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SANTOS & ALMEIDA ADVOCACIA & CONSULTORIA JURÍDICA

BAIRRO AMARALINA
BOM JESUS DA LAPA - BA, CEP
Advogados Associados Bahia Regiã o e Sã o Paulo, telefones:
,,,

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 3a VARA CÍVEL
DA COMARCA DO FORO REGIONAL III DO JABAQUARA - SÃ O PAULO/SP.
Processo n.° -34.2021.8.26.0100
REQUERENTE:
REQUERIDO: MORADORES DO CONDOMINIO SAN SEBASTIAN
MORADORES DO CONDOMINIO SAN SEBASTIAN , já qualificados e alguns comparecendo
espontaneamente junto ao processo em epígrafe, por este advogado que subscreve e todas
as procuraçõ es anexas, inscrito na e Suplementar , com endereço profissional Cep: ,Celular:
, E-mail: e junta os atos procurató rio, requerendo prazo de 15 dias, conforme o art. 104 do
CPC para evitar a preclusã o futura como qualificaçõ es e defesa dos demais Requeridos ,
vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigos 564 do Có digo de
Processo Civil apresentar sua,
CONTESTAÇÃ O
Em face da AÇÃ O DE REINTEGRAÇÃ O DE POSSE /MANUTENÇÃ O que lhe move, por ,
dizendo e requerendo o que segue:
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Breve síntese da Demanda:


Trata-se da AÇÃ O DE REINTEGRAÇÃ O DE POSSE /MANUTENÇÃ O , narra na exordial que a
promovida ora Requerente é proprietá ria e foi incorporadora do Condomínio Edifício San
Sebastian, o qual se encontra inacabado em virtude da decretaçã o de sua falência.
Na petiçã o vestibular o Requerente informa que com a quebra e a consequente paralisaçã o
das obras, os promitentes compradores das unidades autô nomas do Edifício em questã o,
fundaram a Associaçã o dos Moradores do Edifício San Sebastian Ltda, Associaçã o informou
que embora a Requerente tenha efetuado grande parte das obras, para finalizar o
empreendimento seria preciso de cerca de (para janeiro de 1999).
Ocorre que segundo relato na Exordial, o Juízo cível Ad quem deferiu e expediu Alvará para
a Associaçã o para seguimento ao feito, conforme Doc. Anexo.
Como dito acima, a associaçã o informou que a obra seria promovida para conclusã o pela
empresa AM2. Entretanto, o só cio e proprietá rio da referida empresa, que figurava também
na qualidade de Presidente da Associaçã o e Síndico do Condomínio San Sebastian, Sr. ,
faleceu e as obras nã o tiveram continuidade.
É muito importante salientar que, a Requerente, na condiçã o de informa que é detentora
de 12 unidades do condomínio e nã o possui condiçõ es de arcar com as despesas de
vigilâ ncia em tempo integral, assim como a associaçã o demonstrou nã o ter aporte
financeiro para tanto, foi realizado Laudo de Avaliaçã o do bem, tendo o Perito avaliador
apurado o valor de (para set./2017) .
Na Exordial aponta ainda que, por conta de todos em consequência dos fatos supra
narrados, o imó vel foi invadido e foi noticiado que é utilizado para fins ilícitos como
consumo de drogas, fatos ventilados na exordial, e que em março/2017, as unidades
"começaram a ser vendidas por mil, agora as ú ltimas famílias pagaram mil." Relata
também existir cerca de dez famílias habitando de forma precá ria no local.
Por derradeiro, a autora requer a condenaçã o sob tais argumentos, já explanados.
Assim, a demanda tem por objeto a reintegraçã o de posse do seguinte bem:
IMÓVEL LOCALIZADO À: Rua Vigário Albernaz, n° 335/343 - São Paulo/SP Condomínio Edifício San Sebastian.

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I. - DA JUSTIÇA GRATUITA
Nã o bastasse a situaçã o de vulnerabilidade dos requeridos, estes afirmam sob as penas da
Lei, serem juridicamente necessitados, nã o possuindo nenhuma condiçã o de arcar com as
custa do processo e honorá rios advocatícios, conforme Lei n.° 1.060/50, artigo 2° e § ú nico,
bem como, artigo 12 e, nos termos do artigo 1° da Lei n.° 7.115 de 29 de agosto de 1983,
nos termos do art. 98 e seguintes da lei 13.105/2015.
Portanto, requerem o benefício da justiça gratuita.
II - PRELIMINARMENTE
IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA Não há nexo, que atualmente o Promovente não disponha
de

uma qualidade de vida boa, tendo sim possibilidade de auferir renda e custas.
O espírito do legislador, louvá vel, por sinal, quando instituiu no ordenamento jurídico
brasileiro o benefício da gratuidade, foi o de propiciar aos necessitados condiçõ es de
prover em juízo a defesa de seus interesses sem prejuízo do sustento pró prio ou de sua
família. Trata-se de garantia dos direitos do cidadã o, constitucionalmente prevista, diga-se,
no artigo 5°, LXXIV, no Título II, que contempla os Direitos e Garantias Fundamentais e
coletivas.
Requer, verificaçã o se o autor realmente, faz jus do direito.

