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THIAGO DA COSTA RIBEIRO

ADVOGADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Agravante: Jose Carlos Valsechi

Agravada: Banco do Brasil S/A

Proc. de origem nº 1003754-12.2016.8.26.0441 – 1ª Vara Judicial da Comarca de Peruíbe/SP

JOSE CARLOS VALSECHI, casado, aposentado, portador do RG

nº 6.977.783-4 e do CPF nº 570.788.908-68, residente e domiciliado no endereço a Rua Ugo

Santacroce, nº 1025, São João Batista, Peruíbe – SP, possuidor do endereço eletrônico

jcvalsechi@hotmal.com; por seu procurador que esta subscreve, vem respeitosamente perante

Vossa Excelência, em consonância com o disposto no art. 995, parágrafo único, do CPC c/c

art. 1.015 e seguintes do mesmo diploma legal, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO C/C PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

contra decisão interlocutória proferida de fls.141/143, junto à ação de

execução de titulo extrajudicial, que rejeitou a impugnação a penhora, com base nas razões de

fato e de direito que passa a expor e ao final requerer.

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ADVOGADO

I - DA TEMPESTIVIDADE DESTE RECURSO

O recurso deve ser considerado como tempestivo, visto que a

publicação da decisão ocorreu em 08/11/2017, consoante se vê da certidão ora acostada.

Ressalva-se que a contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-

ão somente os dias úteis (art. 219 do CPC). Desse modo, o prazo do recurso em espécie é

quinzenal (CPC, art. 1.003, § 5º) e, por isso, o prazo processual fora devidamente obedecido.

II – DO PREPARO

Informa, outrossim, o não recolhimento das guias de preparo,

requerendo a concessão dos benefícios da justiça gratuita, previsto no art. 98 e seguintes do

CPC c/c art. 5 LXXIV da CF/88, por não ter condições de arcar com as custas processuais

sem prejuízo de seu próprio sustento, conforme declaração anexa.

III - NOMES E ENDEREÇOS DOS ADVOGADOS

O Agravante informa os nomes e endereços dos advogados habilitados

nos autos, aptos a serem intimados dos atos processuais (CPC, art. 1.016, inc. IV):

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ADVOGADO

DO AGRAVANTE: Dr. Thiago da Costa Ribeiro, inscrito na Ordem dos Advogados do

Brasil, Seção do São Paulo, sob o nº. 364.338, com escritório profissional sito Avenida João

Fernandes Campeoni, nº. 207, Jardim Brasil – Peruíbe (SP);

DO AGRAVADO: Dr. Paulo Roberto Joaquim dos Reis, inscrito na Ordem dos Advogados

do Brasil, Secção do São Paulo, sob o nº. 23.134; Dra. Maria Elisa Perrone dos Reis Toler,

inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do São Paulo, sob o nº. 178.060; Dr.

Luís Felipe Perrone dos Reis, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do São

Paulo, sob o nº. 253.676; Dra. Denise Leonardi dos Reis, inscrito na Ordem dos Advogados

do Brasil, Secção do São Paulo, sob o nº. 266.766, sócios da sociedade de advogados

PAULO ROBERTO JOAQUIM DOS REIS ADVOGADOS ASSOCIADOS, registrada

na OAB/SP sob o nº 2423, inscrita no CNPJ sob o nº 68.326.834/0001-25, sediada a Rua

Oswaldo Perrone, nº 260, Parque Eldorado – Bebedouro (SP);

IV - DA PRIORIDADE PROCESSUAL AO IDOSO

O recorrente requer nos termos do art. 1048, I do CPC  c/c o art. 71 do

“Estatuto do Idoso” (lei 10.741/03), a concessão do benefício da “prioridade processual” à

pessoa maior de 60 (sessenta anos), previsto nos referidos dispositivos. Em anexo a esta

petição, segue documento atestando a idade do requerente, cuja juntada aos autos se pleiteia,

atendendo ao disposto no §1º do art. 1048 do CPC e do §1º do art. 71 da Lei 10.741/03.

V – DA JUNTADA DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS

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·     Cópia da petição inicial;

. Cópia da petição que ensejou a decisão agravada;

. Cópia da decisão agravada;

. Cópia da certidão da respectiva intimação;

. Cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

·      Declaração de hipossuficiência do Agravante;

. Cópia da CNH do Agravante;

. Cópia da declaração de trabalho;

. Cópia dos relatórios de fiscalização de obras;

. Cópia do comprovante de inscrição e de situação cadastral e da cópia da consulta ao

Cadesp;

Diante disso, pleiteia-se o processamento do presente recurso, sendo o

mesmo distribuído a uma das Câmaras Cíveis deste Egrégio Tribunal de Justiça, para que

seja, inicialmente, e com urgência, submetido para análise do pedido de efeito suspensivo ao

recurso.

