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AUTOS 00049013420154036315
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 10 de setembro de 2018
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA TURMA
NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDENCIAS
DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAL
RAZÕES DO REQUERENTE
1. RAZÕES DO RECORRENTE
Data permissa, a decisão dos Juízes que compõem a Décima Primeira Turma Recursal do
Juizado Especial Federal da Terceira Região da Seção Judiciária de São Paulo, merece retratação e reforma por violar
interpretação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça e entendimento pacificado da Turma Nacional de
Uniformização - TNU, tendo em vista que NEGOU PROVIMENTO ao recurso inominado interposto pela parte autora,
mantendo a decisão monocrática que Julgou Improcedente o pedido de aposentadoria por tempo de contribuição,
mantendo a sentença pelos seus próprios fundamentos.
Não reconheceu os indícios de prova material CTPS com anotações de vínculos rurais,
certidão de nascimento do autor, documentos pessoais, certidão do filho, certidão de casamento do recorrente, ficha de
filiação do autor junto ao Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Ubiratã, certidão de nascimento dos filhos do autor,
onde consta a sua profissão como lavrador, bem como alegou que o inicio de prova material operou-se através da
aquisição da propriedade rural pelo genitor, o que se deu no ano de 1982, e que os documentos seriam extemporâneo.
Portanto, autorizou o computo das atividades rurais que o autor exerceu somente no perito de
01/01/1982 à 31/01/1990.
Assim sendo, a Décima Primeira Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Terceira
Região da Seção Judiciária de São Paulo declarou a manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido de
aposentadoria por tempo.
Pedido de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, com o reconhecimento de labor rural e especial. 2.
Conforme consignado na sentença: “(...) 1. Atividade rural A parte autora requer o reconhecimento do período rural de
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09/11/1977 a 31/01/1990. O tempo de trabalho rural pode ser comprovado por prova testemunhal, desde que exista
início de prova documental que corrobore aquela prova, nos termos do § 3º do artigo 55 da L. 8.213/91. Para provar o
alegado, o autor trouxe aos autos os seguintes documentos que considero relevantes: documentos pessoais do autor –
nascimento em 09/11/1965 – filho de Esidio José de Oliveira e de Idalina Alves de Oliveira; CTPS de número 00194-SP,
emitida em 19/12/1994 – constando primeiro vínculo como ajudante de produção, de 08/03/1990 a 10/12/1994 (vínculo
controverso), fls. 12 do documento; matrículas imobiliárias em nome de Esidio José de Oliveira, do CRI de Ubiratã/PR,
referente a um imóvel rural denominado lote de terra nº 592-A, com área de 7,0 alqueires, constando aquisição
22/12/1982; título eleitoral – emissão 22/05/1984 – profissão lavrador; certidão de casamento do autor - assento em
06/10/1984- anotada sua profissão como lavrador; ficha de filiação do autor junto ao Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Ubiratã, constando admissão em 10/05/1985; certidões de nascimento de filhos do autor (Adriano da Silva
Oliveira - 05/01/1986 e Marcos da Silva Oliveira - 13/08/1988), anotada a profissão como lavrador. Em depoimento
pessoal o autor declarou que morou até seus vinte e quatro anos de idade no sítio de propriedade de seu pai; ele é
proprietário de duas áreas, uma com sete e a outra com oito alqueires; seu genitor trabalha no local até hoje; produziam
somente para subsistência: arroz, feijão, milho e um pouco de algodão; atualmente a produção é outra; são ao todo em
dez irmãos e todos trabalhavam diariamente; após seu casamento permaneceu mais um tempo trabalhando no local com
seus familiares. A testemunha Manoel Urbano disse que conheceu o autor no Paraná pois eram vizinhos; morou até 1992
e o autor ficou no local até 1990; à época o autor não tinha outra atividade, só “roça” familiar; trabalhavam somente
com lavoura branca. A testemunha Mário disse ter conhecido o autor no Paraná; ele trabalhava com a família;
produziam lavoura branca. O depoente deixou o local em 1987 mas esclareceu que o autor ali permaneceu.
