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1) Conflitiva
2) Consensuada
2.1) Restaurativa
2.2) Reparatória
2.3) Negociada (figurando como subespécie a justiça colaborativa)
Justiça RESTAURATIVA: baseada num procedimento de
consenso envolvendo os personagens da infração penal (autor,
vítima e, em alguns casos, a própria comunidade), sustenta que,
diante do crime, sua solução perpassa pela restauração, ou seja,
pela reaproximação das partes envolvidas para que seja
restabelecido o cenário anterior (de paz e higidez das relações
sociais).
1) excesso de processos
2) ganho de honorários mais rápidos
3) evitar penas severas, típicas do sistema norte-americano
6
Críticas ao sistema:
9
Resolução 181 CNMP (art. 18)
Art.
18.
Não
sendo
o
caso
de
arquivamento,
o
Ministério
Público
poderá
propor
ao
inves?gado
acordo
de
não
persecução
penal
quando,
cominada
pena
mínima
inferior
a
4
(quatro)
anos
e
o
crime
não
for
come?do
com
violência
ou
grave
ameaça
a
pessoa,
o
inves?gado
?ver
confessado
formal
e
circunstanciadamente
a
sua
prá?ca,
mediante
as
seguintes
condições,
ajustadas
cumula?va
ou
alterna?vamente:
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
I
–
reparar
o
dano
ou
res?tuir
a
coisa
à
ví?ma,
salvo
impossibilidade
de
fazê-‐lo;
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
II
–
renunciar
voluntariamente
a
bens
e
direitos,
indicados
pelo
Ministério
Público
como
instrumentos,
produto
ou
proveito
do
crime;
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
III
–
prestar
serviço
à
comunidade
ou
a
en?dades
públicas
por
período
correspondente
à
pena
mínima
cominada
ao
delito,
diminuída
de
um
a
dois
terços,
em
local
a
ser
indicado
pelo
Ministério
Público;
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
IV
–
pagar
prestação
pecuniária,
a
ser
es?pulada
nos
termos
do
art.
45
do
Código
Penal,
a
en?dade
pública
ou
de
interesse
social
a
ser
indicada
pelo
Ministério
Público,
devendo
a
prestação
ser
des?nada
preferencialmente
àquelas
en?dades
que
tenham
como
função
proteger
bens
jurídicos
iguais
ou
semelhantes
aos
aparentemente
lesados
pelo
delito;
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
V
–
cumprir
outra
condição
es?pulada
pelo
Ministério
Público,
desde
que
proporcional
e
compa[vel
com
a
infração
penal
aparentemente
pra?cada.
(Redação
dada
pela
Resolução
n°
183,
de
24
de
janeiro
de
2018)
10
CONCEITO
DE
ANPP
Acordo
de
Não
Persecução
Penal
é
entendido
como
“[...]
o
ajuste
passível
de
ser
celebrado
entre
o
Ministério
Público
e
o
invesEgado,
acompanhado
por
seu
advogado,
e
que,
uma
vez
cumprido,
ensejará
a
promoção
de
arquivamento
da
invesEgação”.
15
A
Lei
nº
13.964/2019,
chamada
de
Pacote
AnEcrime,
incluiu
o
arEgo
28-‐A
e
seus
quatorze
parágrafos
ao
Código
de
Processo
Penal,
concedendo
a
possibilidade
do
Acordo
de
Não
Persecução
Penal
(ANPP),
que
trata
de
uma
condição
de
transação
entre
o
Ministério
Público
e
o
suposto
infrator,
que
se
assemelha
à
aplicação
da
Transação
Penal,
mas
tem
por
objeEvo
evitar
o
ajuizamento
da
denúncia.
a
confissão
do
réu
é
essencial
para
a
efeEvidade
do
acordo,
todavia
a
confissão
não
é
antecedente
necessário
ao
ANPP.
Deve
ser
feita,
se
o
invesEgado
assim
o
quiser,
somente
quando
concretamente
proposto
o
acordo
pelo
Ministério
Público,
não
antes
ou
depois,
e
sempre
na
presença
de
advogado.
16
O Superior Tribunal de Justiça igualmente entende que “o acordo de não
persecução penal "instituído pela Lei nº 13.964/19 esgota-se na fase pré-
processual, não incidindo em casos em que, como o presente, já ocorreu o
oferecimento da denúncia"
18
REQUISITOS PARA CELEBRAÇÃO DO ANPP
23
Cuidado:
24
ANPP
Colaboração
premiada
Art.