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Respeitosamente, pede deferimento.

Peruíbe, 22 de novembro de 2017.

___________________________________

THIAGO DA COSTA RIBEIRO

OAB/SP Nº 364.338

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO SÃO PAULO

MINUTA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: Jose Carlos Valsechi

Agravada: Banco do Brasil S/A

Origem 1ª Vara Judicial de Peruíbe/SP

Processo nº 1003754-12.2016.8.26.0441

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COLENDA CÂMARA

NOBRES JULGADORES

1. BREVE RELATO DOS FATOS

Em síntese, a agravada ajuizou Ação de Execução de Titulo

Extrajudicial em face da empresa Construtora Talidan Ltda e seus avalistas, o agravante e a

Sra. Marisa Carmo de Laurentis Valsechi, com base na cédula de crédito bancário nº

680.401.816.

Busca a cobrança de um saldo devedor de R$ 257.020,86 (duzentos e

cinquenta e sete mil e vinte reais e oitenta e seis centavos), acrescido de correção monetária,

juros, custas processuais e honorários advocatícios.

Tendo em vista do não pagamento do débito, a agravada requereu a

penhora do veículo de propriedade da empresa-ré. O agravante ofereceu impugnação à

penhora a qual foi rejeitada por entender o juízo “a quo” que o bem não é essencial ao

desempenho da atividade empresarial, eis a razão deste recurso.

2. DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA

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O nobre magistrado “a quo” rejeitou a impugnação à penhora

mantendo a constrição ao veículo de propriedade da empresa-ré por entender que esta não

comprovou ser o bem constrito indispensável à atividade empresarial desenvolvida.

Embora o artigo 833, V, do CPC seja, em princípio, aplicado apenas

às pessoas físicas, a jurisprudência tem admitido à aplicação extensiva também às pessoas

jurídicas. Isso desde que comprovada sua condição de empresa de pequeno porte ou

microempresa, o que, demonstra conforme comprovante de inscrição e de situação cadastral

da empresa anexa.

Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, "os bens úteis ou

necessários às atividades desenvolvidas por pequenas empresas, onde os sócios atuam

pessoalmente, são impenhoráveis, na forma do disposto no art. 649, V, do CPC" (AgRg

no REsp 1.381.709/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe

11/9/2013).

No mesmo sentido:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO.

EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BENS

ESSENCIAIS AO FUNCIONAMENTO DE

PEQUENA EMPRESA. SÚMULA 7/STJ. 1. O aresto

recorrido está em consonância com a jurisprudência

desta Corte segundo a qual "os bens úteis ou

necessários às atividades desenvolvidas por pequenas

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empresas, onde os sócios atuam pessoalmente, são

impenhoráveis, na forma do disposto no art. 649, V, do

CPC"(AgRg no REsp 1.381.709/PR, Rel. Ministro

Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe

11/9/2013). 2. Não há como se revisar premissa de fato

que justificou a aferição de essencialidade dos bens

penhorados, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 3. Agravo

regimental a que se nega provimento."(AgRg no REsp

1.462.134/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES,

SEGUNDA TURMA, julgado em 18/9/2014, DJe

3/10/2014.)

Em que pese o veículo constrito ser de propriedade de pessoa jurídica

e não ser indispensável à atividade empresarial desenvolvida, o automóvel é utilizado

diariamente pelo recorrente, pessoa física, sendo este vital para o exercício da profissão.

Note-se que o recorrente, idoso, já na casa dos sessenta anos de idade,

conforme documento anexo, presta serviços de engenheiro para a empresa Consorcio Geris-

Maubertc, fiscalizando diversas obras nos municípios do Estado de São Paulo, perfazendo

uma média 3.000 km rodados por mês, utilizando do veículo penhorado para se locomover

bem como para transportar o seu material de trabalho.

Nessa medida, é possível concluir que o bem constrito, diversamente

do que entendeu o Julgador Singular, constitui-se em meio de aferição de renda pelo

agravante, sendo certo que, através de transporte público, ou mesmo táxi, teria grandes e

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intransponíveis dificuldades de fiscalizar as obras e transportar o seu material utilizado em

suas atividades laborativas.

Nessas condições, o veículo passa a integrar a atividade profissional

do devedor, não como mero facilitador, mas, isso sim, como meio indispensável à

concretização do trabalho, já que, sem ele, não conseguiria o recorrente, pessoa com idade já

avançada, se deslocar por longas distancias diariamente e ainda carregar os equipamentos

usados em suas atividades laborativas.

O Código de Processo Civil em seu art. 833, inciso V, diz:

Art. 833. São impenhoráveis:

(...)

