Você está na página 1de 5

AO JUÍZO DA 90º VARA DE TRABALHO DE TERESINA/PI.

Recorrente: Sociedade Empresária Morada Eterna LTDA.


Recorrido: Débora Pimenta
Processo: 005.0000-80.2019.5.22.00.90

SOCIEDADE EMPRESÁRIA MORADA ETERNA LTDA., devidamente qualificada nos autos


da Reclamação Trabalhista em epígrafe, que lhe move DÉBORA PIMENTA, ora Recorrida,
vem, respeitosa e tempestivamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado infra-assinado, constituídos através de instrumento procuratório em anexo
(doc. 01), com endereço profissional à (qualificação), (endereço eletrônico: ##), local
onde receberá as intimações e demais comunicações de cunho processual, interpor,
com fulcro no art. 895, inciso I, da CLT:

RECURSO ORDINÁRIO

dirigido ao eg. Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região.

Destaca-se, ademais, que se encontram presentes os pressupostos de admissibilidade


recursal, tais como o cabimento, a legitimidade das partes, o interesse recursal, a tem-
pestividade, a regularidade formal, o depósito recursal, o preparo das custas e inexistên-
cia de fato extintivo ou impeditivo do poder de recorrer, razão pela qual se requer a
intimação da parte adversa para apresentar contrarrazões ao Recurso Ordinário, no
prazo de 08 (oito) dias, conforme estabelece o art. 900, da CLT, e a posterior remessa
para ao eg. TRT-22.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local, Data.

Advogado
OAB/UF n. º
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO TRIBUNAL RE-
GIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO,

Recorrente: Sociedade Empresária Morada Eterna Ltda


Recorrido: Débora Pimenta
Processo: 005.0000-80.2019.5.22.00.90
Vara de Origem: 90º Vara do Trabalho de Teresina/PI

1. RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Preclara Turma,

Nobres Desembargadores,

A Sentença Recorrida, proferida pelo Juízo da 90º Vara do Trabalho de Teresina/PI, data
máxima vênia, merece anulação, tendo em vista que encontra-se eivada de máculas
consubstanciada em error in procedendo, ante o evidente cerceamento de defesa em
razão do indeferimento da oitiva de 02 (duas) testemunhas arroladas pela Recorrente,
ou mesmo a reforma da prestação jurisdicional ofertada, nos termos dos fundamentos
(error in judicando) capazes de infirmar a solução pleiteada, pelos fundamentos expos-
tos no decorrer do presente memorial:

2. DAS PRELIMINARES

2.1. DA PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA PELA INDEFERIMENTO DA OITIVA


DE TESTEMUNHAS

De início, importa trazer à baila que, na fase de instrução, o Juízo a quo indeferiu a oitiva
de 02 (duas) testemunhas arroladas pela Recorrente, no ensejo de demonstrar a entrega
do valor da passagem em espécie, diariamente, à Recorrida, evidenciando, dessa forma,
o cerceamento do direito de defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da CRFB/88.

Assim, torna-se imperiosa a anulação da Decisão, para que, por consequência, a


Reclamação Trabalhista seja remetida à Vara de origem para reabertura da instrução
processual, em que será realizada a oitiva das testemunhas para posterior prolação de
Sentença.

2.2. DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL EM RELAÇÃO AOS FERIADOS

O Juízo a quo deferiu o pedido formulado à exordial da Reclamação Trabalhista, conden-


ando a Recorrente ao adimplemento das horas extras em “todo e qualquer feriado bra-
sileiro”. Com isso, fora rejeitada a preliminar suscitada em sede de contestação, motivo
pelo qual reitera-se a matéria quanto a inépcia da Petição Inicial, tendo em vista que os
feriados (pedido) foram indicados de forma genérica, nos termos dos arts. 330, inciso I,
art. 330, § 1º, inciso II, do CPC c/c art. 840, § 1º, da CLT.
Desta feita, se requer a reforma da Sentença Recorrida, no sentido de que seja reconhe-
cida a inépcia da inicial, com a consequente extinção do feito, sem resolução do mérito,
conforme o art. 485, inciso I, do CPC, quanto ao pedido do adimplemento das horas
extras em “todo e qualquer feriado brasileiro”.

2. DO MÉRITO

3.1. DO DESCABIMENTO DO DEFERIMENTO DE INTERVALO POR PERÍODO INTEGRAL


– NECESSIDADE DE APENAS PERIODO SUPRIMIDO DE NATUREZA INDENIZATÓRIA

A Recorrida desenvolvia jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, das 10h às 16 h,


com intervalo de 10 (dez) minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto
na oitiva, sendo, então, deferido pelo Juízo a quo o pagamento à título de 15 (quinze)
minutos com adicional de 50% (cinquenta por cento), em razão do intervalo desrespeit-
ado, e reflexos nas demais verbas salariais.

Ocorre que é indevido o pagamento integral do intervalo, consoante dispõe o art. 71, §
4º, da CLT, vez que a não concessão, ou a concessão parcial, do intervalo intrajornada
mínimo para repouso e alimentação a empregados urbanos e rurais, implica tão
somente no pagamento, de natureza indenizatória, do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração/hora normal de
trabalho, não havendo que se falar em reflexo nas demais parcelas.

Com efeito, pleitea-se a reforma da Sentença Recorrida, para que a Recorrente arque,
tão somente, com o pagamento, de natureza indenizatória, do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração/hora normal de
trabalho.