18.
Não
sendo
o
caso
de
arquivamento,
o
Art.
4o
O
juiz
poderá,
a
requerimento
das
partes,
Ministério
Público
poderá
propor
ao
inves?gado
conceder
o
perdão
judicial,
reduzir
em
até
2/3
(dois
acordo
de
não
persecução
penal
quando,
terços)
a
pena
priva?va
de
liberdade
ou
subs?tuí-‐la
por
cominada
pena
mínima
inferior
a
4
(quatro)
anos
e
restri?va
de
direitos
daquele
que
tenha
colaborado
o
crime
não
for
come?do
com
violência
ou
grave
efe?va
e
voluntariamente
com
a
inves?gação
e
com
o
ameaça
a
pessoa,
o
inves?gado
?ver
confessado
processo
criminal,
desde
que
dessa
colaboração
formal
e
circunstanciadamente
a
sua
prá?ca,
advenha
um
ou
mais
dos
seguintes
resultados:
mediante
as
seguintes
condições,
ajustadas
I
-‐
a
iden?ficação
dos
demais
coautores
e
par[cipes
da
cumula?va
ou
alterna?vamente:
organização
criminosa
e
das
infrações
penais
por
eles
I
–
reparar
o
dano
ou
res?tuir
a
coisa
à
ví?ma
pra?cadas;
II
–
renunciar
voluntariamente
a
bens
e
direitos
II
-‐
a
revelação
da
estrutura
hierárquica
e
da
divisão
de
III
–
prestar
serviço
à
comunidade
ou
a
en?dades
tarefas
da
organização
criminosa;
públicas
III
-‐
a
prevenção
de
infrações
penais
decorrentes
das
IV
–
pagar
prestação
pecuniária
a?vidades
da
organização
criminosa;
V
–
cumprir
outra
condição
es?pulada
pelo
IV
-‐
a
recuperação
total
ou
parcial
do
produto
ou
do
Ministério
Público
proveito
das
infrações
penais
pra?cadas
pela
organização
criminosa;
V
-‐
a
localização
de
eventual
ví?ma
com
a
sua
integridade
csica
preservada.
25
26
CONSTITUCIONALIDADE DA RESOLUÇÃO?
27
DISCUSSÃO SOBRE A
CONSTITUCIONALIDADE DO ACORDO DE NÃO
PERSECUÇÃO PENAL
Favoráveis
Contrários
• Art. 5º, XXXV da Constituição: "a lei não • Art. 129, I, da Constituição: "são funções
excluirá da apreciação do Poder institucionais do Ministério Público: (...)
Judiciário lesão ou ameaça a direito".
promover, privativamente, a ação penal
• Art. 98 da Constituição: "a União, no pública, na forma da lei".
Distrito Federal e nos Territórios, e os • Art. 5º, II, da Constituição: "ninguém será
Estados criarão ouvidorias públicas de obrigado a fazer ou deixar de fazer
defensores dos direitos humanos, (...) alguma coisa senão em virtude de lei".
com atribuição de (...) medição e
conciliação de conflitos e apuração de
práticas de violações de direitos
humanos."
1a) As resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público
ostentam caráter normativo primário, com atos de comando
abstrato, que vinculam seus membros.
30
Assim, o CNJ e o CNMP, “[n]o exercício de suas atribuições
administrativas” ostentam o poder de “‘expedir atos
regulamentares’. Esses, por sua vez, são atos de comando abstrato
que dirigem aos seus destinatários comandos e obrigações, desde
que inseridos na esfera de competência do órgão.” .
31
A esse respeito, JUSTEN FILHO explica que o Supremo Tribunal Federal
admitiu a validade da expedição de regulamentos autônomos por parte do
Conselho Nacional de Justiça e do Ministério Público, afirmando que:
“Esse entendimento foi adotado pelo STF, ao julgar a ADC 12. O STF
considerou válida a Res. 7 do CNJ, que impusera vedação ao nepotismo
no Poder Judiciário. Essa decisão afastou a necessidade de lei para
regulamentar a disciplina constitucional. O STF reputou que a omissão do
legislador não constitui obstáculo à edição de normas regulamentares
destinadas a tornar efetivas determinações constitucionais.
