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CRIMES

PREVIDENCIÁRIOS
ESPÉCIES DE CRIMES
PREVIDENCIÁRIOS
Obtenção de lucro indevido mediante fraude
causando prejuízo à Autarquia
previdenciária

Art. 171. Obter, para si ou para outrem,


vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
CRIMES COMUNS mantendo alguém em erro, mediante artifício,
CONTRA O INSS ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
(...)
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o
crime é cometido em detrimento de entidade de
direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.

CRIMES MEIOS:
Art. 299: falsidade ideológica
Arts. 297 e 298: falsificação de documento
Art. 304: uso de documento falso
Art. 342: falso testemunho ou falsa perícia em
processo administrativo
Art. 313
PECULATO MEDIANTE
ERRO DE OUTREM

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro


ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro
anos, e multa.

 Dolo específico:
o vantagem indevida
o causador do dano à Administração Pública
Art. 313 - A
INSERÇÃO DE DADOS
FALSOS EM SISTEMA
DE INFORMAÇÃO

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o


funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração Pública com o
fim de obter vantagem indevida para
 Crime material:
si ou para outrem ou para causar
exige dano ou
dano:
vantagem indevida
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12
(doze) anos, e multa.
Art. 313 - B
MODIFICAÇÃO OU
ALTERAÇÃO NÃO
AUTORIZADA
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o
funcionário, sistema de informações
ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de
autoridade competente:

Pena - detenção, de 3 (três) meses


a 2 (dois) anos, e multa.
 Norma penal em branco Parágrafo único. As penas são
aumentadas de um terço até a
 Crime de mera conduta metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a
 Dano: majoração Administração Pública ou para o
parágrafo único administrado.
Art. 325, § 1º, I E II
VIOLAÇÃO DE SIGILO
FUNCIONAL
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou


multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre


quem:
I - permite ou facilita, mediante atribuição,
fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não
autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública;
 Crime de mera conduta II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à


 Dano à administração Administração Pública ou a outrem:
ou terceiro = Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
majoração de pena multa.
DELITOS FISCAIS
(criminalidade
econômica)
NOTAS INTRODUTÓRIAS

Devem-se distinguir ilícitos tipicamente


administrativos (meras faltas de recolhimento) dos
delitos fiscais próprios (em que há uma conduta
prévia mais grave visando a supressão ou redução
do tributo).
Seguridade Social: bem jurídico não é apenas o
crédito público mas os mais básicos interesses
dos indivíduos: sua saúde, manutenção,
previdência contra intempéries; enfim, uma vida
digna. Seguridade: um dos objetivos é a diversidade
da base de financiamento. Tutela-se a higidez do
sistema securitário social.
HISTÓRICO E ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS

Art. 5º do Decreto-Lei nº 65/37: “O empregador que retiver as


contribuições recolhidas de seus empregados e não as recolher na época
própria incorrerá nas sanções do art. 331, n.º 2, da Consolidação das Leis
Penais, sem prejuízo das demais sanções estabelecidas neste Decreto-Lei”.
Art. 86 da Lei nº 3.807/60: “Será punido com as penas do crime de
apropriação indébita a falta de recolhimento, na época própria, das
contribuições e de outras importâncias devidas às instituições de previdência e
arrecadadas dos segurados ou do público”.
Art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90: “Deixar de recolher, no prazo legal, valor
de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos”.
Art. 95, alíneas “d”, “e” e “f” da Lei nº 8.212/91: crimes sem sanção.
Pena: art. 1º, § 1º, da Lei nº 8.137/90.

Arts. 168-A e 337-A – nova redação Lei nº 9983/2000 – revogou


expressamente o art. 95 da Lei nº 8.212/91 e também o art. 2º, II, da Lei nº
8.212/1991.
Antes da Lei nº 9983/00 – os crimes que tivessem por objeto quaisquer
tributos (inclusive contribuições previdenciárias), submetiam-se ao tratamento
uniforme especialmente pelos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90.
Art. 168 - A
APROPRIAÇÃO
INDÉBITA
PREVIDENCIÁRIA Omissão de recolhimento aos cofres
públicos das contribuição sociais
descontadas dos contribuintes

Art. 168-A. Deixar de repassar à


previdência social as contribuições
recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)


anos, e multa.

