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Dr. João Eclair M.

Padilha
OAB/RS 29.349
Dra. Rayssa F. M. Padilha
OAB/RS 113.515

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA COMARCA DE


SÃO LEOPOLDO/RS

- Não tem interesse em audiência conciliatória


- Invocação de precedentes
- Justiça gratuita

BARBARA DENISE ALVES DA SILVA DOS SANTOS, brasileira,


casada, beneficiária de Loas, portadora do RG nº 1084561982 e
inscrita no CPF n. 649.913.180-68, residente e domiciliada na Rua
Isaura Maia, nº 653, bairro Santos Dumont, na cidade de São
Leopoldo-RS, CEP: 93113202, por intermédio de seu procurador
signatário com endereço que consta em procuração anexa, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL
C/ PEDIDO LIMINAR PARA DÉBITO AUTOMÁTICO NO VALOR
INCONTROVERSO E DESCARACTERIZAÇÃO DOS EFEITOS DA
MORA
em face de BANCO BMG S.A., pessoa jurídica, inscrito no CNPJ n.
61.186.680/0001-74, com sede na Avenida Brigadeiro Faria Lima, n.
3.477, 9º andar, no bairro Itaim Bibi, na cidade de São Paulo/SP,
CEP 04538-132, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir
expostos.

I DOS FATOS

Em 26 de novembro de 2021 a parte autora firmou, junto à instituição


financeira ré, termo de adesão de contrato de crédito pessoal com pagamento de
parcela autorizado via débito em conta corrente onde percebe salário e autorização de
busca do crédito na TOTALIDADE DO SISTEMA FINANCEIRO caso ocorra alteração de
banco/agência/conta pelo mutuário (modalidade crédito pessoal total), contendo as

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seguintes características: número do contrato: 4025374; valor total do empréstimo: R$


1.924,25; valor liberado ao cliente: R$ 1.705,60; número de parcelas: 15; valor da parcela:
R$ 372,67; primeiro e último vencimento: 07/12/2021 e 07/03/2023; taxa de juros: 16,9%
a.m. e 568,16% a.a.; entre outros.

A autora até o presente momento adimpliu 3 (três) parcelas do


contrato. Ocorre que a parte autora flagrou abusividades contidas em seu contrato de
crédito pessoal, em desacordo com a legislação vigente, conforme a seguir se demonstrará.

Diante desses fatos, a parte autora vem, perante este órgão do


Poder Judiciário, em busca de seu direito e de Justiça!!!

II DO DIREITO

II.1 JUSTIÇA GRATUITA

A autora é beneficiária do INSS, recebe como renda o valor


equivalente a um salário-mínimo, a título de benefício de prestação continuada à pessoa
com deficiência, conforme documento (anexo), “histórico de créditos”.

Ademais, conforme se verifica do mencionado documento, a autora


se socorre a diversos empréstimos em vista a cumprir as suas obrigações financeiras.

Com efeito, acosta a sua declaração de hipossuficiência financeira e


documentos das últimas declarações de renda da parte autora onde nada consta.

Com isso, a parte autora está impossibilitada de arcar com as custas


processuais sem comprometer o seu próprio sustento e de sua família, razão pela qual faz
jus a concessão da Justiça Gratuita, em conformidade com o artigo 1º e 3º da lei n.
7.115/83.

II.2 RELAÇÃO DE CONSUMO - LEGITIMIDADE ATIVA E


PASSIVA

Segundo o disposto no Código de Defesa do Consumidor,


consumidor é "toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final".

Conforme narrado nos fatos, a parte autora firmou negócio jurídico


com a instituição financeira ré, sendo destinatária final do crédito. Com isso, se enquadra ao
conceito de consumidor previsto no art. 2º, do CDC, sendo sujeito dos direitos da relação de
consumo conforme está estatuído no respectivo códex.

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Já a parte demandada se enquadra perfeitamente nas atividades do


disposto no art. 3º, §2º, do CDC, pois oferece serviço especializado em operação de crédito
de natureza financeira ao mercado de consumo, de forma habitual e mediante remuneração.

Para efeitos de afastar qualquer dúvida sobre o tema, o STJ editou a


súmula de n. 297, ipsis litteris: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável as
instituições financeiras”.

II.3 COMPETÊNCIA DE FORO

A especializada legislação consumerista abarca benefícios ao


consumidor hipossuficiente, mormente no tocante a facilitação de acesso ao judiciário,
conforme exegese do art. 6, inciso VIII, da lei 8.078/90.

Em caso de relação de consumo, o foro competente é o do domicílio


do consumidor, conforme a inteligência do art. 101, inciso I do Código do Consumidor.
Nesse sentido é pacífica a jurisprudência do TJ/RS, in verbis:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS


BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL. EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. CONSUMIDOR.
A competência à demanda que versa sobre relação de consumo
é fixada em razão do domicílio do consumidor; e não pode ser
alterada por cláusula de eleição. Precedentes do e. STJ. -
Circunstância dos autos em que se impõe observar o foro do
domicílio do consumidor. RECURSO PROVIDO. (Agravo de
Instrumento Nº 70068842467, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: João Moreno Pomar, Julgado em
16/06/2016) (grifamos)

Se dessume da mencionada jurisprudência que tal entendimento


possui inclusive precedentes do E. STJ, restando expresso que eventual disposição
contratual de eleição de foro deve ser mitigada por força da sobredita lei especializada.

