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MODELO DE AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO

CONTINUADA (LOAS) – DEFICIENTE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO <VERIFICAR SE É
INTERESSANTE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO NA VARA ESTADUAL MEDIANTE A UTILIZAÇÃO
DA COMPETÊNCIA DELEGADA, MAS ADEQUANDO À NOVA LIMITAÇÃO DE 70 KM ENTRE A
SEDE DA JF E A SEDE DA COMARCA. SE SIM, ADEQUAR PARA A NOMENCLATURA
ESTADUAL>

Beneficiário(a), nacionalidade, estado civil, residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro, Cidade,


Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º, endereço eletrônico, devidamente representado/assistido (se for o caso
de ser representado – CPC: Art. 71. “O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou
por curador, na forma da lei.”), vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores
constituídos, propor a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
CONTINUADA – LOAS DEFICIENTE contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –
INSS, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal com endereço à... <ENDEREÇO PARA
CITAÇÃO/INTIMAÇÃO A SER VERIFICADO DE ACORDO COM A CIDADE E ESTADO QUE SE
INGRESSA COM A AÇÃO>, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:

1. BREVE RESENHA FÁTICA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

A Parte Autora possui deficiência, conforme comprovam laudos e documentos acostados a esta inicial.
Devido à impossibilidade de se auto prover, a Parte Autora requereu ao INSS, em 00.00.0000, o Benefício
de Prestação Continuada – LOAS Deficiente, tendo o mesmo sido indeferido pela Autarquia-Ré, sob a
alegação <INCLUIR MOTIVO DO INDEFERIMENTO>.
Tal indeferimento é indevido, como se comprovará pelos documentos e direitos apresentados nessa
exordial. Adianta-se, quanto aos fatos, que, no tocante ao núcleo familiar, reside(m) com a Parte Autora
<INCLUIR DADOS DO GRUPO FAMILIAR. NESSE TÓPICO, RECOMENDAMOS A COLETA DOS
SEGUINTES DADOS>
Dados sobre o grupo familiar1:

1. Número de componentes, com seus respectivos nomes Nome:


e datas de nascimento Data:

2. Relação de parentesco da pessoa listada acima com a


Parentesco
parte autora

<INDICAR SE ALGUÉM RECEBE


3. Renda Mensal Líquida de cada membro do grupo APOSENTADORIA OU PENSÃO E EM QUAL
VALOR MENSAL>

4. Renda líquida do grupo

1A família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência


de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e
os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n.
12.435, de 2011)
É importante destacar ainda que <INCLUIR AQUI DADOS IMPORTANTES SOBRE AS
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS2 DO GRUPO FAMILIAR, E RECOMENDAMOS A COLETA
DAS SEGUINTES INFORMAÇÕES>:
1. Residência própria: sim ou não?
2. Em caso de locação indicar o valor do aluguel
3. Detalhes da residência: de material ou alvenaria, quantas peças...
4. Indicar valor que gasta mensal com água e luz
5. Tem despesa de condomínio?
6. Em caso de imóvel rural, indicar se plantam algo ou se fazem criação de animais
7. Verificar qual valor gasta de vestuário e se recebe doações
8. Indicar despesa com saúde, se faz uso de medicamento contínuo, quantidade e custo de cada um

Quanto às provas, a Parte Autora anexa, à presente exordial, os seguintes documentos


<EXEMPLOS>:
( ) Certidão(ões) de nascimento e/ou carteira(s) de identidade;
( ) Carteira(s) de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
( ) Contracheque(s) de pagamento ou documento(s) expedido(s) pelo empregador;
( ) Carnê(s) de contribuição para o INSS;
( ) Extrato(s) de pagamento de benefício ou declaração(ões) fornecida(s) pelo INSS ou outro
regime de previdência social público ou privado;
( ) Inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF e no Cadastro Único de Programas Sociais
do Governo Federal – CadÚnico
( ) Conta(s) de água e/ou luz
( ) Outras ____________________________

Já quanto à deficiência, destacamos as condições pessoais da Parte Autora <INCLUIR DADOS, DOS
QUAIS RECOMENDAMOS OS SEGUINTES>:
1. Tipo de incapacidade/doença/enfermidade/deficiência de que é portador

2. Limitações decorrentes da deficiência

3. Data de nascimento

A comprovação de suas condições (deficiência) é feita pela apresentação dos seguintes documentos:
( ) Atestado Médico;

2 Renda mensal bruta familiar: “a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da
família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou
privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado,
rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal
Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19.” (Art. 4.º,
VI do Decreto n. 6.214/2007, com redação dada pelo Decreto n. 7.617, de 2011)
( ) Laudo Médico;
( ) Prontuário Médico;
( ) Exames; ou
( ) _____________________________

Certa do indevido indeferimento do benefício assistencial, recorre, a Parte Autora, à via judicial
competente.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

O benefício assistencial, na forma de prestação continuada, está previsto no art. 203, inc. V, da
Constituição Federal de 1988, in verbis:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição, a
seguridade social, e tem por objetivos:

[...]