Considerando a documentação anexada e a prova oral produzida, entendo comprovado que o autor realizou atividade
rural no período alegado. É notório que era extremamente comum o trabalho rural de crianças e adolescentes,
especialmente na época dos fatos narrados pelo autor. Contudo, o início de prova material operou-se através da
aquisição da propriedade rural pelo genitor, o que se deu no ano de 1982. Entendo, portanto, que as provas produzidas
nos autos são suficientes para autorizar o cômputo das atividades rurais que o autor exerceu, no período de 01/01/1982 a
31/01/1990, exceto para fins de carência. 2. Atividade Rural Especial No que se refere à atividade de trabalhador rural,
importante mencionar que o Decreto 53831 de 25/03/1964 dispôs no item 2.2.0 a 2018/930101333044-96168-JEF
Assinado digitalmente por: LUCIANA MELCHIORI BEZERRA:10284 Documento Nº: 2018/930101333044-96168
Consulte autenticidade em: http://web.trf3.jus.br/autenticacaojef possibilidade de reconhecer como especial a função de
trabalhadores da agropecuária/agroindústria. A parte autora comprovou ser segurada especial, portanto, não se
enquadra nessa catergoria de profissional. Ademais, não há comprovação de exposição a nenhum agente nocivo. Nesse
sentido é o entendimento de nossos Tribunais: (...) Assim, a atividade rural não pode ser considerada especial. 3.
Atividade comum A parte autora requer a averbação do período comum de 08/03/1990 a 10/12/1994. Por primeiro, de se
destacar que o INSS já reconheceu administrativamente o período de 08/03/1990 a 31/12/1990, pelo que deverá ser
considerado incontroverso. A comprovação do tempo de serviço vem tratada pela Lei 8.213/91 em seu art. 55, que se
remete ao regulamento. O Decreto 3048/99 trata do tema em seus arts. 62 e 63, dispondo que os documentos devem ser
contemporâneos aos fatos que pretendem comprovar. No presente caso, o período pleiteado pelo autor foi excluído pelo
INSS por ser extemporâneo. A parte autora apresentou a CTPS emitida em 19/12/1994, número 49778, série 194-SP,
cuja cópia foi anexada aos autos. A par, juntou cópia da folha de registro de empregados, contendo carimbo da empresa,
constando admissão em 08/03/1990 e demissão em 10/12/1994. Nesse mesmo documento, constam anotações sobre as
alterações salariais sofridas desde 1990, além de anotações de férias concedidas. Por fim, de se destacar a emissão de
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PPP apontando agentes nocivos à época da prestação do serviço, a corroborar com a comprovação do vínculo. A mera
ausência no CNIS de vínculos antigos, como no presente caso, não é suficiente para a exclusão da contagem, visto que a
base CNIS existe desde 1994 e é natural a ausência de lançamento de vínculos mais antigos. Assim nos termos da súmula
75 da TNU “A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe
comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço
para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações
Sociais (CNIS)”, o vínculo deve ser considerado para fins previdenciários. Assim, entendo como comprovado o período
anotado em CTPS de 01/01/1991 a 10/12/1994. No mais, como cabia ao empregador o pagamento das contribuições, não
pode a parte autora ser penalizada pelo fato de o INSS não as ter localizado. 4. Atividade especial (...) De acordo com o
PPP da empresa FACIS TUBOS E POSTES LTDA, o autor exerceu suas funções no setor de produção, no período de
08/03/1990 a 10/12/1994 e de 02/05/1995 a 31/01/1997, exposto a ruído de 80 dB(A). Frise-se que o documento
relacionado ao período de 02/05/1995 a 31/01/1997 foi emitido somente em 10/06/2015 (Anexo 10). De acordo com o
PPP´s da empresa FACIS TUBOS E POSTES LTDA, o autor exerceu suas funções no setor de produção, como operador
de ponto rolante, de 02/01/1998 a 18/07/2000 e de 02/01/2001 a 10/02/2005, exposto ao agente nocivo ruído de 80
dB(A). As atividades foram exercidas com submissão a ruído em nível inferior aos limites de nocividade à época, pelo
que, não poderá ser considerada especial. Para o período de 01/08/2005 a 31/01/2009, na mesma empresa FACIS
TUBOS E POSTES LTDA, consta que o autor esteve exposto a ruído, sem especificação da intensidade, pelo que não
poderá ser considerado especial. Por fim, no tocante ao período de 03/08/2009 a 2014, na FACIS TUBOS E POSTES
LTDA, consta a exposição ao ruído de 82 dB(A), também inferior aos limites legais da época, pelo que não poderá ser
considerado especial. Ante a fundamentação acima, reconheço como especiais os períodos de 08/03/1990 a 10/12/1994 e
de 02/05/1995 a 31/01/1997. DA CONTAGEM FINAL Realizada a contagem de tempo trabalhado pela Contadoria
Judicial, com base nas fundamentações supra, verifico que o autor possuía, na data de entrada de seu requerimento
(25/06/2014), o total de 32 anos, 03 meses e 08 dias de tempo de serviço, insuficiente para a concessão do benefício
vindicado. Ante o exposto EXTINGO O PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do art. 267, inciso VI
do CPC quanto à averbação do período de 08/03/1990 a 31/12/1990 e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O
PEDIDO para determinar ao INSS que: (i) averbe, como tempo de serviço rural, o período de 01/01/1982 a 31/01/1990,
exceto para fins de carência; (ii) averbe, como tempo comum, o período de 01/01/1991 a 10/12/1994. (iii) averbe os
períodos de trabalho especial, para fins de conversão, de 08/03/1990 a 10/12/1994 e de 02/05/1995 a 31/01/1997. (...)”
