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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL


REGIONAL DO TRABALHO DA DÉCIMA OITAVA – GOIÁS/GO.

PROCESSO Nº 0057100-44.2009.5.18.0171
Secretaria 1ª Turma

ANTONIO DE CASTRO RIBEIRO NETO, por seus


procuradores, no procedimento em destaque, tendo em vista o inconformismo com o V. Acórdão
proferido por essa E. Turma, vem, com fundamento no artigo 896 alínea "a", "b" e "c" da CLT,
interpor RECURSO DE REVISTA, conforme razões anexas, requerendo sejam juntadas aos autos,
para apreciação pelo C. Tribunal Superior do Trabalho.

P. Deferimento.
Ceres, 25 de janeiro de 2010.

ENZO SCIANNELLI SHARON HANAK JOSÉ ABÍLIO LOPES


OAB/SP 98.327 OAB/SP 121.477 OAB/SP 93.357
PROCESSO Nº 0057100-44.2009.5.18.0171
Secretaria 1ª Turma

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RECORRENTE: ANTONIO DE CASTRO RIBEIRO NETO


RECORRIDA: BANCO DO BRASIL S/A

RAZÕES DE

RECURSO DE REVISTA

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA TURMA,

ANTONIO DE CASTRO RIBEIRO NETO, inconformado


com o V. Acórdão proferido pela Secretaria da 1ª Turma do C. Tribunal Regional do Trabalho da
18ª Região, vem, através desta revista, recorrer da decisão lhe foi desfavorável, na forma assegurada
pela Carta Maior e no Diploma Consolidado, expondo suas razões conforme segue:

PRELIMINAR

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Do Cabimento do Recurso

O presente apelo encontra respaldo no artigo 896, alíneas “a” e


“c”, da Consolidação das Leis do Trabalho, em face de notória afronta ao que preconiza o estatuto
adjetivo em apreço. Há que ressaltar que não se pretende a revisão de provas posto que esta sede
não se presta para se proceder ao reexame de matéria fato probante. Entretanto, em se tratando de
matéria exclusivamente de direito com base na exegese da legislação vigente, neste sentido o
processamento do presente recurso não há que encontrar óbice.

Há flagrante infringência à CONSTITUIÇÃO FEDERAL,


aos princípios constitucionais, em especial ao PRINCÍPIO DA ISONOMIA, vez que o v.
acórdão não observou o tratamento discriminatório imposto ao reclamante.

Neste sentido:

ORIGEM
TRIBUNAL: TST DECISÃO: 19 11 2003
PROC: RR NUM: 488440 ANO: 1998 REGIÃO: 06
RECURSO DE REVISTA
TURMA: 04
ÓRGÃO JULGADOR - QUARTA TURMA
FONTE
DJ DATA: 05-12-2003
PARTES
RECORRENTE: SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO REGIONAL DE
PERNAMBUCO - SESI - PE.
RECORRIDO: RUBENILDO JOSÉ DO NASCIMENTO.
RELATOR
JUIZ CONVOCADO JOSÉ ANTONIO PANCOTTI
EMENTA
JUSTA CAUSA. INQUÉRITO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Se ficou configurada por meio de inquérito a prática de falta grave do reclamante juntamente com
outros empregados, o empregador deveria dispensar todos os envolvidos da mesma forma, já que

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todos incorreram em causa justa para a resolução do contrato, e não apenas alguns, sob pena de
tratamento discriminatório. Esse tratamento desigual para atos iguais fere o princípio
constitucional da isonomia, não podendo ser admitido, impondo-se a reparação do dano.
(Precedentes desta C. Corte).
Recurso de revista não conhecido.

RECURSO DE REVISTA. DISPENSA POR JUSTA CAUSA – TRATAMENTO


DISCRIMINATÓRIO. A despeito de comprovada a falta, não se pode convalidar a dispensa por
justa causa perpetrada pela reclamada, quando resta também comprovado nos autos que a mesma
deu aos co-partícipes do ato faltoso tratamento diferenciado, ou seja, a uns concedeu o perdão
tácito, mantendo-os no emprego, e a outros puniu com a penalidade máxima. Esse tratamento
desigual para atos iguais fere o princípio constitucional da isonomia, não podendo ser admitido.
(RR-564.568/99, Ac. 3ª Turma, Juiz Conv. PAULO ROBERTO SIFUENTES COSTA, DJ
01.08.2003).

EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. JUSTA CAUSA. DISPENSA. PARTICIPAÇÃO EM


MOVIMENTO PAREDISTA. RECONHECIMENTO DE JUSTA CAUSA PELAS INSTÂNCIAS
TRABALHISTAS. ATO DISCRIMINATÓRIO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Se ficou configurada a
justa causa, pelo fato de o Reclamante ter se recusado a retornar ao trabalho, não obstante a
decretação da abusividade do movimento paredista, o empregador deveria dispensar todos os
empregados que persistiram na greve, já que todos incorreram em causa justa para a resolução do
contrato, e não apenas alguns, sob pena de tratamento discriminatório. Se o ato, apesar de pessoal,
é único, mas a empresa dispensou apenas alguns, forçoso concluir, na esteira do entendimento do
Acórdão do Regional, que a empresa se aproveitou de uma situação de momento, de um deslize
praticado por seus empregados, para se desfazer, sem qualquer ônus, daqueles que lhe fossem mais
convenientes, por critérios absolutamente desvinculados da justa causa ,em ação discriminatória.
Incabível, todavia, a reintegração por não haver previsão legal, normativa ou contratual. Se o ato
é ilícito, impõe-se a reparação do dano. (ERR-378.487/97, Ac. SDI-1, Min. CARLOS ALBERTO
REIS DE PAULA,DJ 17.10.2003) .

Da Tempestividade do Recurso de Revista

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Tendo em vista o fato de que a publicação do r. acórdão fora


disponibilizada no Diário da Justiça eletrônico do dia 22/01/2010 (sexta-feira), e nos termos do
art.4ª, § 3º da Lei 11.419/2006, publicada no dia 25/01/2010, o prazo para interposição do Recurso
de Revista se encerra, portanto, em 01/02/2010.

NO MÉRITO

Decidiu a 1ª Turma do TRT 18ª Região sobre a matéria, em


negar provimento ao recurso do reclamante, confirmando a r. sentença de 1º Grau, que reconheceu
a justa causa imputada ao recorrente.

O V. Acórdão recorrido foi proferido em flagrante afronta


aos dispositivos legais, inclusive da nossa Carta Magna, e divergência jurisprudencial, hipóteses
que autorizam o cabimento da revista.

Mostra-se absolutamente cabível a Revista in casu, pelo que


se requer o reexame da matéria por esse C. TST, sendo oportuno ressaltar, a título de extrema
cautela, que o verdadeiro objetivo da peça recursal não se atém ao reexame dos fatos.

A admissibilidade do apelo extremo, nessa hipótese, tem sido


reiteradamente proclamada, a exemplo do que se destaca:

“Para efeito do cabimento do recurso especial, é necessário discernir entre a apreciação da


prova e os critérios legais de sua valoração. No primeiro caso há pura operação mental de
conta, peso e medida, à qual é imune o recurso. O segundo envolve a teoria do valor ou
conhecimento, em operação em que apura se houve ou não a infração de algum princípio
probatório.” (RTJ - 56/67; RSTJ-11/341).

Desta forma, para melhor desenvolvimento da exposição,


oferece o recorrente suas razões de modo articulado, apontando em cada tópico os fundamentos da
revista, sendo certo que cada um deles basta, por si só, para o seguimento da impugnação, nos
exatos termos da Súmula 285, do Tribunal Superior do Trabalho.

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É certo que a falta de regulamentação pelo C. TST,


demonstra a transcendência da presente revista, tendo em conta a sua evidente configuração nesse
caso, haja vista que a matéria discutida é a violação frontal do texto Constitucional e de Lei Federal,
bem como divergências jurisprudenciais, cuja uniformização é imperativo de segurança jurídica,
razão pela qual podemos apontar que a presente revista é juridicamente transcendente.

Com efeito, persistindo a presente situação, a insegurança do


jurisdicionado será manifesta, uma vez que a duplicidade de interpretações de casos idênticos gera
desorientação e incertezas, atritando-se com a função principal do direito que é eliminar as
antinomias.

Nesse sentido podemos colacionar o seguinte entendimento:

“Há de se considerar que o Direito do Trabalho é fator de integração social e solução dos
conflitos. Mas o Direito deve ser justo, sem o que pode comprometer a sua função. Logo, o
justo não é um fim do Direito. É condição de legitimidade de todo ordenamento jurídico para
que tenha condições de cumprir suas formalidades. É a legitimação do poder, fator
indispensável para a manutenção do Direito como mecanismo de controle social,
entendendo-se por legitimação a existência de razões para sustentar o poder em padrões
aceitáveis de justiça e eqüidade, valores que são suporte de apoio para a sua manutenção. O
Direito é, portanto, instrumento de controle dos conflitos sociais. Nesse sentido é que se fala
em segurança jurídica como função do Direito”.