 Lei Complementar nº 95/1998 (art. 12, III, “b”) os acréscimos da Lei nº


9983/2000 foram colocados no Código Penal de maneira aleatória e
assistemática
 caput – instituições financeiras que recebem as quantias recolhidas dos
contribuintes – art. 60, caput, da Lei nº 8.212/91 – autoriza a arrecadação
das contribuições através da rede bancária
Art. 168-A, § 1º, I

Art. 168- A: (...)


§ 1o Nas mesmas penas incorre quem
deixar de:
I - recolher, no prazo legal, contribuição
ou outra importância destinada à
previdência social que tenha sido
descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do
público;

 art. 30, a e b, Lei n° 8.212/91 – empresa que é responsável


pelo desconto e recolhimento das contribuições devidas pelos
segurados empregados e trabalhadores avulsos.
Embora não seja exigida a apropriação da
quantia descontada, deverá ela ter sido
efetivamente descontada do pagamento feito
ao segurado, ou seja, o numerário deve existir
quando do pagamento e deve, posteriormente,
deixar de ser recolhido pelo responsável tributário
(empresa-empregadora).

Não basta, assim, a pura e simples omissão do


recolhimento de contribuições previdenciárias
devidas, é necessário seu anterior e real
desconto dos pagamentos efetuados aos
segurados e terceiros.
 Trata-se de hipótese de crime de conduta mista: uma
comissiva antecedente e outra omissiva subsequente. A omissão é
deixar de fazer o que a lei determina – deverá, neste caso, ser
precedida de uma conduta comissiva:
a) a de descontar (o montante devido a título de) a contribuição
previdenciária do pagamento efetuado a segurados; ou
b) a de arrecadar do público (o montante devido a título de
contribuição previdenciária)

 2 situações verificáveis quando o agente descontou do


pagamento do segurado a quantia devida à título de
contribuição previdenciária:
a) Não tem possibilidade de recolhê-la no prazo legal, há ausência
de omissão penalmente relevante, e assim, estaria excluída a
tipicidade – causa supralegal de exclusão da ilicitude
b) O agente podendo concretamente proceder ao recolhimento,
não o faz em situação na qual não se lhe poderia exigir conduta
diversa, estaria afastada a culpabilidade.
Responsabilidade penal: é necessário que tenha
o desconto: sendo imprescindível (para apurar a
autoria) a instauração do Inquérito Policial
tendente a fornecer subsídios suficientes para
preencher o requisito da justa causa para a eventual
proposição da ação penal.

O limite máximo da pena foi diminuído de 6


para 5 anos de reclusão – com a edição da Lei
9983/00 norma penal retroagirá em benefício dos
réus conforme disposto no art. 5º, XL e art. 2º do
CP.
Art. 168-A, § 1º, II

Art. 168- A: (...)


§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar
de:
(...)
II - recolher contribuições devidas à
previdência social que tenham integrado
despesas contábeis ou custos relativos à
venda de produtos ou à prestação de
serviços;

 Crime omissivo próprio: não há necessidade de efetiva comprovação


da apropriação.
 Alberto Silva Franco, Francisco Dias Teixeira e Wladimir Novaes
Martinez: confronto com a vedação da prisão por dívida: tarefa
impossível a acusação comprovar quando e em que medida os valores
devidos à “previdência social” tenham integrado despesas contábeis ou
custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços.
Art. 168-A, § 1º, III

Art. 168- A: (...)


