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A) TUTELA DE EVIDÊNCIA
B) I. FATOS
Afinal, quando for possível a aplicação de duas normas deve ser aplicada a mais
vantajosa no cálculo do benefício para o segurado, conforme consolidado pelo STF no
julgamento da tese, sob Tema 1102/STF.
De fato, conforme faz prova cálculo da RMI que segue anexo à inicial, para autora é
mais vantajosa a aplicação do disposto no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91.
Isso porque a RMI revisada é mais favorável com o PBC de todo o período contributivo,
com inclusão de salários antes de 07/1994, e sem divisor mínimo, conforme cálculos anexos,
considerando dados do CNIS, CTPS (remuneração inicial e alterações salariais) e ficha de registro
de empregado anexa nesta oportunidade, considerando, ainda, salários mínimos para períodos
sem salários (art.36, §2º, Decreto 3.048/1999).
Portanto, a autora propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu direito
reconhecido em sede judicial. para que seja determinada a revisão do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição (NB XX/XXX.XXX.XXX-XX) que lhe foi concedido na
via administrativa.
Requer a condenação do INSS a inserir no cálculo da média dos 80% maiores salários
de contribuição da segurada todo o período contributivo, inclusive os salários de contribuição
anteriores a julho de 1994, e sem divisor mínimo, garantido à segurada o pagamento das
diferenças devidas desde a DER.
Em 04/11/2016 foi ajuizada pela autora ação previdenciária para revisão do benefício
previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição do professor, mediante a exclusão
do fator previdenciário do cálculo da RMI da segurada.
A referida ação foi distribuída na 08.ª Vara Federal de Curitiba, com o n.º de processo
XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX/PR.
Fica evidente, portanto, a diferença entre o objeto e as causas de pedir de cada ação.
E) IV. DIREITO
"Art. 3.o Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de
publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício
será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo
decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II
do caput do art. 29 da Lei n.o 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”.
De fato, conforme faz prova cálculo da RMI que segue anexo à inicial, para autora é
mais vantajosa a aplicação do disposto no inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91: “para os benefícios
de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo,
multiplicada pelo fator previdenciário; (Incluído pela Lei n.º 9.876, de 26.11.99)”
Desta forma, deve ser incluído no cálculo da média dos 80% maiores salários de
contribuição da segurada todo o período contributivo, inclusive os salários de contribuição
anteriores a julho de 1994, e removido o divisor mínimo, quando aplicado na carta de
concessão.
Afinal, quando for possível a aplicação de duas normas deve ser aplicada a mais
vantajosa ao segurado, então deve ser afastada integralmente a aplicação do cálculo da regra
de transição previsto no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99.
Nesse sentido, em 11/12/2019 o STJ julgou no rito dos recursos repetitivos o Tema
999 e decidiu por unanimidade a tese favorável aos segurados, fixando como tese:
Tema 999/STJ: Aplica-se a regra definitiva prevista no art. 29, I e II da Lei
8.213/1991, na apuração do salário de benefício, quando mais favorável do
que a regra de transição contida no art. 3o. da Lei 9.876/1999, aos Segurado
que ingressaram no Regime Geral da Previdência Social até o dia anterior à
publicação da Lei 9.876/1999.
Por sinal, a própria doutrina também já validava esse entendimento para as normas
em debate, reafirmando que norma transitória não pode ser mais gravosa do que a regra
definitiva. Vejamos:
“Nos casos em que a regra transitória é prejudicial ao segurado, deve ser
aplicada a regra definitiva, prevista no art. 29, I da Lei 8.213 /1991, com a
redação definida pela Lei 9.876/1999. A lógica da norma de transição é
minimizar os efeitos de novas regras mais rígidas para aqueles filiados ao
sistema, mais ainda não haviam adquirido o direito de se aposentar pelas
regras antes vigentes, mais benéficas. Deve-se evitar um direito transitório,
segundo o qual os segurados se sujeitem a regras transitórias ainda mais
gravosas que aquelas introduzidas pela lei nova. É essa premissa lógica que
merece ser considerada para efeito de interpretação da regra estabelecida no
art. 3o. da Lei 9.876/1999 (JOSÉ ANTÔNIO SAVARIS. Compêndio de Direito
Previdenciário. Curitiba: Alteridade, 2018, p. 345).
Apesar disso, o INSS interpôs Recurso Extraordinário, e o STF afetou como paradigma
o RE 1276977, para julgar a tese em repercussão geral, no Tema 1102/STF, mas que foi
improvido, com a fixação da seguinte tese (acórdão publicado em 13/04/2023):
Tema 1102/STF: “O segurado que implementou as condições para o benefício
previdenciário após a vigência da Lei 9.876, de 26/11/1999, e antes da vigência
das novas regras constitucionais, introduzidas pela EC em 103 /2019, que
tornou a regra transitória definitiva, tem o direito de optar pela regra definitiva,
acaso esta lhe seja mais favorável”.
Portanto, no caso concreto, a parte autora requer que seja aplicado no cálculo da RMI
da segurada a norma vigente mais vantajosa à mesma, ou seja, a norma definitiva prevista no
inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91, sendo afastada a incidência da regra de transição prevista
no artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99
Veja que tal postura encontra-se normatizada na Lei 8.213/91, em seu artigo 122, que
assim dispõe:
Nesse sentido, também o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento que garante
o direito do segurado ao melhor benefício, traduzido na melhor forma de cálculo e ao melhor
resultado dentro de sua realidade individual, em 21/02/2013, no julgado do RE 630.501.
Vejamos:
O disposto no art. 122 da Lei 8.213/1991, reafirmado no art. 181-D do Decreto n.º
3.048/99, ressalta, em respeito ao direito adquirido (art. 5º, inciso XXXVI, Constituição Federal),
o direito à aposentadoria pelas condições legalmente previstas à época do cumprimento de
todos os requisitos, independentemente da data do requerimento do benefício, assegurando
sua concessão pela forma mais benéfica, a partir da data de entrada do requerimento, conforme
o consolidado no RE nº 630.510/STF.
Art. 222.
(…)
§ 3º Na hipótese de ser identificado o direito a mais de uma forma de
cálculo de aposentadoria, fica resguardada a opção pelo cálculo mais
vantajoso, observada a reafirmação da data de entrada do
requerimento administrativo a critério do segurado, se for o caso, na
forma do art. 577.
Art. 589.
(…)
§ 1º Na hipótese de o segurado ter implementado todas as condições
para mais de uma espécie de aposentadoria na data da entrada do
requerimento e em não tendo sido lhe oferecido o direito de opção
pelo melhor benefício, poderá solicitar revisão e alteração para
espécie que lhe é mais vantajosa.
Portanto, no caso concreto, a parte autora requer que seja aplicado no cálculo da RMI
da segurada a norma vigente mais vantajosa a mesma, ou seja, a norma definitiva prevista no
inciso I do art. 29 da Lei 8.213/91 sendo afastada a incidência da regra de transição prevista no
artigo 3.º, caput e §2º, da Lei 9.876/99.
G) VI. PREQUESTIONAMENTOS
H) VII.PEDIDOS
Caso seja apresentado aos autos documento ao qual a autora não teve prévio acesso,
a parte autora requer que lhe seja oportunizada a emenda ou retificação da petição
inicial;
k) A parte autora requer que não seja designada audiência de conciliação nos termos do
art. 334 do CPC;
l) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora requer que a presente ação seja
julgada totalmente procedente condenando o INSS:
Nestes termos,
Pede deferimento.