DA JUSTA CAUSA

Inicialmente, cumpre destacar a nulidade da decisão


(administrativa, que culminou na justa causa) fundada em inquérito administrativo que sequer foi
concluído, pois este se findaria com o último julgamento, em duplo grau de jurisdição em
17.03.2009 na superintendência em Brasília/DF, pois a dispensa deu-se em 02.02.2009 e o recurso
administrativo interposto pelo reclamante ainda pendia de julgamento, sendo portanto, ilegal,
injusta, abusiva e excessiva a dispensa por justa causa imputada ao recorrente.Assim, não foi
conferido ao reclamante o direito da ampla defesa, com todos os recursos inerentes e

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admitidos em direito, assim com extratificado no artigo V inciso LV da Constituição Federal,


sendo tal nulidade clara pelo simples fato do recorrente não ter tido oportunidade de exercer
seu direito de contratar advogado ou profissional técnico para defendê-lo, interpondo todos os
recursos admitidos no caso.

Acrescente-se a tudo isso que os auditores apresentavam


autorização para a quebra do sigilo bancário do reclamante, com o objetivo de buscar os extratos da
conta particular e, como nada a tinha a temer, o reclamante assinou, mas surpreso ficou porque
naquele mesmo momento lhe foi apresentado o extrato bancário de sua conta particular, com
questionamentos acerca dos valores creditados em sua conta, o que demonstra a ilegalidade no
procedimento, pois já haviam invadido a sua privacidade e desrespeitado direito constitucional
do demandante, bem como demonstrando o assédio moral sofrido por este.

Nesse caso, a atuação do reclamante foi limitada a


apresentação de defesa, sem o conhecimento prévio e pleno de todo o conteúdo do processo, não lhe
sendo dada mais vista dos autos após a apresentação da defesa, não pode arrolar testemunhas,
apresentar razões finais e, o pior, não lhe foi dado conhecimento da fundamentação da decisão,
sendo comunicada apenas que esta era pela demissão por justa causa, sem imputar-lhe objetiva e
diretamente qual falta grave ensejou tão excessiva e máxima penalidade.

Ressalte-se que também na fase de recurso o reclamante


teve obstado seu direito de contratar advogado para eventual sustentação oral, sendo obrigado,
como leigo, a comparecer na diretoria de recursos em Brasília/DF, sessão esta que serviu apenas
para a ré fazer algumas perguntas e receber informação da data do julgamento, o qual ocorreria sem
a sua presença, sendo-lhe posteriormente comunicada a decisão final, a qual certamente já estava
pronta e definida.

Não obstante os fatos acima narrados, a conclusão do


inquérito administrativo viola também o princípio da isonomia, consagrado
constitucionalmente (arts. 5º, caput e 7º, XXX,CF/88) e em Convenção da OIT, ratificada
pelo Brasil, de nº 111, ante o tratamento desigual e discriminatório dispensado ao recorrente
já que outros empregados, em situação idêntica, não sofreram a mesma punição, qual seja, a justa

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causa, devendo prevalecer o princípio da igualdade ou isonomia jurídica, resguardado


constitucionalmente.

No mais, após o advento da Constituição Federal de 1988, é


contrária a ordem constitucional a vigência da Consolidação das Leis do Trabalho, no que se refere
à justa causa bem como a forma de proceder patronal.

O art. 5º, LV, da Constituição Federal, foi ampliado e


modificado de forma substancial em seu conteúdo, para garantir “aos acusado em geral o
contraditório e a ampla defesa”. Assim sendo, não pode o recorrido investigar, julgar e aplicar a
pena à recorrida sem que haja qualquer defesa. Não mais se pode admitir esse “tribunal”.

Neste sentido:

ORIGEM
TRIBUNAL: TST DECISÃO: 19 11 2003
PROC: RR NUM: 488440 ANO: 1998 REGIÃO: 06
RECURSO DE REVISTA
TURMA: 04
ÓRGÃO JULGADOR - QUARTA TURMA
FONTE
DJ DATA: 05-12-2003
PARTES
RECORRENTE: SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO REGIONAL DE
PERNAMBUCO - SESI - PE.
RECORRIDO: RUBENILDO JOSÉ DO NASCIMENTO.
RELATOR
JUIZ CONVOCADO JOSÉ ANTONIO PANCOTTI
EMENTA
JUSTA CAUSA. INQUÉRITO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
Se ficou configurada por meio de inquérito a prática de falta grave do reclamante juntamente com
outros empregados, o empregador deveria dispensar todos os envolvidos da mesma forma, já que
todos incorreram em causa justa para a resolução do contrato, e não apenas alguns, sob pena de

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tratamento discriminatório. Esse tratamento desigual para atos iguais fere o princípio
constitucional da isonomia, não podendo ser admitido, impondo-se a reparação do dano.
(Precedentes desta C. Corte).
Recurso de revista não conhecido.

