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RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES EM ATRASO.

POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO DO
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PEDÁGIO E DIRIETO ADQUIRIDO

5002698-08.2021.4.04.7210 Principal TRF4


5035024-20.2021.4.04.0000 Agravo TRF4
5002698-08.2021.4.04.7210 MS JEF SC

MS-5002698-08.2021.4.04.7210

MS- Competência vara de justiça federal

Impetrado: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, e JOSÉ CRISPIM CORREA, gerente


executivo do Instituto Nacional do Seguro Social em Chapecó, podendo ser citado na própria agência.

MS´- pedido de liminar indeferido- agravo para o TRF-4- sentença procedente para defiro a liminar e
concedo em parte a segurança pleiteada, resolvendo o mérito com fundamento no art. 487, I, CPC, a fim
de determinar à autoridade coatora que em 30 dias emita a Guia da Previdência Social (GPS) para
indenização do tempo de serviço rural posterior a 31/10/1991 necessário à integralização do tempo de
contribuição para a aposentadoria, com exclusão de juros e multa para o período até 11/10/1996, pois
requerente requereu no processo administrativo a emissão da gua dianta da exigência de indenizar o
período (recolher em atraso), mas o INSS demorou demais, dizendo que os cálculos do período rurala
neriroes a 1996 estao sobrestados em virtude de adequação a EC 103/10

Depois disso o processo foi indeferido

PETIÇÃO INCIAL

A impetrante protocolou, na data de 07/08/2020, pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, que
levou o NB 197.297.752-8, requerendo o computo de todas as contribuições previdenciárias,
reconhecimento e conversão do tempo laborado em condições especiais em comum, além de rogar pelo
reconhecimento e homologação dos períodos rurais de 05/03/1989 a 25/06/1998 e 26/06/1998 a
04/10/2004.

No transcurso do processo administrativo, a Autarquia Impetrada homologou integralmente o período


rural pugnado, emitindo exigência à impetrante acerca do interesse em indenizar o período rural posterior
a 11/1991 ( a advogada recebeu por e-mail essa exigência, já anexando a guia de recolhimento)

Intimada, a Impetrante apresentou manifestação expressa e clara no dossiê administrativo acerca da sua
pretensão em indenizar unicamente caso o pagamento das GPS para o período em questão lhe garantisse a
concessão o benefício pretendido.

No entanto, o INSS, ignorando o requerimento da Impetrante, elaborou o cálculo do período rural e


emitiu a guia de pagamento nos valores de R$ 15.979,20 e R$ 35.270,96.

nfere-se do processo administrativo objeto da celeuma que a impetrante, de fato, requereu a emissão de
guias a fim de efetuar o pagamento das contribuições previdenciárias relativas ao tempo rural reconhecido
naquela ocasião. Por sua vez, os documentos juntados no evento 14 comprovam que o processo
administrativo está sobrestado desde 17.1.2021 para ajustes no sistema:

Na oportunidade, o servidor informou que não seriam computados os períodos indenizados após a DIB,
com base no entendimento da DIVBEN3, ou seja, sem qualquer amparo legal.

Tal período em atraso recolhido pela segurada somente seria computado, então, no tempo de contribuição
no sistema PRISMA caso o pagamento seja após a DIB, ou seja, solicitou-se à segurada, assim, a
alteração da DER para a do pagamento da GPS indenizatória.
Ocorre que o servidor não deixou claro e garantido, se, caso a requerente realizasse o pagamento das
guias indenizatórias emitidas, o benefício de aposentadoria lhe seria efetivamente concedido.

Na carta de exigência, ainda, foi mencionado que para calcular o tempo de pedágio para aposentadoria, o
sistema PRISMA considera o tempo em que o segurado possuía em 13/11/2019, o que significa dizer que
as contribuições realizadas em atraso a partir de 01/07/2020 serão consideradas no tempo total do
segurado, mas não para o tempo em possuía em 13/11/2019.

Tendo em vista o elevado valor das guias, somado à ausência de clareza sobre a concessão ou não do
benefício de aposentadoria caso a Impetrante indenizasse o período rural, a segurada realizou nova
manifestação do processo administrativo argumentando as orientações do INSS e sustentando que, o que
se depreende na situação da segurada é que, se considerado o período contributivo, iniciado em
05/10/2004, somado ao período de atividade rural já computado (anterior a 11/1991), e àquele a ser a ser
indenizado (11/1991 a 10/1996, 11/1996

a 05/2003 e 10/2003 a 10/2004), a Impetrante atinge o tempo necessário à obtenção da aposentadoria por
tempo de contribuição, bem como a carência, ainda antes de 13/11/2019, o que dispensaria o
cumprimento do pedágio.

Dessa forma, sobretudo diante do já citado elevado valor cuja indenização seria necessária, requereu
novamente a prestação de esclarecimentos por parte do INSS, para que de forma expressa dissesse se,
caso indenizados os períodos rurais, contidos nas guias já emitidas pelo INSS, lhe seria concedida a
aposentadoria pleiteada, além de outros requerimentos.