§ 1o Nas mesmas penas incorre quem
deixar de:
(...)
III - pagar benefício devido a segurado,
quando as respectivas cotas ou valores
já tiverem sido reembolsados à empresa
pela previdência social.
 Crime comissivo

 Exemplo: salário família (art. 68)

 Na verdade as empresas não são reembolsadas mas haverá uma


compensação do valor pago com a quantia a recolher a título de
contribuição social.
Abolitio criminis: aparente diversidade:
art. 95, d da Lei nº 8.212/91
x art. 168-A, § 1º, I

Art. 95. Constitui crime:


(...) Art. 168-A: (...)
d) deixar de recolher, na época § 1o Nas mesmas penas incorre
própria, contribuição ou outra quem deixar de:
importância devida à Seguridade I - recolher, no prazo legal,
Social e arrecadada dos contribuição ou outra
segurados ou do público; importância destinada à
previdência social que tenha sido
descontada de pagamento
efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do
público;
Roberto Podval, Paula Kahan
FAVORÁVEIS Mandel, Luiz Flávio Gomes e
Cezar Roberto Bittencourt.

“PENAL. CONSTITUCIONAL. HABEAS CORPUS. ART. 95, d E f. APROPRIAÇÃO INDÉBITA


PREVIDENCIÁRIA. REVOGAÇÃO. LEI 9.983/2000, ART. 3º. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL. ABOLITIO CRIMINIS. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
-DISPOSITIVOS CONTIDOS NA DENÚNCIA, ART. 95, d E f DA LEI 8.212/91, FORAM REVOGADOS
PELO ART. 3º DA LEI 9.983, DE 14.07.2000, POR FORÇA DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL (ART. 5º, XXXIX E XL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL), TAMBÉM
PRESENTE NO ART. 2º E PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO PENAL.
-CONCESSÃO DO HABEAS CORPUS PARA DECLARAR EXTINTA A PUNIBILIDADE DE (...)”
(TRF 5ª Reg, HC 2000.05.00.026463-7, Relatora Juíza Margarida Cantarelli, j. 03.05.2001, DJU
06.07.2001, Seção 2, p. 248)

No mesmo sentido:

•TRF 5ª Reg, RC 98.05.855-3, Relator Juiz Ubaldo Ataíde Cavalcante, DJU 07.05.2001, Seção 2,
p. 198.

•TRF 5ª Reg, ReCrim 297-CE, 1ª Turma, relator Juiz Castro Meira, 16.11.2000.

•TRF 5ª Reg, ApCrim351-CE, 1ª Turma, Relator Juiz Castro Meira, j.09.11.2000, DJU
22.12.2000, Seção 2, p. 76.
Alberto Silva Franco, Rui
DESFAVORÁVEIS Stocco, Damásio de Jesus

“HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL. ARTIGO 95, ALÍNEA D, DA LEI Nº
8.212/91. DIFICULDADES FINANCEIRAS. DEPOSITÁRIO INFIEL – LEI 8.866/94. ALEGAÇÃO DE
DESCRIMINALLIZAÇÃO DA CONDUTA – LEI 9.983/00. REFIS – LEI Nº 9.964/00.
(...)
III – A promulgação da Lei 9.983, de 14 de julho de 2000, não implica na descriminalização da
conduta do agente, na medida em que o não recolhimento de contribuição destinada à
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público, continua sendo crime. Basta comparar os dois dispositivos (o art. 95, d,
da Lei nº 8.212/1991 e o art. 1º da Lei 9.983/2000), para se verificar que subsiste como fato
típico, antijurídico e culpável a conduta daquele que não recolhe contribuição destinada à
previdência social e que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados ou a
terceiros”.
(TRF 3ª Reg, HC 2000.03.00.014818-9/SP, Relator Juiz Federal convocado Manoel Álvares, DJU
04.04.2001, Seção 2, p. 227)

• Embora a descrição típica não seja idêntica, a conduta incriminada é a mesma.

