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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA _______ VARA CÍVEL DA

COMPETÊNCIA DELEGADA DE CORNÉLIO PROCÓPIO – PARANÁ.

Requer que todas as notificações, intimações e publicações sejam


endereçadas exclusivamente a procuradora THAIS TAKAHASHI –
OAB/PR 34.202 – OAB/SP 307.045-A e encaminhadas para a Rua
Paraíba, nº. 150, Centro, Cornélio Procópio – Paraná, CEP: 86300-000
sob pena de nulidade nos termos do artigo 272 §5º do CPC.

TUTELA DE EVIDÊNCIA
PERÍCIA MÉDICA
VERIFICAÇÃO IN LOCO

MARIA DAS DORES VIEIRA, brasileira, solteira, do lar, portadora do


CI.RG nº 5.191.122-9 inscrita no CPF/MF nº 011.328.509-40 residente e domiciliada na Rua Manoel Diniz
Pimenta 183 – Universitário – Cornélio Procópio – PR, por seus procuradores (doc. 01 anexo), vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 203 inciso V, da Constituição Federal
e Lei nº. 8742/93, propor a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
CONTINUADA A PESSOA COM DEFICIENCIA C/C TUTELA DE EVIDÊNCIA E DANO MORAL,
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, com representação legal em
Londrina – Paraná, pelos fundamentos e fatos jurídicos que passa a expor e ao final requerer.

1. DOS FATOS

A autora deficiente requereu a concessão de Benefício de Prestação Continuada a

Pessoa com Deficiência em 27/02/2019 (87/704.384.205-1), indeferido em razão da renda per capita ser
maior que 1/4 do salário mínimo vigente na Data da entrada no Requerimento - DER.

Excelência, o grupo familiar é composto pela autora, sua genitora que possui 79 anos
sobrevivendo apenas de um salário mínimo. A renda auferida é insuficiente para o grupo familiar o que
poderá ser constatado através de verificação in loco por oficial de justiça.

Assim, requer a realização de perícia médica para comprovação de deficiência da


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autora e verificação in loco, para comprovação da vulnerabilidade social.

2. DA EXCLUSÃO DA RENDA AUFERIDA PELO ESPOSO

No caso em apreço, a autora convive com sua genitora que possui renda de um salário
mínimo.

Ocorre, Excelência, que o benefício auferida pela genitora, não deve ser computado
para fins de cálculo da renda per capita, por analogia aos dispostos no artigo 34 da Lei 10.741/03 (Estatuto do
Idoso).

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos


do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a
que se refere a Loas.

A doutrina com base em precedente do STF, entende que não é plausível a


discriminação dos portadores de deficiência em relação ao idoso, e tal distinção fere o princípio da isonomia,
neste sentido:

(...)
Segundo o STF, a inconstitucionalidade por omissão parcial do dispositivo ocorre
porque não há justificativa plausível para discriminação dos portadores de deficiência
em relação aos idosos, bem como dos idosos beneficiários da assistência social em
relação aos idosos titulares de benefícios previdenciários no valor de até um salário
mínimo. Assim, o dispositivo trata de maneira anti-isonômica situações equivalentes,
devendo também ser autorizada a exclusão, nos mesmo moldes do previsto no
parágrafo único do art. 34, dos benefícios assistencial recebidos por deficientes e dos
previdenciários, no valor de até um salário mínimos, percebidos por idosos.
(...)1

1
Bochenek. Antônio Cesar; Koehler. Frederico Augusto Leopoldino; Nascimento. Marico Augusto. Súmulas TNU, Organizadas por assunto, anotadas e
comentadas. Editora Jus Podivm, Pág. 68.

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18485700 - PREVIDENCIÁRIO. AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE. LEI Nº 8.742/93.
PRELIMINAR. LAUDO SOCIOECONÔMICO. PROVA TÉCNICA NÃO ESSENCIAL. NULIDADE.
NÃO OCORRÊNCIA. REQUISITOS. INCAPACIDADE INCONTROVERSA. HIPOSSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA COMPROVADA. TERMO INICIAL. JUNTADA DO LAUDO PERICIAL. HONORÁRIOS,
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. (...). 5.
Quanto ao requisito econômico, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos Recursos
Extraordinários nºs 567.985/MT e 580.963/PR, declarou a inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia
de nulidade, do art. 20, da Lei nº 8.742/93, e a inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34,
parágrafo único, da Lei nº 10.741/03, em observância ao princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana e da isonomia, com a finalidade de alargar os critérios de aferição da hipossuficiência,
não limitando apenas à análise da renda inferior a 1/4 do salário mínimo, bem como para determinar a
exclusão do cálculo da renda familiar per capita os benefício assistenciais conferidos a deficientes e os
benefícios previdenciários no valor de até um salário mínimo percebidos por idosos. 6. (...). (TRF 5ª R.;
AC 0002402-58.2017.4.05.9999; PB; Terceira Turma; Rel. Des. Fed. Rogério Fialho Moreira; DEJF
06/11/2017; Pág. 89). Exclusividade Magister: Repositório autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ
nº 67/2008 e do TST nº 35/2009.

