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7 - Salário-família

• O salário-família foi instituído pela Lei n. 4.266, de 03.10.1963.

• É o benefício pago na proporção do respectivo número de filhos ou


equiparados de qualquer condição até a idade de 14 anos ou inválido de
qualquer idade, independente de carência e desde que o salário-de-
contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo permitido.

• São equiparados aos filhos, os enteados e os tutelados, desde que não


possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a
dependência econômica de ambos serem comprovada.

• O benefício foi estendido aos trabalhadores avulsos pela Lei n. 5.480, de


10.08.1968.

• O art. 7º, XII, da CF, na redação original, garantia o salário-família para os


dependentes dos trabalhadores urbanos e rurais.
• A EC 20/98 alterou o inc. XII do art. 7º e também o art. 201 da CF, que
passaram a dispor:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:
XII — salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
baixa renda nos termos da lei;

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
a:
IV — salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda;

• Com as alterações introduzidas pela EC 20/98, o salário-família é devido


apenas aos dependentes do segurado de baixa renda, restrição que
não existia na legislação anterior.
• Embora seja denominado salário, trata-se de benefício previdenciário, pago
pelo empregador ao segurado a seu serviço, mas tendo como sujeito
passivo onerado o INSS.

• O § 12 do art. 7º da CF deixou para a legislação ordinária a normatização do


benefício.

• A matéria está regulada pelos arts. 65 a 70 do PBPS, e arts. 81 a 92 do RPS,


que determinam o pagamento do benefício ao segurado empregado,
exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do
respectivo número de filhos ou equiparados (art. 16, § 2º, do PBPS) de até
14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade.

• O art. 13 da EC 20/98 estabeleceu que o salário-família fosse concedido


apenas àqueles que tivessem, à época, renda bruta mensal igual ou inferior
a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), corrigidos monetariamente até que
lei disciplinasse o acesso ao benefício, o que ocorreu com a edição do PBPS
e de seus sucessivos decretos regulamentadores.
• Os valores da cotas do salário-família e da renda bruta considerada
são fixados por Portarias.

• Atualmente está em vigor a Portaria Interministerial MPS/MF n. 13,


de 09/01/2015, que dispõe que:

-> O valor do salário-família será de R$ 37,18, por filho de até 14 anos


incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$ 725,02

-> Já para o trabalhador que receber de R$ 725,02 até R$1.089,72, o


valor do salário-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de
qualquer idade será de R$ 26,20

• O salário-família não substitui a renda ou o salário de contribuição,


mas, sim, se destina a dar ao trabalhador de baixa renda condições
de propiciar o sustento e a educação de seus filhos.
Atenção!

• Para a concessão do salário-família, a Previdência Social não


exige tempo mínimo de contribuição.

• Os desempregados, contribuintes individuais, facultativos e


segurados especiais não possuem direito ao benefício.

• O benefício será encerrado quando o(a) filho(a) completar 14


anos, em caso de falecimento do filho, por ocasião de
desemprego do segurado e, no caso do filho inválido, quando da
cessação da incapacidade.
Requerimento do Salário-família

O requerimento poderá ser feito pelo próprio segurado, por seu


empregador ou no caso de trabalhadores avulso, pelo respectivo sindicato
quando se tratar de inclusão de filho nascido durante a manutenção do
auxílio doença. Se o requerente for a empresa ou o sindicato, deverá
constar o respectivo carimbo abaixo da assinatura.

O requerimento será preenchido exclusivamente pelo segurado quando


requerer aposentadoria e fizer jus ao salário família ou quando, já
aposentado, vier a adquirir direito ao benefício.

Documentos solicitados:
- Requerimento
- Termo de Responsabilidade
- Certidão de nascimento do(s) filho(s);
- para dependentes de até seis anos de idade: caderneta de vacinação ou
equivalente;
- para dependentes de 7 a 14 anos: comprovação de frequência escolar.
• Contingência: ser segurado empregado ou avulso com renda bruta não
superior a R$1.089,72, que mantém filhos de até 14 anos de idade
incompletos ou inválidos de qualquer idade. A comprovação da
invalidez é feita por perícia médica no INSS.

