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AO JUÍZO DA ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Ref. Processo n.

NOME DA CLIENTE, já qualificada nos autos, vem, com o devido acatamento


de estilo, por meio de suas advogadas, perante V. Excelência, opor

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

com efeitos infringentes, nos termos do art. 1.022, incisos I, II e III, do CPC, para que a sentença
de ID. 1814901157 seja modificada/adequada, em razão da ocorrência de omissão, pelos fatos e
fundamentos que passa a expor.

1. DA TEMPESTIVIDADE

A r. sentença, ora recorrida, foi prolatada na data de 12/10/2023, contudo, a parte


Embargante somente tomou ciência em 26/10/2023, consoante expediente disponível no sistema
PJe. Portanto, os presentes Embargos de Declaração são opostos de forma tempestiva, dentro do
prazo legal de 5 (cinco) dias, vez que o prazo se finda no dia 03/11/2023 – considerando o
feriado do dia 02/11/2023.

2. DOS FATOS

Trata-se de ação judicial em que a Embargante requer o reconhecimento como


tempo de contribuição de professora do vínculo junto à empresa xxxxx Ensino Superior, de
01/03/1995 a 20/12/2006, com a consequente concessão de aposentadoria de professora pela
regra do pedágio de 100%, com o devido pagamento dos atrasados, conforme os pedidos da
petição inicial (ID 386696943, fls. 12 e 13)

V – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, a Autora requer a procedência dos pedidos, na
forma em que segue:
(...)
3) Seja, NO MÉRITO, confirmada a tutela de urgência (ou que a
conceda, caso não tenha sido concedida initio litis) e sejam julgados
totalmente procedentes os pedidos formulados na presente ação
para:
3.1. Condenar o INSS a reconhecer como tempo de contribuição
de professora de ensino médio o período com vínculo trabalhista
na empresa xxxxx ENSINO SUPERIOR, de 01/03/1995 a
20/12/2006;
3.2. Condenar o INSS a conceder e implantar em favor da
Autora o benefício de APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO DE PROFESSORA PELA REGRA DE
TRANSIÇÃO DO PEDÁGIO DE 100%, desde a data de entrada
do requerimento (NB 57/198.446.580-2), em 03/07/2020 (DER),
sendo a RMI calculada com a exclusão dos 32 menores salários de
contribuição, conforme o art. 26, §6º da EC 103/2019;

Em 11/09/2022, a primeira sentença (ID. 506874949) julgou improcedentes os


pedidos da Embargante.

Opostos os primeiros embargos declaratórios (ID 1337726271), a segunda


sentença proferida nos autos (ID 1617277395) reconheceu a contradição apontada pela parte
Autora, vez que o objeto da presente ação é o processo administrativo de 2020 (NB 198.446.580-
2) e não os anteriores (de 2018 e 2019), mas rejeitou o pedido de que fosse considerado o
período na xxxxx Ensino Superior, de 01/03/1995 a 20/12/2006, como tempo de contribuição de
professora.

Assim, foram opostos os segundos embargos declaratórios (ID 1673131480) e a


terceira sentença proferida (ID 1814901157), ora embargada, reconheceu a omissão na decisão
recorrida, vez que deixou de considerar, em sua fundamentação, documento comprobatório do
tempo em que a Embargante laborou como professora de ensino médio na xxxxx Ensino
Superior, que foi devidamente acostado aos autos em mais de uma oportunidade.

