Você está na página 1de 49

Sejam Muito Bem vind@s

Nossa Aula já vai começar

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


NATÁLIA BARROCA – PENAL ESPECIAL
ATENÇÃO

O CONTEÚDO AUDIOVISUAL A SEGUIR É PARA USO EXCLUSIVAMENTE


ACADÊMICO E ESTÁ PROTEGIDO PELAS LEIS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL,
SENDO VEDADA SUA CESSÃO OU OUTRA FORMA DE UTILIZAÇÃO NÃO
AUTORIZADA, DO TODO OU DE QUALQUER PARTE
Algumas informações
• Ao entrar desative som e interrompa o vídeo,
sem o vídeo pode ficar melhor sua conexão.

• Para interagir com áudio levante a mão – na parte


inferior do ícone participantes – e espere o professor
indicar sua participação.

• Você também pode reagir no ícone Reações

• Você também pode fazer perguntas e interagir


no ícone bate-papo.
PARTE ESPECIAL – CRIMES EM ESPÉCIE

Crimes contra a
Administração Pública
CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS DOS CRIMES PRATICADOS POR
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARTICULAR CONTRA A
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Arts. 312 ao 327 Arts. 328 ao 337-A
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II-A DISPOSIÇÕES
DOS CRIMES CONTRA A
(Incluído pela Lei nº FINAIS
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
10.467, de 11.6.2002) Arts. 360 e 361
Arts. 338 ao 359
DOS CRIMES PRATICADOS
POR PARTICULAR CONTRA CAPÍTULO IV
A ADMINISTRAÇÃO DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
PÚBLICA ESTRANGEIRA (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Arts. 337-B ao 337-D Arts. 359-A ao 359-H
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
Espécies de PECULATO DEFINIÇÃO
Peculato próprio Peculato apropriação: “Apropriar-se o funcionário público de
(art.312, caput) dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo”
Peculato desvio: “ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”
Peculato Impróprio Peculato furto: “§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona
a qualidade de funcionário”
Peculato culposo “§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
outrem”
Atenção: em razão da pena, é infração de menor potencial
ofensivo
Espécies de PECULATO DEFINIÇÃO
Peculato Estelionato “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
(art. 313) exercício do cargo, recebeu por erro de outrem”
Peculato Eletrônico “Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
(art. 313-A) dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano”
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta

Peculato mediante erro de outrem


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Objeto jurídico: tutela da Administração Pública; bens jurídicos
patrimoniais públicos ou particulares

Sujeito ativo: funcionário público (podendo ter concurso de pessoas com


o particular)

Modalidades:
Peculato-apropriação (caput, 1ª parte)
Peculato-desvio (caput, 2ª parte)
Peculato-furto (§1º)
Peculato-culposo (§2º)

Reparação de dano (§3º): apenas no peculato CULPOSO, antes de


sentença irrecorrível
Peculato de uso
O STF considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para a
realização de deslocamentos por interesse particular.

STF. 1ª Turma. HC 108433 AgR/MG. Rel. Min. Luiz Fux, 25/6/2013 (Informativo 712)

Precedente do STJ

(...) Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso também não configura ilícito
penal, tão-somente administrativo. Todavia, o peculato desvio é modalidade típica,
submetendo o autor do fato à pena do artigo 312 do Código Penal. (...)
(HC 94.168/MG, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora Convocada Do TJ/MG), Sexta
Turma, julgado em 01/04/2008)
PECULATO
Depositário judicial que vende os bens não pratica peculato

O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato
(art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua consumação, que o funcionário
público se aproprie de dinheiro, valor ou outro bem móvel em virtude do “cargo”.
Depositário judicial não é funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo
público, mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que
determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402.949-SP, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).

Obs: vale ressaltar que o STJ decidiu apenas que a conduta do depositário judicial que
vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois não é funcionário
público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das peculiaridades do caso
concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts. 168, § 1º, II, 171 ou
179 do Código Penal (Fonte: Dizer o Direito)
Aplicação do princípio da insignificância:

Súmula 599 STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes


contra a Administração Pública.