O INSS, por sua vez, ao tomar conhecimento da manifestação, entrou em contato com a procuradora da
Impetrante, Dra. Giovanna Slongo Seibel, e informou que, mesmo mediante a indenização do período
rural homologado, a aposentadoria não lhe seria concedida, tendo em vista a existência do Decreto
10.410/2020 trouxe uma nova redação ao Decreto 3.048/99.

Inclusive, restou certificado no processo administrativo o contato entre o servidor o INSS e a causídica e
a intimação da Impetrante sobre a ratificação da carta de exigência anterior nos mesmos termos. Ocorre
que, é indiscutível e irrefutável O DIREITO LÍQUIDO E CERTO DE A IMPETRANTE VER
CONCEDIDO O BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA PLEITEADO NO NB 197.297.752-8, CASO
HAJA O PAGAMENTO DA GUIA DE INDENIZAÇÃO DO PERÍODO RURAL, uma vez que,
evidentemente, não há qualquer fundamento legal para que o Impetrado assim não considere,
caracterizando isso, portanto, clara violação também ao princípio da legalidade, além de ferir o direito
líquido e certo da Impetrante.

Ora, como houve o reconhecimento e homologação do período rural e, havendo a respectiva indenização
do período posterior a 11/1991, a Impetrante terá preenchido todos os requisitos para a concessão do
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição nos termos da regra anterior à EC 103/2019.

O Impetrado viola a legislação vigente que trata sobre a matéria, uma vez que, como se verá abaixo, tal
entendimento não possui qualquer previsão legal trazida pela Reforma Previdenciária, além de que, ao
pagar contribuições em atraso, quanto a períodos devidamente reconhecidos pelo INSS (de modo que o
referido pagamento fora por esse, então, autorizado), a Impetrante está apenas materializando um direito
que já estava incorporado ao seu patrimônio jurídico e regularizando a relação jurídico-tributária do
segurado com o sistema previdenciário.

FUNDAMENTOS:

Do cabimento: direito de ver o benefício de aposentadoria concedida mesmo mediante o pagamento da


indenização do período rural.

IV – DOS PEDIDOS “EX POSITIS”, requer:

1. A antecipação dos efeitos da sentença, pela concessão da tutela de urgência em caráter liminar, com
vistas a : a. DETERMINAR que a Autoridade Coatora compute, para todos os fins, inclusive para fins de
cumprimento de pedágio caso eventualmente necessário, o período rural a ser indenizado, tendo em vista
o vencimento das guias na data de 31/08/2021, e conceda o benefício previdenciário de aposentadoria
após o pagamento da respectiva indenização, nos termos do art. 300 e seguintes do Código de Processo
Civil, c/c art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09, sob pena de arcar com a multa diária (astreintes) de R$
1.000,00, caso haja o descumprimento da medida; b. SUCESSIVAMENTE, SUSPENDER o processo
administrativo NB 197.297.752-8, referente ao pedido administrativo de aposentadoria protocolado pela
Impetrante, até a resolução de mérito do presente Mandado de Segurança;

2. A notificação do impetrado para que, querendo, ofereça, no prazo legal, as informações que julgar
necessárias (art. 7º, I, da Lei 12.016/2009);

3. A ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, para que,
querendo, ingresse no feito (art. 7º, II, da Lei 12.016/2009);

4. A oitiva do douto representante do “Parquet”, em respeito ao disposto no art. 12, da Lei 12.016/2009;
a. Ao final, e na melhor forma de direito, requer a PROCEDÊNCIA DO PEDIDO para, no mérito
DETERMINAR que a Autoridade Coatora compute, para todos os fins, inclusive para fins de
cumprimento de pedágio caso eventualmente necessário, o período rural a ser indenizado pela Impetrante
(tempo posterior a 11/1991 – 11/1991 a 10/1996, 11/1996 a 05/2003 e 10/2003 a 10/2004 – NB
197.297.752-8), gere uma nova guia para pagamento do nominado interregno, e conceda o benefício
previdenciário de aposentadoria após o pagamento da respectiva indenização, fixando ‐se penalidade de
multa para caso de descumprimento da obrigação;

5. Tratando-se de pedido de obrigação de fazer, requer, em caso de desobediência, seja aplicada multa
diária (astreintes) no valor de R$ 1.000,00, na forma prevista nos artigos 497; 536, § 1º; 537 do Código de
Processo Civil, valor este que deverá ser revertido em favor da Impetrante;

6. A condenação do impetrado ao pagamento das eventuais despesas e custas processuais;

7. Finalmente, a concessão da assistência judiciária gratuita, em respeito ao princípio do acesso à justiça


(art. 5º, XXXV, da CF/88).

Dá‐se à causa o valor de R$ 51.250,16 (cinquenta e um mil duzentos e cinquenta reais e dezesseis
centavos).

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