III- DA PORROGAÇÃO DAJUNTA DE PROCURAÇÃO PRAZO DE 15 DIAS


COMO MANDA A LEI
Com fulcro no artigo 104 do Novo Có digo de Processo Civil , requerer a prorrogaçã o de
prazo por quinze dias para a juntada do competente instrumento de mandato, para evitar a
preclusã o do prazo legal da contestaçã o de 15 dias, por estar encontrando dificuldades em
remeter a procuraçã o ao advogado, devido à deficiência dos meios de comunicaçã o na
cidade em que os REQUERIDOS se encontram.
Esse requerimento encontra-se estabelecido conforme o artigo 104 do CPC, vejamos:
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Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão ,
decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
§ 1° Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no
prazo de 15 (quinze) dias , prorrogável por igual período por despacho do juiz.
Requer, portanto a antecipaçã o da Contestaçã o para nã o haver à revelia e evitar a
preclusã o, por ser um prazo decadencial, haja vista o Réu foi citado, requerendo a
prorrogaçã o pelo prazo de 15 dias prorrogá veis por mais 15 dias, nestes termos pede
deferimento.
IV-PREJUDICIAL DE MÉRITO - PRESCRIÇÃO DECENAL Os Requeridos postulam em sua Ação de Reintegração de
Posse, ajuizada em 26/08/2021, ou seja 10 anos após a posse dos atuais moradores.
Entretanto, conforme art. 205 do Código Civil, vejamos concerne às pretensões imediatamente anteriores a 10
anos, contados da data do ajuizamento da reclamação, Vejamos:
Art . 205 . A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. - Ou seja, o prazo
"médio" da prescrição para cobrança de dívida é de 10 anos.

Insta esclarecer que a moradora Vieira da Costa, junta aos autos documentos de uma
Lanchonete datado do ano de 2005, Certidã o de Simples Nacional da Sra. Vieira desde
2007 contanto 16 anos de posse, demonstrando que a açã o está prescrita, vejamos:
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Vejamos: EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. PRESCRIÇÃO DECENAL.


OMISSÃO RECONHECIDA E PRESCRIÇÃO AFASTADA. APLICAÇÃO DO DIREITO. DECISÃO EXTRA PETITA NÃO
CONFIGURADA. AUSÊNCIA DE DECISÃO SURPRESA. EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO E RETENÇÃO POR BENFEITORIA.
PRECLUSÃO. PRECEDETNE UTILIZADO. APLICAÇÃO PARCIAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, SEM EFEITOS
INFRINGENTES. 1 Na ausência de prazo específico, o prazo prescricional para a propositura da Ação de
Reintegração de Posse é o prazo de dez anos (decenal), previsto no art. 205, do Código Civil e o termo inicial de sua
fluência é a data da ocorrência do esbulho. 2 A posse da herança se transmite aos herdeiros em estado de
indivisibilidade, até que haja a partilha, razão pela qual o benefício da suspensão da prescrição comunica-se aos
demais herdeiros em razão da invisibilidade da herança. 3 - A aplicação do princípio da saisine não importa em
julgamento extra petita ou desrespeito aos limites do pedido ou da causa de pedir, mas decorre da aplicação do
direito ao caso concreto. 4 - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não há decisão
surpresa se o resultado da lide está previsto no ordenamento jurídico, se constituindo em um desdobramento
natural da controvérsia. 5 - O processo tem um procedimento estabelecido na lei e um tempo de duração, com
fases preclusivas. Se a parte não se insurge contra uma determinação judicial no momento e da forma adequada,
ocorre a preclusão do direito de impugná-la em fases posteriores do mesmo processo. 6 - O segundo precedente
utilizado tem apenas aplicação parcial ao caso, no que se refere à transmissão da posse com a morte do autor da
herança. 7 - Recurso desprovido.

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(TJ-ES - EMBDECCV: 00130764420148080021, Relator: ARTHUR JOSÉ NEIVA DE ALMEIDA, Data de Julgamento:
16/05/2022, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 19/05/2022).