• A lei equipara aos filhos os enteados e os tutelados que não tenham


condições de manter o próprio sustento (arts. 65 e 66 do PBPS e art. 81
do RPS).

Atenção: o menor sob guarda, em alguns Estados brasileiros, está incluído


no rol dos de- pendentes por força de liminares concedidas em ações civis
públicas.
O segurado deve apresentar ao INSS a certidão de nascimento do filho ou a
documentação relativa ao equiparado ou ao inválido; anualmente deverá
apresentar atestado de vacinação obrigatória (até 6 anos de idade) e,
semestralmente, de frequência do filho ou equiparado à escola (a partir de
7 anos de idade), sob pena de suspensão do benefício (art. 84, § 2º, do
RPS).
• Carência: independe de carência (art. 26, I, do PBPS).

• Sujeito ativo: os segurados empregados e os avulsos, o servidor


sem regime próprio de previdência e os segurados aposentados
especificados no art. 82 do RPS, isto é, empregado ou trabalhador
avulso aposentados por invalidez ou por idade, trabalhador rural
aposentado por idade, e os demais aposentados que tenham 60
anos ou mais, se mulheres, e 65 anos ou mais, se homens.

• Os segurados empregados domésticos, contribuintes individuais,


segurados especial e facultativo não têm direito ao benefício.

• Se o pai e a mãe forem segurados empregados ou trabalhadores


avulsos, ambos terão direito ao benefício (art. 82, § 3º, do RPS).
Para tanto, a renda de cada um deles não pode ultrapassar o valor
máximo permitido.
• Em se tratando de pais separados, só tem direito ao benefício aquele
que tem a guarda do filho.

Atenção: o sujeito ativo é o segurado. Porém, o art. 87 do RPS determina


que o salário-família seja pago àquele a cujo cargo ficar o sustento do
menor ou a outra pessoa (desde que por determinação judicial) nas
hipóteses de divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, abandono
legalmente caracterizado ou perda do pátrio poder.

• Sujeito passivo: é o INSS, sujeito passivo onerado pelo pagamento.

• O benefício é pago ao segurado empregado, junto com seu salário,


mensalmente, pela empresa.

• A empresa, mensalmente, deve fazer a compensação do que pagou a


título de salário-família com os valores da contribuição previdenciária
sobre a folha de salários a seu cargo (art. 68 do PBPS e art. 82, § 4º, do
RPS).
• Ao segurado trabalhador avulso o salário-família é pago pelo sindicato, que
receberá do INSS o repasse dos valores pagos.

• É o INSS que paga o salário-família aos segurados aposentados ou em gozo


de auxílio-doença.

• RM: o salário-família é calculado com base no número de dependentes cuja


existência dá direito ao benefício. A cada dependente corresponde uma
cota, de modo que a renda mensal corresponde à soma do número de cotas.

• A renda mensal não é calculada com base no salário de benefício.

• A cota tem valor fixo.

Atenção: o valor das cotas do salário-família não será incorporado ao salário ou


ao salário de benefício (art. 70 do PBPS e art. 92 do RPS).

• Por ser benefício que não substitui a renda ou o salário de contribuição, a


renda mensal do salário-família pode ser inferior a um salário mínimo, não
tendo aplicação o disposto no art. 201, § 2º, da CF.
• Termo inicial: a data da apresentação da documentação exigida em
lei (art. 67 do PBPS e art. 84 do RPS).

• Termo final (art. 88 do RPS):


a) por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do
óbito;

b) quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se


inválido, a partir do mês seguinte ao da data do aniversário;

c) quando recuperada a capacidade do filho ou equiparado inválido, a


partir do mês seguinte ao da cessação da incapacidade;

d) pelo desemprego do segurado.