RECURSO DE REVISTA. DISPENSA POR JUSTA CAUSA – TRATAMENTO


DISCRIMINATÓRIO. A despeito de comprovada a falta, não se pode convalidar a dispensa por
justa causa perpetrada pela reclamada, quando resta também comprovado nos autos que a mesma
deu aos co-partícipes do ato faltoso tratamento diferenciado, ou seja, a uns concedeu o perdão
tácito, mantendo-os no emprego, e a outros puniu com a penalidade máxima. Esse tratamento
desigual para atos iguais fere o princípio constitucional da isonomia, não podendo ser admitido.
(RR-564.568/99, Ac. 3ª Turma, Juiz Conv. PAULO ROBERTO SIFUENTES COSTA, DJ
01.08.2003).

EMBARGOS. RECURSO DE REVISTA. JUSTA CAUSA. DISPENSA. PARTICIPAÇÃO EM


MOVIMENTO PAREDISTA. RECONHECIMENTO DE JUSTA CAUSA PELAS INSTÂNCIAS
TRABALHISTAS. ATO DISCRIMINATÓRIO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Se ficou
configurada a justa causa, pelo fato de o Reclamante ter se recusado a retornar ao trabalho, não
obstante a decretação da abusividade do movimento paredista, o empregador deveria dispensar
todos os empregados que persistiram na greve, já que todos incorreram em causa justa para a
resolução do contrato, e não apenas alguns, sob pena de tratamento discriminatório. Se o ato, apesar
de pessoal, é único, mas a empresa dispensou apenas alguns, forçoso concluir, na esteira do
entendimento do Acórdão do Regional, que a empresa se aproveitou de uma situação de momento,
de um deslize praticado por seus empregados, para se desfazer, sem qualquer ônus, daqueles que lhe
fossem mais convenientes, por critérios absolutamente desvinculados da justa causa ,em ação
discriminatória. Incabível, todavia, a reintegração por não haver previsão legal, normativa ou
contratual. Se o ato é ilícito, impõe-se a reparação do dano. (ERR-378.487/97, Ac. SDI-1, Min.
CARLOS ALBERTO REIS DE PAULA,DJ 17.10.2003) .

Assim, restou demonstrado inequívoca afronta ao principio


constitucional da isonomia, comprovando-se que o banco adotou "dois pesos e duas medidas",
pois a falta grave imputada ao recorrente contou com a participação de outros colegas de
trabalho que foram apenas advertidos, transferidos para outras agência ou até mesmo nada

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sofreram, demonstrando a desigualdade de tratamento e a unilateralidade do resultado do suposto


inquérito, que parecia já estar fadado e direcionado à conclusão da ilegal dispensa do recorrente.

Na verdade, vários funcionários desobedeceram às normas


regimentais, mas nada sofreram, corroborando a tese de que era prática comum de todos os
funcionários da agencia, o mesmo trabalho que gerou os fatos imputados ao recorrente.

Além do mais, em face do principio da proporcionalidade e da


razoabilidade, entre o fato e a demissão vê-se claramente que houve excesso de rigor na aplicação
da pena máxima pois apesar de vários outros funcionários terem sido submetidos ao mesmo
inquérito administrativo para a apuração dos mesmos atos, somente o autor sofreu a dispensa por
justa causa, pelo que resta claro o desequilíbrio da decisão.

Ao contrário do afirmado no v.acórdão, não se trata de transferir para


o gerente geral toda a responsabilidade pela consecução das operações bancárias, mas se
analisarmos as informações prestadas no inquérito administrativo pelo SR. MIGUEL DE SOUZA
CASTRO, gerente da agência à época dos fatos, vê-se que o mesmo tinha pleno conhecimento de
todas as operações realizadas na agência, já que era o principal responsável por elas, pois tinha
obrigação de participar de todos os Comitês de crédito da agência, respondendo diretamente pelas
liberações de crédito, entretanto, nada sofreu, pois está trabalhando regularmente, inclusive
comissionado (recebe comissão de cargo), o que corrobora ainda mais as alegações do
Recorrente.

Portanto, tornou-se injusta, excessiva, abusiva e ilegal a alegada


demissão por justa causa, que é a mais alta punição imputada a um trabalhador, inclusive pelo fato
de não ter sido considerada qualquer ATENUANTE a situação imposta, como, “longo tempo de
bons serviços prestados, nenhuma restrição administrativa, nenhum inquérito administrativo
anterior, advertência, suspensão, cumprimento e superação de metas impostas, cumprimento de
todas as obrigações em agência de grande movimento de clientes e com poucos funcionário,
sempre cumprindo todos os procedimentos exigidos pela ré, ao longo dos nove anos do contrato de
trabalho”.

