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J SILVA ADVOCACIA

JARBAS JUNIOR DA SILVA OAB/121.6688


Rua Avenca 13 – Jardim Primavera – CEP 87260-000
Fones: (44) 9803-0414 – Araruna – Pr

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 3° VARA DO


TRABALHO DE MARINGÁ – PARANÁ

PROCESSO N°: 00123-2015-661-09-00-0 (CNJ n° 0000123-23.2015.5.09.0661)

JOSEFA BOMBOM, Já qualificada nestes autos, que


move Reclamatória Trabalhista contra CHOCOLATE COM PIMENTA
LTDA, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente a
presença de Vossa Excelência com fundamentos no Artigo 895, I e II da
CLT, interpor:
RECURSO ORDINÁRIO

Requerendo o recebimento do presente recurso, a


notificação da reclamada para que querendo apresentar suas contrarrazões,
conforme Artigo 900 da CLT, a posterior remessa dos autos ao Tribunal
Regional do Trabalho da 9° Região, e que a recorrente é beneficiária da
justiça gratuita por isso deixa de efetuar o Preparo recursal .

Informo que
Nestes termos
Pede deferimento

Araruna, 07 de março de 2016

_________________________________

JARBAS JUNIOR DA SILVA OAB/PR 121.6688


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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9° REGIÃO


CURITIBA-PR

RECORRENTE: JOSEFA BOMBOM


RECORRIDO: CHOCOLATE COM PIMENTA
PROCESSO N°: 00123-2015-661-09-00-0
ORIGEM: 3° VARA DO TRABALHO DE MARINGÁ-PR

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO


NOBRES JULGADORES

A Recorrente não se conformando com a r. sentença


proferida vem dela recorrer conforme fundamentos a seguir:

1) PRELIMINARMENTE

1.1) Da nulidade por cerceamento de defesa

Fica claramente comprovado antes de entrarmos no mérito,


que temos um típico caso de cerceamento de defesa, pois a recorrente foi
impedida de produzir provas através das duas testemunhas que foram
indeferidas equivocadamente pelo MM Juiz, sob a alegação de que ambas
estavam litigando contra o mesmo empregador, mas temos em nosso
sumulado do TST a sumula de n° 357 que a testemunha poderia ser ouvida
na condição de testemunha, vejamos;
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357. Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando


ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

Vemos, então, que a súmula é de uma enorme clareza ao


asseverar que a testemunha que litiga ou litigou contra o mesmo
empregador não é suspeita, podendo, destarte, ser ouvida na condição de
testemunha.
Ainda nesse contexto vejamos o que nos diz a
jurisprudência;

RECURSO ORDINÁRIO. CONTRADITA DA TESTEMUNHA DO


AUTOR. NÃO ACOLHIDA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 357 DO
TST. O fato de a testemunha possuir ação contra a mesma
reclamada não gera suspeição, consoante entendimento consagrado
na Súmula 357 do C. TST, independentemente de possuírem o
mesmo patrono, mormente quando por ela afirmado que o autor não
foi sua testemunha em seu processo. A testemunha deve ter
conhecimento dos fatos, sendo razoável que os eventos inerentes ao
contrato de emprego sejam presenciados por colegas de trabalho.
Cabe ao juiz verificar, caso a caso, a pertinência ou não da oitiva
compromissada de testemunhas desse gênero, bem assim avaliar a
credibilidade das declarações prestadas por cada depoente,
sopesando-as com outros elementos de prova. Recurso da primeira ré
a que se nega provimento.
(TRT-1 - RO: 2308720115010039 RJ, Relator: Paulo Marcelo de
Miranda Serrano, Data de Julgamento: 16/07/2013, Quarta Turma,
Data de Publicação: 12-08-2013)

Contudo, fica claro que o MM Juiz indeferiu


equivocadamente a oitiva de testemunhas da Recorrente, pois não houve
motivo nenhum para o indeferimento como comprovado no sumulado e nas
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jurisprudências, sem falar que o Artigo 795 da CLT e o Artigo 5, LX da CF


diz que:

795-As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação


das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem
de falar em audiência ou nos autos.

Art. 5º CF -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem

Sendo assim, o advogado que subscreve fez o devido


protesto em audiência para que o MM Juiz fizesse o reexame da denúncia
feita a ele, mas como dito, foi sem sucesso e com isso houve o
indeferimento das testemunhas sem fundamento legal para tal ato.
Requer a nulidade da sentença e o retorno dos autos a Vara
de origem para regular a instrução processual.