V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.

Sua regulamentação se deu por meio da Lei n. 8.742, de 7.12.1993 (Lei Orgânica da Assistência
Social), que exige, além da comprovação da idade ou da deficiência, que a renda familiar mensal per capita
seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo (redação dada pela Lei n. 14.176/2021).
Nesse contexto, para o idoso a idade deve ser igual ou superior a 65 anos, para homem ou mulher. E,
quanto à pessoa com deficiência pode ser de qualquer idade, desde que apresente impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
Conforme comprova a documentação anexa, a autora possui deficiência, devidamente atestada por
profissional médico especialista, fato este que poderá ser comprovado mediante a realização de perícia
judicial, restando, portanto, cumprido o primeiro requisito para a concessão do benefício assistencial no
presente caso.
De acordo com as Súmulas n. 29 e n. 48 da TNU:
29 – “Para os efeitos do art. 20, § 2.º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não só
é aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao
próprio sustento.”
48 – “Para fins de concessão do benefício assistencial de prestação continuada, o conceito de pessoa com
deficiência, que não se confunde necessariamente com situação de incapacidade laborativa, exige a
configuração de impedimento de longo prazo com duração mínima de 2 (dois) anos, a ser aferido no caso
concreto, desde o início do impedimento até a data prevista para a sua cessação”.

Quanto ao critério para aferição do requisito econômico, segundo orientação do STJ, o magistrado não
está sujeito a um sistema de tarifação legal de provas, motivo pelo qual a delimitação do valor da renda
familiar per capita não deve ser tida como único meio de prova da condição de miserabilidade do
requerente. Nesse sentido, as teses fixadas em recurso especial processado como representativo da
controvérsia, nos termos do art. 1.036 do CPC:
Tema 185: “A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se
comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por
sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se
absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo”
(REsp n. 1.112.557/MG, 3.ª Seção, DJe 20.11.2009).
Tema 640: “Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia,
a pedido de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário
recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita
prevista no artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93” (1ª Seção, DJe 05.11.2015).

Da mesma forma, o STF em julgamento da Repercussão Geral – Tema 27, fixou a tese de que: “É
inconstitucional o § 3.º, do art. 20, da Lei 8.742/1993, que estabelece a renda familiar mensal per capita
inferior a um quarto do salário mínimo como requisito obrigatório para concessão do benefício assistencial
de prestação continuada previsto no artigo 203, V, da Constituição.” (Leading Case: RE 567985, Tribunal
Pleno, DJe 03.10.2013)
O STF também reputou inconstitucional o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso por
violar o princípio da isonomia, ao abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de
idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de idoso com o de deficiente ou de
qualquer outro previdenciário. A tese fixada em Repercussão Geral – Tema n. 312, foi a seguinte: “É
inconstitucional, por omissão parcial, o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do
Idoso).” (Leading Case: RE 580963, Tribunal Pleno, DJe 14.11.2013).
Por último e com base em precedentes jurisprudenciais mencionados, houve avanço legislativo com
a Lei n. 13.982/2020, que introduziu o § 14 no art. 20 da LOAS, para estabelecer que:
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-
mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não será
computado, para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com
deficiência da mesma família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo.

Essa inclusão soluciona importante questão, reduzindo-se a judicialização desnecessária de novas


demandas para exclusão de renda de idosos e de deficientes de um mesmo grupo familiar.
Cabe destacar que a Parte Autora, conforme já demonstrado, não possui outros meios para prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua, inexistindo motivos que justifiquem o indeferimento do
benefício requerido.
Sendo assim, não merece perdurar a decisão administrativa de indeferimento do benefício, cabendo a
esse nobre Juízo restabelecer o direito e a justiça!

3. DO PREQUESTIONAMENTO

Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, <ADEQUAR AO CASO
CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL TAMBÉM, MESMO PARA
AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE
IRDR>.

4. REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:


a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, responder à presente
demanda, no prazo legal e a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se
pronunciar nos autos, apresente o Processo de Concessão do Benefício de Prestação Continuada (LOAS)
para apuração dos valores devidos à Parte Autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.
10.259/2001, sob pena de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do CPC, a ser fixada por
esse Juízo;
b) a procedência da pretensão aduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a
conceder o Benefício de Prestação Continuada – LOAS DEFICIENTE, a contar da data do primeiro
requerimento administrativo;
c) a condenação do INSS ao pagamento dos valores acumulados, aplicando-se o índice da taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente, para para
fins de atualização monetária e de compensação da mora (art. 3º da EC n. 113/2021), respeitada a
prescrição quinquenal;
d) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de
20% (vinte por cento) sobre as parcelas vencidas e as doze vincendas, apuradas em liquidação de sentença,
conforme dispõem o art. 55 da Lei n. 9.099/1995 e o art. 85, § 3.º, do CPC;
e) a concessão da Gratuidade da Justiça, por ser a Parte Autora pessoa hipossuficiente, na acepção
jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, na forma do art. 98 e ss do CPC.
<RECOMENDA-SE A COLETA, PELO ADVOGADO, DE DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA
DO CLIENTE, CASO SEJA REQUERIDA A GRATUIDADE DA JUSTIÇA. DEVE-SE, TAMBÉM, DE
PREFERÊNCIA, FAZER A JUNTADA DE TAL DECLARAÇÃO NOS AUTOS, JÁ NA INICIAL>.
Cumprindo a previsão do art. 319, VII, do CPC, a parte autora declara que opta pela realização <OU
NÃO REALIZAÇÃO, ADEQUAR CONFORME O INTERESSE EM CADA CASO> de audiência de
conciliação no presente caso.
Requer-se, ainda, com base no § 4.º, do art. 22, da Lei n. 8.906/1994, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor da Parte Autora, quando da expedição da RPV ou do
precatório, os valores referentes aos honorários contratuais e sucumbenciais sejam expedidos em nome da
sociedade de advogados contratada pela parte Autora, sendo os honorários contratuais devidos no
percentual constante no contrato em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). <ADEQUAR CONFORME O CASO>
Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.
Cidade e data.
Nome do Advogado e OAB
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Quesitos para a perícia:
1. O(a) periciando(a) é portador de algum tipo de deficiência? Em caso positivo informe o
respectivo CID?
2. Qual(is) é(são) a(s) natureza(s) da(s) deficiência(s) que aflige(m) o(a) periciando(a) (física,
mental, intelectual ou sensorial)?
3. Qual(is) é(são) a(s) causa(s) ou origem da(s) deficiência(s) que aflige(m) o(a) periciando(a)?
4. É possível informar data de início da deficiência, especificando-a?
5. Se o(a) periciando(a) apresenta deficiência, qual seu grau (leve, moderado ou grave)?
6. É possível esclarecer se a(s) doença(s)/lesão(ões) ou sequela(s), permitem caracterizar a parte
autora como “pessoa com deficiência” e “impedimentos de longo prazo” à luz do disposto nos §§
2º e 10, Art. 20 da Lei n. 8.742 de 1993 (com a redação dada pela Lei n. 12.470 de 2011, c/c a Lei
13.146/2015)?
7. Qual o grau de limitação nos atos da via diária sofridos pelo(a) periciando(a)?
8. Caso existente, qual o curso natural e prognóstico da(s) doença(s)/lesão(ões) ou sequela(s)?
9. O Sr. Perito pode informar os parâmetros da avaliação médico-pericial da deficiência
(deficiências nas funções e nas estruturas do corpo em correlação à existência de limitação do
desempenho de atividades e restrição à participação social, segundo suas especificidades)?
10. O(a) periciando(a) faz algum acompanhamento médico em razão da deficiência? Qual?
11. O(a) periciando(a) faz uso de medicamentos como parte do acompanhamento de sua deficiência?
Se sim, quais?
12. Há prognóstico de reversão da deficiência?
13. O(a) periciando(a) encontra-se incapacitado para todo e qualquer tipo de trabalho, ou seja, é
incapaz de prover ao próprio sustento? (Quesito dispensado em caso de menor de 16 anos – art.
4.º, § 1.º, Decreto n. 6.214/2007).
14. A incapacidade para o trabalho é permanente ou temporária?
15. Existe a possibilidade de reabilitação ou habilitação do(a) periciando(a) para atividade
profissional, dadas a sua idade, sua escolaridade e grau de deficiência? (Quesito dispensado em
caso de menor de 16 anos – art. 4.º, § 1.º, Decreto n. 6.214/2007)
Em se tratando de menor de 16 anos, a deficiência avaliada, considerando a idade, produz
limitação no desempenho de atividade física, cognitiva etc.? E restrição da participação social
(art. 4.º, § 1.º, Decreto n. 6.214/2007)?
16. Em se tratando de menor de 16 anos, há prognóstico de desenvolvimento normal quando da idade
adulta, incluindo colocação no mercado de trabalho, desenvolvimento social, afetivo, por
exemplo?
17. Qual é a especialidade de formação do perito oficial, registrado no CRM?

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