Ocorre que a r. sentença deixou de condenar o INSS a conceder a

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aposentadoria de professora pleiteada de forma expressa pela Autora na exordial,
determinando, de forma genérica, que o INSS apenas revise a análise do benefício,
considerando o período agora incontroverso, conforme o trecho abaixo colacionado:

DISPOSITIVO
Ante o exposto, recebo e ACOLHO os embargos aclaratórios para
condenar o INSS a:
a) considerar, no cálculo do tempo de contribuição, o período
trabalhado como professora de educação básica na xxxxxx ENSINO
SUPERIOR, entre 01 de março de 1995 a 20 de dezembro de 2006,
perfazendo um total de 11 anos, 9 meses e 20 dias;
b) revisar a análise do NB 57/198.446.580-2 considerando o período
trabalhado como professora da educação básica na xxxxx ENSINO
SUPERIOR, entre 01 de março de 1995 a 20 de dezembro de 2006,
perfazendo um total de 11 anos, 9 meses e 20 dias.

Ocorre que o pedido da Embargante na petição inicial não foi a revisão da


análise do benefício, e sim a expressa concessão da aposentadoria, uma vez que,
considerando o período da xxxxxxx, a Embargante já cumpria todos os requisitos da regra
de transição do pedágio de 100% na data da DER.

Portanto, verifica-se que a r. sentença foi omissa quanto ao pedido de concessão


de aposentadoria por tempo de contribuição de professora pela regra de transição do
pedágio de 100%, devidamente formulado pela Embargante em sua peça inicial, razão pela qual
não lhe restou alternativa senão a oposição de novos embargos declaratórios para sanar tal
omissão.

3. DA OMISSÃO QUANTO AO PEDIDO DA INICIAL DE


CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PELA REGRA DO PEDÁGIO DE 100%. DO
JULGAMENTO “CITRA PETITA”.

No presente caso, a Embargante, na exordial, formulou pedido expresso em que


pugnou pela concessão da aposentadoria de professora a partir do reconhecimento do vínculo
laboral junto à empresa “xxxxxx Ensino Superior” como tempo de contribuição na função de
magistério, vez que, com isso, completaria os requisitos necessários ao deferimento do benefício.
Vejamos (ID. 386696943):

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V – DOS PEDIDOS
(...)
3.2. Condenar o INSS a conceder e implantar em favor da
Autora o benefício de APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO DE PROFESSORA PELA REGRA DE
TRANSIÇÃO DO PEDÁGIO DE 100%, desde a data de entrada
do requerimento (NB 57/198.446.580-2), em 03/07/2020 (DER),
sendo a RMI calculada com a exclusão dos 32 menores salários de
contribuição, conforme o art. 26, §6º da EC 103/2019;

Dessa forma, observa-se que a r. sentença foi, de fato, omissa em relação ao


pedido descrito acima. Com o reconhecimento do período destacado, a Embargante passou a
preencher os requisitos necessários para a aposentadoria pela regra do pedágio de 100%.

Porém, ao invés de analisar esse pedido e conceder a aposentadoria pleiteada


pela Embargante, a r. sentença determinou a realização de nova análise pelo INSS, que
deverá proceder à revisão da análise de indeferimento anteriormente realizada.

Ou seja, a despeito do pedido inicial formulado, requerendo a concessão do


benefício na DER apontada, o provimento judicial deixa a critério do servidor do INSS tal
definição, sem analisar, em concreto, se a Embargante tem ou não direito em face do que
expressamente pedido, e em qual momento.

A r. sentença, portanto, limitou-se a determinar realização de uma nova análise,


em momento posterior, acerca do eventual preenchimento dos requisitos para concessão do
benefício à Embargante, análise essa cuja incumbência designou que ficará a cargo do INSS.

Tampouco foi definida qual a modalidade de aposentadoria deverá ser concedida


em favor da parte Autora. Aliás, sequer há conclusão no sentido de realmente fazer jus a parte
Autora a qualquer uma das espécies de benefício previdenciário, bem como se, caso ela faça jus,
qual o regramento deverá ser observado em seu deferimento.

A sentença “citra petita” ou “infra petita” é aquela que não decide todos os pedidos
realizados pela parte autora, que deixa de analisar causa de pedir ou alegação de defesa do
demandado. Portanto, trata-se daquela sentença que se apresenta incompleta, não resolve todos
os pedidos formulados e decide a menos do que foi pleiteado.