Assim, compete, a este Juízo, prestar jurisdição à esta demanda.

II.4 INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Se tratando de uma relação de consumo, e considerando a


verossimilhança e a hipossuficiência da parte autora, sendo os fatos narrados lastreados em

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rova substancial, impende seja reconhecida e concedida a benesse da inversão do ônus da


prova em favor da autora, em consonância ao art. 6º do CDC.

Na improvável hipótese de não ser esse o entendimento de Vossa


Excelência, de toda sorte, no presente caso, impera a inversão do ônus probatório com base
no art. 373, inciso II, do CPC, que assim prevê: “O ônus da prova incumbe: [omissis] II - ao
réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”.

Ainda, conforme o §1º do mencionado artigo, admite-se seja o ônus


da prova distribuído ao julgo do Magistrado quando verificar a impossibilidade ou excessiva
dificuldade de se cumprir o encargo probatório para uma das partes, o que também
justificaria a inversão probatória no presente caso.

II.5 DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS QUE PRETENDE


CONTROVERTER. ART. 330, §2º, DO CPC.

[1] Cláusula relativa à taxa de juros remuneratórios aplicada ao


contrato (alegada abusividade);

[2] Descaracterização da mora ante a abusividade no período da


normalidade contratual;

[3] Cláusula de encargos moratórios.

II.5.1 DA ABUSIVIDADE NA TAXA DE JUROS


REMUNERATÓRIOS

É o bem da verdade que o princípio da pacta sunt servanda é


norteador dos contratos, segundo o qual obriga as partes às cláusulas previstas no
instrumento de acordo de vontades firmado entre as partes, nos limites da lei.

Não se pode olvidar, no entanto, no ordenamento jurídico nenhum


direito é absoluto, podendo ser mitigado quando da análise do caso concreto houver
olidência entre bens jurídicos tutelados, ou conflitarem os dispositivos legais ante as regras
de hermenêutica relativas à hierarquia e especialidade das normas.

A Carta Magna prevê de forma expressa o dever de proteção ao


consumidor, particularmente em seu art. 5º, inciso XXXII, e art. 170, inciso III.

Por sua vez, o sistema normativo consumerista trouxe como matriz


principiológica a regra de que o negócio celebrado deve atingir ao que se denomina teoria

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da equidade contratual, impondo o dever observância ao papel sociológico na relação de


consumo, instituto que possui relação apertada com o princípio da função social do contrato.

Nesse elastério é a dicção do art. 51, §1º, do Código de Defesa do


Consumidor, o qual prevê que não pode o consumidor ser posto em desvantagem
exagerada diante à relação de consumo.

Sobre o tema, impende destacar os ensinamentos de Flávio Tartuce:

Na esfera contratual, o CDC inseriu no sistema a regra de que mesmo


uma simples onerosidade excessiva ao consumidor poderá ensejar a
chamada revisão contratual por fato superveniente, prevendo também
o afastamento de uma cláusula abusiva, onerosa, ambígua ou confusa
(arts. 51 e 46) e a interpretação do contrato sempre em benefício do
consumidor (art. 47). (grifo posto)

Dessarte, a parte que se sentir lesada ante a desvantagem


exagerada de cláusula pactuada em contrato de consumo possui o direito subjetivo de
buscar a revisão do contrato (art. 6º, inciso V, da Lei 8.078/19905 ) por vias judiciais, sendo
esse também o entendimento do E. TJ/RS, in verbis:

APELAÇÃO CIVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. CONTRATO DE MÚTUO. TAXA DE JUROS
REMUNERATÓRIOS. POSSIBILIDADE DE LIMITAÇÃO À MÉDIA DE
MERCADO, EM OPERAÇÕES DE MESMA ESPÉCIE. ABUSIVIDADE
EVIDENCIADA. ADEQUAÇÃO DOS PERCENTUAIS. COMPENSAÇÃO E
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CABIMENTO. APURAÇÃO EM FASE
LIQUIDATÓRIA. SENTENÇA REFORMADA. SUCUMBÊNCIA
REDIMENSIONADA. RECURSO PROVIDO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº
70081596538, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jerson Moacir Gubert, Julgado em: 31-07-2019) (grifo nosso)

Ademais, o E. Tribunal de Justiça deste Estado assentou o


entendimento, em conformidade com orientação do E. STJ em julgamento de recursos
especiais representativos de controvérsia n. 1.061.530/RS e n. 1.112.879/PR, de que a
excessiva onerosidade é caracterizada quando a taxa de juros remuneratórios
contratada ultrapassa o patamar de 30% (trinta por cento) a maior do que a taxa média
de juros definida pelo BACEN na modalidade e no período da contratação, conforme
jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO ADESIVO. NEGÓCIOS JURÍDICOS


BANCÁRIOS. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. OBJETO. - Contrato
de Empréstimo Pessoal Consignado em Folha de Pagamento ou Benefício

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Previdenciário, nº 804780386, datado de 30/07/2015, no valor total de


