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MODELO DE AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS) – IDOSO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA


CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO <VERIFICAR SE É INTERESSANTE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO NA VARA
ESTADUAL MEDIANTE A UTILIZAÇÃO DA COMPETÊNCIA delegada, mas adequando à nova limitação de 70 km entre a sede da JF
e a sede da Comarca. SE SIM, ADEQUAR PARA A NOMENCLATURA ESTADUAL>
Beneficiário(a), nacionalidade, estado civil, residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro, Cidade, Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º,
endereço eletrônico, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores constituídos, propor a presente AÇÃO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À PESSOA IDOSA contra o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal com endereço à... <ENDEREÇO PARA
CITAÇÃO/INTIMAÇÃO A SER VERIFICADO DE ACORDO COM A CIDADE E ESTADO QUE SE INGRESSA COM A AÇÃO> ,
pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:

1. BREVE RESENHA FÁTICA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


A parte Autora é maior de 65 anos, conforme comprova o documento de identidade anexo a essa inicial.
No tocante ao núcleo familiar, cabe ressaltar que residem com a parte Autora seu cônjuge, que é aposentado por idade e recebe um
salário mínimo, e mais 3 (três) filhos.
Por não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, a parte Autora requereu ao INSS, em
00.00.0000, o Benefício de Proteção Continuada, tendo o mesmo sido indeferido pela Autarquia-Ré, sob a alegação de que a renda per
capita da família é superior a 1/4 do salário mínimo vigente. Cabe destacar que o/a requerente está inscrita no Cadastro Único de
Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico.
Buscando a correção de tamanha injustiça, recorre, a parte Autora, à via judicial competente.
Dados sobre o grupo familiar1:

1. Número de componentes, com seus respectivos nomes e datas de Nome:


nascimento Data:

2. Relação de parentesco da pessoa listada acima com a parte autora Parentesco

3. Renda Mensal Líquida de cada membro do grupo <INDICAR SE ALGUÉM RECEBE APOSENTADORIA OU
PENSÃO E EM QUAL VALOR MENSAL>

4. Renda líquida do grupo

É importante destacar ainda que <INCLUIR AQUI DADOS IMPORTANTES SOBRE AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS 2
DO GRUPO FAMILIAR, E RECOMENDAMOS A COLETA DAS SEGUINTES INFORMAÇÕES>:
1. Residência própria: sim ou não?
2. Em caso de locação indicar o valor do aluguel
3. Detalhes da residência: de material ou alvenaria, quantas peças...
4. Indicar valor que gasta mensal com água e luz
5. Tem despesa de condomínio?
6. Em caso de imóvel rural, indicar se plantam algo ou se fazem criação de animais
7. Verificar qual valor gasta de vestuário e se recebe doações
8. Indicar despesa com saúde, se faz uso de medicamento contínuo, quantidade e custo de cada um

Quanto às provas, a parte Autora anexa, à presente exordial, os seguintes documentos <EXEMPLOS>:
( ) Certidão(ões) de nascimento e/ou carteira(s) de identidade;
( ) Carteira(s) de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
1
A família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n. 12.435, de 2011)
2
Renda mensal bruta familiar: “a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários,
proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros
rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal
Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19.” (Art. 4.º, VI do Decreto n. 6.214/2007, com
redação dada pelo Decreto n. 7.617, de 2011)
( ) Contracheque(s) de pagamento ou documento(s) expedido(s) pelo empregador;
( ) Carnê(s) de contribuição para o INSS;
( ) Extrato(s) de pagamento de benefício ou declaração(ões) fornecida(s) pelo INSS ou outro regime de previdência social
público ou privado;
( ) Inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF e no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal –
CadÚnico
( ) Conta(s) de água e/ou luz
( ) Outras ____________________________

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


O benefício assistencial, na forma de prestação continuada, está previsto no art. 203, inc. V, da Constituição Federal de 1988, in
verbis:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a seguridade social, e tem por objetivos:
[...]
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Sua regulamentação se deu por meio da Lei n. 8.742, de 07.12.1993 (Lei Orgânica da Assistência Social), que exige, além da
comprovação da idade ou da deficiência, que a renda familiar mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (redação
dada pela Lei n. 14.176/2021).
Assim, por possuir mais de 65 anos, a parte Autora cumpre o primeiro requisito para a concessão do benefício pretendido.
Quanto ao segundo requisito, ou seja, a renda familiar per capita igual ou inferior a 1/4 de SM, cabe-nos ressaltar que a Parte também
o cumpre, posto que a única renda proveniente do núcleo familiar é auferida pelo cônjuge ou companheiro(a), pessoa idosa e cujo benefício
de aposentadoria é de 1 (um) salário mínimo.
Já é pacífico na jurisprudência que a renda mínima auferida por outro membro familiar não será considerada para efeito do cálculo da
renda familiar per capita.
Vejamos os ditames da Lei n. 10.741/2003 – Estatuto da Pessoa Idosa:
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por
sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário mínimo, nos termos da Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007) (Redação dada
pela Lei nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para
os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

O legislador, ao estabelecer a exceção para o cálculo da renda per capita, teve como objetivo preservar a renda mínima auferida
pela pessoa idosa, ou seja, assegurar que o minguado benefício (de um salário mínimo) não fosse considerado para efeito do cálculo da
renda familiar per capita.
Nesse prisma, o art. 20, § 14º, da Lei 8.742/1993 dispõe expressamente que benefício de salário-mínimo recebido por pessoa maior de
65 anos de idade, não será computado no cálculo da renda per capta:
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação
dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Lei nº 13.985, de 2020)

(...)