• Novos elementos típicos (especificadores): prazo legal, contribuição ou outra importância


destinada à previdência social. Necessário distinguir “especialização de especificação”.
Animus rem sibi habendi
– dolo específico –
elemento subjetivo especial do injusto

FAVORÁVEIS: Roberto Podval, DESFAVORÁVEIS: Alberto Silva


Paula Kahan Mandel, Luiz Flávio Franco, Andreas Eisele, Rodrigo
Gomes e Cezar Roberto Sanches Rios, Francisco Dias
Bittencourt Teixeira

• TRF 3ª Reg, HC 2000.03.00.014818-9/SP, As figuras típicas encartadas no art. 168-A


2ª Turma, rel. Des. Conv. Manoel Alvares, não trazem como elemento a apropriação,
j. 06.03.2000, DJU 04.04.2001, Seção 2, muito menos indébita, da quantia recolhida,
p. 227 descontada, reembolsada, razão pela qual,
• TRF 3ª Reg, RECrim 1999.61.06.003103- em respeito ao princípio da igualdade,
4, 1 Turma, rel. Des. Theotonio Costa, parece-nos que não se pode exigi-la como
17.04.2001, DJU 05.06.2001, p. 924 requisito da adequação típica.

QUESTÃO: art. 168-A x prisão por dívida


“PENAL - NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - LEI 8.212, ART. 95, D - LEI Nº 9983/2000
- MATERIALIDADE - COMPROVAÇÃO - DOLO - NECESSIDADE - REAL CAPACIDADE DE AGIR - PRECEDENTES.
1 - Conforme se depreende da simples leitura do tipo do art. 95, d, da Lei nº 8.212/91, analisando-se a questão sob
a ótica anterior à promulgação da Lei nº 9983/2000, que revogou o dispositivo legal mencionado e que entendia o
delito como omissivo, é indispensável que os valores não recolhidos aos cofres públicos tenham sido arrecadados
pelo agente, não se punindo a simples desídia de não se proceder à arrecadação e posterior repasse.
2 - Não há que se confundir o inadimplente com o sonegador fiscal, vez que, em ambos existe um ponto comum - o
não pagamento -, porém, em relação a este último, impõe-se o demonstrativo de que tenha agido de forma
fraudulenta, sob pena de se travestir a ação penal em verdadeira execução fiscal.
3 - Sob a ótica da nova Lei 9983/2000 que, revogando o dispositivo legal em análise, inseriu o tipo no Código Penal,
no Capítulo da "Apropriação Indébita", no art. 168-A - "Apropriação indébita previdenciária - AC", temos que volta a
ser o delito da modalidade de apropriação indébita, como indica o próprio texto legal e o nomen juris, pelo que,
novamente passa a ser exigido o dolo específico referente ao animus rem sibi habendi (a vontade de apropriação da
coisa alheia, sem pretensão de restituí-la), de modo que não demonstrado tal elemento objetivo pela acusação,
exclui-se o tipo legal.
4 - Dessa forma, tem-se que para a configuração do crime agora tipificado no art. 168-A, do CP, por cuja prática
responde a recorrida, é imprescindível a comprovação do dolo consistente na vontade de apropriar-se dos valores
não recolhidos à Previdência, ou ainda, desviá-los para outros fins, sendo o animus rem sibi habendi de sua
essencialidade.
5 - De toda sorte, quer se entenda o delito na modalidade de crime omissivo, nos termos do art. 95, d, da Lei
8212/91, quer na modalidade de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A, do CP, em cuja redação
se inseriu por força da Lei nº 9982/2000, não tendo produzido, in casu, o órgão acusatório qualquer prova a
evidenciar que a recorrida não atuou conforme o resultado esperado pela norma penal (recolhimento do tributo) de
forma livre e consciente, ou seja, não comprovou a real possibilidade de agir conforme previsão legal, tendo atuado
com vontade livre e consciente de não recolher as contribuições previdenciárias junto ao INSS, ou que tenha ela
atuado de forma dolosa, seja o dolo de não recolher, o dolo específico de fraudar e o dolo específico de apropriar-se,
cuja ação é exigida pelo "novo"tipo penal, não tendo restado comprovada nos autos a existência do elemento
subjetivo do tipo, a absolvição se impõe.
6 - Recurso a que se conhece e a que se nega provimento”.
(TRF 2ª Reg, AC 2000.02.01.053709-7, Relator Juiz Rogério Vieira de Carvalho, DJU 19.06.2001, Seção 2, p. 347, j.
23.03.2001)
Art. 337- A
SONEGAÇÃO DE
CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição
social previdenciária e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:
I - omitir de folha de pagamento da empresa
ou de documento de informações previsto pela
legislação previdenciária segurados
empregado, empresário, trabalhador avulso
ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços;
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos
próprios da contabilidade da empresa as
quantias descontadas dos segurados ou as
devidas pelo empregador ou pelo tomador de
serviços;
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou
lucros auferidos, remunerações pagas ou
creditadas e demais fatos geradores de
contribuições sociais previdenciárias:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa.
 Assemelha-se ao art. 1º da Lei 8.137/30 – lesão
do bem jurídico tutelado (caput: “suprimir ou
reduzir”) e às penas cominadas.