Isto posto, impõe-se a exclusão da renda auferida pelo marido da autora, por
aplicação analógica e isonômica do artigo 34, parágrafo único, da lei 10.741/03.

3. DO BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – GARANTIA CONSTITUCIONAL:

A nossa Constituição Federal garante as pessoas, como no caso em tela, o pagamento


de um salário mínimo quando a manutenção de sua vida estiver impossibilitada:

Art. 203. “A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos:

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa


portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.

A Legislação Pátria, nesses termos, não impõe nenhuma limitação ao recebimento do


benefício, quando comprovada a impossibilidade da pessoa, em prover o seu próprio sustento.

Logo, a Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742/93, estabelece as condições e


requisitos para obtenção do benefício, vejamos:
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Art. 20º. “benefício de prestação continuada é a garantia de um
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua
família.

§ 2º- Para efeito de concessão deste benefício, considera-se pessoa


com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.

Verifica-se, portanto, que a pretensão do autor deve ser acolhida pois preenche todos
os requisitos legais, quais sejam, ser uma pessoa idosa sem capacidade de prover sua subsistência ou contar
com a renda de seus familiares. Neste sentido:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.


INCAPACIDADE EXISTENTE. CRITÉRIO ECONÔMICO. 1. O
benefício assistencial é devido à pessoa portadora de deficiência e
ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família. 2. Em relação ao
pressuposto econômico, o art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/1993 -
LOAS estabelecia que seria considerada hipossuficiente a pessoa
com deficiência ou idoso cuja família possuísse renda per capita
inferior a ¼ do salário mínimo. O Supremo Tribunal Federal, ao
analisar os recursos extraordinários 567.985 e 580.963, ambos
submetidos à repercussão geral, reconheceu a inconstitucionalidade
do § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/1993, assim como do art. 34 da
Lei 10.741/2003 - Estatuto do Idoso, permitindo que o requisito
econômico, para fins de concessão do benefício assistencial, seja
aferido caso a caso. No caso, a autora está inserida em um grupo
familiar de vulnerabilidade. 3. A incapacidade da requerente,
que se encontra quadro de depressão grave há anos, tem sérios
problemas de coluna, sempre exerceu atividades que exigem
esforço físico, não pode ser tida como temporária, mormente se
considerada sua idade, formação profissional e os acontecimentos
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que se sucederam nos últimos anos, em decorrência do quadro de
saúde. 4. Evidenciado o risco social e comprovado que a autora
depende do benefício para garantir o controle das doenças que a
acometem e a sua sobrevivência digna, por estar inserida em um
grupo familiar de vulnerabilidade, impõe-se a concessão do amparo
social. (TRF-4 - AC: 238043320144049999 RS 0023804-
33.2014.404.9999, Relator: TAÍS SCHILLING FERRAZ, Data de
Julgamento: 30/03/2015, QUINTA TURMA, Data de Publicação:
D.E. 16/04/2015).

4. DA CONDIÇÃO SÓCIO-ECONOMICA DO GRUPO FAMILIAR

Como é notório, o critério objetivo – renda per capita superior a ¼ do salário


mínimo – não deve ser o único critério analisado a fim de conferir o direito ao benefício assistencial.

Nesse sentido, observa-se que, transcorridos mais de 20 anos após a promulgação da


Lei 8.742/93, que naquele momento elegeu como critério de miserabilidade a renda de ¼ do salário mínimo
por membro do grupo familiar, reconhecer no atual cenário sócio-econômico brasileiro que os requisitos
permanecem intangíveis consiste em equívoco que, ressalte-se, o próprio legislador vem modificando. Bem
assim, dispõe o artigo 117 da Lei nº 10.741/2003: “o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional
projeto de lei revendo os critérios de Concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei
Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio
de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País”.

Outrossim, encontra-se revogado o artigo 20, §3º da Lei 8.742/93, conforme


interpretação do artigo 2°, §1º da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis:

“a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior”.

Ademais, cumpre enumerar as leis posteriores que alteraram o patamar fixado pela
lei anterior, cujo conteúdo é incompatível com os novos critérios de miserabilidade trazidos a lume, mais
atentos à dinâmica realidade social do país:

 Lei 9.533/97, art. 5º, I, que autorizou o Poder Executivo Federal a prestar ajuda aos Municípios que
instituírem Programa de Renda Mínima, neste caso foi fixado o importe de ½ salário mínimo para
enquadramento do programa.