R$15.500,00. ENCARGOS DA NORMALIDADE JUROS
REMUNERATÓRIOS. Aplicação das orientações do Superior Tribunal
de Justiça, extraídas dos julgamentos dos Recursos Especiais
Representativos de Controvérsia n. 1.061.530/RS e n. 1.112.879/PR.
Afinado a isso, o entendimento desta Câmara é de que a taxa de juros
remuneratórios deve ser limitada somente quando for superior à taxa
média de mercado registrada pelo Banco Central do Brasil – BACEN, à
época da contratação e em conformidade com a respectiva operação,
somada do percentual de 30% (trinta por cento), tido como a margem
tolerável. No caso, os juros contratados encontram-se acima da taxa
média de mercado, devendo ser limitados à taxa média de mercado
divulgada pelo Bacen à época da contratação. No ponto, recurso
desprovido. RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70082045246,
Vigésima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge
Maraschin dos Santos, Julgado em: 31-07-2019) (grifo nosso)

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL. CDC. Aplicável
aos contratos financeiros, nos termos do art. 3º, caput e § 2º, CDC e da
Súmula 297, STJ. Vedada a revisão de ofício, nos termos da Súmula 381,
STJ. JUROS REMUNERATÓRIOS. A aplicação em taxa
substancialmente superior à média de mercado divulgada pelo BACEN
é abusiva, nos termos da orientação do Superior Tribunal de Justiça,
através dos Recursos Especiais Representativos da Controvérsia n.
1.061.530/RS e 1.112.879/PR. No caso, os juros contratados encontram-
se acima da taxa média de mercado, devendo ser limitados aos
parâmetros determinados pelo BACEN para o período. [omissis].
RECURSO PROVIDO, EM PARTE. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº
70081288714, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jerson Moacir Gubert, Julgado em: 10-07-2019) (grifo nosso)

Ainda, há posicionamentos de Desembargadores do Tribunal de


Justiça/RS no sentido de que para configurar a abusividade na taxa de juros remuneratórios
aplicada ao contrato basta que a taxa pactuada esteja fixada acima da taxa média de
juros divulgada pelo BACEN na modalidade e data da contratação.

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. INOVAÇÃO RECURSAL. [omissis] JUROS
REMUNERATÓRIOS. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do
REsp nº 1.061.530/RS, submetido ao regime dos recursos repetitivos,

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sedimentou entendimento de que as instituições financeiras não se sujeitam


à limitação dos juros remuneratórios ao patamar de 12% ao ano, sendo
cabível a revisão da taxa contratada apenas em situações excepcionais, em
que evidenciada a abusividade do encargo, utilizando-se a taxa média de
mercado divulgada pelo Banco Central como parâmetro, levando-se em
consideração a data da contratação e a natureza do crédito concedido.
Caso concreto em que os juros remuneratórios praticados estão acima
da taxa média divulgada pelo Bacen, o que justifica sua limitação.
[omissis]. RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RÉ CONHECIDO EM
PARTE E, NESTA EXTENSÃO, DESPROVIDO.(Apelação Cível, Nº
70079120002, Vigésima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Cláudio Luís Martinewski, Julgado em: 11-12-2018) (grifo nosso)

Conforme o entendimento jurisprudencial e a legislação vigente,


verifica-se a abusividade na taxa de juros remuneratórios pactuada no presente caso, senão
vejamos.

O contrato de crédito pessoal em análise judicial se trata, como


cediço, de pagamentos vinculados em débito automático em conta corrente, e na mesma
conta e data que o mutuário percebe a renda de seu benefício previdenciário (caráter
salarial), somado a autorização de descontos na TOTALIDADE DO SISTEMA
FINANCEIRO quando caso de alteração de banco/agência/conta – modalidade em que há
maior segurança no crédito do que a modalidade “não consignado” caracterizado quando os
pagamentos são via boleto bancário -, sendo correto seja aplicado, ao caso, como
referência, a taxa média na modalidade “CRÉDITO PESSOAL TOTAL”, conforme
jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. CONTRATOS DE EMPRÉSTIMO PESSOAL. JUROS
REMUNERATÓRIOS. LIMITAÇÃO COM BASE NA TAXA MÉDIA DE
MERCADO. ENTENDIMENTO SEDIMENTADO NO STJ. PRECEDENTES
DA CÂMARA. ABUSIVIDADE EXISTENTE. São considerados abusivos os
juros remuneratórios que excedem o percentual da taxa média dos juros
praticada no mercado conforme tabelas divulgadas pelo BACEN para o
período e relativas a operações da mesma natureza. Em se tratando de
débito em conta corrente, deve-se utilizar as taxas referentes à
modalidade "Crédito Pessoal Total", e não "Crédito Pessoal Consignado
para aposentados e pensionistas do INSS", como fez o sentenciante.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível, Nº
70073198616, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Guinther Spode, Julgado em: 28-09-2017) (grifo nosso)

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Neste elastério, prevê as cláusulas 5.2 e 5.3, do contrato sub judice,


a autorização pelo mutuário de débito em conta corrente onde percebe salário, até mesmo
em caso de eventualmente vier a mudar o seu banco/agência bancária. Cito:

“5.2. O CREDOR poderá valer-se de quaisquer das contas indicadas


pelo(a) DEVEDOR(A) no Termo de Autorização de Débito em Conta para pagamento das
quantias devidas por força deste Contrato, podendo inclusive, efetuar lançamentos
fracionados em contas diferentes para pagamento do valor total da parcela indicada no
Quadro IV acima. 5.3. O(A) DEVEDOR(A) também autoriza o CREDOR a debitar,
diretamente ou por meio de agente de cobrança, as quantias devidas de quaisquer outras
contas correntes ou contas poupança, ainda que não estejam relacionadas no Termo de
Autorização de Débito em Conta, bem como daquelas que venha a ser abertas pelo(a)
DEVEDOR(A) após a data de assinatura desse Termo de Autorização.” (grifo posto)

Ou seja, a financeira persegue o crédito na totalidade do sistema


financeiro, se tratando indubitavelmente da modalidade “CRÉDITO PESSOAL TOTAL”.

