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CONTRA
ADMINSTRAÇ
ÃO PÚBLICA
PROF.: LISDEILI NOBRE
REDE UNIFTC
PECULATO
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio:
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato Culposo
O objeto jurídico é a
Administração Pública
(nos enfoques
patrimonial e moral).
Classificação
É o DOLO.
Não se exige elemento subjetivo
específico, nem se pune a forma culposa.
Objetos material e jurídico
• O objeto material é a verba ou a renda pública. O objeto jurídico é a
Administração Pública, em seus interesses patrimonial e moral.
CLASSIFICAÇÃO
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida:
Excesso de Exação
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Quanto aos modos de atuação, é possível a configuração do delito caso o agente atue
diretamente (sem rodeios e pessoalmente) ou fazendo sua exigência de modo indireto
(disfarçado ou camuflado ou por interposta pessoa).
Quanto ao conceito de vantagem indevida, pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou
benefício ilícito, ou seja, contrário ao direito, ainda que ofensivo apenas aos bons
costumes.
O tipo é explícito ao exigir que o agente se valha de sua função para demandar a
vantagem indevida. Pode ele se encontrar fora da função (suspenso ou de licença),
não ter, ainda, assumido suas atividades (nomeado, mas não empossado) ou já
estar em pleno desenvolvimento de sua função. Entretanto, em qualquer caso, é
indispensável que reclame a vantagem invocando sua atividade profissional.
SUJEITOS ATIVO E PASSIVO
O sujeito ativo é somente o funcionário público.
Unissubsistente
Instantâneo Dano Unissubjetivo ou
plurissubsistente
Excesso de exação
No § 1º, encontra-se o crime de excesso de exação, visto que este último termo significa a cobrança
pontual de tributos. Portanto, o que este tipo penal tem por fim punir não é a exação em si mesma,
mas o seu excesso, sabido que o abuso de direito é considerado ilícito.
Assim, quando o funcionário cobra tributo além da quantia efetivamente devida, comete o excesso
de exação.
Há duas formas para compor o excesso de exação:
a) exigir (demandar, ordenar) o pagamento de tributo ou contribuição social indevidos;
b) empregar (dar emprego ou usar) meio vexatório na cobrança. Tributo é um pagamento em
dinheiro referente aos custos representados pela administração pública. São espécies de tributos:
impostos, taxas e contribuições de melhoria. O termo indevido evidencia que o tributo ou a
contribuição social cobrados hão de ser impróprios, vale dizer, de exigência ilícita, seja porque a lei
não autoriza que o Estado os cobre, seja porque o contribuinte já os pagou, seja, ainda, porque
estão sendo demandados em valor acima do correto. Sob outro prisma, ainda pertencente ao
excesso de exação, há o meio vexatório ou gravoso.
Meio vexatório
Meio vexatório é o que causa vergonha ou ultraje; gravoso é o meio oneroso ou opressor.
É natural que o Estado não possa aceitar – nem fazer – uma cobrança vexatória ou gravosa,
parecendo supérfluo mencionar, na parte final do tipo, a expressão “que a lei não autoriza”.
Seria inconstitucional se o fizesse, isto é, se lei autorizasse vexar ou oprimir o contribuinte.
Entretanto, foi melhor constar, a fim de não autorizar o entendimento de que o vexame ou
o gravame seriam analisados do ponto de vista de quem contribui. Em verdade, verifica-se
se o tributo ou a contribuição estão sendo corretamente cobrados de acordo com a lei,
ainda que possa parecer a quem paga gravoso demais, por exemplo. Trata-se de norma
penal em branco, pois é preciso consultar os meios de cobrança de tributos e
contribuições, instituídos em lei específica, para apurar se está havendo excesso de exação.
Excesso de exação qualificado
Quando o funcionário desviar (alterar o destino original) para si
ou para outrem o que recebeu indevidamente (aceitar em
pagamento sem previsão legal), pratica a figura qualificada do
delito previsto no § 2º. O recolhimento, apesar de indevido,
destina-se, sempre, aos cofres públicos, uma vez que se trata de
exação (cobrança de impostos).