A definição de tais pontos nucleares da controvérsia é necessária para que


realmente ocorra a entrega da prestação jurisdicional, sob pena de estar incorrendo em um

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non liquet parcial, por meio de um julgado repleto de indefinições.

Trata-se de questão de direito fundamental para que a controvérsia posta seja


realmente resolvida.

O que deve ser relegado para eventual fase de liquidação ou cumprimento de


sentença é a apuração do “quantum” a ser pago. Em outras palavras, é necessária a definição dos
limites da procedência, ou da parcial procedência do pedido, a fim de imprimirem-se os critérios
norteadores para as fases executivas do processo.

Dessa forma, conclui-se que o pedido principal da parte Autora, o de concessão


de aposentadoria, não foi devidamente analisado pela sentença, considerando que seu
comando está destituído de delimitações precisas e necessárias para que seja alcançada sua
eficácia declaratória, não vinculada a eventos futuros e incertos.

Neste cenário, tem-se caracterizada a sentença em que ausentes os elementos e


efeitos de que trata o Código de Processo Civil, que assim prevê:

Art. 490, CPC. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no


todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
[...]
Art. 492, CPC. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da
pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em
objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação
jurídica condicional.

A r. sentença, portanto, se reveste de nulidade, considerando-se os vícios ora


verificados, sendo necessária a prolação de nova decisão, despida de tais máculas.

A propósito, seguem ementas de recentes precedentes que concluíram pela


nulidade da sentença em casos similares, considerando-se a prolação de decisão “citra petita”:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO


CITRA PETITA. OCORRÊNCIA. NULIDADE DA SENTENÇA.
RETORNO DOS AUTOS À CORTE DE ORIGEM. 1. É citra petita a
sentença que, após analisar o pedido de acréscimo de tempo de
contribuição, emite ordem genérica de concessão de benefício, sem
verificar a efetiva implementação dos respectivos requisitos e fixar
balizas mínimas para o cumprimento da decisão por parte do
INSS. 2. A sentença proferida citra petita padece de error in

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procedendo. Se não suprida a falha mediante embargos de
declaração, o caso é de anulação pelo tribunal, com devolução ao
órgão a quo, para novo pronunciamento. Precedentes. 3. Sentença
anulada para que os autos retornem à origem com vistas à plena
apreciação do pedido veiculado nos autos. 4. Apelação prejudicada.
(TRF4, AC 5014707-13.2018.4.04.7208, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator CELSO KIPPER, juntado aos autos
em 24/05/2022) [grifos nossos].

PREVIDENCIÁRIO. SENTENÇA CITRA PETITA. NULIDADE.


1. É nula a sentença citra petita que reconhece o direito da parte
autora ao benefício mais vantajoso, sem, no entanto, determinar a
sua espécie, seu termo inicial e sua forma de cálculo, condicionando
sua eficácia à verificação, a posteriori, por parte do INSS, quanto
ao momento do implemento dos requisitos. Afronta aos artigos 141,
490 e 492 do CPC. 2. Sentença anulada para que os autos retornem à
origem com vistas à plena apreciação do pedido veiculado nos autos.
(TRF4, AC 5003402-61.2020.4.04.7208, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ,
juntado aos autos em 12/04/2022) [grifo nosso].

PREVIDENCIÁRIO. SENTENÇA CITRA PETITA. NULIDADE.


RECONHECIMENTO. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM.
DETERMINAÇÃO. Verificado o error in procedendo da sentença,
que não realizou a entrega da prestação jurisdicional,
considerando-se o pedido formulado pelo autor nesta demanda,
tem-se presente a hipótese de decisão citra petita, inquinada de
nulidade, revelando-se necessário novo pronunciamento judicial
pela instância a quo, impondo-se, para tanto, a remessa dos autos à
origem para a prolação de uma nova sentença.
(TRF4, AC 5008187-37.2018.4.04.7208, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ,
juntado aos autos em 12/04/2022) [grifos nossos].