3. Recurso da parte autora: Alega que, com relação ao tempo rural, pelo entendimento do STJ, os indícios de prova
material não precisam ser contemporâneos. Sustenta que a atividade rural está enquadrada nos itens 2.2.1 e 2.4.4 dos
Decretos 53.831/64 e 80.080/79 e que, portanto, o período de 09/11/1977 a 31/01/1990 deve ser reconhecido como
especial. Requer a averbação do período rural de 09/11/1977 a 31/12/1981, o reconhecimento do período de 09/11/1977
a 31/01/1990 como especial e a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição desde a DER. 4. Recurso do
INSS: Alega que o PPP apresentado está irregular, pois ausente cópia autenticada da procuração outorgada pela
empresa para a signatária, com poderes para assinar o documento ou declaração da empresa informando que o
responsável pelo PPP está autorizado a assinar esse documento. Sustenta que o PPP informa que o nível de ruído é de 80
dB e não acima de 80 dB, não sendo possível o reconhecimento dos períodos, de 08/03/1990 a 10/12/1994 e de
02/05/1995 a 31/01/1997, como especiais. Requer a reforma da sentença para julgar improcedente o pedido de
conversão dos períodos de especial para comum. 5. Com relação ao pleiteado no recurso da parte autora, consigne-se
que a sentença analisou corretamente todas as questões trazidas no recurso inominado, de forma fundamentada, não
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tendo o recorrente apresentado, em sede recursal, elementos que justifiquem sua modificação. 6. Tempo Especial: As
regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum aplicam-se ao
trabalho prestado em qualquer período, ressalvando-se apenas a necessidade de observância, no que se refere à natureza
da atividade desenvolvida, ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. Com efeito, o Decreto
n.º 4827/03 veio a dirimir a referida incerteza, possibilitando que a conversão do tempo especial em comum ocorra nos
serviços prestados em qualquer período, inclusive antes da Lei nº 6.887/80. Conforme entendimento do Superior Tribunal
de Justiça, é possível a transmutação de tempo especial em comum, seja antes da Lei 6.887/80 seja após maio/1998.
Ademais, conforme Súmula 50, da TNU, é possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalho
prestado em qualquer período. 7. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece o direito ao cômputo do
tempo de serviço especial exercido antes da Lei 9.032/95 (29/04/1995), com base na presunção legal de exposição aos
agentes nocivos à saúde pelo mero enquadramento das categorias profissionais previstas nos Decretos 53.831/64 e
83.080/79. A partir da Lei 9.032/95, o reconhecimento do direito à conversão do tempo de serviço especial se dá
mediante a demonstração da exposição aos agentes prejudiciais à saúde, por meio de formulários estabelecidos pela
autarquia, até o advento do Decreto 2.172/97 (05/03/1997). A partir de então, por meio de formulário embasado em
laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 8. A extemporaneidade dos formulários e laudos não impede, de plano, o
reconhecimento do período como especial. Nesse sentido, a Súmula 68, da TNU: “o laudo pericial não contemporâneo
ao período trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do segurado” (DOU 24/09/2012). Em princípio, não
havendo menção a mudanças no ambiente de trabalho, presume-se que elas foram mantidas e que os documentos
retratam as condições de trabalho da parte autora. 9. O PPP deve ser emitido pela empresa com base em laudo técnico
de condições ambientais de trabalho, expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança, substituindo, deste
modo, o próprio laudo pericial e os formulários DIRBEN 8030 (antigo SB 40, DSS 8030). Para que seja efetivamente
dispensada a apresentação do laudo técnico, o PPP deve conter todos os requisitos e informações necessárias à análise
da efetiva exposição do segurado ao referido agente agressivo. Nesse sentido, a irregularidade formal de não
