Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3. Renda Mensal Líquida de cada membro do grupo <INDICAR SE ALGUÉM RECEBE APOSENTADORIA OU
PENSÃO E EM QUAL VALOR MENSAL>
É importante destacar ainda que <INCLUIR AQUI DADOS IMPORTANTES SOBRE AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS 2
DO GRUPO FAMILIAR, E RECOMENDAMOS A COLETA DAS SEGUINTES INFORMAÇÕES>:
1. Residência própria: sim ou não?
2. Em caso de locação indicar o valor do aluguel
3. Detalhes da residência: de material ou alvenaria, quantas peças...
4. Indicar valor que gasta mensal com água e luz
5. Tem despesa de condomínio?
6. Em caso de imóvel rural, indicar se plantam algo ou se fazem criação de animais
7. Verificar qual valor gasta de vestuário e se recebe doações
8. Indicar despesa com saúde, se faz uso de medicamento contínuo, quantidade e custo de cada um
Quanto às provas, a parte Autora anexa, à presente exordial, os seguintes documentos <EXEMPLOS>:
( ) Certidão(ões) de nascimento e/ou carteira(s) de identidade;
( ) Carteira(s) de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
1
A família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n. 12.435, de 2011)
2
Renda mensal bruta familiar: “a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários,
proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros
rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal
Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19.” (Art. 4.º, VI do Decreto n. 6.214/2007, com
redação dada pelo Decreto n. 7.617, de 2011)
( ) Contracheque(s) de pagamento ou documento(s) expedido(s) pelo empregador;
( ) Carnê(s) de contribuição para o INSS;
( ) Extrato(s) de pagamento de benefício ou declaração(ões) fornecida(s) pelo INSS ou outro regime de previdência social
público ou privado;
( ) Inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF e no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal –
CadÚnico
( ) Conta(s) de água e/ou luz
( ) Outras ____________________________
Sua regulamentação se deu por meio da Lei n. 8.742, de 07.12.1993 (Lei Orgânica da Assistência Social), que exige, além da
comprovação da idade ou da deficiência, que a renda familiar mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (redação
dada pela Lei n. 14.176/2021).
Assim, por possuir mais de 65 anos, a parte Autora cumpre o primeiro requisito para a concessão do benefício pretendido.
Quanto ao segundo requisito, ou seja, a renda familiar per capita igual ou inferior a 1/4 de SM, cabe-nos ressaltar que a Parte também
o cumpre, posto que a única renda proveniente do núcleo familiar é auferida pelo cônjuge ou companheiro(a), pessoa idosa e cujo benefício
de aposentadoria é de 1 (um) salário mínimo.
Já é pacífico na jurisprudência que a renda mínima auferida por outro membro familiar não será considerada para efeito do cálculo da
renda familiar per capita.
Vejamos os ditames da Lei n. 10.741/2003 – Estatuto da Pessoa Idosa:
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por
sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário mínimo, nos termos da Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007) (Redação dada
pela Lei nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para
os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.
O legislador, ao estabelecer a exceção para o cálculo da renda per capita, teve como objetivo preservar a renda mínima auferida
pela pessoa idosa, ou seja, assegurar que o minguado benefício (de um salário mínimo) não fosse considerado para efeito do cálculo da
renda familiar per capita.
Nesse prisma, o art. 20, § 14º, da Lei 8.742/1993 dispõe expressamente que benefício de salário-mínimo recebido por pessoa maior de
65 anos de idade, não será computado no cálculo da renda per capta:
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)
(...)
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro
idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo. ' (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020).
Desse modo, a LOAS estende expressamente tal raciocínio aos demais beneficiários de renda mínima, como é o caso do benefício
recebido pelo esposo da parte Autora, ainda que não fosse aquele previsto na LOAS, na medida em que ambos se destinam à manutenção e
à sobrevivência de pessoa idosa, porquanto seria ilógico fazer a distinção apenas porque concedidos com base em suportes fáticos distintos.
Não pode, portanto, o valor recebido mensalmente pelo cônjuge ou companheiro(a) da Parte, maior de 65 anos, entrar no cálculo do
benefício assistencial requerido, como entende a jurisprudência pátria:
STJ – REPETITIVO TEMA 640: “Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido de
benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por idoso, no valor de um salário mínimo,
não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no artigo 20, § 3.º, da Lei n. 8.742/93.”
Assim, uma vez excluída a renda no valor de um salário mínimo, não resta ao grupo familiar qualquer rendimento que possa prover a
subsistência do mesmo, sendo indispensável o deferimento do benefício assistencial ora requerido para que se garanta a subsistência
mínima, tanto da segurada, como de seus filhos, ambos menores.
Vale lembrar que o STF, em julgamento da Repercussão Geral – Tema 27, fixou a seguinte tese: “É inconstitucional o § 3.º, do art.
20, da Lei 8.742/1993, que estabelece a renda familiar mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo como requisito obrigatório
para concessão do benefício assistencial de prestação continuada previsto no artigo 203, V, da Constituição” (Leading Case: RE 567985,
Tribunal Pleno, DJe 03.10.2013).
O STF, também, reputou inconstitucional o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso por violar o princípio da isonomia, ao
abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de
idoso com o de deficiente ou de qualquer outro previdenciário. A tese fixada em Repercussão Geral Tema n. 312, foi a seguinte: “É
inconstitucional, por omissão parcial, o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso)” ( Leading Case: RE
580963, Tribunal Pleno, DJe 14.11.2013).
Por último e com base em precedentes jurisprudenciais mencionados, houve avanço legislativo com a Lei n. 13.982/2020, que
introduziu o § 14 no art. 20 da LOAS, para estabelecer que:
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário mínimo concedido a idoso acima de 65
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a
outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo.
Essa inclusão soluciona importante questão, reduzindo-se a judicialização desnecessária de novas demandas para exclusão de renda de
idosos e de deficientes de um mesmo grupo familiar.
Dessa forma, não resta dúvida de que a parte Autora faz jus à concessão do Benefício Assistencial, em razão da mesma preencher
todos os requisitos legais que ensejam tal concessão.