STJ e STF com entendimentos uniformes:

“Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho


quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20 mil a teor do
disposto no artigo 20 da Lei 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias 75
e 130, ambas do Ministério da Fazenda”

DESCAMINHO: mercadoria que, se pago o tributo devido, seria conduta lícita

CONTRABANDO: mercadoria importada ou exportada é PROIBIDA


Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
CONCUSSÃO
Momento da consumação e flagrante delito

No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da


exigência da vantagem indevida (e não no instante da entrega). Isso porque a concussão é
crime FORMAL, que se consuma com a exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega
da vantagem indevida representa mero exaurimento do crime que já se consumou
anteriormente.
Ex: funcionário público exige, em razão de sua função, vantagem indevida da vítima; dois
dias depois, quando a vítima entrega a quantia exigida, não há mais situação de flagrância
considerando que o crime se consumou no momento da exigência, ou seja, dois dias antes.
STJ. 5ª Turma. HC 266.460-ES, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 11/6/2015
(Info 564).
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR:
Concussão (exige), Corrupção Passiva (solicita, recebe ou
aceita) e Prevaricação (retarda ou deixar de praticar)

▪ Características comuns entre concussão e corrupção


passiva:

Vantagem indevida;
Crime formal;
Podem ser praticados fora da função ou antes de assumi-la
Corrupção passiva
Concussão Art. 317 - Solicitar ou receber,
Art. 316 - Exigir, para si ou para si ou para outrem, direta ou
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
função ou antes de assumi-la, em razão dela, vantagem indevida,
mas em razão dela, vantagem ou aceitar promessa de tal vantagem:
indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois)
X Pena – reclusão, de 2 (dois) a
12 (doze) anos, e
a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
multa. (Redação dada pela nº 10.763, de 12.11.2003)
Lei nº 13.964, de 2019) (...)
(...)
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (arts. 328 ao 337-A)

▪ Usurpação de função pública


▪ Resistência
▪ Desobediência
▪ Desacato
▪ Tráfico de Influência
▪ Corrupção ativa
▪ Descaminho
▪ Contrabando
▪ Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
▪ Inutilização de edital ou de sinal
▪ Subtração ou inutilização de livro ou documento
▪ Sonegação de contribuição previdenciária
DESACATO

Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela


continua a ser crime

Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela


continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal.
STJ. 3ª Seção.

HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Rel. para


acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info
607).
DESACATO
Desacato continua sendo crime

O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal e com o Pacto


de São José da Costa Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito à
liberdade de expressão, não retirando da cidadania o direito à livre
manifestação, desde que exercida nos limites de marcos civilizatórios bem
definidos, punindo-se os excessos.

STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em


13/3/2018 (Info 894)
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:


Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.

Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
EM GERAL

Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.

TEORIA PLURALISTA (tema concurso de pessoas)


Atenção: CEDER à solicitação de CORRUPÇÃO PASSIVA é fato atípico, ou
seja, NÃO É CRIME
CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS DOS CRIMES PRATICADOS POR
POR FUNCIONÁRIO PARTICULAR CONTRA A
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
ADMINISTRAÇÃO
GERAL
EM X Descaminho

Facilitação de contrabando (...)


ou descaminho Contrabando
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
(...)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Aplicação do princípio da insignificância:
STJ e STF com entendimentos uniformes:

“Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de


descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$
20 mil a teor do disposto no artigo 20 da Lei 10.522/2002, com as atualizações
efetivadas pelas Portarias 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda”

