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Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
2 MODALIDADES TÍPICAS
3 SUJEITOS DO DELITO
3 Ver nas questões relevantes o item 11.5 que trata a respeito da bilateralidade do crime de
concussão.
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ativo, podendo ser unilateral, isto é, pode ser que o terceiro não aceite a
solicitação que lhe foi feita. Como forma de ser praticada a solicitação pode
ser expressa, velada, insinuada e etc.
Conforme Guilherme Nucci (2009, p. 1002) afirma, o ato de
recebimento pressupõe necessariamente um delito bilateral, vez que depende
da conduta do corruptor (agente do delito de corrupção ativa). A não
identificação do autor que entrega ou dá a vantagem ao funcionário público,
não impede a punição do corrupto, mas é consequência natural do
julgamento, a absolvição do “corruptor” vir seguida da absolvição do
“corrupto”.
Mister se faz salientar que o funcionário público precisa agir no
exercício ou em razão da função, independentemente de estar
temporariamente fora dela ou antes do início do seu exercício. Em resumo: o
agente não precisa estar no exercício efetivo da função pública, sendo
apenas necessário que haja em razão dela, isto é, desde que ele já possua a
condição (não importa se está de férias, licenciado ou ainda não ter iniciado
o exercício).
A doutrina apresenta duas classificações de corrupção passiva.
Na primeira classificação, a corrupção pode ser: a própria e a
imprópria. Na corrupção própria, o ato que o funcionário público realizará,
retardará ou deixará de fazer é ilícito ou contrário aos atos permitidos para a
função exercida, ou seja, é vedado pela legislação. Já na corrupção
imprópria, o ato funcional é permitido, o que o agente faz é beneficiar
indevidamente o particular. Vamos aos exemplos: o agente que solicita
vantagem para destruir documentos importantes em poder da
administração, pratica corrupção passiva própria, pois nenhum servidor
pode destruir documentos sem autorização expressa em lei ou pela
autoridade competente. Quando o agente solicita vantagem para acelerar a
expedição de um documento que deverá ser emitido, realiza corrupção
passiva imprópria, visto que o ato era permitido, mas a expedição rápida
privilegiou o agente em detrimento dos demais administrados. Damásio
(2013, p. 207) afirma que em ambas as modalidades “deve haver nexo de
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7 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
8 CLASSIFICAÇÃO
9 MODALIDADES DERIVADAS
11 QUESTÕES RELEVANTES
“(...), que nem toda dádiva ou presente importa em corrupção. Assim, como não é
aceitável que alguém presenteie, por exemplo, um! magistrado com um apartamento ou um
automóvel de luxo, não se pode pensar em corrupção com uma garrafa de vinho ou uma cesta
de Natal, tão comum na comunidade cristã no mundo inteiro.
(...)
Pode-se acrescentar, v. g., que eventual "mistura" do próprio dinheiro do
funcionário público com o da administração, para facilitar o troco, por exemplo, não configura,
por si só, crime algum. No mesmo sentido, destaca Paulo José da Costa Jr., discorrendo sobre
o crime de peculato, que tampouco configura conduta punível "quando o funcionário tiver
necessidade de valer-se de pequenas quantias do dinheiro público recebido, para enfrentar
despesas de manutenção ou de condução, quando a serviço do Estado, das quais
posteriormente deverá ser reembolsado. Ou por haver esquecido em casa o próprio dinheiro".
Algo semelhante ocorre, por exemplo, com as despesas indenizatórias que devem
ser repassadas aos oficiais de justiça, de todo o Brasil, alguns estatizados, outros não, que
despendem de recursos pessoais para realizar suas diligências, ao quais, necessariamente,
devem ser repostos pelas partes. Nesse sentido, destaca Fernando Capez: "Tratando-se de
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mero pedido de reembolso de quantia que não exceda o que foi despendido pelo servidor para
a realização da diligência, como, por exemplo, reposição de verba gasta com combustível, não
se caracteriza o crime de corrupção passiva. É certo que tal pagamento é indevido, na medida
em que tais despesas não podem ser pagas diretamente ao funcionário público, mas sempre
por meio de guias, cujo recolhimento é feito em bancos oficiais. Entretanto, não se pode falar
em 'vantagem', pois houve mero reembolso, sem qualquer lucro para o agente público. Não se
caracteriza, portanto, a elementar vantagem indevida, mas apenas ressarcimento irregular"19.