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Nesse contexto, o poder potestativo do empregador lhe permite


ponderar sobre os aspectos negativos e positivos de perdoar um empregado faltoso ou não, sobre
mantê-lo nos seus quadros ou não e, ainda, sobre considerar a contribuição que o empregado
proporcionou à empresa no período em que fez parte de seus quadros, nada obstante tenha cometido
um ato reprovável, desde que observados os elementos circunstanciais de cada caso. O recorrente,
por ocasião da dispensa contava com mais de nove anos de serviços prestados ao Banco, sendo que,
até então, não consta de sua ficha funcional quaisquer referências desabonadoras em relação a sua
conduta ao longo do contrato de trabalho na função de gerente de contas. Aliás, sob sua direção a
agência atingiu as metas estipuladas pelo reclamado. No entanto, nada disso foi levado em
consideração pela recorrida, que levou a efeito a dispensa por justa causa apesar de todo o histórico
de bom desempenho e dedicação do empregado à empresa.

A decisão do inquérito administrativo que culminou na ruptura do


contrato de trabalho, referiu, em síntese, que o empregado cometeu uma série de irregularidades nas
operações de crédito na agência Ceres onde exerceu, a função de Gerente de contas, concedendo
recursos a empresas sem lastro financeiro, muitas delas recém constituídas, utilização de notas
fiscais falsas, recebimento de comissões sobre financiamentos liberados (AABB), dentre outras
ingerências. A testemunha do autor refere que o reclamante era pessoa idônea; que desconhece
qualquer advertência feita ao reclamante pelo Banco; QUE O AUTOR SEMPRE TRABALHOU
DE ACORDO COM A POLÍTICA DO BANCO; que efetivamente existia uma parceria com
os contadores para captação de clientes; que havia uma relação de confiança entre o banco e
os contadores; que o gerente geral concordava com este intercâmbio; que as propostas eram
submetidas a um comitê interno da agência bancária, composto por cinco a seis integrantes,
quais sejam, cinco gerentes de módulos, sendo dois pessoa jurídica e três pessoas físicas e
também o gerente geral; que o depoente considera o reclamante pessoa íntegra, urbana,
solícita e dedicada ao banco.

A testemunha da reclamada, por sua vez, refere que também fez


parte do inquérito administrativo; não soube dizer que o procedimento observado nas
operações foi irregular ou não; que não sabe precisar se em algumas operações faltaram
documentos ou se os documentos apresentados eram impróprios; que o gerente geral tinha
poder de veto e também dava seu voto; que o reclamante Antonio sempre foi dedicado ao
serviço, urbano e solícito.

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Sem querer adentrar na matéria de provas, propriamente dita, da


análise destas, bem como dos depoimentos das testemunhas do autor e réu, não se pode concluir
tenha sido demonstrada, de maneira irrefutável, a falta grave do autor, a ensejar a sua dispensa por
justa causa, pois o próprio preposto em nada esclareceu o motivo da dispensa, sendo seu
depoimento marcado pela fragilidade, revelando-se insuficiente para corroborar a tese defensiva,
demonstrando desconhecimento sobre todos os fatos sobre os quais foi inquirido, o que gerou a
presunção legal de veracidade dos fatos alegados pelo reclamante, por força do disposto no art. 843,
parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que efetivamente não foi aplicada por este
E.Tribunal.

Extrai-se ainda, pelo depoimento da testemunha da recorrida que


outros funcionários do banco também sofreram inquérito administrativo a saber: o senhor Miguel,
gerente geral da agência, foi admoestado em decorrência do inquérito administrativo instaurado, o
mesmo acontecendo com o senhor Jean Michel; que o senhor Lindomar, também alvo do inquérito,
perdeu a comissão; que os demais empregados alvos do inquérito, Valdete, Delton, Geilson, Eder,
Danúbia, Helielton, Alex e Iza, não sofreram mudanças nas suas atribuições, corroborando que
houve por parte da ré violação ao princípio da isonomia, tendo sido dado tratamento diverso a
outros funcionários do banco que sofreram o mesmo inquérito e pelos mesmos motivos, e nenhuma
penalidade foi aplicada.

Não bastasse o já anteriormente destacado, vale ressaltar que nenhum


prejuízo financeiro foi gerado a recorrida, já que esta recebeu todos os créditos de seus clientes e
ainda conseguir equalizar as contas da AABB, pelo que impossível se torna a manutenção da tão
excessiva pena imposta ao recorrente.

A rescisão contratual por justa causa, como conceito, exige a prática e


a comprovação do ato, cujo "onus probandi" é do empregador. Não se pode dizer que há justa
causa, quando não se tem a simples suspeita, sem elementos concretos e demonstrados nos autos
quanto a sua ocorrência. A improbidade, como implica em ato de desonestidade, lesão ao
patrimônio do empregador, há de ser robustamente comprovada, pelo que sem a comprovação
efetiva do fato, de forma objetiva, não há caracterização da justa causa.

