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AQUILES & QUEIROZ

ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE BRAGANÇA, ESTADO DO PARÁ,

JOSÉ FERREIRA DA COSTA, brasileiro, viúvo, aposentado, portador do


RG n.: 3684875 (PC/PA) e inscrito no CPF/MF n.: 729.381.882-34, residente na
Travessa Pantoja, n.: 280, Jardim Bela Vista, no município de Augusto Corrêa (PA) –
CEP 68.610-000, vem, através de seus advogados que esta subscrevem, com endereço
profissional na Rua Justo Chermont, n.: 672, (esq. c/ Tv. Cel. Antônio Pedro), Centro,
no município de Bragança (PA) - e-mail: aquilesequeiroz.adv@gmail.com,
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor, com fulcro na Lei 8.078/1990
e demais legislação pertinente, a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO c.c. REPETIÇÃO DE


INDÉBITO c.c. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face do BANCO ITAÚ CONSIGNADO S/A, instituição financeira de direito privado,


devidamente inscrita no CNPJ/MF n.: 33.885.724/0001-19, com sede na Praça Alfredo
Egydio de Souza Aranha, n.: 100, Torre Conceição, 9º Andar, Parque Jabaquara, no

Rua Justo Chermont, n.: 672 - esq. c/ Tv. Cel. Antônio Pedro – Centro – Bragança (PA)
(91) 98297 – 9014 (TIM) / (91) 99965 - 9668(OI)
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município de São Paulo (SP) – CEP 04.344-902, pelos fatos e fundamentos de direito a
seguir expostos:

DO FORO COMPETENTE

A presente demanda, inequivocamente, versa sobre a suposta relação


de consumo entre as partes litigantes, desta forma, aplica-se ao caso em análise os
dispositivos legais da Lei 8.078/1990 (Código do Consumidor), entendimento
respaldado pela edição da súmula 297 do egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Assim, inevitável a adoção do disposto no art. 101, inciso I do referido


diploma legal, qual seja: “art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão
observadas as seguintes normas:  I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor”,
sendo, portanto, este Juízo competente para apreciar e dirimir a questão suscitada.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O autor recebe o benefício de aposentadoria por idade (NB:


129.477.375-2) no valor líquido mensal de R$ 672,90 (seiscentos e setenta e dois
reais e noventa centavos), conforme extrato de pagamento referente ao mês de abril
de 2019, portanto, não possui rendimentos que possam suportar o recolhimento de
custas e demais despesas processuais, que por certo advirão no decorrer do presente
feito, sem comprometer o seu próprio sustento e de sua família.

Desta forma, requer que lhe seja concedido os benefícios da assistência


judiciária gratuita, ao teor do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil, para
tanto, junta a declaração de pobreza (doc. anexo).

DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

Como se pode verificar nos documentos pessoais anexos, o autor possui


mais de 60 anos de idade, fazendo, desta maneira, jus ao benefício da prioridade na
tramitação de procedimentos judiciais, com fulcro no inciso I do artigo 1.048 do
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Código de Processo Civil e artigo 71 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), o que se


requer desde já.

DA AUDIÊNCIA PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO

Em conformidade com o disposto no art. 319, inciso VII, bem como o


art. 334 do Código de Processo Civil, vem o autor através da presente informar que
NÃO tem interesse na realização da audiência de conciliação e mediação, uma vez
que as circunstâncias da causa evidenciam improvável obtenção de conciliação entre
as partes.

Contudo, importante aclarar que o autor se coloca à disposição, através


de seus procuradores devidamente constituídos, para receber proposta de acordo
referente à presente demanda, as quais devem ser encaminhadas para o e-mail dos
patronos, qual seja: aquilesequeiroz.adv@gmail.com.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Via de regra, incumbe ao autor trazer ao caderno processual provas de


fatos constitutivos de seu direito, cabendo ao réu comprovar fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor, conforme preceitua o art. 373, incisos I e
II do CPC. No entanto, no caso em apreço, é patente a aplicação do disposto no §1º do
referido artigo.

