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(Alterar de acordo com o caso concreto)

AO MM. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE


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Precedentes: Tema 640 STJ,

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: ART. 9, VII DA LEI 13.146/15

XXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG: xxxxx,


inscrito no CPF sob o n: XXXXX, E-MAIL, residente e domiciliado na Rua:
XXXXX, n: ___, Bairro, Cidade, Estado, CEP, por meio de seu advogado que
esta subscreve (procuração anexa), com escritório localizado no endereço
constante do rodapé, vem, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos


fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

FATOS E FUNDAMENTOS

A parte Autora requereu, junto à Autarquia Ré, a concessão de Benefício


Assistencial ao Deficiente (LOAS), o qual foi indeferido, conforme documento
anexo, sob alegação de que o Requerente não se enquadra no Art. 20, § 3º da
Lei 8.742/93.

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Ocorre que, compulsando os documentos juntados aos autos, observa-
se que o/a Autor(a), de fato, vive em uma situação de risco e vulnerabilidade
social, motivo pelo qual se enseja o presente processo.

Dados sobre o requerimento administrativo

1. Número do benefício xxx.xxx.xxx-x

2. Data do
xx/xx/xxxx
requerimento

3. Razão do Não enquadramento no art. 20, § 3° da Lei


indeferimento 8.742/93

A pretensão do/da Autor(a) tem amparo constitucionalmente previsto no


art. 203, inciso V, da Constituição Federal, na Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da
Assistência Social) e demais normas aplicáveis. Tais normas asseveram que,
para fazer jus ao Benefício Assistencial, o/a Autor(a) deve preencher os
seguintes pressupostos: i) apresentar deficiência (nos termos da legislação
relacionada à matéria) ou ii) ser pessoa com mais de 65 anos de idade, além
de comprovar a impossibilidade de ter seu sustento provido pelo seu núcleo
familiar.

Nessa esteira, cumpre salientar que, quando do requerimento


administrativo, o/a Autor(a) estava com XX anos de idade, de maneira a
preencher o pressuposto etário previsto no art. 20 da Lei 8.742/93.

De outra banda, se encontra igualmente cumprido, no caso em apreço, o


requisito “renda”. Isto, pois conforme se observa em documento constante no
processo administrativo anexo, o grupo familiar do Requerente é formado por
XXX pessoas: o/a Autor(a) e (incluir o grupo familiar nos termos do §4º do
art. 20 da Lei 8742/93). A renda familiar provém única e exclusivamente da

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verba auferida pelo/pela Sra. XXXX, cônjuge do/da Autor(a), a título de
benefício previdenciário, no importe de um salário mínimo mensal.

Neste diapasão, cumpre ressaltar que tal valor NÃO deve ser levado em
conta para fins de cálculo de renda per capta do grupo familiar, por se
tratar de benefício previdenciário de valor mínimo auferido com o
propósito de sustento do próprio beneficiário. Nesse sentido tem-se:

(Tema 640 STJ) PREVIDENCIÁRIO. RECURSO


REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL PREVISTO NA LEI N. 8.742/93 A
PESSOA COM DEFICIÊNCIA. AFERIÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA DO NÚCLEO FAMILIAR. RENDA PER
CAPITA. IMPOSSIBILIDADE DE SE COMPUTAR PARA ESSE
FIM O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, NO VALOR DE UM
SALÁRIO MÍNIMO, RECEBIDO POR IDOSO. 1. Recurso
especial no qual se discute se o benefício previdenciário,
recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, deve
compor a renda familiar para fins de concessão ou não do
benefício de prestação mensal continuada a pessoa deficiente.
2. Com a finalidade para a qual é destinado o recurso especial
submetido a julgamento pelo rito do artigo 543-C do CPC,
define-se: Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do
Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido
de benefício assistencial feito por pessoa com
deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido
por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja
computado no cálculo da renda per capita prevista no
artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93. 3. Recurso especial
provido. Acórdão submetido à sistemática do § 7º do art. 543-C
do Código de Processo Civil e dos arts. 5º, II, e 6º, da
Resolução STJ n. 08/2008.