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Ainda para corroborara divergência, vale citar:

TRIBUNAL: 15ª Região


ACÓRDÃO NUM: Acórdão: 010648/1993 TIPO: RO NUM: 001235 ANO: 1992
NÚMERO ÚNICO PROC: RO -
TURMA: TU3 - Terceira Turma
PARTES
Recorrente: BANCO BAMERINDUS DO BRASIL S/A
Recorrido: LUCIO FERREIRA PRIMO
Relator:ELOADIR LAZARO SALA
EMENTA
EMENTA: DISPENSA POR JUSTA CAUSA - NECESSIDADE DE PROVA ROBUSTA
PARA ACEITAÇÃO. A justa causa para rescisão do pacto laboral é medida extrema que
depende de prova induvidosa. Não pode ser aceita a alegação, em se tratando de bancário,
com cargo de confiança, que tinha os negócios que apresentava submetidos a avaliação de
gerente e "comitê" que os aprovava ou não. Os prejuízos não podem ser atribuídos apenas
ao empregado. Recurso ordinário a que se nega provimento

Recurso ordinário. Justa causa. Insubordinação e indisciplina. Trabalhador que prestou


serviços por mais de 25 anos à empresa. A dispensa por justa causa é a penalidade máxima
autorizada pelo legislador para rompimento do contrato de trabalho. Não há como atribuir a
um empregado que durante mais de vinte e cinco anos prestou serviços à empresa, sem
praticar qualquer ato que desabonasse sua vida funcional, a pecha de insubordinado e/ou
indisciplinado, pelo insucesso de uma transação comercial. (TRT/SP - 00532200607802001
- RO - Ac. 11ªT 20061050606 - Rel. CARLOS FRANCISCO BERARDO - DOE
06/02/2007)

TRT 24ª Região


FONTE
DJ DATA: 27/09/1995 DJ-MS nº 004128 PG: 00041
PARTES
Recorrente: BANCO MERCANTIL DE SAO PAULO S/A
Recorrido: OSCAR FRANCISCO RIBEIRO

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RELATOR
IDELMAR DA MOTA LIMA
REDATOR DESIGNADO
IDELMAR DA MOTA LIMA
REVISOR(A)
JOÃO DE DEUS GOMES DE SOUZA
EMENTA
JUSTA CAUSA - BANCÁRIO - INEXISTÊNCIA. Inexiste justa causa quando as provas
dos autos e o depoimento do preposto da Empresa conduzem à conclusão de que os atos,
supostamente faltosos, praticados pelo Autor, poderiam tê-lo sido pelos outros gerentes do
Banco, estando dentro do limite da alçada do cargo.

Assim, o V. Acórdão deve ser reformado para que seja declarada a


nulidade da dispensa por justa causa aplicada, sendo observado por esse E. TST os princípios
constitucionais infringidos, restabelecendo o contrato de trabalho na forma anterior à dispensa,
deferindo-se ao recorrente os pedidos formulado exordialmente.

DAS HORAS EXTRAS

Merece reforma o v.acórdão que indeferiu ao recorrente horas extras


decorrentes da jornada laboral compreendida entre 7.30 às 19.30 horas, bem como 02 sábados
laborados ao mês, das 07.00 às 16.00 horas.

Sustenta o nobre julgador que o ilustre Magistrado de 1ª instância


incorreu em equívoco ao considerar que a testemunha apresentada pelo reclamado “não soube
informar se o reclamante, costumeiramente, trabalhava nos mesmos horários cumpridos por ela”.
Afirma, ainda, que ela foi explícita ao afirmar que trabalhava em horário parecido com o dos
reclamantes:

DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA DA RECLAMADA: que a depoente trabalha em horário


parecido com o dos reclamantes; que a depoente trabalha das 08:30 às 17:30, com intervalo para
almoço de no mínimo uma hora; que a depoente almoça em casa; que o horário trabalhado pela
depoente está consignado nos pontos eletrônicos; que em algumas oportunidades os reclamantes

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Jurivaldo e Antônio permaneceram trabalhando no banco após a depoente encerrar o seu


expediente, enquanto em outras oportunidades saíram juntos; que a depoente nunca foi de
observar o horário trabalhados pelos colegas Jurivaldo e Antônio; que a depoente, em 21 anos de
banco recorda de ter saído às 20:00; que depois que era digitado a matrícula e a senha do cartão
do ponto eletrônico o sistema era desligado, de modo que o empregado não podia mais acessar o
sistema operacional; que o empregado, assim, só podia fazer serviços que não dependiam do uso
do computador, como contar dinheiro, arrumar documentos, livros etc;

