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Corrupção passiva
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Características:
Admite tentativa.
Crime formal.
Regra adotada pelo Código Penal no concurso de pessoas: Teoria monista ou unitária
CP, Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.
Exceção pluralística: Os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa são uma exceção
pluralística à teoria monista. Não haverá concurso de pessoas, os tipos penais são distintos.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art.
334):
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de três meses
a um ano, e multa. → todos os institutos da Lei n. 9.099.
Retardar e deixar de praticar – crimes omissivos próprios. Em omissão não é admitido tentativa.
Praticar – crime comissivo. Admite tentativa.
Ato ofício – todo e qualquer ato de competência ou atribuição da função ou cargo público.
Interesse – qualquer proveito ou vantagem indevida.
Sentimento pessoal – amor, ódio, vingança, ciúme.
Obs.: No crime de corrupção passiva há o envolvimento de um terceiro.
A prevaricação é um crime que somente pode ser cometido com dolo específico. Crime formal, de
ação penal pública incondicionada, crime de mão própria (a conduta não pode ser delegada a
terceiro).
Curiosidades!!!
Quando o ato omitido ou retardado não é de competência do funcionário público...
Ato de ofício não praticado por mera desídia (preguiça), uma vez que não representa, por si só,
uma satisfação de interesse ou sentimento pessoal (STJ, HC 390950/SP, julgado em 16/05/2017).
Qual crime comete o funcionário público que descumpre ordem ou mandado judicial?
Condescendência criminosa
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento
da autoridade competente: Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Obs.: a condescendência criminosa só pode ocorrer no âmbito de uma infração praticada pelo
subordinado, no âmbito da Administração Pública, no exercício do seu cargo.
Violência arbitrária
Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena – detenção, de
seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
Lei n. 13.869/2019 Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou
redução de sua capacidade de resistência, a:
I – exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
Portanto, se houver uma violência arbitrária com essas finalidades, haverá abuso de autoridade.
Entretanto, tratando-se de uma mera violência arbitrária sem que tenha uma dessas finalidades,
aplica-se o art. 322 do Código Penal.