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. SENTENÇA CITRA PETITA. NULIDADE. 1. É
nula a sentença citra petita que reconhece tempo rural em favor da parte
autora e declara o direito ao benefício, mas deixa de determinar o seu
termo inicial (se na DER ou na DER reafirmada) e a sua forma de
cálculo, condicionando sua eficácia à verificação, a posteriori, por
parte do INSS, quanto ao momento do implemento dos requisitos.
Afronta aos artigos 141, 490 e 492 do CPC. 2. Sentença anulada para
que os autos retornem à origem com vistas à plena apreciação do
pedido veiculado nos autos. 3. Apelação provida.
(TRF4, AC 5004652-53.2020.4.04.7201, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ,

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juntado aos autos em 26/07/2021) [grifo nosso].

PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO PELA CONCESSÃO DO


BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. SENTENÇA CONCEDEU O BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL. LEI Nº 8.742/93. PORTADOR DE DEFICIÊNCIA
INCAPACITANTE PARA A VIDA INDEPENDENTE. PRINCÍPIO
DA CONGRUÊNCIA. AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE O
PEDIDO/CAUSA DE PEDIR E O PROVIMENTO JUDICIAL.
APELAÇÃO DO INSS PROVIDA PARA ANULAR
A SENTENÇA. PREJUDICADO O RECURSO DA PARTE
AUTORA. 1. O requerimento administrativo, bem como a petição
inicial foi pela concessão do
benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, não existindo
justificativa nos autos para a concessão de benefício de amparo social.
2. Sobre o princípio da congruência, segundo entendimento
jurisprudencial do egrégio Superior Tribunal de Justiça, deve
haver necessária correlação entre o pedido/causa de pedir e o
provimento judicial (artigos 141 e 492 do Código de Processo
Civil), sob pena de nulidade por julgamento citra, extra ou
ultra petita. 3. Apelação do INSS provida para anular
a sentença, determinando o retorno dos autos ao Juízo de origem para
regular instrução e julgamento do feito. Prejudicada a análise do
recurso da parte autora.
(Apelação Cível nº 0021583-94.2018.4.01.9199, Relator:
Desembargador Federal César Jatahy, TRF 1ª Região, Segunda Turma,
data do julgamento: 29/09/2021, data da publicação: 06/10/2021) [grifo
nosso].

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. SENTENÇA "CITRA


PETITA". ANULAÇÃO. Os decisórios proferidos em desacordo
com o princípio do dispositivo - vale dizer, citra, extra ou ultra
petita - traduzem error in procedendo, constituindo questão de
ordem pública, sanável em qualquer instância processual, passível,
portanto, de anulação da sentença.
(TRF4 5053484-70.2017.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO
BATISTA PINTO SILVEIRA, 26/02/2018) [grifo nosso].

Desse modo, havendo pedido expresso da parte Autora, na inicial, pela concessão
da aposentadoria por tempo de contribuição de professora e anexado aos autos o processo
administrativo do benefício requerido perante o INSS, deve o juízo se pronunciar a respeito.

Assim, uma vez verificado o apontado “error in procedendo” em que incorreu a r.


sentença, é necessário novo pronunciamento judicial por parte deste Juízo, com a devida análise
do direito da parte Autora e sobre o preenchimento de seus respectivos requisitos para a

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implantação da aposentadoria por tempo de contribuição de professora, nos termos em que
requerida.

4. DO PEDIDO NÃO ANALISADO. DO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS


DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DE PROFESSORA PELA
REGRA DE TRANSIÇÃO DO PEDÁGIO DE 100%

A entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 103/2019 (Reforma da Previdência)


trouxe diversas regras de transição para concessão de aposentadoria aos segurados já filiados ao
RGPS na data da sua entrada em vigor.