Para fins de referencial de cálculo, informa em tabela abaixo a taxa


média de juros remuneratórios à pessoa física na modalidade do(s) contrato(s) sub judice,
consoante prevê a tabela de taxa média de juros de mercado divulgada pelo BACEN no
período da contratação:

MODALIDADE PERÍODO MÉDIA DE MERCADO

Crédito pessoal total (séries 25470 / 20748) 11/2021 36,31% a.a. / 2,61 a.m.

Fonte: BACEN. Anexa tabela extraída do sistema SGS (Sistema Gerenciador de Séries)

O contrato de crédito pessoal firmado entre as partes prevê a taxa


de juros de 568,16% a.a e 16,9% a.m, considerado, notadamente, abusivo, vez que
ultrapassa o limite de 30% comparado à taxa média de juros do mercado divulgada
pelo BACEN, considerando a modalidade e a data de contratação.

É de gizar que são nulas as obrigações contratuais iníquas,


abusivas, que coloque o consumidor em desvantagens exagerada, conforme o comando
legal previsto no art. 51, inciso IV, c/c §1º, inciso III, do CDC.

Considerada a abusiva da taxa de juros remuneratórios pactuada e,


portanto, nula, com base na interpretação da súmula 530, do STJ6 , a nova taxa de juros
remuneratórios a ser aplicada ao contrato deve ser fixada conforme a taxa média de juros

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de mercado para a modalidade e data da contratação nos moldes das taxas descritas em
quadro acima ilustrado.

Isso posto, jus é o reconhecimento da abusividade, para fins de


delimitar a taxa de juros remuneratórios contratados conforme estabelece a taxa média de
juros do mercado acima informada.

II.5.1.1 VALOR INCONTROVERSO (CONSOANTE O ART. 330, §2º,


DO CPC).

Considerando as mencionadas taxas média de juros de mercado


incidentes in casu, resulta no seguinte valor incontroverso da parcela : R$ 156,73 (cento
e cinquenta e seis reais e centavos descritos);

II.5.1.2 DEPÓSITO JUDICIAL DO VALOR INCONTROVERSO.


ART. 330, §3º, DO CPC

Nas ações que preveem revisão de obrigações contratuais


decorrentes de empréstimo, como é o caso em liça, o pagamento das parcelas no valor
incontroverso deverá continuar a ser realizado, ex-vi do art. 330, §§ 2º e 3º, do CPC.

Por sua vez, faculta à parte autora consignar/depositar em juízo os


respectivos valores incontroversos, os quais ficarão disponíveis à demandada, que desde já
autoriza o seu levantamento.

II.5.1.3 INVOCAÇÃO DE PRECEDENTES. LIMITAÇÃO DA TAXA


DE JUROS REMUNERATÓRIOS APLICADOS PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

O E. STJ, em julgamento de recursos especiais representativos


de controvérsia n. 1.061.530/RS e n. 1.112.879/PR, assentou o entendimento de que a
excessiva onerosidade em contrato de crédito é caracterizada quando a taxa de juros
remuneratórios contratada onera excessivamente o consumidor, usando como base
para verificação da abusividade a taxa média de juros definida pelo BACEN na
modalidade e no período da contratação.

Nesse sentido, a Corte Superior impôs importante precedente (art.


927, inciso III, do CPC8) no tocante a existência de limites aos juros remuneratórios
aplicados pelas instituições financeiras.

Relevante destacar que o instituto da uniformização da


jurisprudência é considerado fundamental preceito norteador de organização jurisdicional,
anotado no novel códex processual civil de maneira expressa.

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O art. 926 prevê que “Os tribunais devem uniformizar sua


jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”. O regime de precedentes envolto ao
instituto de uniformização da jurisprudência impõe dever de observância do Magistrado
quando da fundamentação da decisão, fato que, nada mais e nada menos, implica em
mitigar a sistêmica do livre convencimento motivado.

A respeito do tema, vejamos doutrina (MARINONI & ARENHART &


MIDIDIERO, 2015, p. 494):

Existindo precedente constitucional ou precedente federal sobre o


caso debatido em juízo, a fidelidade ao direito constitui fidelidade ao
precedente. Daí que a ausência de efetivo enfrentamento – mediante
a demonstração da distinção – pelo juízo de precedente invocado
pela parte constitui omissão relevante na redação da fundamentação.
Existindo precedente invocado pela parte, esse deve ser analisado
pelo juízo. Se disser efetivamente respeito à controvérsia examinada
em juízo, deve ser adotado como razão de decidir. Se não, a
distinção entre o caso precedente e o caso concreto deve ser
declinada na fundamentação. A ausência de efetivo enfrentamento
do precedente constitui violação do dever de fundamentação (art.
489, § 1º VI, CPC).

Cito o artigo antes referenciado.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença: § 1º Não se


considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

Portanto, a invocação de precedente pela parte impõe a vinculação


do Julgador em sua decisão, para efeitos de sincronia e uniformidade de decisões no âmbito
do Poder Judiciário.