Ademais, por se tratar de relação consumerista, como já exposto acima,


deve-se utilizar nesta oportunidade o que dispõe o art. 6º, inciso VIII do Código de
Defesa do Consumidor, vejamos: “art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VIII - a
facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”. Desse
modo, como demonstrado, é cristalina a necessidade da inversão do ônus probante na
presente demanda.
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DOS FATOS

Inicialmente, importante dizer que o autor recebe o benefício


previdenciário de aposentadoria por idade (NB: 129.477.375-2), no valor de R$ 998,00
(novecentos e noventa e oito reais), conforme se verifica no extrato de pagamento
anexo.

Ocorre que mês a mês o valor líquido de seu benefício vem diminuindo,
isto posto, descontente com o valor final recebido de sua aposentadoria, procurou
agência do INSS local, onde foi informado que há um desconto mensal no importe de
R$ 33,52 (trinta e três reais e cinquenta e dois centavos) referente a parcela de um
empréstimo consignado realizado pela instituição ré no valor total de R$ 1.118,08 (mil,
cento e dezoito reais e oito centavos), através do contrato n.: 559966543, com início
em dezembro de 2015 e término previsto para novembro de 2021, como se verifica no
extrato de empréstimos consignados anexo.

O autor, surpreso com o ocorrido, buscou explicações junto à empresa


ré, UMA VEZ QUE JAMAIS REALIZOU O CITADO EMPRÉSTIMO, no entanto, não
conseguiu maiores informações, tampouco a resolução da questão.

Ainda, merece destaque que o autor solicitou à instituição financeira na


qual recebe seu benefício o extrato bancário de sua conta corrente no mês em que foi
supostamente realizado o referido empréstimo (doc. anexo), no qual VERIFICOU A
INEXISTÊNCIA DE QUALQUER CRÉDITO NO VALOR CORRESPONDENTE AO
EMPRÉSTIMO DISCUTIDO.

Ante o exposto, não restando outra forma de resolução extrajudicial,


vem o autor bater nas portas do judiciário como última esperança para a recuperação
dos valores indevidamente descontados de seu benefício previdenciário.

DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO

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A lei consumerista estabelece em seu art. 42, parágrafo único, que “O


consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável”.

Nessa direção, entende o E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará,


olhemos:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO


JURÍDICO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM APOSENTADORIA. AUSÊNCIA DE PROVA DO
CRÉDITO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES INDEVIDAMENTE DESCONTADOS.
DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR EM CONSONÂNCIA COM OS
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. Sentença mantida
por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei 9.099/95. Recurso
conhecido e improvido. (2018.03410512-83, 28.960, Rel. TANIA BATISTELLO,
Órgão Julgador TURMA RECURSAL PERMANENTE, Julgado em 2018-08-22,
publicado em 2018-08-27).

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C


DEVOLUÇÃO EM DOBRO POR COBRANÇAS INDEVIDAS COM PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO FRAUDULENTO.
RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO VALOR DESCONTADO INDEVIDAMENTE.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DANO MORAL
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO ADEQUADO. RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (2018.03213188-64, 28.945, Rel. DANIELLE DE
CASSIA SILVEIRA BUHRNHEIM, Órgão Julgador TURMA RECURSAL
PERMANENTE, Julgado em 2018-08-08, publicado em 2018-08-13)

No caso em apreço, o referido desconto indevido no benefício


previdenciário do autor teve início em dezembro de 2015, isto é, há 41 meses, no
valor mensal de R$ 33,52 (trinta e três reais e cinquenta e dois centavos), conforme
exposto no extrato de empréstimos consignados anexo, sendo assim, a instituição ré
descontou, de maneira imprópria, no decorrer deste período a quantia total de R$
1.374,32 (mil, trezentos e setenta e quatro reais e trinta e dois centavos).