 Há a necessidade de fraude (comissiva ou


omissiva) para supressão ou redução da
contribuição social a ser recolhida = CONDUTA
VINCULADA

 Art.
337-A, I - Somente terá relevância penal
quando for praticada no contexto de uma
empresa. (art. 15 da Lei 8212/91).

 Art.337, § 3º - aplica-se também a uma


empresa não dotada de personalidade jurídica.
PERDÃO JUDICIAL E EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE

Art 168-A, § 2º e § 3º Art. 337-A, § 2º, § 3º e § 4º

1)A contribuição não repassada à 1)Aqui é indiferente a origem do fato


previdência é referente a um desconto gerador.
feito pelo agente (ele não é o 2)Além da supressão ou redução do
contribuinte mas o responsável tributo, é elementar do tipo a fraude
tributário). para a sonegação. A fraude pode ser
2)Nas 3 primeiras modalidades basta a comissiva (falsificação de documento)
omissão de recolhimento. ou omissiva (falsidade ideológica,
3)Para extinção da punibilidade é omitindo fato que deveria constar em
exigida a declaração, confissão, a documento, por exemplo).
prestação de informações e o 3)Não é exigido o pagamento do
pagamento do tributo antes do início tributo mas apenas a declaração,
da ação fiscal. confissão, a prestação de informações.
 Art.168-A e 337-A: apesar de diferentes
possuem penas iguais. – Violação do princípio da
proporcionalidade.
• PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. CONTRARIEDADE AO ART. 168-A DO CP.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. RESP REPETITIVO Nº
1.112.748/TO. DÉBITO NÃO SUPERIOR A R$ 10.000,00 (DEZ MIL
REAIS). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. DÍVIDA
ATIVA DA UNIÃO. LEI 11.457/07. ACÓRDÃO EM CONFORMIDADE
COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Lei
11.457/07 considerou como dívida ativa da União também os
débitos decorrentes das contribuições previdenciárias, dando-lhes
tratamento semelhante ao que é dado aos créditos tributários.
Assim, não há porque fazer distinção, na seara penal, entre os
crimes de descaminho e de apropriação ou sonegação de
contribuição previdenciária, razão pela qual deve se
estender a aplicação do princípio da insignificância a estes
últimos delitos, quando o valor do débito não for superior
R$ 10.000,00 (dez mil reais). 2. Agravo regimental a que se
nega provimento. (AgRg no REsp 1389169/MG)
• PENAL. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. DOLO ESPECÍFICO. DEMONSTRAÇÃO.
NECESSIDADE. FALTA DE DESCRIÇÃO DA CONDUTA. SIMPLES
CONDIÇÃO DE DIRETOR DA PESSOA JURÍDICA. INÉPCIA.
RECONHECIMENTO. 1 - O tipo do art. 168-A do Código
Penal, que sucedeu o art. 95, "d" da Lei nº 8.212/1991,
embora tratando de crime omissivo próprio, não se
esgota somente no "deixar de recolher", isto
significando que, além da existência do débito, haverá a
acusação de demonstrar a intenção específica ou
vontade deliberada de pretender algum benefício com a
supressão ou redução, já que o agente "podia e devia"
realizar o recolhimento. 2 - A simples condição de diretor da
pessoa jurídica, sem demonstração de qualquer liame entre a
conduta do recorrente e o resultado increpado, denota inépcia
da denúncia, com violação ao art. 41 do Código de Processo
Penal, ainda mais porque há dúvidas se foi mesmo dirigente da
empresa tida por sonegadora. [...] (RHC 28611/SP)
ART. 168-A – APROPRIAÇÃO INDÉBITA
PREVIDENCIÁRIA
JURISPRUDÊNCIA

• PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO


CONSTITUCIONAL SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.
IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO. APROPRIAÇÃO
INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. TRANCAMENTO. PRÉVIO
ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA.
EXIGÊNCIA. FALTA DE JUSTA CAUSA. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CONFIGURADO. [...] 3. O exaurimento da esfera
administrativa é condição para a deflagração da ação
penal e tal situação é verificada apenas quando há o
lançamento definitivo do crédito. 4. Na hipótese, a
Notificação Fiscal de Lançamento de Débito foi objeto de
recurso administrativo e o referido processo aguardava
julgamento no momento em que foi recebida a denúncia.
Verificando-se que não foram esgotadas as vias
administrativas, obstáculo ao prosseguimento da ação penal.
(HC 186.200/SP)
• AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENAL
EPROCESSO PENAL. CONTRARIEDADE AO ART. 168-A DO
CP.APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA.
DEMONSTRAÇÃO DOANIMUS REM SIBI HABENDI.
NECESSIDADE.1. O tipo do art. 168-A do Código Penal, embora
tratando de crime omissivo próprio, não se esgota somente no
'deixar de recolher', isto significando que, além da existência
do débito, haverá a acusação de demonstrar a intenção
específica ou vontade deliberada de pretender algum benefício
com a supressão ou redução, já que o agente 'podia e
devia' realizar o recolhimento. 2. Agravo regimental improvido.
(AgRg Ag 1.388.275/SP)
• PROCESSUAL PENAL E PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA
PREVIDENCIÁRIA. SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL E DO PRAZO
PRESCRICIONAL. FATO NOVO. INCLUSÃO DA EMPRESA EM
PROGRAMA DE PARCELAMENTO. MATÉRIA NÃO APRECIADA NA
CORTE A QUO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.. CONCESSÃO DA
ORDEM DE OFÍCIO. ART. 68 DA LEI N. 11.941/2009. 1.
Sobrevindo notícia nos autos, em petição juntada pela defesa,
de novo acordo firmado pelo recorrente com a Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional para o reparcelamento dos débitos
tributários, objeto do presente recurso ordinário – ainda que
essas alegações não tenham sido submetidas à apreciação do
órgão a quo – é cabível o deferimento da ordem de ofício, haja
vista manifesta ilegalidade imposta ao recorrente. 2. Presente
prova inequívoca da reinserção dos débitos tributários no
sistema de parcelamento fiscal, é de rigor determinar-se a
suspensão da ação penal na origem e da prescrição da
pretensão punitiva do Estado, nos termos do disposto no art.
69 da Lei n. 11.941/2009. [...] (RHC 34.215/SP)
• AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. APROPRIAÇÃO
INDÉBITA TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
APLICAÇÃO. DÉBITO INFERIOR A R$ 10.000,00. SÚMULA
83⁄STJ.1. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça firmou
compreensão no sentido de que os débitos tributários que não
ultrapassem R$ 10.000,00 (dez mil reais), nos termos do
art. 20 da Lei n.º 10.522⁄02, são alcançados pelo princípio
da insignificância. Esse entendimento deve ser estendido
aos crimes de apropriação indébita previdenciária, tendo
em vista que a Lei n.º11.457⁄2007 passou a considerar
como dívida ativa da União também os débitos
decorrentes das contribuições previdenciárias, dando-lhes
tratamento similar aos débitos tributários. Incidência da
Súmula 83⁄STJ. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg Resp 1.261.900/SP)
• AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
APROPRIAÇÃOINDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA.APLICABILIDADE. ART. 20 DA LEI
10.522⁄2002. 1. Esta Corte reconhece a incidência do
princípio da insignificância noscrimes de apropriação
indébita previdenciária, quando for constatado que o
valor suprimido não é superior a R$ 10.000,00 (dez