O art. 20 da EC n. 103/2019 trouxe a regra do pedágio de 100% para professores,


cujos requisitos para as mulheres são de 52 anos de idade, 25 anos de tempo de contribuição e um
pedágio adicional de 100% do tempo que faltaria para atingir os 25 anos de contribuição na data da
entrada em vigor da EC n. 103/2019:

Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado


ao Regime Geral de Previdência Social ou ingressado no serviço
público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional poderá aposentar-se voluntariamente quando preencher,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta)
anos de idade, se homem;
II – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco)
anos de contribuição, se homem;
III – para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no
serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a
aposentadoria;
IV – período adicional de contribuição correspondente ao tempo que,
na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para
atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II.
§ 1º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos os
sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5
(cinco) anos.

Portanto, são exigidos três requisitos para o enquadramento das professoras na regra
de transição do pedágio de 100%, quais sejam:

1) idade mínima de 52 anos de idade;

2) tempo de contribuição mínimo de 25 anos; e

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3) cumprir pedágio adicional correspondente ao período que faltaria
para atingir o tempo mínimo de contribuição do item 2 na data da EC
103/2019.

No caso em tela, na DER, a Autora já contava com mais de 52 anos de idade,


preenchendo o requisito etário estabelecido pelo art. 20 da EC 103/2019.

Ademais, considerando o período da xxxxxx, a Autora possuía um total de 27 anos


e 20 dias de tempo de contribuição como professora na data da entrada em vigor da EC n.
103/2019, conforme planilha de tempo de contribuição em anexo, de sorte que não há pedágio a ser
cumprido, vez que já preenchia o tempo de contribuição acima do mínimo legal de 25 anos, exigido
pelo art. 20, IV, da EC 103/2019, conforme cálculos e planilhas da exordial (ID 386696941).

Assim, cumprindo os requisitos exigidos em lei, tempo de contribuição, pedágio e


idade, a Autora adquiriu o direito à aposentadoria pela regra de transição do pedágio de 100% para
professora, devendo o cálculo ser realizado conforme o art. 26, §3º, I da EC 103/2019.

5. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, REQUER o recebimento e o acolhimento dos presentes


embargos, sendo adotados os efeitos modificativos dos Embargos Declaratórios, para sanar a
omissão constante na r. decisum e proceder à análise dos pedidos de mérito da inicial que não
foram analisados nas r. sentenças, quais sejam:

1) Sejam julgados totalmente procedentes os pedidos formulados na presente


ação para condenar o INSS a conceder e implantar em favor da Autora o benefício de
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DE PROFESSORA PELA
REGRA DE TRANSIÇÃO DO PEDÁGIO DE 100%, desde a data de entrada do
requerimento (NB 57/198.446.580-2), em 03/07/2020 (DER), com implantação imediata do
benefício, vez que, considerando o período reconhecido judicialmente, a Embargante cumpre os
requisitos da referida regra;

2) Condenar o INSS ao pagamento de todas as parcelas vencidas desde a data


da DER, bem como ao pagamento das parcelas vincendas, devendo todos os valores serem
monetariamente corrigidos, inclusive acrescidos dos juros moratórios a contar da citação
(Súmula 204/STJ), incidentes até a data do efetivo pagamento, respeitando-se a prescrição
quinquenal;

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3) Alternativamente, requer seja oportunizado à Autora a REAFIRMAÇÃO
DA DER, nos termos do artigo 690 da IN 77/2015 e art. 577 da IN 128/2022, para quando
completar o tempo para aposentadoria por tempo de contribuição de professora pela regra de
transição do pedágio de 100%, na hipótese dos requisitos para a referida aposentadoria vierem a
ser integralmente cumpridos no curso do presente processo.

4) Seja concedida a TUTELA DE URGÊNCIA e determinada a implantação


imediata do benefício de aposentadoria.

Nestes termos, pede deferimento.

Brasília, 3 de novembro de 2023.

Advogado
OAB

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