Pois bem, ao contrário do invocado no V.Acórdão, não é esta a


interpretação correta ao depoimento da testemunha da ré que, realmente afirma laborar em horário
parecido com o do reclamante mas continuando o depoimento, afirma que em algumas
oportunidades o reclamante Antonio e outro funcionário permanecem trabalhando no banco
após a depoente encerrar o seu expediente, fato este não levado em conta por esta E.Turma.
Afirma, ainda, que mesmo quando o sistema operacional do Banco não podia ser acessado, em
razão do fechamento ou não acionamento do ponto eletrônico, os empregados podiam trabalhar
fazendo serviços que não dependiam do uso do computador, como contar dinheiro, arrumar
documentos, livros, etc.,.

É nesse passo que se verifica que os controles de ponto eletrônicos


juntados aos autos pelo reclamado não merecem credibilidade, pois o registro de ponto eletrônico
revelou não ser confiável, pois somente havia controle quando o empregado trabalhava no
computador, não registrando o trabalho interno na agência sem o uso de computador e nem as
visitas externas, que eram freqüentes na atividade da reclamante. Assim sendo, os controles de
horário eletrônico não servem como prova da real jornada empreendida pela recorrente.

DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA DO RECLAMANTE: “que o depoente trabalhava em horário


semelhante ao do reclamante Jurivaldo e ao do reclamante Antônio de Castro; que quase sempre o
depoente e os reclamante Jurivaldo e Antônio extrapolavam os horários registrados nos pontos
eletrônicos; que o depoente e os aludidos reclamantes antes ou depois de passar o cartão, faziam
serviços que não dependiam de acessar o sistema operacional do banco; que normalmente o
depoente e os reclamantes Jurivaldo e Antônio trabalhavam das 07:30 às 20:00/20:30,de segunda
a sexta, com cerca de 40 minutos de intervalo para o almoço; que por cerca de seis/sete meses
houve necessidade, por conta da reforma no banco, de o depoente e os reclamantes Jurivaldo e

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Antônio trabalharem em alguns sábados; que o depoente trabalhou em cerca de dois sábados ao
mês, durante seis/sete meses; que o depoente não sabe precisar quantas vezes os reclamantes
Jurivaldo e Antônio trabalharam nos sábados, mas ressalva que, relativamente ao reclamante
Jurivaldo, este costumava ir com maior frequência ao banco nos sábados; que fora do período de
seis/sete meses, envolvendo a reforma do banco, não havia serviços aos sábados; que aos sábados
o labor ia das das 07:00 às 16:00, com cerca de 40 minutos a uma hora de intervalo;

Referido depoimento mostrou-se forte e convincente, corroborando a


assertiva inicial, até mesmo em relação ao intervalo intrajornada não usufruído na sua integralidade,
e não foi contrariado por qualquer outro elemento dos autos.

Por óbvio também não se trata de prova dividida, uma vez que todas
as testemunhas, inclusive a da ré, foram unânimes em afirmar o elastecimento da jornada laboral do
recorrente, bem como o labor que não era marcado o cartão de ponto, frente aos serviços efetuados
após o expediente “normal” do banco, sendo certo que a jornada prestada não era àquela consignada
nos cartões de ponto.

Por outro lado, em se tratando da prova testemunhal, a aparente


contradição é afastada pela qualidade do depoimento da testemunha do autor, Sr. Jean Michel, que
além de depor com o contrato de trabalho em curso, trabalha desde 2003 na empresa e exerceu a
mesma função do autor, o que demonstra a excepcional qualidade da prova que merece prevalecer.

É certo, ainda que cabe ao julgador ponderar todas as circunstâncias


declaradas e decidir com base naquelas que melhor lhe convencerem, levando em consideração
cada particularidade dos testemunhos, o que não ocorreu nos presentes autos.

Neste sentido:

TRT 2ª Região
TIPO: RECURSO ORDINÁRIO
DATA DE JULGAMENTO: 29/07/2009
RELATOR(A): ROSA MARIA ZUCCARO
REVISOR(A): MARIANGELA DE CAMPOS ARGENTO MURARO

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ACÓRDÃO Nº: 20090587450


PROCESSO Nº: 02381-2007-036-02-00-5 ANO: 2008 TURMA: 2ª
DATA DE PUBLICAÇÃO: 18/08/2009
PARTES:
RECORRENTE(S):
BOM CHARQUE INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
RECORRIDO(S):
ADAO PEREIRA DOS SANTOS
EMENTA:
Horas extras. Cartões de ponto. Imprestabilidade. Cartões de ponto que não refletem os efetivos
horários laborados pelo empregado desservem como prova da jornada de trabalho, e implicam na
prevalência da prova testemunhal produzida pelo trabalhador, em relação à testemunha
empresarial ocupante de cargo de chefia.