Não crível ainda exista entendimento jurisdicional contrário ao


mencionado precedente, no entanto, na remota hipótese de Vossa Excelência tiver
entendimento diverso, impõe-se o encargo de enfrentamento do tema, sendo considerada
idônea a fundamentação se demonstrado (i) a distinção no caso em julgado ou (ii) a
superação do entendimento, sob pena de nulidade do decisum por insuficiência de
fundamentação.

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II.5.2 DA DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA ANTE A


ABUSIVIDADE NO PERÍODO DE NORMALIDADE

Sendo considerada a abusividade no contrato dentro do período


normalidade, jus seja descaracterizada a incidência de encargos moratórios, sendo tal o
entendimento remansoso do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em consonância
com o entendimento do E. STJ. Jurisprudência:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


AÇÃO REVISIONAL. [omissis] JUROS REMUNERATÓRIOS. Não
há limitação da taxa de juros remuneratórios, desde que estes não
ultrapassem demasiadamente a taxa média mensal divulgada pelo
BACEN para a operação, conforme orientação pacifica das Cortes
Superior e Extraordinária. Caso concreto em que o contrato comporta
limitação, pois ultrapassada uma vez e meia a taxa média divulgada
pelo BACEN. [omissis] DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA. Nos
termos da Orientação firmada nos autos do REsp 1.061.530/RS,
para a descaracterização da mora se exige o reconhecimento da
abusividade nos encargos exigidos no período de normalidade
do contrato, o que se verifica nos autos. [omissis] APELO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível, Nº 70082741828,
Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Pedro Luiz Pozza, Julgado em: 31-01-2020) (grifo nosso)

Ante o exposto, e diante de manifesta abusividade na taxa de juros


aplicados ao contrato em liça, jus é a descaracterização da mora.

II.5.3 ENCARGOS MORATÓRIOS

A legislação civil e consumerista prevê limitações nos encargos


moratórios, previstos ou não, em contrato de crédito. Ademais, não pouco há entendimentos
vertidos nos Tribunais de Justiça pátrio de existirem limitações dos encargos moratórios
quando verificado no caso a excessiva onerosidade ao consumidor.

Cabe mencionar que caso for reconhecida e determinada à


descaracterização da mora, os encargos moratórios só serão exigíveis após
terminarem os efeitos de tal medida, e se ainda houver saldo devedor remanescente.

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II.5.3.1 COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

Infere-se que no presente caso não houve pactuação de comissão


de permanência, todavia admite-se a incidência dos encargos moratórios, nos termos da
Súmula 472, do STJ.

Não há insurgência no ponto.

II.5.3.2 JUROS REMUNERATÓRIOS NO PERÍODO DE


INADIMPLEMENTO. ABUSIVIDADE. LIMITAÇÃO À TAXA MÉDIA DE MERCADO.
AFASTAMENTO DA CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS

A respeito da cobrança de taxa de juros remuneratórios para o


período de inadimplemento, prevista no(s) contrato(s) sub judice, não pode ultrapassar a
taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limitada ao percentual do
contrato (Súmula 296 – STJ).

Por sua vez, considerando que a taxa de juros remuneratórios foi


fixada no(s) contrato(s) revisando acima da taxa média de juros de mercado prevista no
BACEN (tópico 5.1), admite-se a revisão contratual para fixar os juros remuneratórios no
período de inadimplemento à taxa média de mercado para a modalidade e data de
contratação, conforme o enunciado da súmula 296-STJ.

Ademais, os contratos preveem a capitalização diária dos juros


remuneratórios sobre o saldo devedor durante o período de inadimplemento, acarretando
excessivo ônus ao consumidor.

Vejamos excerto do disposto nos contratos:

Será devida pelo(a) DEVEDOR(A) ao CREDOR, a contar do


vencimento até o efetivo pagamento, acrescida (i) dos juros
remuneratórios, [...] calculados sobre o saldo devedor, a cada
dia corrido, de forma capitalizada, com base em um mês de trinta
dias, desde o vencimento até o efetivo pagamento das obrigações
em mora; [...] (grifamos)

É remansoso na jurisprudência a admissibilidade da capitalização


mensal de juros nas hipóteses em que haja previsão contratual do encargo, bastando, para
tanto, que a taxa de juros anual seja superior ao duodécuplo da mensal (Recurso Especial
n. 973827/RS).

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Contudo, diferente da capitalização mensal, a capitalização diária


gera excessiva onerosidade ao consumidor inadimplente, o ponto de ser considerada
abusiva consoante o entendimento vertido em jurisprudência do Tribunal de Justiça do RS:

APELAÇÕES CÍVEIS. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO


REVISIONAL. CONTRATO DE CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. [...]. Capitalização dos juros.
É possível a cobrança da capitalização dos juros em periodicidade
inferior a anual, consoante entendimento consolidado do STJ (Resp. nº
1.388.972/SC), desde que expressamente pactuada. No caso dos autos,
em que pese exista previsão expressa da incidência da capitalização, a
periodicidade é diária, sendo esta extremamente abusiva por colocar o
consumidor em excessiva desvantagem, razão pela qual deve ser
vedada a cobrança do encargo. [...]. APELAÇÃO DO RÉU CONHECIDA
EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA, DESPROVIDA. APELAÇÃO DO
AUTOR PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70071026058,
Primeira Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Afif
Jorge Simões Neto, Julgado em: 30-06-2020) (grifo nosso)

Não obstante o entendimento jurisprudencial acima mencionado, em


julgamento recente, o E. TJRS se posicionou sobre o tema em testilha no sentido de
considerar que a capitalização diária de juros só poderia ser admitida nos casos em que
constar a menção expressa da “taxa diária” no contrato, sob pena de falha no dever de
informação ao cliente. Jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. REVISIONAL.