Realmente, nessa hipótese, nem se pode falar em "vantagem", muito menos em "vantagem
indevida", pois se vantagem fosse não seria "indevida", na medida em que reembolsar
despesas realizadas jamais representará vantagem, e sem a presença dessa elementar
normativa não se pode falar em corrupção, ativa ou passiva; ademais, o reembolso além de
não configurar vantagem, é devido, mesmo que o procedimento adotado possa,
eventualmente, ser equivocado, podendo, no máximo, caracterizar simples irregularidade
administrativa, sem qualquer conotação penal. Nessa linha, Saio de Carvalho e Alexandre
Wunderlich, em memorável arrazoado forense, demonstram que "A jurisprudência é ciente de
que a estrutura de organização judiciária no Brasil padece do sério problema da falta de
verba oficial para que se cumpram os mandados judiciais. De igual forma, é nítido, na esfera
civil, que as despesas devem ser pagas pelo interessado, quer adiantando as quantias
presumivelmente necessárias, quer, como ocorreu, reembolsando os serventuários pelas
despesas. Assim, a norma processual civil descaracteriza hipótese de crime quando a parte
arca com as despesas para o cumprimento dos mandados judiciais".
Para concluir, a tipicidade penal exige uma ofensa de alguma gravidade
aos bens jurídicos protegidos, pois nem sempre qualquer ofensa a esses bens ou
interesses é suficiente para configurar o injusto típico. Segundo o princípio da
insignificância, é imperativa uma efetiva proporcionalidade entre a gravidade da
conduta que se pretende punir e a drasticidade da intervenção estatal. Amiúde,
condutas que se amoldam a determinado tipo penal, sob o ponto de vista formal, não
apresentam nenhuma relevância material. Nessas circunstâncias, pode-se afastar
liminarmente a tipicidade penal porque em verdade o bem jurídico não chegou a ser
lesado, como ocorre nas hipóteses que examinamos neste tópico”.
razões dogmáticas, mas, certamente, não optou pelas teorias pluralística ou dualística, como
acabamos de demonstrar, considerando-se a concepção que cada uma encerra: aquela
(pluralística) exige a presença de "participantes" no mesmo fato delituoso, convergindo a
participação de cada concorrente — que não constitui atividade autônoma, mas uma ação
única — para um objetivo e resultado comuns; esta (dualística) classifica dois crimes, um para
os coautores, outro para os partícipes, considerados com o fatos principais e secundários,
respectivamente.
Esses aspectos — "participantes" do mesmo fato e "convergência" para um objetivo
e resultado comuns, exigidos pela teoria pluralística — não existem no crime de corrupção e
não são suas elementares nas modalidades de solicitar (passiva) e oferecer (ativa), que se
consumam com a simples "atividade", independentemente de qualquer vínculo subjetivo entre
os "atores" da infração delitiva. Aliás, o afastamento da necessidade da bilateralida.de no
crime de corrupção, nas modalidades referidas, deve-se exatamente à inexistência de
"participação", do corruptor na solicitação do corrupto, ou do corrupto na oferta do corruptor,
para a consumação do crime nessas modalidades, prescindindo exatamente do vínculo
subjetivo entre corruptor e corrompido, que é indispensável nas teorias pluralística e
dualística, afora o fato de que tais teorias orientam-se ao concurso eventual de pessoas e não
ao concurso necessário ou plurissubjetivo.
