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TRATA-SE DE AÇÃO JUDICIAL A AUTORA POSSUI A IDADE MÍNIMA PARA A

CONCESSÃO DO BENEFÍCIO ASSISTENCIAL E SEU CÔNJUGE POSSUI RENDA


MENSAL DE ATÉ 1 SALÁRIO MÍNIMO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO


JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA
DE SÃO PAULO – SP

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portadora da Cédula de Identidade RG. ...., SSP/SP, devidamente
inscrita no CPF/MF ....., residente e domiciliada à Rua ....., N° ....,
Bairro, Cidade, Estado, por seu advogado que esta subscreve,
instrumento de Mandato incluso, (doc. 1) com escritório à Rua ......,
N° ....., Bairro, Cidade, Estado, endereço em que recebe
intimações, vem à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL,

COM TUTELA ANTECIPADA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, na pessoa


de seu representante legal, pelos e motivos que passo a expor.

INICIALMENTE

DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA


A promovente é pessoa simples e não possui
condições de arcar com os ônus processuais, sob pena de sério
comprometimento no seu sustento e no sustento de sua família.

Requer, com base na Constituição Federal, art. 5º,


inciso LXXIV, na Lei 1.060/50 e suas alterações, artigos abaixo
transcritos, que lhe seja concedido os benefícios da JUSTIÇA
GRATUITA, por não ter condições financeiras de arcar com as custas e
demais despesas inerentes à presente pretensão sem prejuízo de seu
sustento, documento em anexo.

Lei 1.060/50

Art. 1º. Os poderes públicos federal e estadual,


independente da colaboração que possam receber dos municípios e da Ordem
dos Advogados do Brasil, - OAB, concederão assistência judiciária aos
necessitados nos termos da presente Lei. (Redação dada pela Lei nº 7.510, de
1986)

Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou


estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal,
civil, militar ou do trabalho.

Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins


legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família.
... 

Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência


judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não
está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. (Redação dada pela Lei nº
7.510, de 1986)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

“Art. 5º (...)

LXXIV. O Estado prestará assistência judiciária integral e


gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.”

DOS FATOS

A Autora é pessoa extremante pobre e em razão


deste fato pleiteou a concessão do benefício assistencial da Lei
Orgânica da Assistência Social, (LOAS) com as seguintes
características:

A) Nº Benefício: ....;

B) Data do requerimento ..... / ...... / ......;

C) Motivo do Indeferimento: não preenchimento


dos requisitos referente a miserabilidade.

O motivo para a negativa de concessão do benefício


é o fato de seu esposo o senhor ......, beneficiário do seguinte
benefício:

A) Aposentadoria por Idade;


B) Benefício Nº ......
C) Renda: (um salário mínimo)

Em virtude desta renda mencionada acima, o benefício


assistencial da Autora não fora concedido, entretanto como
demonstraremos abaixo, o mesmo ainda faz jus a concessão do
benefício de amparo ao idoso.

DO DIREITO

A pretensão da Autora em receber o benefício


assistencial encontra-se devidamente amparada pela Lei Maior,
especificamente no artigo 203 da Constituição Federal:

“ art. 203 – A assistência Social será prestada a


quem dela necessitar, e tem por objetivos:
independentemente da contribuição da
Seguridade Social

omissis

V – a garantia de 1 salário mínimo de benefício


mensal a pessoa portadora de deficiência, ao
idoso que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção ou tê-la provido por
sua família conforme dispuser a lei.

Com efeito, a Lei nº 8.742/93, a qual dispõe sobre a


organização da Assistência Social, aduz que:

“Art. 2 – A assistência social, tem por objetos:

...omissis...
V- a garantia de 1 (um) salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção ou
de tê-la provida por sua família.”

...omissis..... (grifarmos).

Pois bem, a lei supra mencionada garante a


concessão do benefício assistencial mediante a comprovação de 02
requisitos, ou seja:

1) Idoso com mais de 65 (sessenta e cinco)


anos ou pessoa portadora de deficiência;

2) impossibilidade de prover seus próprios meios


de subsistência ou tê-la provido pela família.