mil reais).2. A Lei nº 11.457⁄2007 considera como
dívida ativa da União os débitos decorrentes das
contribuições previdenciárias, dando-lhes tratamento
similar aos débitos tributários. 3. O mesmo raciocínio
aplicado ao delito de descaminho, quanto àincidência do
princípio da insignificância, deve ser adotado para o crime
de não recolhimento das contribuições para a previdência
social. 4. Não trazendo o agravante tese jurídica capaz de
modificar oposicionamento anteriormente firmado, é de se
manter a decisão agravada na íntegra, por seus próprios
fundamentos. 5. Em sede de recurso especial não se
analisa suposta afronta a dispositivo constitucional, sob
pena de usurpação da competência atribuída ao eg.
Supremo Tribunal Federal. 6. Agravo regimental a que se
nega provimento. (AgRg Resp 1.260.561/RS)
• PENAL. HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO OURO VERDE.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. CRIME CONTRA A
ORDEM TRIBUTÁRIA. PRÉVIO MANDAMUS PARCIALMENTE
DENEGADO. PRESENTE WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ORDINÁRIO. INVIABILIDADE. VIA INADEQUADA. INQUÉRITO
POLICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO PENDENTE. DISCUSSÃO
SOBRE A EXIGIBILIDADE DO TRIBUTO E DA CONTRIBUIÇÃO.
DÚVIDA RAZOÁVEL SOBRE A EXISTÊNCIA DOS CRÉDITOS
PREVIDENCIÁRIO E TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE ELEMENTO
NORMATIVO DOS TIPOS. ATIPICIDADE. FLAGRANTE
ILEGALIDADE. EXISTÊNCIA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. [...] 2. Enquanto houver
processo administrativo questionando a existência, o
valor ou a exigibilidade de tributos e contribuição
previdenciária, atípicas são as condutas previstas no
artigo 2.º, inciso I, da Lei n.º 8.137/90 e no artigo 168-A
do Código Penal, que têm, como elemento normativo do
tipo, a existência do crédito tributário e da contribuição
devida a ser repassada. (HC 163603/SC)
• PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. CONTRARIEDADE AO ART. 168-A DO CP.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. RESP REPETITIVO Nº
1.112.748/TO. DÉBITO NÃO SUPERIOR A R$ 10.000,00 (DEZ MIL
REAIS). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. DÍVIDA
ATIVA DA UNIÃO. LEI 11.457/07. ACÓRDÃO EM CONFORMIDADE
COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Lei
11.457/07 considerou como dívida ativa da União também os
débitos decorrentes das contribuições previdenciárias, dando-lhes
tratamento semelhante ao que é dado aos créditos tributários.
Assim, não há porque fazer distinção, na seara penal, entre os
crimes de descaminho e de apropriação ou sonegação de
contribuição previdenciária, razão pela qual deve se
estender a aplicação do princípio da insignificância a estes
últimos delitos, quando o valor do débito não for superior
R$ 10.000,00 (dez mil reais). 2. Agravo regimental a que se
nega provimento. (AgRg no REsp 1389169/MG)
• PENAL. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. DOLO ESPECÍFICO. DEMONSTRAÇÃO.
NECESSIDADE. FALTA DE DESCRIÇÃO DA CONDUTA. SIMPLES
CONDIÇÃO DE DIRETOR DA PESSOA JURÍDICA. INÉPCIA.
RECONHECIMENTO. 1 - O tipo do art. 168-A do Código
Penal, que sucedeu o art. 95, "d" da Lei nº 8.212/1991,
embora tratando de crime omissivo próprio, não se
esgota somente no "deixar de recolher", isto
significando que, além da existência do débito, haverá a
acusação de demonstrar a intenção específica ou
vontade deliberada de pretender algum benefício com a
supressão ou redução, já que o agente "podia e devia"
realizar o recolhimento. 2 - A simples condição de diretor da
pessoa jurídica, sem demonstração de qualquer liame entre a
conduta do recorrente e o resultado increpado, denota inépcia
da denúncia, com violação ao art. 41 do Código de Processo
Penal, ainda mais porque há dúvidas se foi mesmo dirigente da
empresa tida por sonegadora. [...] (RHC 28611/SP)

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