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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0010886-38.2022.8.26.0309 e código B7AA546.
SENTENÇA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FERNANDO BONFIETTI IZIDORO, liberado nos autos em 11/05/2023 às 16:42 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). FERNANDO BONFIETTI IZIDORO
Vistos.
0010886-38.2022.8.26.0309 - lauda 1
fls. 90
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Atlas, 2018, p.36).
Nessa linha de orientação, depreende-se que, em um mesmo processo, é possível
que todas as partes exerçam direito de ação, em diferentes momentos do trâmite processual, na
medida em que formulem pretensões aptas ao exercício de posições jurídicas de vantagem.
Observe-se que o mesmo doutrinador, na mesma obra citada, mais à frente, na
mesma lauda, explica com clareza tal fenômeno: “Em verdade, o direito de ação é exercido por
ambas as partes e ao longo de todo o processo. Sempre que alguém atua no processo ocupando
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uma posição ativa, buscando influenciar na formação de seu resultado, estar-se-á diante de um ato
de exercício do direito de ação”.
Compulsando-se os autos, a requerida alega que tentou retirar o produto
supostamente viciado da residência da autora, para realizar os reparos eventualmente necessários.
A parte requerente, por sua vez, em réplica não impugnou tal alegação e as cópias
das mensagens eletrônicas trocadas entre as partes, reproduzidas na inicial, que demonstram que
se recusou a permitir a retirada do produto para tal fim.
Desse modo, tal questão se tornou incontroversa.
Observa-se, assim, das alegações trazidas aos autos, que, assim que a parte autora
informou à requerida sobre o vício, foi prontamente atendida, com oferta de retirada do produto
para regularização, o que foi recusado.
Assim, não há que se falar em substituição por novo produto ou devolução do
valor pago, faculdades que o consumidor somente passa a ter se o fornecedor não resolve o
problema no prazo de 30 dias, nos termos do artigo 18, §1º, II, do Código de Defesa do
Consumidor:
"Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições
de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
0010886-38.2022.8.26.0309 - lauda 2
fls. 91
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Por conseguinte, não há amparo legal para obrigar a requerida a fornecer novo
produto ou restituir à parte autora o valor pago.
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Sem custas ou honorários advocatícios, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95.
Intimem-se as partes, especialmente quanto ao cabimento de recurso inominado (prazo de 10
dias), mediante recolhimento de custas.
O preparo deverá ser atualizado (itens "a", "b" e "c" referidos no parágrafo
anterior) e recolhido de acordo com os critérios acima estabelecidos independente de cálculo
elaborado pela z. serventia.
0010886-38.2022.8.26.0309 - lauda 3
fls. 92
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jurisdicional. Esses objetivos são demonstrados no artigo 2º da Lei 9.099/1995, que consagra os
critérios da simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
O artigo 52, inciso III, da Lei nº 9.099/95, prevê que, no momento da intimação
da sentença, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado e
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advertido dos efeitos do seu descumprimento; já o inciso seguinte (IV) estabelece que, não
cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do
interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova
comunicação do vencido para que cumpra o julgado.
Diante disso, não incide, na hipótese, o artigo 523 do CPC, já que o artigo acima
referido (artigo 52, III e IV, da Lei nº 9.099/1995) estabelece, de forma completa, que o vencido
será instado a cumprir a sentença a partir do trânsito em julgado, independentemente de novo
aviso, sendo advertido dos efeitos do descumprimento.
De tal modo, com base nas razões ora expostas, ciência às partes de que na
hipótese de não cumprimento da condenação no prazo de 15 dias após o trânsito em julgado e em
havendo requerimento da parte interessada, dar-se-á início e prosseguimento ao cumprimento da
sentença, inclusive com atos de penhora e expropriação, no caso de falta de pagamento
espontâneo no prazo acima fixado, SEM nova intimação da parte então executada.
P.I.C.
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