8 - Salário-maternidade

• Antes da Constituição de 1988, o salário-maternidade estava


previsto no art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e era
devido durante 84 dias, que equivalem a 12 semanas.

• A CF de 1988 (art. 7º, XVIII) garante licença à gestante, sem prejuízo


do emprego ou do salário, com a duração de 120 dias. E no art. 201,
II, está garantida proteção previdenciária à maternidade,
especialmente à gestante.

• O art. 71 do PBPS garante:

Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência


Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28
(vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste,
observadas as situações e condições previstas na legislação no que
concerne à proteção à maternidade.
• A Lei n. 10.421/02, acrescentou ao PBPS o art. 71-A e estendeu o benefício
à segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção:

Art. 71-A. À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda


judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo
período de 120 (cento e vinte) dias, se a criança tiver até 1(um) ano de idade,
de 60 (sessenta) dias, se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de
idade, e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de
idade.
Parágrafo único. O salário-maternidade de que trata este artigo será pago
diretamente pela Previdência Social.

• A Lei n. 11.770/08, instituiu o Programa Empresa Cidadã, destinado a


prorrogar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista
no art. 7º, XVIII, da CF. Onde a licença-maternidade com duração de 180
dias só pôde ser concedida a partir de 2010.

• Atenção: a prorrogação da duração da licença-maternidade não foi


acompanhada de igual disposição em matéria previdenciária. O salário-
maternidade concedido pelo PBPS tem duração de 120 dias.
• O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por
incapacidade; havendo incapacidade concomitante, o benefício
pago em razão da contingência incapacidade será suspenso
enquanto durar o pagamento do salário-maternidade (art. 102 do
RPS).

• A segurada aposentada que voltar a exercer atividade sujeita ao


RGPS terá direito a salário-maternidade (art. 103 do RPS).

• Contingência: ser mãe, adotar ou obter guarda judicial para fins de


adoção de criança de até 8 anos de idade.

• Carência: o período de carência varia ou não existe de acordo com o


tipo de segurada considerado.

• O período de carência é reduzido em caso de parto antecipado. A


redução é igual ao número de contribuições equivalente ao número
de meses da antecipação (art. 25, parágrafo único, do PBPS).
• Para ter direito ao benefício a trabalhadora deverá atender, na data do parto,
aborto ou adoção, aos seguintes requisitos:

Quantidade de contribuições (carência):

- 10 contribuições: para a trabalhadora Contribuinte Individual, Facultativa e


Segurada Especial

- Isento: para seguradas Empregada, Empregada Doméstica e Trabalhadora Avulsa


(que estejam em atividade na data do afastamento, parto, adoção ou guarda para
fins de adoção)

- Para as desempregadas: é necessário comprovar a qualidade de segurada do


INSS e, conforme o caso, cumprir a quantidade mínima de contribuições
necessárias.

• Havendo perda da qualidade de segurada, as contribuições anteriores a essa


perda somente serão computadas para efeito de carência, depois que a
segurada contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com no mínimo um terço
(1/3) das contribuições exigidas para a espécie, ou seja, três (03) contribuições.
• Sujeito ativo: segurada empregada, empregada doméstica,
trabalhadora avulsa, segurada servidora pública sem regime próprio de
previdência, segurada contribuinte individual, segurada especial e
segurada contribuinte facultativa que tenha filho, adote ou obtenha
guarda judicial para fins de adoção de criança de até 8 anos de idade.

ATENÇÃO: o art. 97 do RPS, na sua redação original, vedava a concessão


de salário-maternidade à segurada desempregada. Com a alteração do
dispositivo, a cobertura previdenciária foi estendida à segurada
desempregada, durante o período de graça, nas hipóteses em que a
demissão ocorra antes da gravidez ou, se durante a gestação, nas
hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido.