Para demostrar a prescriçã o, o patrono, junta ao processo Carteira de trabalho do senhor


Leite de Lacerda, que laborava para a empresa AM2 e morava no local desde o ano de 2012,
ultrapassando 10 anos de posse, vejamos:
Portanto, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, nos termos do art. 485, II, do NCPC, no que
tange às verbas pleiteadas anteriores aos últimos 10 anos contatos do ajuizamento da ação.

V - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Có digo de
Processo Civil, vem a parte autora informar que tem interesse na audiência de
conciliaçã o ou mediaçã o.
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VI- DA LIMINAR. REQUISITO NÃO PREENCHIDO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.DESCARATIZADO RITO
ESPECIAL E SIM O RITO COMUM.

Conforme amplamente demonstrado nos tó picos acima, a requerente nã o conseguiu


comprovar a sua posse e tampouco o esbulho praticado pelo requerido, razã o pela qual nã o
há que se falar em concessã o de liminar reintegrató ria de posse à res, alegaçõ es da autora
quanto ao risco e à urgência do presente caso, fundamentos que foram utilizados para
tentar viabilizar a remoçã o de famílias de suas casas além dos apontamentos formulados
pela Defesa Civil demonstram claramente que a situaçã o no local nã o indica risco iminente
e sequer se parece com o cená rio narrado na inicial (ponto de droga, para fins ilícitos).
Assim, reiterando-se os fundamentos das manifestaçõ es anteriores Civil, requer seja
indeferida a liminar durante a pandemia.
No Rito especial, admite a liminar de Reintegraçã o de Posse quando o esbulho houver sido
praticado há menos de ano e dia da data do ajuizamento da açã o.
No Rito comum: nã o admite liminar de reintegraçã o e segue o procedimento comum,
contudo, sem perder o cará ter possessó rio e sem impedir que seja formulado pedido de
tutela de urgência, quando o esbulho houver sido praticado há mais de ano e dia da data do
ajuizamento da açã o.
Para o deferimento da liminar reintegraçã o de posse fundada em posse nova (menos de
ano e dia da data do esbulho), incumbe ao autor provar:
i) a sua posse; ii) o esbulho praticado pelo réu; iii) a data do esbulho; e iv) a perda da posse
(art. 561 do CPC). Nã o evidenciado, de plano, que o esbulho ocorre há menos de ano e dia,
nã o cabe liminar reintegraçã o de posse.
Inteligência do Artigo 561 do Cpc vejamos:
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial
houver ocorrido há mais de ano e dia , o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá
designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2° e 4°.
§ 1° Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição,
caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos § § 2° a 4° deste artigo.

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Insta esclarecer que para ocorrer a liminar o Apelante tem que provar que a posse ocorreu
anterior menos de 1 ano e dia, ou seja a posse nesse caso é velha, que na pró pria exordial o
demandante faz prova que é posse velha, nã o cabendo liminar de imediato, vejamos:
Conforme consta da matéria publicada no jornal, "Ipiranga News " em março/2017, as
unidades "começaram a ser vendidas por mil , agora as ú ltimas famílias pagaram mil."
Relata também existir cerca de dez famílias habitando de forma precá ria no local.
No caso em tela, a pró pria Requerente demonstra eu a posse é velha contando desde o
março de 2017 somando 5 anos, insta esclarecer que, existe moradores há mais de 10 anos,
conforme documentos e demonstraçõ es anexas.
In casu , porquanto trata-se de açã o de posse velha , uma vez que o esbulho praticado pela
parte ré ocorreu há mais de ano e dia do ajuizamento desta açã o possessó ria, bem como
considerando que a presente petiçã o inicial acha-se devidamente instruída, e o pró prio
acordã o referente ao processo Denegou seguimento ao Agravo de Instrumento, sem prévia
oitiva da parte adversa, vejamos:
Registro: 2022.
ACÓRDÃO Vistos , relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n° 2010659-68.2022.8.26.0000 , da
Comarca de São Paulo, em que é agravante MASSA FALIDA DE CONSTRUTORA BHF LTDA., é agravado TERCEIROS
INVASORES - DESCONHECIDOS. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 21a Câmara de Direito Privado do
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos
Desembargadores DÉCIO RODRIGUES (Presidente) E FÁBIO PODESTÁ. São Paulo, 31 de maio de 2022. RÉGIS
RODRIGUES BONVICINO Relator(a) Assinatura Eletrôni VOTO N°: 42179 AGRAV. N° 2010659- 68.2022.8.26.0000
FORO: FORO CENTRAL CÍVEL AGTE: MASSA FALIDA DE CONSTRUTORA BHF LTDA. AGDO: TERCEIROS INVASORES
DESCONHECIDOS (REPRES. P/ DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ) REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Liminar - Invasão coletiva