Sob esse prisma, a questão deixa de ser decidida segundo um critério
formal (natureza do ato – legislativo ou administrativo – veiculador de
normas) para ser avaliada em face de um critério material (conteúdo das
normas constitucionais concretizadas). Assim, a figura do regulamento
autônomo adquire extrema relevância nas hipóteses de omissão legislativa
referida a temas essenciais à Constituição.”
32
É correto afirmar que, de acordo com estável jurisprudência do
Plenário do Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional do
Ministério Público pode expedir regulamentos autônomos, desde
que destinado a regulamentar diretamente a aplicação de princípios
constitucionais.
33
O acordo de não persecução penal não é matéria de natureza
processual.
37
Como consigna BARJA DE QUIROGA: “(…) o princípio da
oportunidade não significa que o poder de decisão do Ministério
Público seja absoluto sobre o exercício ou não da ação penal. Em
termo gerais, o Ministério Público tem liberdade de ação dentro de
determinados limites, além do que, dentro desses limites, está
também submetido aos princípios da imparcialidade, igualdade e às
suas atuações precedentes, de modo que deve existir sempre uma
correlação entre as diversas atuações do Ministério Público, para
assim manter os princípios indicados. Dessa forma, o Ministério
Público atuará no processo de forma mais viva, flexível e ágil,
dentro de suas diretrizes que devem ser estabelecidas.
Oportunidade, tampouco, significa oportunidade política, no sentido
depreciativo da palavra.” (BARJA DE QUIROGA, Jacobo López.
Tratado de Derecho Procesal Penal, vol I, 6ª ed. Cizur Menor:
Aranzadi, 2014, p. 469). 38
Acordo e ação penal privada subsidiária da pública:
40
PRESSUPOSTOS PARA O ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO
41
b) não ser o caso de arquivamento dos autos, existindo justa
causa (lastro probatório mínimo) para a denúncia-crime.
42
c) cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime
não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa.
43
d) o investigado tiver confessado formal e
circunstanciadamente a prática do crime.
44
CONDIÇÕES PARA O ACORDO (cumulativas ou alternativas):
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade
de fazê-lo;
46
NÃO CABIMENTO DO ACORDO (§ 2º):
• I
–
se
for
cabível
a
transação
penal
de
competência
dos
Juizados
Especiais
Criminais,
nos
termos
da
lei;
• II
–
se
o
invesEgado
for
reincidente
ou
se
houver
elementos
probatórios
que
indiquem
conduta
criminal
habitual,
reiterada
ou
profissional,
exceto
se
insignificantes
as
infrações
penais
pretéritas;
• III
–
ter
sido
o
agente
beneficiado
nos
5
(cinco)
anos
anteriores
ao
comeEmento
da
infração,
em
acordo
de
não
persecução
penal,
transação
penal
ou
suspensão
condicional
do
processo;
e
• IV
–
nos
crimes
praEcados
no
âmbito
de
violência
domésEca
ou
familiar,
ou
praEcados
contra
a
mulher
por
razões
da
condição
de
sexo
feminino,
em
favor
do
agressor.
47
CABE O ANPP NO CRIME DE TRÁFICO PRIVILEGIADO?
Art. 33
(...)
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas
poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a
conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa.
48
CABE O ANPP NOS CRIMES DE PEDOFILIA (arts. 240 e ss do
ECA)?
49
FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS:
O acordo será formalizado nos autos do PIC ou do IP, com a
qualificação completa do investigado e estipulará de modo claro as
suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas
para cumprimento, e será firmado pelo membro do Ministério
Público, pelo investigado e seu defensor.
51
Se considerar incabível o acordo, bem como inadequadas ou
insuficientes as condições celebradas, o juiz fará remessa dos
autos ao procurador-geral ou órgão superior interno responsável por
sua apreciação, nos termos da legislação vigente, que poderá
adotar as seguintes providências:
I – oferecer denúncia ou designar outro membro para oferecê-la;
II – complementar as investigações ou designar outro membro para
complementá-la;
III – reformular a proposta de acordo de não persecução, para
apreciação do investigado;
IV – manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a
Instituição.
52
Como fica a confissão e documentos entregues pelo
compromissário quando o acordo não é homologado pelo juiz
e o PGJ não insiste nos seus termos?
53
FISCALIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES FIXADAS NO ACORDO
54
CONCLUSÃO:
55
(DES)CUMPRIMENTO DO ACORDO
PRESCRIÇÃO
• Alterado o art. 116 do CP, IV, não corre a prescrição da pretensão
punitiva enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal.
58
Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o
arquivamento da investigação.
59