TRT 2ª Região
TIPO: RECURSO ORDINÁRIO
DATA DE JULGAMENTO: 02/07/2009
RELATOR(A): DELVIO BUFFULIN
REVISOR(A): ADALBERTO MARTINS
ACÓRDÃO Nº: 20090516650
PROCESSO Nº: 01046-2006-312-02-00-3 ANO: 2008 TURMA: 12ª
DATA DE PUBLICAÇÃO: 14/08/2009
PARTES:
RECORRENTE(S):
EMTRAM Empresa de Transportes Macaubense
RECORRIDO(S):
José Martins de Jesus
EMENTA:
HORAS EXTRAS. TESTEMUNHA. VALORAÇÃO. Apesar dos depoimentos testemunhais
apresentarem variação, quanto o horário de saída do trabalhador, de outro lado, foram
uniformes no apontamento da laboração em sobrejornada. Cabendo ao julgador ponderar todas
as circunstâncias declaradas e decidir com base naquelas que melhor lhe convencerem.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. "MANIPULAÇÃO OU MANUSEIO". A questão em

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torno da expressão "manipulação" e "manuseio", já foi dirimida pela jurisprudência do C. TST,


através da Orientação Jurisprudencial nº 171. Recurso improvido.

TRT 2ª Região
TIPO:  AGRAVO DE INSTRUMENTO
DATA DE JULGAMENTO: 23/09/2008
RELATOR(A): JONAS SANTANA DE BRITO
REVISOR(A): ANA MARIA CONTRUCCI BRITO SILVA
ACÓRDÃO Nº:  20080955074
PROCESSO Nº: 00827-2005-022-02-00-2        ANO: 2007          TURMA: 3ª
DATA DE PUBLICAÇÃO: 04/11/2008
PARTES:
AGRAVANTE(S):
      Marcelo Dias da Silva
AGRAVADO(S):
      Cadbury Adams Brasil Industria e Comerci
EMENTA:
PROVA DIVIDIDA: Ocorrendo prova testemunhal dividida, deve o julgador buscar os
demais elementos do conjunto probatório de modo que o desequilíbrio na prova implique em
equilíbrio da balança da Justiça.

TRT 2ª Região
Acórdão : 20010622181 Turma: 08 Data Julg.: 01/10/2001 Data Pub.: 16/10/2001
Processo : 20000336259 Relator: JOSE CARLOS DA SILVA AROUCA
Prova empatada. Luiz de Pinho Pedreira da Silva anota na avaliação do princípio
interpretativo do Direito do Trabalho, que sua singularidade está em "que ele constitui a
inversão de seu congênere do direito comum, pois enquanto neste o favor, em caso de
dúvida, é pelo devedor e pelo réu", no Direito especial do trabalho, conclui, "se faz na
mesma situação, em benefício do empregado, que normalmente é credor e autor". Havendo
paridade de provas, ou "prova empatada" escreve Pinho Pedreira, pelas maiores dificuldades
com que arca o empregado para a produção de provas, numa situação como esta, a dúvida
gerada no espírito do julgador há de ser dirimida pro operário (Principiologia do Direito do
Trabalho, LTr, 1999, págs. 42/58).

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19

Frente a esse contexto, o V. Acórdão merece total revisão, devendo ser


processado e acolhido o presente recurso de revista, ante ainda, a prevalência do principio pro
operario, condenando a recorrida ao pagamento das horas extras e suas integrações.

Ainda que os testemunhos estivessem mesmo divididos, as dúvidas


deveriam ser decididas em favor do recorrente, de acordo com o princípio in dubio pro misero,
segundo o qual, na dúvida, a Justiça deve contemplar a parte mais fraca. Na legislação trabalhista, a
aplicação do princípio visa a compensar a inferioridade econômica do trabalhador, em razão da
clássica desigualdade entre patrão e empregado.

Em relação ao ônus da prova, o reclamante fez a prova do fato


constitutivo de seu direito enquanto que, o reclamado não conseguiu comprovar qualquer fato
impeditivo, modificativo ou extintivo desse direito, razão pela qual, faz jus as horas extras
pleiteadas, conforme bem observado pelo Juízo Monocrático.

Por todo o exposto, o recorrente espera que sejam acolhidas e providas


as presentes Razões da Revista para que, ao final, seja reformado o V. Acórdão, na forma da
fundamentação, como medida da mais pura J U S T I Ç A ! ! !

P. Deferimento.
Ceres, 25 de janeiro de 2010.

ENZO SCIANNELLI SHARON HANAK JOSÉ ABÍLIO


LOPES
OAB/SP 98.327 OAB/SP 121.477 OAB/SP 93.357

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