3.2. DA INDEVIDA INDENIZAÇÃO POR DANO EXTRAPATRIMONIAL – DOENÇA DEGEN-


ERATIVA NÃO CONSIDERADA COMO DOENÇA DO TRABALHO

O Juízo a quo condenou a Recorrente à indenizar, no montante de R$ 6.000,00 (seis mil


reais), à título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa
obtida pela Recorrida, conforme os Laudos Periciais Médicos em anexo.

Contudo, nos termos do art. 20, § 1º, alínea a, da Lei n.º 8.213/91, as doenças degener-
ativas não são consideradas como doença de trabalho a ensejar a responsabilidade do
empregador ao pagamento de indenização por dano extrapatrimonial, razão pela qual
se requer a reforma da Sentença Recorrida, para que seja indeferido a indenização de
dano moral por acidente de trabalho em decorrência da doença degenerativa.

3.3. DO DESCABIMENTO DA DEVOLUÇÃO A RECLAMANTE DOS DESCONTOS EM DO-


BRO PELAS FALTAS JUSTIFICADAS – AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL

Da mesma forma, o Juízo a quo julgou procedente o pedido de devolução em dobro,


como requerido na exordial, de 05 (cinco) dias de faltas justificadas por atestados médi-
cos, tendo em vista que a preposta reconheceu que a Recorrente negou-se à aceitar os
mesmo, em razão da ausência de indicação do CID (Classificação Internacional de Doen-
ças).

Neste interim, insurge-se a Recorrente quanto à devolução dos descontos em dobro,


ante a inexistência de previsão legal, na CLT, em observância ao Princípio da Legalidade,
previsto no art. 5º, inciso II, da CRFB/88.

Pelas razões expostas, se requer a reforma da Sentença Recorrida, para que seja inde-
ferida a devolução em dobro pelas faltas justificadas, por ausência de previsão legal.

3.4. DO NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA DEFERIMENTO DA CESTA


BÁSICA MENSAL – ULTRATIVIDADE ADMISSÃO DA RECLAMANTE EM PERÍODO
POSTERIOR AO TÉRMINO DA CCT

O Juízo a quo condenou a Recorrente ao pagamento correspondente a 01 (uma) cesta


básica mensal, por previsão contida em Convenção Coletiva, que vigorou no interstício
de janeiro de 2017 a janeiro de 2018, sob o fundamento de que, como não houvera a
promulgação de nova norma coletiva, a anterior for a prorrogada automaticamente.

Como a norma coletiva não detém ultratividade, na forma do art. 614, § 3º, da CLT, é
indevida a referida condenação, levando-se em consideração, ainda, que a Recorrida
fora admitida após o término da convenção coletiva vigente de janeiro de 2017 a janeiro
de 2018, o que enseja na reforma da Sentença Recorrida, para seja indeferido o pa-
gamento a Reclamante, ora Recorrida, à título de 01 (uma) cesta básica mensal, por pre-
visão contida em Convenção Coletiva.

3.5. DA NECESSÁRIA REDUÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS AO LIMITE LEGAL

Por fim, com base no Princípio da Causalidade, ante o deferimento da Reclamação Tra-
balhista ajuizada, a Recorrente for a condenada em honorários advocatícios sucumben-
ciais, em favor do Patrono da Recorrida, na razão de 20% (vinte por cento) da liquidação.
Por outro lado, o percentual invocado suplanta o limite legal de 15% (quinze por cento)
estabelecido no art. 791-A, da CLT, motivo pelo qual deve ser reduzido por meio de
reforma da Sentença Recorrida, em observância aos limites legais da legislação perti-
nente.

4. DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Por todo o exposto, comprovada a necessidade de anulação ou reforma da Sentença


Recorrida, a sociedade empresarial requer, deste eg. Tribunal Regional do Trabalho da
22ª Região, que se digne, inicialmente, em receber e conhecer o presente Recurso
Ordinário na forma da lei, para que:

a) anule a Sentença Recorrida, em razão do evidente cerceamento do direito de


defesa ante indeferimento da oitiva de 02 (duas) testemunhas arroladas pela
Recorrente, prejudicando o julgamento do Recurso Ordinário, com a determi-
nação do retorno dos autos à instância de origem, para que seja reaberta a fase
de instrução processual, em que será realizada a oitiva das testemunhas para
posterior prolação de Sentença;

Alternativamente, em caso de indeferimento do pleito de anulação, se requer o pro-


vimento do recurso mediante a reforma da Sentença Recorrida, nos seguintes termos:

b) a reforma da Sentença Recorrida, no sentido de que seja reconhecida a inépcia


da inicial, com a consequente extinção do feito, sem resolução do mérito, con-
forme o art. 485, inciso I, do CPC, quanto ao pedido do adimplemento das horas
extras em “todo e qualquer feriado brasileiro”;

c) a reforma da Sentença Recorrida, para que a Recorrente arque, tão somente,


com o pagamento, de natureza indenizatória, do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração/hora nor-
mal de trabalho;

d) a reforma da Sentença Recorrida, para que seja indeferido a indenização de dano


moral por acidente de trabalho em decorrência da doença degenerativa;

e) a reforma da Sentença Recorrida, para que seja indeferida a devolução em dobro


pelas faltas justificadas, por ausência de previsão legal;

f) a reforma da Sentença Recorrida, para seja indeferido o pagamento a Recla-


mante, ora Recorrida, à título de 01 (uma) cesta básica mensal, por previsão con-
tida em Convenção Coletiva;

g) a reforma da Sentença Recorrida, para que seja reduzido o percentual dos hono-
rários advocatícios sucumbenciais, em observância aos limites legais da legis-
lação pertinente;

Por fim, requer que todas as intimações sejam feitas em nome do advogado (qualifi-
cação), sob pena de nulidade.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local, Data.

Advogado
OAB/UF n. º

Você também pode gostar