Por outro lado, para a teoria dualística há dois crimes: um para os autores, e outro
para os partícipes, todos integrando o plano criminoso, que não dispensa, por óbvio, o vínculo
subjetivo entre todos. Em síntese, indiferentemente da teoria que se adote — pluralística,
dualística ou monística —, é indispensável um liame psicológico entre os vários participantes
de uma infração penal, ou seja, a consciência de que participam de uma obra comum. A
ausência desse elemento psicológico desna-tura o concurso de pessoas, surgindo aí condutas
isoladas e autônomas.
É fácil concluir, portanto, que o tratamento dado à corrupção, ativa e passiva,
como crimes autônomos, não tem seu fundamento nas denominadas teorias dualística ou
pluralística, pois, basicamente, lhe é irrelevante o vínculo subjetivo entre corruptor e
corrompido. Aliás, pelo contrário, distingue modalidades de corrupção quando praticadas com
ou sem adesão de vontades entre corrompido e corruptor: a) "sem adesão de vontades" entre
ambos, o infrator responde, individualmente, pelo crime que cometer (solicitar ou oferecer),
como um autêntico crime unissubjetivo, corretamente, diga-se de passagem, pois constituiria
responsabilidade objetiva criminalizar a quem não quis concorrer para o crime; b) com "adesão
de vontades" (receber ou aceitar), ao contrário, configura crime de concurso necessário, mas
cada um responde pela violação que praticou, surgindo aqui, nessa modalidade, uma espécie
de exceção à teoria monística, mas de uma forma sui generis, ou seja, a responsabilidade
individual de corrompido e corruptor não se fundamenta na distinção do bem jurídico lesado
ou mesmo da conduta praticada por um e outro, mas exclusivamente na distinção dos seguin-
tes aspectos: a) de objetivos — um quer dar e outro quer receber; b) na natureza da infração
praticada: crime próprio do corrompido (funcionário público, contra a administração em geral),
101
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa
2 MODALIDADE TÍPICA
3 SUJEITOS DO DELITO
5 Salvo na forma omissiva própria, pois delitos desta natureza não admitem coautoria,
apenas a participação.
6 Nas formas omissivas próprias, o delito admite apenas a participação. Se a conduta for
praticada por mais de um agente, eles responderão individualmente por suas omissões.
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7 Em relação aos atos de retardar e deixar de praticar, Bitencourt (2013, p. 135) cita
considerações relevantes de Luiz Regis Prado em que é possível o agente agir através do
denominado “obstrucionismo”: “Convém destacar, porém, que, tanto numa hipótese quanto
noutra, o ato de que se trata deve ser legítimo. Concordamos com a orientação adotada por
Regis Prado, quando afirma que ‘a omissão pode também ser perpetrada através do
obstrucionismo, em que o agente, sob o argumento de que deve obedecer rigorosamente ao
regulamento ou instrução, retarda ou deixa de praticar o ato, maliciosamente, invocando, por
conseguinte, pretextos normativos, com o deliberado propósito de omitir-se na realização do
ato de ofício, sabendo previamente que a interpretação da norma regulamentadora permitiria
a feitura do ato omitido ou retardado’”.
8 Ressaltamos que o crime de prevaricação só ocorre quando o agente realiza, retarda ou
deixa de praticar o ato de forma arbitrária. A discricionariedade do ato definida pela lei,
afasta a conduta de prevaricar: “’Ato discricionário – na definição de Hely Lopes Meirelles –
não se confunde com ato arbitrário. Discrição e arbítrio são conceitos inteiramente diversos.
110
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela
Lei nº 11.719, de 2008). I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
O tipo do art. 319 pode ser realizado com dolo genérico e direto.
É importante se lembrar que é exigido do agente que ele tenha o
conhecimento da ilegalidade de sua conduta (omissiva ou comissiva), ou
seja, que ela saiba ser indevida ou contra disposição em lei.