DESCAMINHO: mercadoria que, se pago o tributo devido, seria conduta


lícita

CONTRABANDO: mercadoria importada ou exportada é PROIBIDA


PARTE ESPECIAL – CRIMES EM ESPÉCIE

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
JUSTIÇA
Reingresso de estrangeiro expulso Estrangeiro: aquele que não é
Art. 338 - Reingressar no território brasileiro nato ou naturalizado
nacional o estrangeiro que dele foi (procedimento de expulsão previsto
expulso: no Lei 13.445/2017 – Lei de Migração
Pena - reclusão, de um a quatro - Art. 54. A expulsão consiste em
anos, sem prejuízo de nova expulsão após medida administrativa de retirada
o cumprimento da pena. compulsória de migrante ou visitante
Crime de mão própria, somente o do território nacional, conjugada com
estrangeiro expulso poderá ser sujeito o impedimento de reingresso por
ativo prazo determinado.)

Sujeito Passivo: Estado Crime de ação penal pública


incondicionada, competência da
Atenção para a prática da conduta em Justiça Federal (art. 109, X,
estado de necessidade CRFB/88)
Lei 13.445/2017. Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada
compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o
impedimento de reingresso por prazo determinado.
§ 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em
julgado relativa à prática de:
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de
agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de
2002 ; ou
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a
gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.
§ 2º Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do
impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão,
observado o disposto nesta Lei.
(...)
CRFB/88. Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
CRFB/88. Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Denunciação caluniosa Protege-se a administração
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito da Justiça
policial, de procedimento investigatório criminal, de
processo judicial, de processo administrativo Verbo nuclear “dar causa”
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de de forma DIRETA (quando o
improbidade administrativa contra alguém, sujeito ativo formalmente
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou apresenta a Notitia criminis)
ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação ou de forma INDIRETA
dada pela Lei nº 14.110, de 2020) (quando o sujeito ativo faz
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. com que a notícia chega até
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se a autoridade competente
o agente se serve de anonimato ou de nome para que esta proceda às
suposto. medidas cabíveis)
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção.
Crime comum quanto ao sujeito ativo

Sujeito Passivo é o Estado

Majorante “se serve de anonimato ou de nome suposto”

Minorante “se a imputação é de prática de contravenção”

Crime de ação penal pública incondicionada

Atenção ao princípio da especialidade:


LEI Nº 13.834, DE 4 DE JUNHO DE 2019
Altera a Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, para tipificar o crime de
denunciação caluniosa com finalidade eleitoral.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo,
nos termos do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, a seguinte parte vetada da
Lei no 13.834, de 4 de junho de 2019:
“Art. 2º A Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 326-A: ‘Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de
processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe
inocente, com finalidade eleitoral
......
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência
do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma,
o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído.’”
Brasília, 8 de novembro de 2019; 198o da Independência e 131o da República.
Lei 13.869/2019 (Lei de abuso de autoridade). Art. 30. Dar início ou
proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). Art. 19. Imputar


falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração
penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a
estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Comunicação falsa de crime Sujeito ativo: qualquer pessoa, crime comum
ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação Sujeito passivo: Estado
de autoridade, comunicando-
lhe a ocorrência de crime ou de Verbo nuclear “provocar” no sentido de dar
contravenção que sabe não se causa, proporcionar a ação de autoridade
ter verificado:
Pena - detenção, de um a Atenção: necessária a caracterização do
seis meses, ou multa. dolo de agir

Crime de ação penal pública incondicionada


Cuidado com a incidência do princípio da especialidade para afastar o art. 340
e recair no art. 171, §2º, V, comunicando falsamente um crime para fraudar
recebimento de indenização ou valor de seguro
Sujeito ativo: qualquer pessoa, crime comum
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, Sujeito passivo: Estado
perante a autoridade, de
crime inexistente ou Atenção: necessária a caracterização do
praticado por outrem: dolo de agir
Pena - detenção, de três
meses a dois anos, ou multa. Crime de ação penal pública incondicionada

Motivação altruísta não afasta a tipificação


penal
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
MAJORANTE: § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova
destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)
CONDIÇÃO RESOLUTIVA DE CAUSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE:
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Crime de mão própria, o sujeito ativo será a testemunha, o perito, o contador, o
tradutor ou o intérprete de determinado processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral

Sujeito Passivo: Estado e, eventualmente, a pessoa física/jurídica prejudicada pelo


falso testemunho ou falsa perícia

Dolo genérico

Crime de ação penal pública incondicionada

A falsidade deve incidir sobre fato juridicamente relevante, ou seja, aquele capaz
de influenciar na valoração de prova que servirá de base para decisão em
processo judicial ou administrativo, ou em inquérito policial ou em juízo arbitral.
Juízo incompetente não exclui o crime, mas o processo nulo exclui.
Atenção: vítima presta declarações, razão pela qual não pratica crime de
falso testemunho

CPP. Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e


perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma
ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as
suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Corrupção ativa de testemunha ou perito
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Causa de aumento de pena
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Exceção à teoria monista do concurso de pessoas:
Testemunha ou perito responderá pelo art. 342, §1º
Quem dá, oferece ou promete dinheiro ou qualquer outra vantagem, incidirá no
art. 343

Sujeito ativo: qualquer pessoa, crime comum

Sujeito Passivo: Estado e, eventualmente, a pessoa física/jurídica prejudicada


pelo falso testemunho ou falsa perícia obtido mediante suborno

Dolo específico em face da intenção de efetuar o suborno

Crime de ação penal pública incondicionada


Exercício arbitrário das próprias Sujeito ativo: qualquer pessoa, crime
razões comum
Art. 345 - Fazer justiça pelas
próprias mãos, para satisfazer Sujeito passivo: Estado e, de forma
pretensão, embora legítima, salvo mediata, a pessoa física ou jurídica
quando a lei o permite: prejudicada pela conduta criminosa
Pena - detenção, de quinze
dias a um mês, ou multa, além da
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há
emprego de violência, somente se
procede mediante queixa.
Caso haja emprego de violência, a
ação será pública incondicionada
Favorecimento pessoal Favorecimento pessoal art. 348:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à relaciona-se à pessoa autora de
ação de autoridade pública autor de crime (que esteja solto, pois se preso,
crime a que é cominada pena de o crime será do art. 351, fuga de
reclusão: pessoa presa ou submetida a medida
Pena - detenção, de um a seis de segurança)
meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada Favorecimento real art. 349:
pena de reclusão: relaciona-se ao objeto produto do
Pena - detenção, de quinze dias a crime
três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é Ambos são de ação penal pública
ascendente, descendente, cônjuge ou incondicionada
irmão do criminoso, fica isento de
pena.
Crime comum, quanto ao sujeito ativo (excetuando-se autor, coautor ou partícipe
do crime anterior)

Sujeito passivo será o Estado

Modalidade de escusa absolutória específica: §2º Se quem presta o auxílio é


ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

Verbo nuclear “auxiliar”, fornecer ajuda, quer seja emprestando um veículo,


dinheiro, enganando as autoridades sobre o paradeiro do autor do crime,
prestando informações falsas, etc.

O crime anterior pode ter sido consumado ou tentado (no favorecimento real, só
caberá para crime anterior consumado)
Favorecimento real Crime comum, quanto ao sujeito ativo
Art. 349 - Prestar a (excetuando-se autor, coautor ou partícipe
criminoso, fora dos casos de do crime anterior)
coautoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro Sujeito passivo será o Estado e o
o proveito do crime: proprietário do objeto material do crime
Pena - detenção, de um a antecedente
seis meses, e multa.
Verbo nuclear “auxiliar”, fornecer ajuda,
Consuma-se no momento que quer seja emprestando um veículo,
presta auxílio, independente de dinheiro, enganando as autoridades sobre
proporcionar segurança ao o paradeiro do autor do crime, prestando
proveito do crime anterior informações falsas, etc.

Não tem escusa absolutória Atenção: não abrange contravenção penal

Você também pode gostar