apresentação de procuração do representante legal da empresa evidenciando os poderes de quem o subscreveu, não
autoriza a conclusão de que os PPP's juntados aos autos seriam inidôneos (TRF-3 - APELREEX: 7797 SP 0007797-
62.2010.4.03.6109, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL CECILIA MELLO, Data de Julgamento: 31/03/2014,
OITAVA TURMA). Ademais, considere-se que o artigo 178 da INSS/PRES 20/07 apenas dispõe que o PPP deverá ser
assinado por representante legal da empresa, com poderes específicos outorgados por procuração, não que a
procuração deve instruir o PPP. 10. RUÍDO: O Colendo Superior Tribunal de Justiça, por sua 1ª Seção, fixou
entendimento no seguinte sentido: i) período anterior a 05.03.1997, necessidade de exposição a nível de ruído superior a
80 dB(A); ii) período entre 06.03.1997 a 17.11.2003, necessidade de exposição a nível de ruído superior a 90 dB(A); iii)
período posterior a 17.11.2003, necessidade de exposição a nível de ruído superior a 85 dB(A). Confiram-se, a propósito,
ementas de elucidativos julgados sobre o assunto: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. TEMPO DE SERVIÇO
ESPECIAL. RUÍDOS. DECRETO N. 4.882/2003. LIMITE MÍNIMO DE 85 DECIBÉIS. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nos termos da
jurisprudência do STJ, o tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado. A lei
nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente. 2. É
considerada especial a atividade exercida com exposição a ruídos superiores a 80 decibéis até a edição do Decreto n.
2.171/97, sendo considerado prejudicial, após essa data, o nível de ruído superior a 90 decibéis. A partir da entrada em
vigor do Decreto n. 4.882, em 18.11.2003, o limite de tolerância de ruído ao agente físico foi reduzido a 85 decibéis.
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2018/930101333044-96168-JEF Assinado digitalmente por: LUCIANA MELCHIORI BEZERRA:10284 Documento Nº:
2018/930101333044-96168 Consulte autenticidade em: http://web.trf3.jus.br/autenticacaojef 3. No caso dos autos,
conforme se extrai do acórdão recorrido, o Tribunal de origem, limitou-se a afirmar que a partir de 6.3.1997 o segurado
esteve exposto a níveis de ruído superiores a 85 decibéis, sem precisar o valor exato. Logo, não há como aferir se
durante esse período o ora recorrido esteve submetido a pressão de ruído em níveis superiores a 90 decibéis. 4. O
deslinde da controvérsia depende do reexame de fatos e provas, o que é obstado pelo ditame da Súmula 7/STJ. Agravo
regimental improvido. (AgRg no REsp 1399426/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado
em 24/09/2013, DJe 04/10/2013) PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. APOSENTADORIA. RUÍDOS
SUPERIORES A 80 DECIBÉIS ATÉ A EDIÇÃO DO DECRETO 2.171/97. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO
RETROATIVA DA NORMA. 1. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça firmou orientação de que é tida por
especial a atividade exercida com exposição a ruídos superiores a 80 decibéis até a edição do Decreto 2.171/1997. Após
essa data, o nível de ruído considerado prejudicial é o superior a 90 decibéis. Com a entrada em vigor do Decreto 4.882,
em 18.11.2003, o limite de tolerância ao agente físico ruído foi reduzido para 85 decibéis. 2. No entanto, concluiu o
Tribunal de origem ser possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, após o Decreto 2.172/1997, mesmo
diante do nível de ruído inferior a 90 decibéis. Igualmente, levou em conta a aplicação retroativa do Decreto 4.882/2003,
por ser mais benéfico, de modo a atentar para a atividade sujeita a ruídos superiores a 85 decibéis desde 6.3.1997, data
do Decreto 2.172/1997. 3. Assim decidindo, contrariou o entendimento jurisprudencial do STJ de não ser possível
atribuir retroatividade à norma sem expressa previsão legal, sob pena de ofensa ao disposto no art. 6º da LICC,
notadamente porque o tempo de serviço é regido pela legislação vigente à época em que efetivamente prestado o labor.