Além do dolo genérico, o tipo também prevê que o sujeito ativo atue
com um elemento subjetivo específico ou fim especial de agir expresso nas
elementares “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Como
Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais; arbítrio é a ação contrária ou
excedente da lei. Ato discricionário, portanto, quando permitido pelo Direito, é legal e válido;
ato arbitrário é, sempre e sempre, ilegítimo e inválido’”. (Bitencourt, 2013, p. 136). A respeito
da atipicidade do ato administrativo discricionário quando praticado nos limites legais,
Mirabete (2013, p. 309) traz uma série de exemplos: “Não há que se falar em ato ilegítimo
quando o funcionário tem certa disposição na escolha da conduta a tomar. Não se reconheceu
o ilícito no ato do prefeito municipal que sancionou e promulgou lei de iniciativa da Câmara e
unanimemente aprovada, ainda que o fato pudesse ferir, eventualmente, interesse de
adversário político; na omissão de delegado de polícia que deixou de instaurar processo
policial judicialiforme ou inquérito de crime culposo, nos termos da revogada Lei n. 4.611, de
2-4-1965, alegando falta de elementos de convicção; e no acolhimento pela autoridade policial
de versão mais verossímil entre as que lhe são apresentadas, para decidir sobre a lavratura
de auto de flagrante”
9 No mesmo sentido, Bitencourt (2013, p. 140): “E, mais que isso, e com absoluto acerto, o
STF destacou em outra oportunidade que a denúncia – peça inicial da ação penal – precisa
indicar qual a ação ou omissão praticada pelo funcionário, e sua natureza, isto é, ‘se a
conduta foi por interesse ou sentimento pessoal, pois são elementos necessários à
configuração do delito do art. 319’”.
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6 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
7 CLASSIFICAÇÃO
9 QUESTÕES RELEVANTES
pública, na forma da interpretação que vem sendo dada ao assunto pelo egrégio STJ (art. 2º
da Lei 9.452/97). IV - É admissível, em tese, a ocorrência de crime de prevaricação (art. 319
do CP), quando o servidor ou o agente público retarda injustificadamente a adoção das
providências a seu cargo, sendo indispensável, porém, para a configuração do delito, o
especial interesse de agir, consubstanciado na satisfação de interesse ou sentimento pessoal.
V - Denúncia acolhida em parte. (INQ 2008.01.00.061931-0/MA; INQUERITO. Rel.
DESEMBARGADORA FEDERAL ASSUSETE MAGALHÃES. e-DJF1 p.1250 de 29/06/2009.
Data da Decisão: 10/06/2009. Decisão: A Seção recebeu em parte a denúncia, à
unanimidade).
2 MODALIDADE TÍPICA
3 SUJEITOS DO DELITO
O tipo penal foi mal redigido, pois há expressa menção ao diretor de penitenciária
e/ou agente público, o que era desnecessário inteiramente. Nessas funções, são eles (diretor e
qualquer outro agente), para fins penais, funcionários públicos. Outro ponto a merecer crítica é
a inserção das conjunções “e/ou”, configurando lamentável forma de redação (bastaria, para
o caso, a referência a “ou”). Obviamente que o diretor do presídio pode responder, em concurso
de pessoas, com o agente penitenciário se ambos permitirem o acesso do preso ao celular. E
pode responder somente o diretor ou somente o agente penitenciário, a depender das provas
que apontem responsabilidade e o dolo de cada um deles.