RECURSO ESPECIAL. REEXAME DO ACÓRDÃO. O banco falhou com
seu dever de informação ao cliente, uma vez que, embora haja previsão de
cobrança de capitalização diária de juros no contrato, não há menção da
taxa diária a ser cobrada, apenas das taxas mensal e anual. Assim, deve
ser mantido o reconhecimento da abusividade da capitalização diária
pactuada, restando autorizada a capitalização em periodicidade mensal. EM
JUÍZO DE RETRATAÇÃO, MANTIVERAM O DESPROVIMENTO DO
APELO DO RÉU. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº 70081128829, Décima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz
Pozza, Julgado em: 10-06-2020)

Vale destacar que no caso em tela inexiste nos termos dos contratos
a menção da “taxa diária”, portanto configurada a falha no dever de informação ao
consumidor.

Com efeito, impõe-se a limitação dos juros remuneratórios no


período de inadimplemento à taxa média de juros de mercado prevista no BACEN, e o

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afastamento da capitalização diária de juros remuneratórios no período de


inadimplemento, por ser abusivo.

II.5.3.3 MULTA. LIMITE DE 2%. INCONTROVERSO

No tocante a aplicação de multa pela impontualidade no pagamento


da prestação pecuniária, o art. 52, §1º, do CDC, assim prevê: “As multas de mora
decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a
dois por cento do valor da prestação”. (grifei)

Contudo, previsto no(s) contrato(s) no patamar não abusivo, não há


irresignação da parte autora no ponto.

II.5.3.4 JUROS MORATÓRIOS. LIMITE 1% A.M. CAPITALIZAÇÃO


DIÁRIA DE JUROS MORATÓRIOS. ABUSIVIDADE

Considerada a relação consumerista os juros moratórios são


limitados a 1% (um por cento) ao mês, conforme art. 406 do Código Civil c/c art. 161,
parágrafo primeiro, do Código Tributário Nacional.

Nos contratos em liça a taxa da multa e dos juros moratórios


respeitam os patamares máximos previstos na legislação, portanto não há irresignação
nesta parte.

Contudo, há a previsão contratual de incidência de capitalização


diária de juros moratórios, senão vejamos excerto de cláusula sobre o assunto:

[...] (ii) dos juros moratórios à taxa de 1% (um por cento) ao mês,
aplicados, sobre o saldo devedor, a cada dia corrido, de forma
capitalizada, com base em um mês de 30 dias [...] (grifamos)

Conforme já elucidado no tópico 5.3.2, há abusividade na cobrança


de capitalização diária de juros, até mesmo em razão de inexistir menção expressa no
contrato da “taxa diária” a ser cobrada.

Ante o exposto, impende o afastamento da incidência de


capitalização diária de juros moratórios, por ser abusivo.

II.5.3.5 CORREÇÃO MONETÁRIA

Não há previsão de incidência do encargo moratório de correção


monetária no contrato.

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II.5.4 CLÁUSULA GENÉRICA “OUTRAS DESPESAS”.


ABUSIVIDADE

Consta no pacto entabulado entre as partes, sob a rubrica


“Despesas vinculadas a concessão do crédito”, a cobrança do valor de R$ 218,67
(duzentos e dezoito reais e centavos descritos), equivalente a 11,36% do valor total do
empréstimo, todavia a parte autora não foi informada qual seria a razão de tal desconto.

Por outro lado, as instituições financeiras demandadas não


cumpriram com o dever de informar ao consumidor os serviços prestados decorrentes deste
valor (art. 6º, III, do CDC), tampouco demonstra ter laborado em serviços adicionais além do
ordinário que justificasse a cobrança.

Com isso, e por ser tal valor expressivo considerado o montante


tomado, pugna pela nulidade desta cláusula contratual rotulada de “Despesas vinculadas a
concessão do crédito”.

II.5 CLÁUSULA DE SEGURO. VENDA CASADA

A prática da venda casada é caracterizada por condicionar o


fornecimento de um produto ou serviço, com o fornecimento de outro produto ou serviço,
conforme disciplina o art. 39, inciso I, do CDC.

Quando do negócio jurídico com a ré, a parte autora nem sequer foi
informada de existência, vinculada ao contrato de crédito, de um seguro prestamista,
tampouco lhe foi oportunizada conhecer da apólice do seguro.

A prática descrita neste tópico lamentavelmente é costumeira no


mercado de crédito ao consumidor, pois ao consumidor em busca de crédito são informados
resumidamente o valor e a quantidade de parcelas a pagar.

Com efeito, a ré praticou o que o direito chama de “venda


casada”, uma vez que não oportunizou ao consumidor a escolha de contratar (ou não)
o serviço vinculado ao contrato, caracterizando o dano, vez que foi acrescido em seu
saldo devedor do contrato 4025374, respectivamente, o valore do serviço indesejado R$
132,63 (cento e trinta e dois reais).