Art. 97, § único. Durante o período de graça a que se refere o art. 13, a
segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade
nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas
hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o
benefício será pago diretamente pela previdência social.
Sujeito passivo: o INSS é o sujeito passivo onerado.

O pagamento do benefício nem sempre é feito pelo INSS:

a) segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção,


a trabalhadora avulsa, a empregada doméstica, a contribuinte
individual e a facultativa: o pagamento é feito diretamente pelo INSS
(arts. 71-A, 72, § 3º, e 73 do PBPS e arts. 93-A, § 6º, 100 e 101 do RPS);

b) segurada empregada: o pagamento é feito diretamente pela


respectiva empresa empregadora e enquanto existir a relação de
emprego (art. 97 do RPS). A empresa responsável pelo pagamento fará
a compensação por ocasião do paga- mento das contribuições
incidentes sobre a folha de salários (art. 72, § 1º, do PBPS e art. 94 do
RPS);

c) segurada desempregada: o pagamento será feito diretamente pela


Previdência Social (art. 97, parágrafo único, do RPS, com as alterações
do Decreto n. 6.122/2007).
• A duração do salário-maternidade, dependerá do tipo do evento
que deu origem ao benefício:
- 120 (cento e vinte) dias no caso de parto;
- 120 (cento e vinte) dias no caso de adoção ou guarda judicial para
fins de adoção, independentemente da idade do adotado que deverá
ter no máximo 12 (doze) anos de idade.
- 120 (cento e vinte) dias, no caso de natimorto;
- 14 (quatorze) dias, no caso de aborto espontâneo ou previstos em lei
(estupro ou risco de vida para a mãe), a critério médico;

• O salário maternidade não poderá ser acumulado com:


- Auxílio-doença ou outro benefício por incapacidade;
- Seguro-desemprego;
- Renda Mensal Vitalícia;
- Benefícios de Prestação Continuada - BPC-LOAS;
- Auxílio-reclusão pago aos dependentes.
• O salário maternidade será devido ao adotante do sexo masculino, para
adoção ou guarda para fins de adoção ocorrida a partir de 25/10/2013, data
da publicação da Lei nº 12.873/2013.

• No caso de empregos concomitantes ou de atividade simultânea na


condição de segurada empregada com contribuinte individual ou doméstica,
a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cada emprego ou
atividade.

• Em situação de adoção de mais de uma criança, simultaneamente, a(o)


segurada(o) terá direito somente ao pagamento de um salário maternidade.

• Termo inicial: regra geral, o salário-maternidade pode ser concedido dentro


dos 28 dias que antecedem o parto, podendo ser antecipado em 2 semanas
em casos excepcionais, atestados por médico (art. 93, § 3º, do RPS). Essa é a
regra geral.

• Para as seguradas que adotam criança e as que têm guarda judicial para fins
de adoção, o termo inicial é a data da adoção ou da guarda judicial para fins
de adoção.
• Termo final: em regra, o termo final se dá no final de 91 dias após o
parto, antecipado ou não (art. 93, § 4º, do RPS), podendo ser acrescido
de mais 2 semanas, em casos excepcionais, mediante atestado médico
específico (art. 93, § 3º, do RPS), ou com a morte da segurada.

• Porém, há situações em que o termo final é fixado com a utilização de


outros critérios:
a) aborto não criminoso: no último dia de 2 semanas;
b) para a segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção: o termo final é fixado em razão da idade da criança adotada ou
sob guarda judicial para fins de adoção (art. 71-A do PBPS e art. 93-A do
RPS).

Se houver adoção ou guarda judicial para esse fim de mais de uma criança,
é devido um único benefício relativo à criança de idade menor (art. 93-A, §
4º, do RPS):
 até 1 ano completo: ao término de 120 dias;
 a partir de 1 ano até 4 anos completos: ao término de 60 dias;
 a partir de 4 anos até 8 anos completos: ao término de 30 dias.

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