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os

instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do

executado;

A interpretação teleológica do artigo 833, V, do CPC, em observância

aos princípios fundamentais constitucionais da dignidade da pessoa humana e dos valores

sociais do trabalho e da livre iniciativa, legitima a inferência que o referido veículo é

necessário e útil ao desenvolvimento da atividade laborativa do recorrente.

Sobre a impenhorabilidade dos materiais de trabalho, a jurisprudência

é vasta, pacífica e majoritária. Assim sendo, coleciona seguir algumas:

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"PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL.

EMBARGOS À EXECUÇÃO. PENHORA DE

AUTOMÓVEL DE REPRESENTANTE COMERCIAL.

UTILIDADE PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO.

1. Para que um bem seja considerado impenhorável,

nos termos do art.649, VI, do CPC, não é necessário

que ele seja imprescindível ao exercício da profissão

do representante comercial, sendo suficiente a

demonstração da sua utilidade. 2. Contudo, para se

constatar a utilidade do bem e, consequentemente, sua

impenhorabilidade, devem ser analisadas as

circunstâncias específicas do caso concreto, evitando-

se, com isso excessos. 3. O veículo cuja penhora

pretende-se desconstituir, conforme consta do acórdão

recorrido, é um Ford⁄Scort 1.6i, ano 1995, cujo valor

de mercado atualmente não supera os R$7.500,00 (sete

mil e quinhentos reais), de acordo com a Tabela FIPE,

sendo que, na hipótese alienação judicial, o valor

alcançado talvez nem seja suficiente para o pagamento

integral da dívida atualizada, permanecendo o

recorrente como executado e pior: com muito mais

dificuldades para exercer sua profissão e

consequentemente, conseguir auferir renda para pagar

a dívida. 4. Assim, mesmo admitindo-se que o

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recorrente possa realizar sua atividade profissional

através de outros meios, vislumbra-se claramente que,

na hipótese analisada, o automóvel penhorado lhe é de

extrema utilidade. 5. Recurso especial provido." (REsp

1090192⁄SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,

TERCEIRA TURMA, julgado em 11⁄10⁄2011, DJe

20⁄10⁄2011)

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.

EMBARGOS. PENHORA. VEÍCULO ÚTIL PARA O

EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. ARTIGO 649, VI, DO

CPC (ANTES DA LEI 11.382⁄2006).

IMPENHORABILIDADE. RECURSO ESPECIAL

PROVIDO. 1. O acórdão regional reconheceu que o

veículo penhorado era utilizado como meio de

transporte ao trabalho da recorrente. Além disso, a

sentença foi taxativa no sentido de que tal veículo era

usado pela embargante (ora recorrente) para se

locomover por várias cidades do Estado do Paraná, a

fim de exercer suas atividades de Coordenadora

Pedagógica. 2. Assim, consoante já decidiu este

Superior Tribunal de Justiça, para que seja

impenhorável, a lei não exige que o bem seja

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imprescindível ao exercício da profissão, bastando

que confira ao devedor certa utilidade (REsp

472888⁄SP, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito;

REsp 39.853⁄GO, rel. Min. Eduardo Ribeiro). 3. O

veículo objeto de discussão era, de fato, útil ao

exercício da profissão da recorrente, daí por que não

poderia ter sido penhorado, nos termos do art. 649, VI,

do CPC. 4. Recurso especial provido. (REsp

780.870⁄PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL

MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em

06⁄11⁄2008, DJe 01⁄12⁄2008)

APELAÇÃO CÍVEL. negócios jurídicos bancários.

embargos à penhora. constrição de veículo. alegação de

utilização do bem em atividade profissional. contexto

probatório que ampara a pretensão dos devedores.

automóvel indispensável à atividade laborativa DOS

embargantes, que prestam assessoria a empresas,

através de palestras e cursos. necessidade de transporte

de materiais pesados. Pessoas IDOSAS, restando

inviabilizada a possibilidade de deslocamento dos

equipamentos por transporte público, ou mesmo táxi.

IMPENHORABILIDADE RECONHECIDA. (TJRS -

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AC: 70068737113 - 0083905-34.2016.8.21.7000,

Relator: Pedro Celso Dal Prá, 18ª Câmara Cível, Data

de Julgamento Publicação: 25/08/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO CUMPRIMENTO

DE SENTENÇA PENHORA DE VEÍCULO

NECESSÁRIO E ÚTIL AO EXERCÍCIO DA

PROFISSÃO DO DEVEDOR APLICABILIDADE DO

ART. 649, INCISO V DO CPC DECISÃO

REFORMADA RECURSO PROVIDO. (TJSP - AI:

20407834920138260000 SP 2040783-

49.2013.8.26.0000, Relator: Ronnie Herbert Barros

Soares, Data de Julgamento: 17/12/2013, 15ª Câmara

de Direito Privado, Data de Publicação: 18/12/2013).