§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro
idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo. ' (Incluído pela Lei nº 13.982, de 2020).

Desse modo, a LOAS estende expressamente tal raciocínio aos demais beneficiários de renda mínima, como é o caso do benefício
recebido pelo esposo da parte Autora, ainda que não fosse aquele previsto na LOAS, na medida em que ambos se destinam à manutenção e
à sobrevivência de pessoa idosa, porquanto seria ilógico fazer a distinção apenas porque concedidos com base em suportes fáticos distintos.
Não pode, portanto, o valor recebido mensalmente pelo cônjuge ou companheiro(a) da Parte, maior de 65 anos, entrar no cálculo do
benefício assistencial requerido, como entende a jurisprudência pátria:
STJ – REPETITIVO TEMA 640: “Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido de
benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por idoso, no valor de um salário mínimo,
não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no artigo 20, § 3.º, da Lei n. 8.742/93.”

Assim, uma vez excluída a renda no valor de um salário mínimo, não resta ao grupo familiar qualquer rendimento que possa prover a
subsistência do mesmo, sendo indispensável o deferimento do benefício assistencial ora requerido para que se garanta a subsistência
mínima, tanto da segurada, como de seus filhos, ambos menores.
Vale lembrar que o STF, em julgamento da Repercussão Geral – Tema 27, fixou a seguinte tese: “É inconstitucional o § 3.º, do art.
20, da Lei 8.742/1993, que estabelece a renda familiar mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo como requisito obrigatório
para concessão do benefício assistencial de prestação continuada previsto no artigo 203, V, da Constituição” (Leading Case: RE 567985,
Tribunal Pleno, DJe 03.10.2013).
O STF, também, reputou inconstitucional o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso por violar o princípio da isonomia, ao
abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de
idoso com o de deficiente ou de qualquer outro previdenciário. A tese fixada em Repercussão Geral Tema n. 312, foi a seguinte: “É
inconstitucional, por omissão parcial, o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso)” ( Leading Case: RE
580963, Tribunal Pleno, DJe 14.11.2013).
Por último e com base em precedentes jurisprudenciais mencionados, houve avanço legislativo com a Lei n. 13.982/2020, que
introduziu o § 14 no art. 20 da LOAS, para estabelecer que:

§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário mínimo concedido a idoso acima de 65
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a
outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo.

Essa inclusão soluciona importante questão, reduzindo-se a judicialização desnecessária de novas demandas para exclusão de renda de
idosos e de deficientes de um mesmo grupo familiar.
Dessa forma, não resta dúvida de que a parte Autora faz jus à concessão do Benefício Assistencial, em razão da mesma preencher
todos os requisitos legais que ensejam tal concessão.

3. DO PREQUESTIONAMENTO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, <ADEQUAR AO CASO CONCRETO, LEMBRANDO DE
INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL TAMBÉM, MESMO PARA AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL
POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE IRDR>.

4. REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, responder à presente demanda, no prazo legal;
b) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos, apresente cópia do Processo
Administrativo relacionado ao requerimento do benefício em análise, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n. 10.259/2001, sob pena
de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do CPC, a ser fixada por esse Juízo;
c) a procedência da pretensão aduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a conceder o Benefício de Prestação
Continuada à Pessoa Idosa (BPC/LOAS), nos termos do art. 20 da Lei n. 8.742/1993, a contar da data do requerimento administrativo;
d) a condenação do INSS ao pagamento dos valores acumulados, aplicando-se juros e correção monetária até 11/2021, nos termos dos
Temas 810 STF e 905 STJ, e a partir de 12/2021 o índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
acumulado mensalmente, para fins de atualização monetária e de compensação da mora (art. 3º da EC n. 113/2021), respeitada a prescrição
quinquenal;
e) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de 20% (vinte por cento) sobre a
condenação, conforme dispõem o art. 85, § 3.º, do CPC;
f) a concessão da Gratuidade da Justiça, por ser a parte Autora pessoa hipossuficiente, na acepção jurídica do termo, sem condições de
arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a concessão
da Gratuidade da Justiça, na forma do art. 98 e ss do CPC. <RECOMENDA-SE A COLETA, PELO ADVOGADO, DE DECLARAÇÃO
DE HIPOSSUFICIÊNCIA DO CLIENTE, CASO SEJA REQUERIDA A GRATUIDADE DA JUSTIÇA. DEVE-SE, TAMBÉM, DE
PREFERÊNCIA, FAZER A JUNTADA DE TAL DECLARAÇÃO NOS AUTOS, JÁ NA INICIAL>.
Cumprindo a previsão do art. 319, VII, do CPC, a parte autora declara que opta pela realização <OU NÃO REALIZAÇÃO,
ADEQUAR CONFORME O INTERESSE EM CADA CASO> de audiência de conciliação no presente caso.
Requer-se, ainda, com base no § 4.º, do art. 22, da Lei n. 8.906/1994, que, ao final da presente demanda, caso sejam encontradas
diferenças em favor da parte Autora, quando da expedição da RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais e
sucumbenciais sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela parte Autora, sendo os honorários contratuais devidos
no percentual constante no contrato em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). <ADEQUAR CONFORME O CASO>
Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.
Cidade e data.
Nome do Advogado e OAB

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