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Postergação da análise do pedido liminar para depois do contraditório - Viabilidade Invasões ocorridas no ano de
2017 - Suspensão, ademais, do cumprimento das ordens de desocupação forçada imposta pela Lei n. 14.216, de
7.10.2021, em seu art. 2°, até o prazo de 30.06.2022 pelo E. STF, na ADPF
828 - Decisão mantida - Recurso não provido. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a r. decisão
copiada a fls. 9, que postergou para depois do contraditório a análise da liminar de reintegração de posse
requerida pela Construtora BHF Ltda. (massa falida) em desfavor da coletividade de invasores desconhecidos.
Defende a agravante, em apertada síntese, o preenchimento dos requisitos legais para a concessão da tutela
almejada. Recurso tempestivo, isento de preparo, devidamente processado com contrariedade e manifestação da
ilustre Defensoria Pública. É o relatório. Narra a vestibular da ação que a autora seria empresa proprietária do
Condomínio Edifício San Sebastian, tendo ainda atuado como incorporadora do empreendimento, cujas obras
teriam sido Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por REGIS RODRIGUES BONVICINO, liberado
nos autos em 31/05/2022 às 18:36 . Para conferir o original, acesse o site
https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocument o.do, informe o processo 2010659-
68.2022.8.26.0000 e código 1A4783BB. fls. 54 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO Agravo de Instrumento n° 2010659-68.2022.8.26.0000 -Voto n° 42179. 3 paralisadas com o decreto de sua
falência. E que os promitentes compradores das unidades autônomas, mediante a associação de moradores por
eles fundada, teriam obtido alvarás judiciais para a outorga das respectivas escrituras das frações ideais do terreno
e realização de obras para as futuras unidades em construção. Informa ter contratado terceira para a conclusão da
obra, frustrada pelo falecimento de seu sócio, o qual também figurava como presidente da associação e síndico do
condomínio, sem sua substituição. Sem condições financeiras de manter a vigilância do local, cerca de dez dos
doze apartamentos do empreendimento teriam sido invadidos, chegando ao seu conhecimento por intermédio de
matéria jornalística de março de 2017 que as unidades teriam sido comercializadas por terceiros por preço inicial
de venda de dois mil reais, e, final, de seis mil reais. Afirma, por derradeiro, que o imóvel, arrecadado nos autos do
processo falimentar, teria sido avaliado em sete milhões e duzentos mil reais (para setembro/2017). E que a
demora na concessão da liminar reintegratória prejudicaria o andamento da falência e, consequentemente, a
coletividade de credores. Ocorre que a própria autora/agravante reconhece que as invasões datariam do ano de
2017. E o plenário do E. STF, na Sessão Virtual

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Extraordinária de 6.12.2021 a 8.12.2021, por maioria de votos, referendou a medida cautelar incidental
parcialmente deferida pelo Em. Min. Roberto Barroso nos autos da ADPF 828 e prorrogou a suspensão do
cumprimento das ordens de desocupação forçada imposta pela Lei n. 14.216, de 7.10.2021, em seu art. 2°, até o
prazo de 31 de março de 2022. Termo posteriormente prorrogado para 30.06.2022 pelo Em. Min. Luís Roberto
Barroso. Sendo assim, de se manter incólume a decisão Este documento é cópia do original, assinado digitalmente
por REGIS RODRIGUES BONVICINO, liberado nos autos em 31/05/2022 às 18:36 . Para conferir o original, acesse o
site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocument o.do, informe o processo 2010659-
68.2022.8.26.0000 e código 1A4783BB. fls. 55 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO Agravo de Instrumento n° 2010659-68.2022.8.26.0000 -Voto n° 42179. 4 agravada, que adiou a apreciação
do pedido de tutela de urgência deduzido pela autora na presente possessória. Isto posto, nega-se provimento ao
recurso. RÉGIS RODRIGUES BONVICINO Relator em substituição (art. 70, parágrafo 2° do RI)ca.

No caso em tela, requer, o indeferimento da liminar, pacificado em 2° grau, requer,


portanto o indeferimento haja vista ser posse velha e ultrapassar 1 ano e 1 dia.
VII- DA OBRIGATORIEDADE DA INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE
SÃO PAULO E SISTEMA HABITACIONAL DE MORADIAS EM SÃO PAULO.