Em que pese à primazia do interesse do credor, este não pode

promover a realização de atos que submetam a pessoa do devedor à insolvência ou à

imposição de condição de miserabilidade, restringindo-lhe o regular exercício de seu trabalho.

Imperioso mencionar, ainda, que a legislação protege da constrição até

mesmo os instrumentos úteis ao exercício da atividade profissional, e não apenas os

necessários ou indispensáveis, sendo certo que não cabe fazer interpretação restritiva da lei,

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em prejuízo manifesto ao devedor, que detém apenas o vetusto automóvel (fabricado no ano

de 2014) para auferir renda.

Também, tal bem por ser de pequeno valor, não deixa seguro o juízo.

Certo é que o Exequente não os utilizará ou serão de pouca serventia, enquanto que ao

Executado é fundamental para dar continuidade a atividade economia e laboral.

Se mantida, a constrição sobre o automóvel, e, consequente

expropriação do bem, o recorrente não terá meios de continuar a prestação de serviços.

Não se pode esquecer que o agravante é pessoa idosa, sendo que é

dever do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade,

como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na

Constituição e nas leis (art.10 do Estatuto do Idoso).

Ainda conforme o Estatuto do Idoso e Carta Magma (art.230), a

família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua

participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o

direito à vida.

Isto Posto, requer seja, reconhecida e declarada a impenhorabilidade

do bem conscrito a decisão interlocutória recorrida, a saber FIAT / UNO VIVACE 1.0 –

ANO/MODELO 2014/2014 – PLACA FDG9405, tornando insubsistente a penhora realizada.

3.  DA SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DA DECISÃO AGRAVADA

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Diante de exposto acima e documentos colacionados, restou

devidamente demonstrado a necessidade e utilidade do veículo constrito pelo recorrente.

Dessa feita, é notório o prejuízo causado ao agravante, pois, se mantida, a constrição sobre o

automóvel este não terá meios de continuar a prestação de serviços.

A constituição Federal de 1988 se consagrou no rol de direitos sociais

por excelência, o direito ao trabalho, entre outros. Partindo desse pressuposto os direitos

sociais buscam a qualidade de vida dos indivíduos.

Portando os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais

do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente,

enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais

fracos, direitos que tendem a realizar a equalização de situações sociais desiguais, são,

portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade.

O agravante necessita do bem constrito para assegurar o Direito à

vida, ao trabalho, à sobrevivência, à proteção à família. Trata-se de defesa de direito

fundamental da pessoa humana, insculpida em norma infraconstitucional.

Ainda a carta magma prevê que o Estado e os demais coobrigados tem

o dever legal de proteção as pessoas idosas, defendendo a sua dignidade, devendo zelar por

seu bem estar incondicional, garantindo-lhe o direito a vida com dignidade.

Desta forma, e em consonância com a legislação vigente, poderá o

relator do Egrégio Tribunal, ao Receber o agravo de instrumento, e distribuído incontinenti,

atribuir efeito suspensivo ao recurso, ou deferir, em antecipação de tutela, total ou

parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.

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Diante do acima exposto, o agravante requer seja concedido o efeito

suspensivo da liminar pleiteado pelo agravado, com fundamento no artigo 1.019, I do CPC,

visto que a r. decisão agravada, se cumprida, resultará em lesão grave e de difícil reparação ao

agravante; seja, ao final, dado integral provimento ao presente recurso, cassando-se a liminar

concedida pelo MM. Juízo “a quo”.

4. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) a concessão do efeito suspensivo ao agravo, suspendendo a eficácia

da decisão agravada;

b) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, tendo

em vista que o recorrente não tem condições de arcar com as custas desse processo sem

prejuízo do seu sustento;

c) a concessão do beneficio de prioridade de tramitação, haja vista ser

o agravante ser maior de 60 (sessenta anos) conforme o art. 1048, I do CPC c/c o art. 71 do

“Estatuto do Idoso” (lei 10.741/03);

d) a intimação do Agravado, por seu patrono regularmente constituído

nos autos, para, querendo, responder em 15(quinze) dias (CPC, art. 1.019, inc. II);

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e) Que o presente recurso seja conhecido, posto que tempestivo, e no

mérito provido no sentido de reformar a decisão proferida em 1ª instância;

f) a juntada da declaração de inexistência de documentos, conforme

art. 1.017, inc. II do CPC;

Nestes Termos

Pede deferimento.

Peruíbe, 22 de novembro de 2017.

__________________________________

THIAGO DA COSTA RIBEIRO

OAB/SP 364.338

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