo (possível, real, aferível)”.
57. Como bem se sabe, o dano moral consiste no prejuízo “que afeta o
ânimo o psíquico, moral e intelectual da vítima. Sua atuação é dentro dos direitos da
personalidade.”1
58. Ou seja, para que a vítima tenha direito a indenização pelos danos
extrapatrimoniais, deve demonstrar, além da ofensa aos direitos da personalidade,
que tal dano tenha ultrapassado os limites da razoabilidade da vida cotidiana.
67. Requer, por fim, seja anotado que as intimações e demais atos
processuais referentes a esse processo, devem ser endereçados, exclusivamente,
em nome do advogado MAURICIO BARBOSA TAVARES ELIAS, OAB/BA n. 74.284, com
endereço profissional na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.355, 23º andar, Itaim Bibi,
São Paulo/SP, CEP 04538-133.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
MAURÍCIO B. TAVARES ELIAS FILHO (ASSINADO DIGITALMENTE)
OAB/BA Nº 74.284 KLEBER MEIRA RIBEIRO
OAB/SP Nº 375.706