Ainda, por evidente que a renda total é insuficiente para garantir o


sustento do/da Autor(a) de forma digna, especialmente em se tratando de
pessoa com idade avançada, que necessita de cuidados especiais, justamente
em razão da idade já atingida. Vale mencionar que a mulher do/da Autor(a)
também é idosa, contando com XX anos de idade.

De qualquer modo, criterioso ressaltar que a renda per capta superior a ¼


do salário mínimo não estabelece óbice à concessão do benefício assistencial,
conforme entendimento jurisprudencial firme:

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AGRAVO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO JUÍZO RELATOR
QUE NEGA SEGUIMENTO A PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO.
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. RENDA PER
CAPITA SUPERIOR A 1/4 DO SALÁRIO-
MÍNIMO. POSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO DO
CRITÉRIO OBJETIVO. NÃO COMPROVAÇÃO DA
NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO DA ASSISTÊNCIA
SOCIAL. 1. Na decisão agravada foi negado seguimento ao
pedido de uniformização da parte autora, interposto contra
acórdão que manteve a improcedência do pedido de
concessão de benefício assistencial. 2. Reafirmação da
orientação jurisprudencial no sentido de que "a simples
superação de renda máxima legal per capita não obsta, por
si só, a concessão de benefício assistencial se outras
circunstâncias pessoais puderem demonstrar o estado de
miserabilidade em que vive a parte autora" (5014350-
52.2012.404.7108, Turma Regional de Uniformização da 4ª
Região, Relator Marcus Holz, juntado aos autos em
10/08/2015). 3. Agravo não provido.   (5000035-
13.2013.404.7131, TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO
DA 4ª REGIÃO, Relatora FLÁVIA DA SILVA XAVIER, juntado
aos autos em 09/05/2016, com grifos acrescidos)

Desta forma, tem-se que a parte autora está sob situação de


MISERABILIDADE, onde sua renda total é insuficiente para garantir sua
dignidade e sustento. Assim, imperioso que seja concedido o benefício de
prestação continuada ao/a Autor(a), pois, não somente ele seja idoso, também
vive em estado de penúria, carecendo da devida proteção estatal.

DA COSTATAÇÃO DA DEFICIENCIA

O Requerente padece de deficiência na acepção do termo, nos ditames


do art. 2º da lei 13.146/15:

Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem


impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será


biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar e considerará: I - os impedimentos nas funções
e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais,
psicológicos e pessoais; III - a limitação no desempenho de
atividades; e IV - a restrição de participação.

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Ademais, como aduz o §1º além dos fatores médicos, os fatores
psicológicos e sociais devem ser levados em consideração pois a deficiência
considerada é aquela que pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.

Sendo assim, após a instrução processual, restará plenamente


comprovado que o/a Autor(a) preenche todos os pressupostos necessários à
percepção do benefício assistencial pleiteado.

DA NÃO REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Considerando o indeferimento em via administrativa do benefício


assistencial pleiteado, o/a Autor(a) vem manifestar, em cumprimento ao art.
319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência
de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

IV - PEDIDO

Por todo o exposto, requer o/a Autor(a):

1) O deferimento da Gratuidade da Justiça, por ser o/a Autor(a)


hipossuficiente na acepção legal do termo, conforme Declaração de
Hipossuficiência anexa;

2) A concessão de prioridade na tramitação, com fulcro no art. 9 da Lei


13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), tendo em vista que o/a
Autor(a) padece de deficiência;

3) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo,


apresentar defesa;

4) A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões


acima expostas;

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5) A produção de todos os meios de prova, principalmente a documental e a
pericial;

6) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando a Ré


a conceder o benefício assistencial ao/a Autor(a), pagando as parcelas
vencidas (a partir do requerimento administrativo) e vincendas,
monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de
juros legais e moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento;

Dá a causa o valor de R$ xxxxxx, tendo em vista a soma do valor das xx


parcelas vencidas e 12 parcelas vincendas.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

Local, data.

ADVOGADO

OAB: XXXXX

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