Precedentes do STJ. 4. Recurso Especial provido. (REsp 1397783/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 17/09/2013) 11. Períodos de 08/03/1990 a 10/12/1994 e de 02/05/1995 a
31/01/1997: PPPs (fls. 35/36 e 39/40 – evento 1) atestam a função de ajudante, com exposição a 80 dB, abaixo, portanto,
dos limites supramencionados, nos termos do entendimento do STJ, que exige ruído superior a 80 dB. Logo, não é
possível o reconhecimento dos períodos como especiais. 12. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA
PARTE AUTORA E DOU PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS para reformar em parte a sentença e considerar os
períodos de 08/03/1990 a 10/12/1994 e de 02/05/1995 a 31/01/1997, como comuns. Mantenho, no mais, a sentença. 13.
Parte autora-recorrente condenada ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa.
Na hipótese de a parte autora ser beneficiária de assistência judiciária gratuita, o pagamento dos valores mencionados
ficará suspenso nos termos do § 3º do artigo 98 do CPC. 14. É o voto. <#III – ACÓRDÃO Decide a Décima Primeira
Turma Recursal do Juizado Especial Federal Cível da Terceira Região - Seção Judiciária de São Paulo, por
unanimidade, negar provimento ao recurso da parte autora e dar provimento ao recurso do INSS, nos termos do voto da
Juíza Federal Relatora. Participaram do julgamento os Excelentíssimos Juízes Federais Luciana Melchiori Bezerra,
Maíra Felipe Lourenço e Paulo Cezar Neves Junior.
Eis a decisão recorrida, a qual é contrária, em seus fundamentos, aos Julgados proferidos pelo
Superior Tribunal de Justiça e entendimento pacificado da Turma Nacional de Uniformização - TNU, justificando-se
assim, a interposição do presente Pedido de Uniformização de Jurisprudência.
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de Justiça, ao deixar reconhecer os indícios de prova material apresentados e consequentemente averbar o período
controvertido 09/11/1977 à 31/12/1981, bem como ao deixar de reconhecer os períodos rurais como atividade especial
(09/11/1977 à 31/01/1990).
Tal decisão diverge totalmente com decisões do STJ e entendimento pacificado da Turma
Nacional de Uniformização - TNU, conforme será demonstrado.
Assim sendo, a título ilustrativo, todos os elementos necessários para a sua concessão foram
demonstrados na pela instrução processual.
Desta forma, os fundamentos que ensejam o reconhecimento de sua pretensão resumem-se aos
seguintes aspectos, abaixo expendidos.
a) Escritura do Imóvel Rural comprovando a aquisição formal do imóvel pelo genitor em 1983. CUMPRE
ESCLARECER QUE O GENITOR TINHA A POSSE IMÓVEL DESDE 1975, fls. 50 do PA;
e) Certidão de Nascimento filhos 1983 e 1988 comprovando a profissão de lavrador, fls. 54/55 do PA;
f) INFBEN comprovando o genitor perceber benefício de aposentadoria por idade rural desde 07/08/1996, fls. 63
do PA.
Como é de conhecimento notório e, para tanto, diversas são as jurisprudências neste sentido, a
atividade rural é caracterizada pela presteza das relações de trabalho são determinadas pela total ausência de formalidade,
o que dificulta a angariação de indícios de provas.
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7. Os juros de mora devem incidir em 1% ao mês, a partir da citação válida, nos
termos da Súmula n. 204/STJ, por se tratar de matéria previdenciária. E, a partir do
advento da Lei 11.960/09, no percentual estabelecido para caderneta de poupança.
Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil."
(STJ, Primeira Seção, REsp nº 1.348.633/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j.
28.08.2013, DJe 05.12.2014)
Assim, dentre as decisões apontadas como divergentes do STJ, extrai-se o seguinte trecho da
decisão do mencionado recurso repetitivo:
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Retiradas do site http://columbo2.cjf.jus.br/juris/unificada/.
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período de carência da aposentadoria por idade pretendida, dada à possibilidade
de extensão no tempo da eficácia probatória do início de prova material
apresentado pela prova testemunhal para fins de abrangência de todo o período,
desde que não haja contradição, imprecisão ou inconsistência entre as
declarações prestadas pela parte autora e as testemunhas e/ou entre estas e a
prova material apresentada. 3. Pedido de uniformização parcialmente provido,
com o retorno dos autos à Turma Recursal de origem para fins de adequação.
