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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP.

Processo- Liquidação de Sentença

Qualificação, através de seu advogado que esta


subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência com
fundamento no artigo 528 e seguintes do Novo Código de
Processo Civil e mais disposições aplicáveis à espécie,
apresentar IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, em face
de QUALIFICAÇÃO já qualificada nos autos, pelas razões
fáticas e jurídicas a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Os Exequentes pleiteiam o valor de R$ 7.585,22


(sete mil, quinhentos e oitenta e cinco reais e vinte e
dois centavos), considerando o reajuste de pensão
alimentícia no valor de R$ 1.000,00 pelos índices de
aumento salarial do Executado.

Ainda, pleiteiam reajustes no período de novembro


de 2019 até julho de 2023 apresentando cálculo de cobrança
inicial lastreado pelo INPC e outros 3 períodos de cálculos
tendo como base simples aumento salarial do Executado, tudo
corrigido e atualizado com juros de 1% (um por cento) ao
mês.

Cumpre ressaltar, que os cálculos apresentados na


inicial não merecem acolhimento, pois são equivocados, já
que foram elaborados sem qualquer critério, conforme será
demonstrado no transcorrer desta peça defensiva.

Finalmente, pleiteiam os Exequentes que os


descontos sejam realizados diretamente na folha de
pagamento do Executado e que os pagamentos sejam realizados
na conta da Genitora dos menores.

II – DOS ARGUMENTOS QUE DEVEM LEVAR AO PROVIMENTO DESTA


IMPUGNAÇÃO

Preliminarmente, convém destacar, que a obrigação


de reajustar os alimentos foi determinada por título
judicial homologado, onde o Juízo entendeu que: “O Reajuste
da pensão alimentícia seguirá os índices de aumento
salarial do Requerente.” (Destacamos)

Desta decisão, ficou claro e cristalino, que o


julgador NÃO ESTIPULOU QUAL SERIA O ÍNDICE OFICIAL DE
CORREÇÃO: INPC, IPCA, INFLAÇÃO, IGPM ETC., ou seja, o
julgador usou o termo genérico: “índices de aumento
salarial do Requerentes”.

Assim, o correto seria os Exequentes, no momento


e prazo oportunos, oferecer aclaratórios, visando a
definição correta do índice a ser aplicado ao caso, o que
jamais foi feito.
Por este motivo, não é possível calcular com
precisão e liquidez o valor total devido das correções,
sendo o valor total exigido desprovido de qualquer sorte de
certeza e liquidez.

Os Exequentes apresentaram 4 cálculos na inicial


a saber:

Período Taxa de correção Índice Aplicado


1 12/2019 à 10/2020 4,48% INPC
2 11/2020 à 08/2021 2,19% Calculado sobre o aumento de salário do executado
3 09/2021 à 07/2022 7,13% Calculado sobre o aumento de salário do executado
4 08/2022 à 07/2023 12,47% Calculado sobre o aumento de salário do executado

Assim, concluímos:

1) Em um período os Exequentes utilizam-se do INPC como


índice de cálculo de correção e em outros períodos
adotam como índice o simples aumento salarial do
Executado, ou seja, não existe um critério padrão e
seguro de correção e atualização;

2) Qual dos 2 critérios seria o correto para realizar as


correções?

3) Em relação aos 3 cálculos apresentados que levaram em


conta o aumento salarial do Executado, não podemos
afirmar com precisão, que o aumento se deu por
correções ou alguma promoção do Executado.

É de se apontar, também, a ocorrência de excesso


de execução, tendo em vista que a fase de cumprimento de
sentença está sendo processada por valor indefinido, neste
sentido o Novo Código de Processo Civil nos traz:
“No cumprimento de sentença que condene ao
pagamento de prestação alimentícia ou de
decisão interlocutória que fixe alimentos, o
juiz, a requerimento do exequente, mandará
intimar o executado pessoalmente para, em 3
(três) dias, pagar o débito, provar que o fez
ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.”
Grifo nosso.

O credor deverá especificar, ao formular o seu


pleito, de forma clara e compreensível, o demonstrativo do
cálculo, devidamente atualizado (juros e correção
monetária) (artigo 524 CPC).

No entanto, tem-se que o título é inexequível,


pois não existe uma certeza sobre o índice utilizado nos
cálculos.

Dessa forma, o cumprimento de sentença está


eivado de vícios, motivo pelo qual o Impugnante apresenta a
presente defesa, nos termos dos incisos I, II, III, IV, V,
VI e VII do § 1º do artigo 525 do Novo Código de Processo
Civil.

O cumprimento de sentença requerido pelos


Exequentes incorreu em excesso de execução, tendo em vista
que atualizaram o valor erroneamente.

No caso em tela é só ler de forma apurada a


planilha de cálculos e ver que os cálculos estão totalmente
errados, portanto, não poderia o Executado ser intimado
para pagamento.
III– DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO À PRESENTE
IMPUGNAÇÃO

Esta impugnação deve ser recebida no efeito


suspensivo, tendo em vista a presença de todos os
requisitos necessários para isso.

Nos termos do CPC, art. 475-M, dois são os


requisitos para que seja atribuído efeito suspensivo à
impugnação: relevância dos argumentos e grave dano no
prosseguimento da execução.

Assim, está claramente presente a relevância dos


argumentos.

Outrossim, há risco de dano pelo simples fato


desta fase de cumprimento de sentença prosseguir por um
valor superior ao SUPOSTAMENTE ALEGADO devido, já que o
nome do impugnado é colocado como devedor de quantia
superior à efetivamente devida.

IV –DO PEDIDO E DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se e pede-se:

a) liminarmente, a atribuição de efeito suspensivo


a esta impugnação;

b) a intimação dos Exequentes, na pessoa de seu


procurador, para que, querendo, apresente resposta
a esta impugnação;

c) a condenação dos Exequentes ao pagamento de


custas, honorários advocatícios e demais despesas;
d) a designação de audiência de conciliação, para
eventual acordo;

Requer provar o alegado, por todos os meios em


direito admitidos.

Termos em que,
Pede deferimento.

São José dos Campos, 21 de fevereiro de 2024.

ADVOGADO

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