Nesse sentido:

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. JUROS


REMUNERATÓRIOS. CAPITALIZAÇÃO MENSAL. TARIFAS BANCÁRIAS.
MORA CARACTERIZADA. SEGURO. VENDA CASADA. HONORÁRIOS
EXTRAJUDICIAIS. COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDÉBITO.
TUTELAS ANTECIPADAS. JUROS REMUNERATÓRIOS. [omissis]
SEGURO. A contratação do seguro deve ser uma opção ofertada ao
consumidor, enquanto a escolha da seguradora deverá competir ao
financiado, sob pena de venda casada. Precedente do STJ.
HONORÁRIOS EXTRAJUDICIAIS. É abusiva a cláusula contratual que
autorize a cobrança de honorários extrajudiciais. [omissis]. À
UNANIMIDADE, CONHECERAM PARCIALMENTE O RECURSO DA
PARTE AUTORA E, NO PONTO, NEGARAM-LHE PROVIMENTO. APELO
DO RÉU DESPROVIDO, POR MAIORIA.(Apelação Cível, Nº 70077382687,
Décima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre
Kreutz, Julgado em: 29-08-2019)

Portanto, considerando que a parte autora foi obrigada a contratar os


seguros juntamente com os empréstimos, não tendo opção de escolha, jus o
reconhecimento de nulidade desta cláusula, cabendo ser ressarcida dos custos de seguro
indevidamente arcados, e subtraído tal valor do empréstimo.

II.6 CAPITALIZAÇÃO DE JUROS NO PERÍODO DA


NORMALIDADE. INCONTROVERSO

A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao


duodécuplo da mensal é suficiente para permitir os juros capitalizados (REsp n.
973.827/RS).

Esse entendimento, aliás, restou sumulado pelo STJ sob o n. 539,


assim redigida:

“É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à


anual em contratos celebrados com instituições integrantes do
Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP 1.963-17/00,
reeditada como MP 2.170-36/01), desde que expressamente
pactuada”

Por estarem previstos nos contratos em liça a capitalização mensal


de juros, não há irresignação da parte autora no ponto.

II.7 COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDEBITO

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Sendo a presente demanda julgada procedente, realizada a revisão


contratual e do resultado existirem créditos ou débitos entre as partes, cabível seja
determinada a compensação dos valores pagos a maior com eventual débito remanescente,
e/ou a repetição do indébito do que exceder uma eventual dívida do mutuário, para efeitos
de evitar o indevido enriquecimento das partes.

Nesse sentido, colaciona-se jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO ADESIVO. AÇÃO DECLARATÓRIA


DE NULIDADE E REVISÃO DE CLÁUSULAS INSCRITAS EM
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL C/C REPETIÇÃO DE
INDÉBITO E PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL. [omissis]. REPETIÇÃO
DE INDÉBITO. Cabível a compensação dos valores
eventualmente pagos a maior e a repetição simples do que
indevido do Banco. [omissis] APELAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA RÉ PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO
ADESIVO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível
Nº 70075679233, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout,
Julgado em 06/02/2018) (grifo nosso)

Ante o exposto, e conforme se depreende do julgado


supramencionado, cabível no presente caso a compensação de valores pagos a maior e/ou
a repetição de indébito na forma simples.

III DA TUTELA DE URGÊNCIA

A verossimilhança das alegações e a probabilidade do direito estão,


com a devida vênia, demonstradas no mérito deste petitório, e amparada em direito, que lhe
é assegurado na Carta Política, de manter a dignidade da pessoa humana, e a
inviolabilidade da honra, da imagem e do bom nome.

O Código de Processo Civil estabelece, em seu art. 3009 , os


requisitos para a concessão da tutela de urgência, quais sejam, (i) a probabilidade do
direito e (ii) o perigo de dano irreparável ou risco ao resultado útil do processo.

O art. 297, do CPC, estabelece que “O juiz poderá determinar as


medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória”.

Conforme demonstrado alhures, os juros remuneratórios aplicados


ao contrato em liça, de 16,9% a.m. e 568,16% a.a., é muito superior à taxa média de juros

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do mercado divulgada pelo BACEN, para a modalidade e período da contratação, fixada em


2,61% a.m. e 36,31% a.a.

Urge mencionar que sendo pauta da ação revisional proposta pela


autora a abusividade de cláusulas que permitem ensejar a modificação dos termos
pactuados, mormente no tocante a valores de parcelas, não há, no momento, como
identificar quais os créditos e os débitos entre os litigantes, sendo imprescindível a sentença
para a fixação dos valores.

Nesse sentido, colaciona jurisprudência do TJRS:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


AÇÃO REVISIONAL. TUTELA DE URGÊNCIA. ART. 300 DO CPC.
REQUISITOS CONFIGURADOS. READEQUAÇÃO DO VALOR DAS
PARCELAS. 1) De acordo com o art. 300 do CPC, a tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O
deferimento de antecipação de tutela que verse sobre a inscrição ou
manutenção em cadastro de inadimplentes em demandas revisionais
de contratos bancários depende da demonstração da aparência do
bom direito de acordo com a jurisprudência consolidada do STF ou
STJ. 2) Hipótese em que a taxa de juros remuneratórios contratada é
em muito superior à taxa média divulgada pelo BACEN para as
operações da mesma espécie. 3) Readequação do valor das parcelas
devidas no contrato, mantidos os descontos, aplicando a taxa de juros
remuneratórios divulgada pelo BACEN. 4) A partir do recálculo das
parcelas, cumpre à parte o pagamento em dia das parcelas referentes ao
empréstimo contratado, não podendo ser obstada a inscrição do nome do
recorrente em caso de mora. 5) Confirmação da decisão que antecipou em
parte a tutela pretendida. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE
PROVIDO. (Agravo de Instrumento, Nº 70083003483, Décima Segunda
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudia Maria Hardt,
Julgado em: 12-12-2019) (grifei)