(TNU, Proc. nº 2005.81.10.01.7839-4, Rel. Juíza Federal Jacqueline Michels
Bilhalva, DJ 13.10.2009)
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conforme consta do termo de audiência lavrado. Apenas foi colhido o depoimento
pessoal da autora. Nesse sentido, entendo que não há como se determinar a
reabertura da instrução processual, haja vista a desistência da parte da produção
de prova indispensável ao deslinde da causa, devendo a parte arcar com o ônus
dessa desistência. 6. Assim sendo, dou parcial provimento ao incidente, tão-
somente para firmar a tese da existência de início de prova material, mantido, no
entanto, o julgamento de improcedência do pedido inicial, ante a ausência de
produção de prova testemunhal por desistência da autora. É como voto. (TNU,
Proc. nº 0506394-79.2010.4.05.8102, Rel. Juíza Federal Simone Lemos
Fernandes, DJ 08.06.2012)
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como início de prova material, ainda que extemporâneos. Por oportuno:
“Constitui entendimento dominante desta Turma Nacional que “documentos
pessoais dotados de fé pública, como as certidões de nascimento, casamento e
óbito, não necessitam ostentar a contemporaneidade com o período de carência
do benefício previdenciário rural para serem aceitos como início
de prova material, desde que o restante conjunto probatório permita a extensão
de sua eficácia probatória por sobre aquele período” (PEDILEF
200670950141890, rel. Juiz Federal Manoel Rolim Campbell Penna, DJ de
05/05/2010).” Outros precedentes: 200770520018172 e 200682015052084. E
a prova testemunhal, conforme consta da fundamentação tanto da sentença
quanto do acórdão comprovou de forma inconteste o labor rural no período em
questão. 7. Vê-se, pois, que o acórdão recorrido está em sintonia com o
entendimento desta Turma Nacional a autorizar a aplicação da aludida Questão
de Ordem 13. E não havendo divergência não há falar na admissão do presente
incidente. 8. Em sendo assim, não CONHEÇO do presente Pedido de
Uniformização. Brasília/DF, 29 de fevereiro de 2012. (TNU, Proc. nº
2006.33.00.714951-8, Rel. Juíza Federal Paulo Arena, DJ 23.03.2012)
Desta forma, os paradigmas colecionados indicam efetivamente que a prova testemunhal tem
poderes suficientes a ampliar o sentido probatório dos documentos extemporâneos, que em análise a todo o conjunto
probatório, possibilitam o reconhecimento integral do período rural pretendido.
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ação foram os mesmos elencados pelo Tribunal a quo. Houve, na verdade, a
revaloração da prova. 2. Podem ser consideradas como início de prova material do
labor campesino do segurado as fichas de matrícula escolar de seus filhos,
provenientes de Secretarias Estadual e Municipal, onde consta como domiciliado em
fazenda, e sua Certidão de Nascimento, informando ser o seu pai lavrador. 3. As
normas que alteram os consectários da mora devem ter aplicação imediata, incidindo
sobre os feitos em curso. 4. Agravo regimental provido, em parte, tão-somente quanto
aos juros de mora. (AgRg no REsp 1160927/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI,
QUINTA TURMA, julgado em 23/09/2014, DJe 01/10/2014).
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Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, de registro de propriedade
rural em nome do pai do autor Melchior José Reinehr, bem como a Certidão de
Casamento, datada de 22.03.50, que declara ser o pai do autor agricultor, são
documentos hábeis à produção de início razoável de prova documental, para
comprovação do exercício de atividade rurícola em regime de economia familiar. -
Em consonância com o art. 143, inciso II, da Lei 8.213/91, para fins de
reconhecimento de tempo de serviço rural, a comprovação do período de carência
não representa óbice para a concessão do benefício previdenciário. - A atividade
rural exercida em regime de economia familiar, em período anterior à Lei 8.213/91,
independe de recolhimento de contribuições, para efeito de contagem de tempo de
serviço para fins de aposentadoria por tempo de serviço. - Precedentes deste Corte. -
Recurso conhecido mas desprovido. (REsp 603.202/RS, Rel. Ministro JORGE
SCARTEZZINI, QUINTA TURMA, julgado em 06/05/2004, DJ 28/06/2004, p. 408)
Isto posto, requer a reforma da decisão monocrática para averbar integralmente o período rural
de 09/11/1977 á 31/12/1981.
4. DOS PEDIDOS.
Termos em que,
Pede e espera deferimento, por ser de JUSTIÇA SOCIAL!!
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