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 Lei 10.689/03, que instituiu o Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, a aludida lei
estabeleceu em seu art. 2º, §2º: “os benefícios do PNAA serão concedidos, na forma desta Lei,
para unidade familiar com renda mensal per capita inferior a meio salário mínimo".

Ora, Excelência, as leis retro citadas expressam a legítima intenção do legislador ao


fixar em ½ salário mínimo o critério para aferição do estado de miserabilidade. Nesse passo, o artigo 20, §
3º, da Lei nº 8.742/93 foi revogado pela legislação posterior (Leis nº 9.533/97 e 10.689/2003 ). Nesse
sentido:

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO


CONTINUADA. ART. 203, INCISO V, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. LEI 8.742/93 (LOAS). REQUISITOS.
ORIENTAÇÃO DO STF. 1. A Constituição Federal exige apenas
dois requisitos no tocante ao benefício assistencial de que trata o
art. 203, V: (a) possuir o requerente deficiência incapacitante para
a vida independente ou ser idoso, e (b) encontrar-se a família do
requerente em situação de miserabilidade. 2. Segundo decidiu o
Supremo Tribunal Federal em 18/04/2013 (RE 567.985/MT e
RE 580.963/PR) é inconstitucional a definição da
miserabilidade com base no critério de ¼ do salário mínimo (§
3º do art. 20 da LOAS), devendo a condição socioeconômica do
requerente, situação fática, ser aferida no caso concreto. 3. Na
mesma ocasião o Supremo Tribunal Federal declarou a
inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 34 da Lei
10.741/03 (Estatuto do Idoso). Segundo entendeu a Corte, restou
caracterizada ofensa ao princípio da isonomia, pois aberta exceção
para o recebimento de dois benefícios assistenciais por idosos, sem
que contemplada a percepção conjunta de benefício de idoso com o
de deficiente ou de qualquer outro previdenciário. Assim, incorreu
o legislador em equívoco, pois, tratando-se de situações idênticas,
deveria ser possível a exclusão do cômputo do benefício,
independentemente de sua origem. 4. Comprovada a
incapacidade para a vida independente e a situação de risco
social em que vive, é devida a concessão do benefício
assistencial à parte autora. (TRF4, APELREEX 5003643-
12.2013.404.7004, Quinta Turma, Relatora p/ Acórdão Maria
Isabel Pezzi Klein, juntado aos autos em 22/01/2015)

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EMENTA: BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. MANDADO DE
SEGURANÇA. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
DESNECESSIDADE. PESSOA IDOSA. CONDIÇÃO
SOCIOECONÔMICA. MISERABILIDADE. RENDA
FAMILIAR. ART. 20, §3º, DA LEI 8.742/93. RELATIVIZAÇÃO
DO CRITÉRIO ECONÔMICO OBJETIVO. STJ E STF.
PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO
LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. BENEFÍCIO DE RENDA
MÍNIMA. IDOSO. EXCLUSÃO. 1. Embora seja inusitada a
utilização do mandado de segurança em relação a benefícios
previdenciários, aqui, excepcionalmente, é admissível tal
instrumento em face de que desnecessária a dilação probatória.
Precedentes. 2. O direito ao benefício assistencial previsto no art.
203, V, da Constituição Federal e no art. 20 da Lei 8.742/93
(LOAS) pressupõe o preenchimento de dois requisitos: a) condição
de pessoa com deficiência ou idosa e b) condição socioeconômica
que indique miserabilidade; ou seja, a falta de meios para prover a
própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. 3. O
Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.112.557
representativo de controvérsia, relativizou o critério econômico
previsto no art. 20, §3º, da Lei 8.742/93, admitindo a aferição
da miserabilidade da pessoa deficiente ou idosa por outros
meios de prova que não a renda per capita, consagrando os
princípios da dignidade da pessoa humana e do livre
convencimento do juiz. 4. Reconhecida pelo STF, em regime de
repercussão geral, a inconstitucionalidade do §3º do art. 20 da
Lei 8.742/93 (LOAS), que estabelece critério econômico
objetivo, bem como a possibilidade de admissão de outros
meios de prova para verificação da hipossuficiência familiar
em sede de recursos repetitivos, tenho que cabe ao julgador, na
análise do caso concreto, aferir o estado de miserabilidade da
parte autora e de sua família, autorizador ou não da concessão
do benefício assistencial. 5. Deve ser excluído do cômputo da
renda familiar o benefício previdenciário de renda mínima (valor
de um salário mínimo) percebido por idoso integrante da família.
Aplicação analógica do art. 34, parágrafo único, da Lei
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10.741/2003. (TRF4 5002469-19.2014.404.7202, Quinta Turma,
Relator p/ Acórdão Luiz Carlos de Castro Lugon, juntado aos autos
em 11/03/2015).
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL. ART. 20, § 3º, DA LEI N. 8.742/93 (LOAS).
NECESSIDADE OU HIPOSSUFICIÊNCIA SÓCIO-
ECONÔMICA. CONSTATAÇÃO DARENDA PER CAPITA
INFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO POR INDIVÍDUO
ATRAVÉS DE OUTROS MEIOS. ACÓRDÃO RECORRIDO EM
CONSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO ASSENTADO NO
RESP N. 1.112.557/MG, JULGADO SOB O RITO DO ART. 543-
C DO CPC. 1. Segundo decidido no REsp n. 1.112.557/MG,
submetido a julgamento pelo rito do artigo 543-C do CPC, "A
limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser
considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não
possui outros meios para prover a própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento
objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se
absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per
capita inferior a 1/4 do salário mínimo". 2. Agravo regimental não
provido. AGARESP 201202595656. RELATOR: BENEDITO
GONÇALVES. PRIMEIRA TURMA. Data da decisão 18/12/2014.