Desse modo, atendendo o que disciplina a legislação pertinente, uma


vez que flagrante a má-fé da instituição ré, requer seja condenada ao pagamento em

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dobro do valor total descontado indevidamente do benefício do autor, ou seja, R$


2.748,64 (dois mil, setecentos e quarenta e oito reais e sessenta e quatro centavos).

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

De início, ressalta-se que a Lei 8.078/1990 protege o consumidor de


eventuais danos sofridos, sejam eles de caráter material ou moral, conforme disciplina
o art. 6º, inciso VI: “São direitos básicos do consumidor: VI - efetiva prevenção e
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.

Outrossim, importante frisar que as instituições financeiras respondem


objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias, conforme preceitua a
súmula 479 do STJ ao interpretar o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.

Ademais, a jurisprudência deste E. Tribunal de Justiça é uníssona no


sentido de que é cabível indenização por danos morais na ocorrência de falha de
prestação do serviço, como é o caso em discussão, não havendo necessidade da
comprovação do prejuízo, que é presumido, vejamos:

EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO. DESCONTOS EFETIVADOS NO BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO DO AUTOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DAS
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO ADEQUADO. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA. ATO
ILÍCITO CONFIGURADO PARA FINS DE REPARAÇÃO DOS DANOS. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. (2018.02898539-07, 28.903, Rel. ANA ANGELICA
ABDULMASSIH OLEGARIO, Órgão Julgador TURMA RECURSAL PERMANENTE,
Julgado em 2018-07-18, publicado em 2018-07-20).

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C


DEVOLUÇÃO EM DOBRO POR COBRANÇAS INDEVIDAS COM PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO FRAUDULENTO.
RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO VALOR DESCONTADO INDEVIDAMENTE.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DANO MORAL
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO ADEQUADO. RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (2018.03213188-64, 28.945, Rel. DANIELLE DE
CASSIA SILVEIRA BUHRNHEIM, Órgão Julgador TURMA RECURSAL
PERMANENTE, Julgado em 2018-08-08, publicado em 2018-08-13).

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Importante destacar que compartilha do mesmo entendimento sobre a


matéria suscitada o Colendo Superior Tribunal de Justiça, reparemos:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JULGAMENTO PELA


SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÕES
BANCÁRIAS. DANOS CAUSADOS POR FRAUDES E DELITOS PRATICADOS POR
TERCEIROS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO INTERNO. RISCO DO
EMPREENDIMENTO. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições
bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou
delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-
corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de
documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do
empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno. 2. Recurso especial
provido" (REsp 1.199.782/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Segunda
Seção, julgado em 24/8/2011, DJe 12/9/2011).

Isto posto, o autor tem indiscutivelmente o direito de ser reparado pelo


dano moral experimentado em virtude de a instituição ré ter realizado empréstimo
consignado fraudulento vinculado ao seu benefício previdenciário, sendo
desnecessária a prova de dano por se tratar da modalidade in re ipsa.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Uma vez reconhecida a existência do dano moral e o direito a


indenização decorrente dele, como é o caso em discussão, se faz necessária a análise
da quantia pecuniária a ser fixada, não só para efeitos de reparação do prejuízo
causado ao autor, mas também sob o prisma do caráter punitivo e preventivo.

Nesse sentido, entendimentos jurisprudenciais do E. TJPA, vejamos:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS. EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO. DESCONTOS INDEVIDOS. VALOR
DA CONDENAÇÃO QUE ATENDE OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE DE ACORDO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO
– R$ 10.000,00. MAJORAÇÃO INCABÍVEL. RESTITUIÇÃO EM DOBRO DEVIDA.
Recurso conhecido e parcialmente provido. (2018.01663697-06, 28.687, Rel.
TANIA BATISTELLO, Órgão Julgador TURMA RECURSAL PERMANENTE, Julgado
em 2018-04-25, publicado em 2018-04-27).