6 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
7 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
8 MODALIDADES DERIVADAS
10 QUESTÕES RELEVANTES
“Não há, nessa nova figura, convém que se destaque, a violação dolosa do dever
de ofício, em prol de interesses subalternos (interesses ou sentimentos pessoais) do sujeito
ativo, denegrindo a função ou cargo que exerce, ao contrário do que ocorre no crime de
prevaricação (art. 319). Não há, enfim, procedimento que ofende e degrada o interesse da
Administração Pública, que deveria ser o bem jurídico protegido, pois o funcionário não é
impedido por objetivos ou sentimentos pessoais, contrariando os deveres que são inerentes ao
cargo e à função. A eventual omissão, nessa hipótese, estaria mais bem localizada, a nosso
juízo, no plano administrativo, como falta funcional, onde encontraria solução mais adequada,
em um Estado Democrático de Direito.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído
pela Lei nº 11.466, de 2007)
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11 JURISPRUDÊNCIA
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do
cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
2 MODALIDADE TÍPICA
3 SUJEITOS DO DELITO
6 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
público: “Por isso, ficam de fora do âmbito do tipo penal mesmo as faltas disciplinares que
importam em demissão do cargo, como a de procedimento irregular ou incontinência pública e
escandalosa, vício de jogos proibidos e embriaguez, que não se relacionam com o cargo”.
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que cometeu infração no exercício do cargo, ou mesmo quando o funcionário não tiver
competência para tanto, para que leve o fato ao conhecimento da autoridade competente.
Contudo, o art. 143 da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispôs sobre o regime
jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas
federais, nos auxilia na interpretação do art. 320 do Código Penal, dizendo:
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidades no serviço
público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar, assegurada ao advogado de ampla defesa. (grifo
nosso)
Dessa forma, assim que tomar conhecimento da infração, a autoridade competente
deverá instaurar a sindicância ou o procedimento administrativo disciplinar; da mesma forma,
o funcionário que não tiver competência para tanto deverá, imediatamente, levar os fatos ao
conhecimento da autoridade competente, para que sejam tomadas aquelas providências.
7 CLASSIFICAÇÃO
9 QUESTÕES RELEVANTES
1.988, JA QUE NÃO EDITADA AINDA A LEI COMPLEMENTAR QUE O REGULARA, PODE O
ORGÃO DO MINISTERIO PUBLICO, FUNDADO NA LEGISLAÇÃO PRE-EXISTENTE
RECEPCIONADA PELA NOVEL CARTA POLITICA, REQUISITAR A INSTAURAÇÃO DE
INQUERITO POLICIAL (CPP, ART. 5, II). 2. O DELEGADO DE POLICIA, AO PRESIDIR
INQUERITO, PARA APURAÇÃO DE ILICITO PENAL, ATUA COMO ORGÃO DE POLICIA
JUDICIARIA, ESTANDO, PORTANTO, INFENSO AS NORMAS ADMINISTRATIVAS QUE
REGULAM A DISCIPLINA E HIERARQUIA DA POLICIA FEDERAL. ASSIM, INEXISTE
IMPEDIMENTO LEGAL A DESIGNAÇÃO DE AUTORIDADE POLICIAL FUNCIONALMENTE
SUBORDINADA AOS INVESTIGANDOS PARA A APURAÇÃO DE EVENTUAIS DELITOS DE
NATUREZA PENAL POR ESTES COMETIDOS. 3. CRITICAS GENERICAS FEITAS POR
SUPERIOR HIERARQUICO E AO FUNCIONAMENTO DO ORGÃO QUE DIRIGE NÃO
CONSUBSTANCIAM, MESMO EM TESE O RECONHECIMENTO DE CRIME DE PREVARICAÇÃO
EM RELAÇÃO AOS SEUS SUBORDINADOS, O QUE CONSEQUENTEMENTE, AFASTA A
POSSIBILIDADE DE VIR ESSE SUPERIOR HIERARQUICO A SER RESPONSABILIZADO PELA
PRATICA DO CRIME DE CONDESCENDENCIA CRIMINOSA, JA QUE A TIPIFICAÇÃO DESTE
DELITO DEPENDE NECESSARIAMENTE DA CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE PREVARICAÇÃO
PRATICADO PELO SUBORDINADO HIERARQUICO. CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA
CONCESSIVA DE HABEAS CORPUS. IMPROVIMENTO DA REMESSA EX-OFFICIO.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade
de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a
pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena
correspondente à violência.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
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