Portanto, requer a verificação in loco para demonstração da vulnerabilidade social do


grupo familiar.

5. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência em julgar totalmente


procedentes os pedidos declinados na inicial para:

a) Determinar a realização de perícia médica;

b) Realizar a verificação in loco para comprovação da vulnerabilidade social;

c) A concessão do benefício assistencial com pagamento das parcelas vencidas e vincendas, monetariamente
corrigidas pelo IGPDI até 08/2006, INPC até 06/2009, IPCA-E depois (Tema 810 – RE 870947) e acrescidas
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de juros legais e moratórios nos termos da lei 9.494/97 com alteração dada pela lei 11.960/2009, art. 1º, “f” a
partir da citação (Súmula 204 do STJ), incidentes até a data do efetivo pagamento;

d) A condenação em dano moral, sugerindo o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) ou valor superior para
que atinja o caráter pedagógico da medida, caso assim entenda Vossa Excelência;

e) A condenação da Ré ao pagamento de honorários advocatícios no percentual de 20% sobre o proveito


econômico (cálculo que deverá considerar a expectativa de sobrevida) ou total da condenação até o trânsito
em julgado nos termos previstos no artigo 85, §2º e 3º do CPC;

f) Para tanto requer, a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, bem como sua intimação para
que, até a contestação junte cópia do processo administrativo, sob pena de aplicação do artigo 400, I e II do
CPC;

g) A concessão do benefício da justiça gratuita por ser o autor pobre na acepção legal do termo;

h) A dispensa de audiência de conciliação, tendo em vista a remota possibilidade de a Ré transigir, nos


termos do artigo 5º, § único da lei 6.825/80 c/c artigo 132 da lei 8.213/91.

Requer ainda, além da farta documentação carreada aos autos, provar o alegado por
todos os meios em direito admitidos, sem exclusão de nenhum, provas documentais, periciais, testemunhais e
tudo o que se fizer necessário.

Dá à causa o valor de R$22.488,00 (Vinte e dois mil reais, quatrocentos e oitenta e


oito reais), considerando o disposto no art. 292, §1º e 2º do CPC.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cornélio Procópio, 22 de julho de 2019.

Thais Takahashi Arielton Tadeu Abia de Oliveira


OAB/PR 34.202 OAB/PR 37.201

Wilson Y. Takahashi Antonio Carlos Bernardino Narente


OAB/PR 6.666 OAB/PR 31.728

Leonardo Antunes M. da Silva


Acadêmico de Direito

QUESITOS – VERIFICAÇÃO IN LOCO


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1. Na residência da autora reside quantas pessoas? Qual o grau de parentesco?

2. Qual o valor dos gastos básicos mensais do grupo familiar, tais como alimentação, vestimenta, água, luz,
funerária, medicação?

3. Existem outros gastos mensais constatados na verificação?

4. Qual o valor dos gastos anuais com IPTU, Consultas Médicas e Exames?

5. Existem outros gastos anuais constatados na verificação?

6. Pela análise da verificação realizada, o grupo familiar vive em situação de vulnerabilidade social?

DEFICIÊNCIA

1. Qual a deficiência constatada n autora?

2. A autora tem condições de concorrer no mercado de trabalho nas mesmas condições de uma pessoa sem
deficiência?

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