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
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EMPRÉSTIMO FRAUDULENTO. IDOSA. COM CONTRATO. SEM TED.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO. DANO MATERIAL. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO EM DOBRO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR EM
CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE – R$ 12.000,00. Sentença mantida. Recurso conhecido e
improvido. (2018.02604336-13, 28.855, Rel. TANIA BATISTELLO, Órgão
Julgador TURMA RECURSAL PERMANENTE, Julgado em 2018-06-27, publicado
em 2018-06-28)

Assim, em consonância com a jurisprudência deste ínclito Tribunal de


Justiça e atendendo aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, requer a
condenação da ré ao pagamento de indenização pelos danos morais causados ao
autor no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA


(OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER)

De acordo com o artigo 300 do Código de Processo Civil, o juiz


concederá a tutela antecipada se verificar os elementos que evidenciem a
probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

No caso em tela é evidente a presença de ambos os requisitos


autorizadores da concessão da liminar, estando a probabilidade do direito
pormenorizadamente explicitada nos tópicos acima. Por outro lado, o perigo do dano
irreparável vem à tona com o desconto reiterados de valores no benefício
previdenciário recebido pelo autor, o qual tem indiscutivelmente caráter alimentar,
dificultando, desta maneira, a subsistência da parte requerente.

Nessa direção, decidiu acertadamente E. Tribunal de Justiça de São


Paulo, analisemos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – TUTELA DE URGÊNCIA DEFERIDA –


IRRESIGNAÇÃO – Abstenção de efetuar descontos em folha de pagamento -
Verossimilhança das alegações aduzidas na exordial – Ônus de provar regular
contratação que incumbe ao banco réu – Inteligência do art. 6º, inc. VIII do
CDC – Cominação de multa diária de R$ 1.000,00 limitada à R$ 20.000,00 -
Medida que tem natureza inibitória – Finalidade das astreintes é induzir ao
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efetivo cumprimento da obrigação imposta – Multa que só incidirá em caso
de desrespeito ao comando judicial – Determinação consistente em obrigação
de não fazer, razão pela qual não há estipulação de prazo – Decisão mantida –
Recurso desprovido. (TJSP;  Agravo de Instrumento 2054418-
87.2019.8.26.0000; Relator (a): Jonize Sacchi de Oliveira; Órgão Julgador: 24ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Santa Cruz do Rio Pardo - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 03/05/2019; Data de Registro: 03/05/2019).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


RELAÇÃO JURÍDICA C.C. REPARAÇÃO DE DANOS – TUTELA PROVISÓRIA DE
URGÊNCIA – decisão pela qual foi deferida a tutela de urgência para o fim de
suspensão dos descontos realizados pelo agravante junto ao benefício
previdenciário do agravado, relativamente ao contrato empréstimo indicado
na petição inicial – alegação do agravado de que foi vítima de fraude e que
jamais teve a intenção de celebrar o contrato cujas parcelas estão sendo
descontadas – verossimilhança das alegações – grau de probabilidade do
direito invocado suficiente para o deferimento da medida – decisão mantida
– observação no sentido de que o valor mensal antes descontado deverá
continuar sendo computado pela entidade previdenciária para o fim de
inserção de novos débitos consignados – agravo desprovido, com observação.
(TJSP;  Agravo de Instrumento 2219712-31.2018.8.26.0000; Relator (a): Castro
Figliolia; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro de Agudos - 1ª
Vara Judicial; Data do Julgamento: 14/01/2013; Data de Registro:
24/04/2019).

Nesse sentido, recente precedente do ínclito Tribunal de Justiça de


Goiás, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER. EMPRÉSTIMO E


CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PRESENÇA
DOS REQUISITOS DO ART. 300 DO NCPC. DEFERIMENTO. SUSPENSÃO DE
DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO. DECISÃO REFORMADA. 1. O Agravo de
Instrumento constitui recurso secundum eventum litis e, assim, fica limitado
ao que assentado pelo decisum hostilizado. 2. Constatada a presença dos
requisitos autorizadores para o deferimento da antecipação de tutela
pretendida, deve ser reformada a decisão atacada, no sentido de suspender
os descontos decorrentes de parcela do contrato na folha de pagamento da
servidora pública, em especial por verificar que se trata de modalidade
contratual excessivamente onerosa e lesiva à consumidora. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5471395-
46.2018.8.09.0000, Rel. NORIVAL SANTOMÉ, 6ª Câmara Cível, julgado em
03/05/2019, DJe de 03/05/2019).