No tocante à subsistência é valido mencionarmos


mais uma vez que sendo extremamente pobre não podendo contar com
ajuda de seus familiares por estarem na mesma situação de pobreza
atualmente conta com a comiseração de pessoas solidárias para garantir de
sua subsistência.

Preceitua o inciso V, art. 203 da Carta Magna que a


assistência social será prestada a quem dela necessitar garantindo 01 (um)
salário mínimo de benefício mensal a pessoa portadora de deficiência que
não consiga prover sua subsistência.

DO CRITÉRIO PARA FINS DE ANÁLISE DA MISERABILIDADE


Inicialmente devemos salientar que inicialmente
o critério para fins de do conceito de miserabilidade, encontra-se no
expresso na lei 8.742/93, artigo 20, e parágrafos:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um


salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua
família. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)

§ 1o ....

Verificamos, portanto que a pretensão da Autora está


perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos
legais quais sejam a idade mínima e a impossibilidade de prover sua
subsistência ou contar com a renda de seus familiares.

Assim deverá ser-lhe concedido o benefício


assistencial, uma vez estão presentes todos os seus requisitos.

Devemos ressaltar que a miserabilidade da


requerente poderá ser provada por quaisquer meios de prova admitidos em
direito.

Neste sentido se manifesta a jurisprudência:

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL AgRg no AREsp 323750 SP 2013/0098752-7
(STJ)

Data de publicação: 12/06/2013


Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL.BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. IDOSO.
CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE. RENDA PER CAPITA
FAMILIAR. CRITÉRIO ESTABELECIDO NO ART. 20, § 3º, DA
LEI 8.742/93. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO POR
OUTROS MEIOS DE PROVA. 1. A Terceira Seção desta Corte,
ao apreciar o REsp 1.112.557/MG , submetido à sistemática do
art. 543-C do CPC, firmou a compreensão de que
o critério objetivo de renda per capita mensal inferior a 1/4 (um
quarto) do salário mínimo - previsto no art. 20, § 3º, da Lei
8.742/93 - não é o único parâmetro para se aferir a
hipossuficiência da pessoa, podendo tal condição ser constatada
por outros meios de prova. Precedentes: AREsp 110176/CE,
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 4/6/2013; AREsp
332275/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe 27/5/2013;
AREsp 327814/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe
22/5/2013. 2. A matéria em debate no presente recurso especial
é diversa da questão que será tratada no Resp 1.355.052/SP ,
eleito como representativo da controvérsia, que discutirá a
possibilidade de exclusão de benefício previdenciário
ou assistencial, no valor de um salário mínimo, recebido por
idoso ou deficiente que faça parte do núcleo familiar, na aferição
da renda per capita prevista no artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93
ante a interpretação do que dispõe o artigo 34, parágrafo único,
da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso). 3. Tratando-se de teses
diversas, não há falar na suspensão do julgamento determinada
pelo § 2º, do art. 2º, da Resolução STJ 8/2008. 4. Agravo
regimental a que se nega provimento.

JEFs. TNU. Previdenciário. Benefício assistencial.


LOAS. Requisitos. Situação de miserabilidade. Renda
mensal «per capita». Critério objetivo. Outros meios de
comprovação. Possibilidade.

O critério objetivo de aferição da renda mensal previsto no 3º do


art. 20 da Lei8.742/1993 (que determina a existência ou não da
miserabilidade a partir da renda per capita) não é absoluto e não exclui a
possibilidade de o julgador, ao analisar o caso concreto, lançar mão de
outros elementos probatórios que confirmem ou não a condição de
miserabilidade do solicitante e de sua família. Com esta decisão, a
Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais
(TNU) estabeleceu um parâmetro para que os elementos concretos do
processo sejam reexaminados pela Turma Recursal do Amazonas a
partir desse entendimento. No caso em análise, a segurada procurou a
TNU depois que a Turma Recursal do Amazonas negou o benefício
assistencial à deficiente, diante da ausência do requisito objetivo do
benefício pleiteado (a miserabilidade), considerando que a renda per
capita apurada no decorrer do processo foi superior a 1/4 do salário
mínimo. Entretanto, na Turma Nacional, a relatora do processo, Juíza
Fed. MARISA CUCIO, deu um rumo diferente à história. Para ela, a
renda per capita da parte autora ser ou não superior a 1/4 do salário
mínimo não é determinante. É entendimento esposado pela TNU e pelo
STJ que, no caso concreto, o magistrado poderá se valer de outros
meios para aferição da miserabilidade da parte autora, não sendo, desta
feita um critério absoluto, destacou. (Proc. 0001332-54.2011.4.01.3200)
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Desta forma, temos comprovado o critério mencionado nesta peça.

