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TUTELA DE EVIDÊNCIA
PERÍCIA MÉDICA
VERIFICAÇÃO IN LOCO
1. DOS FATOS
Pessoa com Deficiência em 27/02/2019 (87/704.384.205-1), indeferido em razão da renda per capita ser
maior que 1/4 do salário mínimo vigente na Data da entrada no Requerimento - DER.
Excelência, o grupo familiar é composto pela autora, sua genitora que possui 79 anos
sobrevivendo apenas de um salário mínimo. A renda auferida é insuficiente para o grupo familiar o que
poderá ser constatado através de verificação in loco por oficial de justiça.
No caso em apreço, a autora convive com sua genitora que possui renda de um salário
mínimo.
Ocorre, Excelência, que o benefício auferida pela genitora, não deve ser computado
para fins de cálculo da renda per capita, por analogia aos dispostos no artigo 34 da Lei 10.741/03 (Estatuto do
Idoso).
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas.
(...)
Segundo o STF, a inconstitucionalidade por omissão parcial do dispositivo ocorre
porque não há justificativa plausível para discriminação dos portadores de deficiência
em relação aos idosos, bem como dos idosos beneficiários da assistência social em
relação aos idosos titulares de benefícios previdenciários no valor de até um salário
mínimo. Assim, o dispositivo trata de maneira anti-isonômica situações equivalentes,
devendo também ser autorizada a exclusão, nos mesmo moldes do previsto no
parágrafo único do art. 34, dos benefícios assistencial recebidos por deficientes e dos
previdenciários, no valor de até um salário mínimos, percebidos por idosos.
(...)1
1
Bochenek. Antônio Cesar; Koehler. Frederico Augusto Leopoldino; Nascimento. Marico Augusto. Súmulas TNU, Organizadas por assunto, anotadas e
comentadas. Editora Jus Podivm, Pág. 68.
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18485700 - PREVIDENCIÁRIO. AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE. LEI Nº 8.742/93.
PRELIMINAR. LAUDO SOCIOECONÔMICO. PROVA TÉCNICA NÃO ESSENCIAL. NULIDADE.
NÃO OCORRÊNCIA. REQUISITOS. INCAPACIDADE INCONTROVERSA. HIPOSSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA COMPROVADA. TERMO INICIAL. JUNTADA DO LAUDO PERICIAL. HONORÁRIOS,
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. (...). 5.
Quanto ao requisito econômico, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos Recursos
Extraordinários nºs 567.985/MT e 580.963/PR, declarou a inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia
de nulidade, do art. 20, da Lei nº 8.742/93, e a inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34,
parágrafo único, da Lei nº 10.741/03, em observância ao princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana e da isonomia, com a finalidade de alargar os critérios de aferição da hipossuficiência,
não limitando apenas à análise da renda inferior a 1/4 do salário mínimo, bem como para determinar a
exclusão do cálculo da renda familiar per capita os benefício assistenciais conferidos a deficientes e os
benefícios previdenciários no valor de até um salário mínimo percebidos por idosos. 6. (...). (TRF 5ª R.;
AC 0002402-58.2017.4.05.9999; PB; Terceira Turma; Rel. Des. Fed. Rogério Fialho Moreira; DEJF
06/11/2017; Pág. 89). Exclusividade Magister: Repositório autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ
nº 67/2008 e do TST nº 35/2009.
Isto posto, impõe-se a exclusão da renda auferida pelo marido da autora, por
aplicação analógica e isonômica do artigo 34, parágrafo único, da lei 10.741/03.
Verifica-se, portanto, que a pretensão do autor deve ser acolhida pois preenche todos
os requisitos legais, quais sejam, ser uma pessoa idosa sem capacidade de prover sua subsistência ou contar
com a renda de seus familiares. Neste sentido:
“a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior”.
Ademais, cumpre enumerar as leis posteriores que alteraram o patamar fixado pela
lei anterior, cujo conteúdo é incompatível com os novos critérios de miserabilidade trazidos a lume, mais
atentos à dinâmica realidade social do país:
Lei 9.533/97, art. 5º, I, que autorizou o Poder Executivo Federal a prestar ajuda aos Municípios que
instituírem Programa de Renda Mínima, neste caso foi fixado o importe de ½ salário mínimo para
enquadramento do programa.
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Lei 10.689/03, que instituiu o Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, a aludida lei
estabeleceu em seu art. 2º, §2º: “os benefícios do PNAA serão concedidos, na forma desta Lei,
para unidade familiar com renda mensal per capita inferior a meio salário mínimo".
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EMENTA: BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. MANDADO DE
SEGURANÇA. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
DESNECESSIDADE. PESSOA IDOSA. CONDIÇÃO
SOCIOECONÔMICA. MISERABILIDADE. RENDA
FAMILIAR. ART. 20, §3º, DA LEI 8.742/93. RELATIVIZAÇÃO
DO CRITÉRIO ECONÔMICO OBJETIVO. STJ E STF.
PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO
LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. BENEFÍCIO DE RENDA
MÍNIMA. IDOSO. EXCLUSÃO. 1. Embora seja inusitada a
utilização do mandado de segurança em relação a benefícios
previdenciários, aqui, excepcionalmente, é admissível tal
instrumento em face de que desnecessária a dilação probatória.
Precedentes. 2. O direito ao benefício assistencial previsto no art.
203, V, da Constituição Federal e no art. 20 da Lei 8.742/93
(LOAS) pressupõe o preenchimento de dois requisitos: a) condição
de pessoa com deficiência ou idosa e b) condição socioeconômica
que indique miserabilidade; ou seja, a falta de meios para prover a
própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. 3. O
Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 1.112.557
representativo de controvérsia, relativizou o critério econômico
previsto no art. 20, §3º, da Lei 8.742/93, admitindo a aferição
da miserabilidade da pessoa deficiente ou idosa por outros
meios de prova que não a renda per capita, consagrando os
princípios da dignidade da pessoa humana e do livre
convencimento do juiz. 4. Reconhecida pelo STF, em regime de
repercussão geral, a inconstitucionalidade do §3º do art. 20 da
Lei 8.742/93 (LOAS), que estabelece critério econômico
objetivo, bem como a possibilidade de admissão de outros
meios de prova para verificação da hipossuficiência familiar
em sede de recursos repetitivos, tenho que cabe ao julgador, na
análise do caso concreto, aferir o estado de miserabilidade da
parte autora e de sua família, autorizador ou não da concessão
do benefício assistencial. 5. Deve ser excluído do cômputo da
renda familiar o benefício previdenciário de renda mínima (valor
de um salário mínimo) percebido por idoso integrante da família.
Aplicação analógica do art. 34, parágrafo único, da Lei
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10.741/2003. (TRF4 5002469-19.2014.404.7202, Quinta Turma,
Relator p/ Acórdão Luiz Carlos de Castro Lugon, juntado aos autos
em 11/03/2015).
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL. ART. 20, § 3º, DA LEI N. 8.742/93 (LOAS).
NECESSIDADE OU HIPOSSUFICIÊNCIA SÓCIO-
ECONÔMICA. CONSTATAÇÃO DARENDA PER CAPITA
INFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO POR INDIVÍDUO
ATRAVÉS DE OUTROS MEIOS. ACÓRDÃO RECORRIDO EM
CONSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO ASSENTADO NO
RESP N. 1.112.557/MG, JULGADO SOB O RITO DO ART. 543-
C DO CPC. 1. Segundo decidido no REsp n. 1.112.557/MG,
submetido a julgamento pelo rito do artigo 543-C do CPC, "A
limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser
considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não
possui outros meios para prover a própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento
objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se
absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per
capita inferior a 1/4 do salário mínimo". 2. Agravo regimental não
provido. AGARESP 201202595656. RELATOR: BENEDITO
GONÇALVES. PRIMEIRA TURMA. Data da decisão 18/12/2014.
5. DOS PEDIDOS
c) A concessão do benefício assistencial com pagamento das parcelas vencidas e vincendas, monetariamente
corrigidas pelo IGPDI até 08/2006, INPC até 06/2009, IPCA-E depois (Tema 810 – RE 870947) e acrescidas
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de juros legais e moratórios nos termos da lei 9.494/97 com alteração dada pela lei 11.960/2009, art. 1º, “f” a
partir da citação (Súmula 204 do STJ), incidentes até a data do efetivo pagamento;
d) A condenação em dano moral, sugerindo o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) ou valor superior para
que atinja o caráter pedagógico da medida, caso assim entenda Vossa Excelência;
f) Para tanto requer, a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, bem como sua intimação para
que, até a contestação junte cópia do processo administrativo, sob pena de aplicação do artigo 400, I e II do
CPC;
g) A concessão do benefício da justiça gratuita por ser o autor pobre na acepção legal do termo;
Requer ainda, além da farta documentação carreada aos autos, provar o alegado por
todos os meios em direito admitidos, sem exclusão de nenhum, provas documentais, periciais, testemunhais e
tudo o que se fizer necessário.
2. Qual o valor dos gastos básicos mensais do grupo familiar, tais como alimentação, vestimenta, água, luz,
funerária, medicação?
4. Qual o valor dos gastos anuais com IPTU, Consultas Médicas e Exames?
6. Pela análise da verificação realizada, o grupo familiar vive em situação de vulnerabilidade social?
DEFICIÊNCIA
2. A autora tem condições de concorrer no mercado de trabalho nas mesmas condições de uma pessoa sem
deficiência?
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