2) DO MÉRITO

Subsidiariamente, caso Vossas Excelências entendam que


não se trata de nulidade da sentença, possa se a recorrer quanto ao mérito
da mesma.

2.1) Das Horas Extras


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Como visto, a recorrente na reclamatória trabalhista pleiteou


o pagamento de horas extras contra a recorrida, onde tal pedido foi
indeferido pelo MM Juiz, sob a alegação de que a recorrida apresentou
cartões-ponto para comprovar que a recorrente não fazia horas
extraordinárias, vemos que houve um grande equivoco por parte da
recorrida e do MM Juiz, pois como diz a Sumula 338, III do TST os cartões
pontos não são considerados como meio de prova, vejamos:

Súmula nº 338 do TST


JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída


uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da
prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,
prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir

Nesse mesmo sentido, temos na jurisprudência a


confirmação do texto da sumula 338,III do TST, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. HORAS


EXTRAS. CARTÕES DE PONTO INVÁLIDOS. SÚMULA 338, III, DO
TST . O quadro fático delineado nos autos é de que se trata da
hipótese da Súmula 338, III, do C. TST, na medida em que os
controles de frequência trazidos possuem os chamados -controles de
horários britânicos-, presumindo-se irreais e inválidos e que a
recorrente não se desvencilhou do encargo probatório de produzir
prova acerca do tema. Por essa razão, foram considerados
verdadeiros os horários de trabalho apontados na exordial. Assim, no
tocante à inversão do ônus da prova, o item III da Súmula nº 338 do
TST é no sentido de que - Os cartões de ponto que demonstram
horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de
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prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que


passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele
não se desincumbir-. Destarte, a v. decisão regional está em
conformidade com a Súmula 338, III, do TST. Incidência da Súmula
333 do TST . Agravo de instrumento conhecido e não provido .
(TST - AIRR: 3727220125020316, Relator: Alexandre de Souza Agra
Belmonte, Data de Julgamento: 08/10/2014, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 10/10/2014)(Grifo meu)

Conforme a sumula 338, III do TST e a jurisprudência, fica


claro que o meio de prova usado pela recorrida para comprovar que a
recorrente não fazia horas extras, é totalmente invalido, ou seja não houve
comprovação legal para isso.
Sendo assim, requer a reforma da r. sentença, com a
condenação do recorrido ao pagamento de horas extras, conforme pleiteado
em Reclamatória trabalhista.

2.2) Da Multa do Artigo 477, § 8°, da CLT

Analisando a sentença proferida pelo MM Juiz, percebe-se


que o mesmo indeferiu erroneamente o pedido de pagamento da multa do
artigo 477,§8° da CLT, percebe-se o equivoco ao analisar o Artigo 477 em
seu paragrafo 6° alinea “a”, vejamos:

Art. 477 – É assegurado a todo empregado, não existindo prazo


estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não
haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o
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direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da


maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.

§ 6º – O pagamento das parcelas constantes do instrumento de


rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes
prazos:

a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou

b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão,


quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou
dispensa de seu cumprimento.

A recorrente teve o seu contrato de trabalho encerrado por


vontade da recorrida e teve seu aviso prévio indenizado, sendo assim o
pagamento das verbas rescisórias teriam que ser pagas no primeiro dia útil
imediato ao termino do contrato de trabalho, com isso a multa do Artigo
477, §8 da CLT, deveria ser de total procedência, como demostrado.
Requer a reforma da r. sentença e a condenação da recorrida
ao pagamento da multa do Artigo 477, § 8° da CLT, conforme pleiteado na
inicial.

3) REQUERIMENTOS FINAIS

Diante o exposto:
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Requer o conhecimento e o provimento do presente recurso


para o fim de declarar a nulidade da r. sentença e o retorno dos autos do
juízo de origem para regular a instrução do processo.

Caso Vossas Excelências não entendam pela nulidade da


sentença requer o provimento do recurso para o fim de condenar a recorrida
ao pagamento de horas extras e a multa do Artigo 477,§8° da CLT, por
questão de justiça.

Araruna, 07 de Março de 2016

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