DA TUTELA ANTECIPADA

Aduz o art. 273 do CPC:

O Juiz poderá a requerimento da parte antecipar


total ou parcialmente os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial desde que existindo
prova inequívoca se convença da
verossimilhança da alegação e.

I- haja fundamento receio de dano


irreparável ou de difícil reparação;

...omissis...

Pois bem conforme o disposto na redação legal, a


Autora faz jus à concessão da tutela antecipada, pois, preenche todos os
requisitos por ela exigidos, ou seja:

1) prova inequívoca dos fatos;


2) dano irreparável.

O primeiro requisito prova inequívoca do fato está


claramente demonstrado por meio da documentação acostada aos autos,
onde se comprova a idade mínima da autora, hoje com 68 anos de idade.

Portanto, as provas apresentadas nesta oportunidade


evidenciam a necessidade da Autora.

Ademais, como já exaustivamente aludido a


Autora depende da ajuda de amigos que também são pessoas pobres na
acepção da palavra e que tem seus compromissos familiares já
assumidos.

Apreciado e devidamente demonstrado o primeiro


requisito necessário faz – se que passemos a avaliação da segunda
exigência, ou seja, que dano seja irreparável – neste caso necessário se
faz que haja a comprovação do fumus boni júris e periculum in mora.

Pois bem, quanto ao primeiro requisito como já


exaustivamente aludido evidenciado por meio de provas que ora se
juntam aos autos a Autora faz jus a concessão do benefício
pleiteado levando-se em consideração que esta impossibilitada de
prover seu próprio sustento; em virtude de sua incapacidade. A
legislação Constitucional e abaixo dela também lhe garante o
auxílio independentemente de contribuição à Seguridade Social.

Desta forma, se comprova fumus boni júris do


fato apreciado.
No que tange ao segundo requisito periculum in
mora, já é cediço de que a Autora vem passando por sérias dificuldades
tendo que contar somente com o amparo de seus amigos.

Portanto, se a providência for postergada até


Sentença final, acreditamos que o Autor Não encontrará outros meios
para sua sobrevivência.

Ora, Excelência, toda pessoa tem direito de viver em


condições no mínimo dignas; todavia, o que podemos perceber é
que, no presente caso, está havendo um sacrifício notadamente,
exacerbado por parte da autora, pois tem lhe faltado os meios de
prover a tal sobrevivência.

Assim, requer, desde já, seja concedida a tutela


antecipada por não restarem dúvidas a respeito da necessidade da
Autora e o direito que lhe ampara, sob pena de agravar-se ainda
mais a situação.

DO PEDIDO

Assim, requer a procedência da presente ação,


condenando o Instituto Réu, a concessão do benefício de auxílio de
amparo ao idoso, a partir da data de seu requerimento
administrativo ...../...../.....;
Outrossim, requer a concessão da tutela
antecipada a partir da juntada do Laudo Pericial aos autos, com a
implantação imediata do benefício de auxílio de amparo ao idoso;

Requer a citação do INSS, na pessoa de seu


representante legal, sob as penas da revelia e confissão;

Requer seja determinada por este juízo,


antecipadamente, a produção da prova pericial social, para a
constatação situação de pobreza da Autora;

Requer, ainda, os benefícios da Assistência


Judiciária Gratuita, nos termos da lei 1060//50, por ser a Autora pessoa
pobre no sentido jurídico do termo, não podendo arcar com o ônus
processual sem prejuízo de sua subsistência.

VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Nestes termos

Pede deferimento

Local, data

_______________________

Alexandro Menezes Farineli


OAB/SP

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