Consoante o entendimento jurisprudencial, nas ações que versam


sobre revisão de obrigações contratuais decorrentes de empréstimo, como é o caso em liça,
atendidos os requisitos de urgência do art. 300 do CPC, possível a concessão em sede
liminar da descaracterização da mora, bem como admite-se, desde já, que os valores das
parcelas em aberto sejam readequados ao valor incontroverso, com o pagamento que
deverá continuar a ser realizado na forma contratada, ex-vi do art. 330, §§ 2º e 3º, do CPC.

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IV DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

Ante o exposto, requer:

[LIMINAR] demonstrada a probabilidade do direito e o risco de dano


irreparável ou de difícil reparação, requisitos do art. 300, CPC, determine, LIMINARMENTE,
(i) a descaracterização dos efeitos da mora até o deslinde do feito, bem como (ii)
determine à ré, no prazo de 5 dias a conta da citação, a obrigação de readequar o
valor das parcelas ao valor incontroverso (R$ 156,73), mantendo a forma de pagamento
contratada, ex-vi do art. 330, §§ 2º e 3º, do CPC.

[LIMINAR.A] determine, em caso de descumprimento, a fixação de


astreintes diários no valor que este MM Juízo entende adequado, observados os
pressupostos da razoabilidade e proporcionalidade, para efeitos de tornar efetiva a medida;
necessária a medida, uma vez que, não aplicada a penalidade, são excessivos os casos de
descumprimento de liminar pelas instituições financeiras.

[a] o deferimento da justiça gratuita à parte autora, conforme a


autodeclaração juntada nesta exordial e documentos anexos que demonstram o estado de
hipossuficiência financeira;

[b] a citação do réu para que, querendo, apresente a contestação,


sob pena de revelia nos termos da lei;

[c] o não agendamento de audiência conciliatória, com fundamento


no art. 334 §4º, II, CPC;

[d] seja determinada a inversão do ônus da prova, sustentado no


tópico II.4;

[e] seja julgada procedente a presente ação, para fins de:

[e.1] declarada a abusividade no contrato, seja revisado para efeitos


de:

[e.1.1] determinar a revisão do contrato n. 4025374, declarando nula


a taxa de juros remuneratórios pactuada, e fixando a nova taxa de juros remuneratórios com
base a taxa média de juros mercado 2,61% a.m. / 36,31% a.a., e, sendo assim, o valor
(incontroverso) da parcela deverá fixar-se em R$ 156,73 (cento e cinquenta e seis reais
e centavos descritos); (Consoante o art. 330, §2º, do CPC)

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[e.2] reconhecida a abusividade dos encargos no período de


normalidade do contrato, seja determinada a descaracterização da mora;

[e.3] determine a revisão contratual quanto aos encargos


1
moratórios , nos seguintes moldes:

[e.3.1] determine a limitação dos juros remuneratórios no


período de inadimplemento à taxa média de juros de mercado prevista no BACEN,
conforme fundamentação de tópico (II.5.3.2);

[e.3.2] determine o afastamento da incidência da capitalização


diária de juros remuneratórios durante o período de inadimplemento, conforme
fundamentação de tópico (II.5.3.2);

[e.3.3] determine o afastamento da incidência da capitalização


diária de juros moratórios, conforme defendido em tópico (II.5.3.4);

[e.4] seja reconhecida a ilegalidade na contratação do seguro


prestamista ante a venda casada, para efeitos de condenar as rés a revisar os contratos e,
assim, ressarcir à autora os valores de R$ 132,63 referente, respectivamente, ao contrato .
4025374, bem como deduzir os respectivos valores do total emprestado, para fins de que
seja realizado o recalculo dos empréstimos.

[e.5] seja a ré condenada a compensação dos valores


eventualmente pagos a maior pela parte autora e/ou a repetição de indébito do que
exceder a dívida. Sobre tais valores deverão incidir juros e correção monetária, na forma
da lei;

[e.6] determine definitiva a antecipação de tutela de urgência


concedida;

[f] a condenação da ré em custas processuais e honorários de


sucumbência com base no art. 85, §§ 2º e 8º, do CPC, ante o irrisório proveito econômico da
causa, bem como as demais cominações legais que der causa, vedada a compensação em
caso de sucumbência parcial, nos termos do art. 85, §14, do NCPC;

[g] a produção de todos os meios de prova admitidos no direito, em


especial a prova documental.

1
Caso for reconhecido o pedido de descaracterização da mora, os encargos moratórios só serão
exigíveis após terminarem os efeitos de tal medida, e se ainda houver saldo devedor remanescente.

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Dá-se à causa o valor de R$ 3.239,10 (três mil duzentos trinta e nove


reais e centavos descritos)2.

Termos em que pede e espera deferimento.

São Leopoldo/RS, 20 de outubro de 2022.

Rayssa F. Maggio Padilha João Eclair M.Padilha

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2
Cálculo com base no art. 292, II, do CPC. *Diferença nas parcelas multiplicado pelo núm. parcelas.

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