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Desse modo, feitas todas as considerações e com a urgência que o caso


necessita, diante da presença inequívoca dos requisitos previstos na legislação em
vigência, requer a concessão de medida liminar para obrigar a instituição ré a se
abster de realizar os referidos descontos no valor de R$ 33,52 (trinta e três reais e
cinquenta e dois centavos) referente ao suposto contrato n.: 559966543, sob pena de
multa diária de valor não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais).

DOS REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) seja, de plano, concedida a TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA para


obrigar a instituição ré a se abster de realizar os indevidos e abusivos descontos no
benefício previdenciário do autor (NB: 129.477.375-2) referente ao suposto contrato
de n.: 559966543, sob pena de multa diária em valor não inferior a R$ 500,00
(quinhentos reais);

b) seja, ao final, julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente


demanda para declarar inexistente o alegado empréstimo consignado supostamente
realizado entres as partes, bem como, seja condenada a empresa ré a restituir, em
dobro, os descontos irregulares realizados no benefício percebido pelo autor, no total
de R$ 2.748,64 (dois mil, setecentos e quarenta e oito reais e sessenta e quatro
centavos), devidamente atualizados monetariamente desde o indevido desconto;

c) seja a instituição ré devidamente CITADA, pela via postal e na pessoa


de seu representante legal, no endereço acima declinado, para, querendo, apresentar
contestação no prazo previsto em lei, sob pena de revelia;

d) seja a instituição ré condenada ao pagamento de INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS na quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), como forma
compensatória e punitiva, pelos danos causados ao autor, devendo este valor ser
atualizado monetariamente desde o efetivo prejuízo, nos termos da Súmula 43 do STJ,

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e com aplicação de juros moratórios no percentual de 1% ao mês desde a indevida


inserção, conforme disciplina a Súmula 54 do STJ;

e) seja a ré condenada, no momento oportuno, ao pagamento dos


honorários sucumbenciais no percentual de 20% (vinte por cento) do proveito
econômico obtido pela autora, com fulcro no art. 85, §2º do CPC, bem como,
condenada ao pagamento das demais custas e despesas processuais;

f) seja aplicado o disposto no art. 6º, inciso VIII do CDC, invertendo o


ônus da prova por se tratar de relação consumerista e por estar presente os requisitos
autorizadores da hipossuficiência e verossimilhança;

g) sejam deferidos os benefícios da assistência judiciária gratuita ao


autor, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC, e os benefícios da prioridade na
tramitação processual, em homenagem ao art. 1.048, inciso I do CPC e art. 71 do
Estatuto do Idoso;

h) protesta por todos os meios de provas admitidos em direito,


requerendo desde já, se necessário, a produção de prova testemunhal ou outra
qualquer que se demonstre útil para o deslinde da presente causa;

Por fim, requer que todas as intimações e publicações sejam realizadas


em nome do procurador RODOLFO QUEIROZ LOPES DOS SANTOS, devidamente
inscrito na OAB/PA 28.478, e LUCAS AQUILES CAROBOLANTE, devidamente inscrito
na OAB/PA 28.479, sob pena de nulidade, em conformidade com o art. 272, §§ 2º e
5º do Código de Processo Civil.

Dá-se a causa o valor de R$ 12.748,64 (doze mil, setecentos e quarenta


e oito reais e sessenta e quatro centavos) para efeitos fiscais.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento
Bragança (PA), 07 de maio de 2019.

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Rodolfo Queiroz Lopes dos Santos Lucas Aquiles Carobolante


OAB/PA 28.478 OAB/PA 28.479
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