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A Parte Autora possui deficiência, conforme comprovam laudos e documentos acostados a esta inicial.
Devido à impossibilidade de se auto prover, a Parte Autora requereu ao INSS, em 00.00.0000, o Benefício
de Prestação Continuada – LOAS Deficiente, tendo o mesmo sido indeferido pela Autarquia-Ré, sob a
alegação <INCLUIR MOTIVO DO INDEFERIMENTO>.
Tal indeferimento é indevido, como se comprovará pelos documentos e direitos apresentados nessa
exordial. Adianta-se, quanto aos fatos, que, no tocante ao núcleo familiar, reside(m) com a Parte Autora
<INCLUIR DADOS DO GRUPO FAMILIAR. NESSE TÓPICO, RECOMENDAMOS A COLETA DOS
SEGUINTES DADOS>
Dados sobre o grupo familiar1:
Já quanto à deficiência, destacamos as condições pessoais da Parte Autora <INCLUIR DADOS, DOS
QUAIS RECOMENDAMOS OS SEGUINTES>:
1. Tipo de incapacidade/doença/enfermidade/deficiência de que é portador
3. Data de nascimento
A comprovação de suas condições (deficiência) é feita pela apresentação dos seguintes documentos:
( ) Atestado Médico;
2 Renda mensal bruta familiar: “a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da
família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou
privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado,
rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal
Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19.” (Art. 4.º,
VI do Decreto n. 6.214/2007, com redação dada pelo Decreto n. 7.617, de 2011)
( ) Laudo Médico;
( ) Prontuário Médico;
( ) Exames; ou
( ) _____________________________
Certa do indevido indeferimento do benefício assistencial, recorre, a Parte Autora, à via judicial
competente.
O benefício assistencial, na forma de prestação continuada, está previsto no art. 203, inc. V, da
Constituição Federal de 1988, in verbis:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, a
seguridade social, e tem por objetivos:
[...]
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.
Sua regulamentação se deu por meio da Lei n. 8.742, de 7.12.1993 (Lei Orgânica da Assistência
Social), que exige, além da comprovação da idade ou da deficiência, que a renda familiar mensal per capita
seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (redação dada pela Lei n. 14.176/2021).
Nesse contexto, para o idoso a idade deve ser igual ou superior a 65 anos, para homem ou mulher. E,
quanto à pessoa com deficiência pode ser de qualquer idade, desde que apresente impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
Conforme comprova a documentação anexa, a autora possui deficiência, devidamente atestada por
profissional médico especialista, fato este que poderá ser comprovado mediante a realização de perícia
judicial, restando, portanto, cumprido o primeiro requisito para a concessão do benefício assistencial no
presente caso.
De acordo com as Súmulas n. 29 e n. 48 da TNU:
29 – “Para os efeitos do art. 20, § 2.º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não só
é aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao
próprio sustento.”
48 – “Para fins de concessão do benefício assistencial de prestação continuada, o conceito de pessoa com
deficiência, que não se confunde necessariamente com situação de incapacidade laborativa, exige a
configuração de impedimento de longo prazo com duração mínima de 2 (dois) anos, a ser aferido no caso
concreto, desde o início do impedimento até a data prevista para a sua cessação”.
Quanto ao critério para aferição do requisito econômico, segundo orientação do STJ, o magistrado não
está sujeito a um sistema de tarifação legal de provas, motivo pelo qual a delimitação do valor da renda
familiar per capita não deve ser tida como único meio de prova da condição de miserabilidade do
requerente. Nesse sentido, as teses fixadas em recurso especial processado como representativo da
controvérsia, nos termos do art. 1.036 do CPC:
Tema 185: “A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se
comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por
sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se
absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo”
(REsp n. 1.112.557/MG, 3.ª Seção, DJe 20.11.2009).
Tema 640: “Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia,
a pedido de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário
recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita
prevista no artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93” (1ª Seção, DJe 05.11.2015).
Da mesma forma, o STF em julgamento da Repercussão Geral – Tema 27, fixou a tese de que: “É
inconstitucional o § 3.º, do art. 20, da Lei 8.742/1993, que estabelece a renda familiar mensal per capita
inferior a um quarto do salário mínimo como requisito obrigatório para concessão do benefício assistencial
de prestação continuada previsto no artigo 203, V, da Constituição.” (Leading Case: RE 567985, Tribunal
Pleno, DJe 03.10.2013)
O STF também reputou inconstitucional o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso por
violar o princípio da isonomia, ao abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de
idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de idoso com o de deficiente ou de
qualquer outro previdenciário. A tese fixada em Repercussão Geral – Tema n. 312, foi a seguinte: “É
inconstitucional, por omissão parcial, o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do
Idoso).” (Leading Case: RE 580963, Tribunal Pleno, DJe 14.11.2013).
Por último e com base em precedentes jurisprudenciais mencionados, houve avanço legislativo com
a Lei n. 13.982/2020, que introduziu o § 14 no art. 20 da LOAS, para estabelecer que:
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-
mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será
computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com
deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo.
3. DO PREQUESTIONAMENTO
Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, <ADEQUAR AO CASO
CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL TAMBÉM, MESMO PARA
AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE
IRDR>.