Você está na página 1de 4

MERITÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA

 
 
${cliente_nomecompleto}, aposentado, já cadastrado eletronicamente, vem, por meio de seus
procuradores, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO PREVIDENCÁRIA DE REVISÃO DE RENDA


MENSAL INICIAL 
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes
fundamentos fáticos e jurídicos que ora passa a expor:
 

 I – DOS FATOS
O Autor requereu o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, que foi deferido,
conforme o processo administrativo anexo.
Entretanto, ao calcular a RMI do benefício, o INSS considerou o salário-de-contribuição do período
em que o Segurado esteve aposentado por invalidez (NB: ${informacao_generica}) o valor do
salário mínimo. Ocorre que o valor que deveria ter sido considerado é o salário-do-benefício, este
superior ao salário mínimo vigente.
Em razão disso, vislumbra-se que a renda mensal inicial do Requerente não está correta, pois fixada
em valor abaixo do que teria direito.
Por esse motivo a parte Autora, vem postular a revisão de seu benefício.
Dados do benefício:
NB: ${informacao_generica}  
Tipo de benefício: aposentadoria por tempo de contribuição (42)
DER: ${data_generica}  

II – DO DIREITO
A aposentadoria por tempo de contribuição, ainda não disciplinada em legislação
infraconstitucional, encontra-se estabelecida no art. 201, § 7o, I, da Constituição Federal e nos arts.
52 a 56 da Lei 8.213/91, exceto naquilo em que forem incompatíveis com o novo regramento
constitucional.
O fato gerador da aposentadoria em apreço é o tempo de contribuição, o qual, na regra permanente
da nova legislação, é de 35 anos para homens. Trata-se do período de vínculo previdenciário, sendo
também consideradas aquelas situações previstas no art. 55 da Lei 8.213/91. No caso em comento,
verifica-se que o Autor possui um total de ${calculo_tempocontribuicao}, tornando o requisito
preenchido.
Quanto à carência, foram realizadas ${calculo_carencia} contribuições, número superior aos 180
meses exigidos, conforme o art. 25, II, da lei 8.213/91.

DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE CONSIDERADO


COMO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO
No caso em tela, o Autor esteve aposentado por invalidez por aproximadamente $
{informacao_generica} anos (${data_generica} a ${data_generica}), conforme consta no CNIS
anexo.
Nessa ocasião, o Requerente auferia salário-de-benefício em valor superior ao salário mínimo
vigente, conforme documentos anexos. 
Entretanto, ao calcular a RMI do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição concedido,
o INSS desconsiderou os valores recebidos pelo Autor quando aposentado, e calculou sobre o valor
de salário mínimo.
Nesse sentido, percebe-se que o INSS cometeu um equívoco ao calcular a RMI utilizado-se de
salário-de-contribuição no valor de salário mínimo, situação que prejudica o Requerente. Vale
conferir o CNIS:
${informacao_generica}  
Vale destacar que a Lei 8.213/91 dispõe expressamente que o salário-de-benefício oriundo de
benefício por incapacidade deve ser considerado como salário-de-contribuição para fins de cálculo
de renda mensal insicial . Veja-se:
Art. 29. O salário-de-benefício consiste:
(...)
5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua
duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-
benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases
dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.
Ademais, a Lei 8.213/91 e a própria instrução normativa do INSS dispõem que os dados do CNIS a
respeito das remunerações devem ser utilizados para fins de cálculo do salário-de-benefício:
Lei 8.213/91. Art. 29-A.  O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de
cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social,
tempo de contribuição e relação de emprego. (Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de
2008)
[...]2º O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação de informações
constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios
definidos pelo INSS.

 
IN nº 77/2015. Art. 681. Os dados constantes do CNIS relativos a vínculos, remunerações e
contribuições valem como prova de filiação à Previdência Social, tempo de contribuição e
salários de contribuição, salvo comprovação de erro ou fraude.
Logo, para a estipulação da RMI, o salários do período em que o Autor recebia aposentadoria por
invalidez devem ser considerados no seu valor original e não no salário mínimo vigente, eis que
inferior ao salário-do-benefício. 
Portanto, deve-se realizar a revisão da RMI do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição (NB ${informacao_generica}).

DA REVISÃO DA RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO


Com a análise dos salários-de-benefício percebidos quando aposentado por invalidez, percebe-se
que o INSS calculou de forma incorreta a renda mensal do benefício, eis que desconsiderou os
valores recebidos pelo Autor quando aposentado, e calculou a RMI sobre o valor de salário mínimo,
o que fez ser fixada em valor abaixo do que o Autor teria direito.
RMI atual: ${informacao_generica}  
RMI correta: ${informacao_generica}  
Sendo assim, considerando os prejuízos econômicos decorrentes do cálculo realizado
administrativamente, torna-se imperiosa a revisão do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição.

III – DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE


CONCILIAÇÃO
Considerando a necessidade de análise detalhada de provas no presente feito, o Autor vem
manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII, do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

IV – DA IMEDIATA REVISÃO DO BENEFÍCIO


De acordo com a previsão do art. 43 da lei 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei 10.259/01, salvo situações
excepcionais, deverá ser atribuído apenas o efeito devolutivo ao recurso interposto no âmbito
dos Juizados Especiais Federais.
De qualquer forma, no momento em que for proferida a sentença, os requisitos para concessão de
tutela provisória satisfativa de urgência previstos no art. 300 do CPC/2015 estarão devidamente
preenchidos, a saber: 1) A existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito; 2) O
perigo ou dano ao resultado útil do processo;
O primeiro requisito será preenchido com base em cognição exauriente e nas diversas provas
apresentadas no processo, as quais demonstram de forma inequívoca o direito do Autor à concessão
do benefício.
No que concerne ao perigo ou dano ao resultado útil do processo, há que se atentar que o caráter
alimentar do benefício e a idade avançada do Autor traduzem um quadro de urgência que
exige pronta resposta do Judiciário, tendo em vista que nos benefícios previdenciários resta
intuitivo o risco de ineficácia do provimento jurisdicional final.
Sendo assim, é imperiosa a determinação sentencial para que a Autarquia Ré revise o benefício de
forma imediata, tendo em vista a ausência do efeito suspensivo nos recursos interpostos no âmbito
dos Juizados Especiais Federais, bem como o preenchimento dos requisitos para deferimento da
tutela provisória. 

V – DOS PEDIDOS
ISSO POSTO, requer: 
1. O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural;
2. A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que a parte autora não
possui recursos financeiros suficientes para custear as despesas do processo;
3. A não realização da audiência de conciliação e mediação prevista no art. 334 do CPC/2015;
4. A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o pericial;
5. O deferimento da tutela provisória satisfativa, com a apreciação do pedido de revisão
imediata do benefício em sentença;
6. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:
7. Revisar a RMI do benefício do Sr. ${cliente_nome}, a fim de considerar o valor dos
salários-de-benefício de aposentadoria por invalidez percebidos no período de $
{data_generica}  a ${data_generica} ;
8. Pagar as diferenças que se formarem em decorrência da revisão aqui pleiteada, com o
adimplemento das parcelas vencidas e vincendas, desde a data de entrada do requerimento ($
{data_generica}), corrigidas desde a época da competência de cada parcela até o efetivo
pagamento;
9. Requer seja determinada a incorporação ao benefício da parte autora a vantagem decorrente
da revisão postulada e seus reflexos nas rendas mensais seguintes, devendo o valor revisado
ser mantido até a extinção do benefício.
 
Nestes Termos.
Pede Deferimento.
Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.
, 29 de março de 2023.

Você também pode gostar