Existem dezenas de famílias com vulnerá veis, crianças, idosos, gestantes e pessoas com
deficiência e quadros clínicos delicados, os quais ocupam a á rea em questã o;
Necessá ria a intervençã o do Ministério Pú blico Estadual, atua como custos legis,
valorizando as causas relevantes que motivaram a alteraçã o do art. 178 e 279 do Có digo de
Processo Civil, in verbis :
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem
jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

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I - interesse pú blico ou social;


II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. (g.n.) Art. 279. É nulo o processo quando o membro do
Ministério
Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Importante ressaltar que atuação desta patrona não exclui que a Defensoria Pública atue com suas prerrogativas
nesta causa, conforme determina o art. 554 do Código de Processo Civil:
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. § 1° No caso de ação
possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes
que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do
Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. (g.n.)
Nesse sentido, os requeridos pleiteiam que seja o presente processo remetido para vista da Defensoria Pública,
bem como ao Ministério Público para que estes se manifestem e cobrem providências da Municipalidade para
tutelar o direito social à moradia, garantia assegurada na Constituição Federal brasileira em seu artigo 5°, inciso
XXIII e art. 6°, dentre outros como à vida, à integridade física, à circulação e residência, à igualdade, à proteção
judicial, todos previstos na Convenção Americana de Direitos Humanos. Quanto a segurança e proteção dos
requeridos, requerente, e das famílias que se encontram na área ocupada.

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Requer, portanto a invocaçã o do MP como fiscal da lei, haja vista haver interesses de
menores, idosos e pessoa com deficiência e Defensoria publica de Sã o Paulo e Sistema
Habitacional de Sã o Paulo para fazer parte da lide.
VIII- DA FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL
Conforme se observa da leitura da peça inaugural, a requerente alega ser proprietá ria do
imó vel, fundamentando apenas nisto seu pedido de Reintegraçã o de Posse.
Ora, conforme preceituado nos artigos 560 e seguintes do Có digo de Processo Civil, a causa
de pedir nas açõ es possessó rias deve ser a posse e nã o a propriedade. Caso quisesse reaver
o imó vel com base no seu domínio sobre ele, deveria a requerente ter proposto uma açã o
reivindicató ria.
A jurisprudência brasileira coaduna desse entendimento, vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL N. 0010403-36.2010.8.08.0048 (). APELANTE: JOÃO BATISTA ROSA DO NASCIMENTO. APELADA:
KEILA RODRIGUES PENNA VILLA. RELATOR: DESEMBARGADOR SUBSTITUTO RODRIGO FERREIRA MIRANDA. A C Ó R
D Ã O EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. TERRENO ABANDONADO. NÃO
COMPROVAÇÃO DA POSSE PELO PROPRIETÁRIO DO BEM IMÓVEL.
1. - Para o deferimento da ação reintegratória, o autor deve provar, dentre outros requisitos, a sua posse sobre o
bem imóvel objeto do litígio. Inteligência dos artigos 926 e 927, ambos do Código Civil.
2. - O autor alegou posse mas só comprovou domínio. Logo, ele se utilizou de via processual inadequada, uma vez
que a ação de reintegração tutela a posse e não o domínio, sendo no caso vertente irrelevante a discussão acerca
da propriedade.¿O entendimento do STJ é no sentido de que, em se tratando de ação possessória, não se discute o
domínio sobre os bens em comento, mas tão somente a posse exercida sobre eles.¿ (REsp 1279929⁄MT, Rel.
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 18-03-2014, DJe 15- 04-2014).
3. - In casu, a ré comprovou o exercício da posse sobre o terreno discriminado nos autos, que outrora estava em
estado de abandono, sendo desnecessária a discussão sobre o domínio do imóvel.

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4. - Recurso desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadores que integram a
Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, de conformidade com a ata do
julgamento e as notas taquigráficas em, à unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do
relator. Vitória- ES., 01 de março de 2016. PRESIDENTE RELATOR. (TJ-ES - Apelação: APL 00104033620108080048).
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. BENS IMÓVEIS. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ABANDONO DO IMÓVEL PELA
AUTORA. EXERCÍCIO DA POSSE DO RÉU DEMONSTRADO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. Para o
deferimento do pedido de reintegração de posse, mister sejam atendidos os requisitos do art. 927 do CPC. A prova
dos autos demonstrou que a autora não detinha a posse do imóvel, pois o abandonou há muitos anos, época em
que o réu e sua falecida companheira, filha da autora, permaneceram residindo no local. Sentença mantida. APELO
DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível N° , Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine
Maria Canto da Fonseca, Julgado em 17/09/2015). RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -
ALEGAÇÃO DE DOMÍNIO - INOCORRÊNCIA DAS EXCEÇÕES ADMITIDAS - IMPOSSIBILIDADE - REEXAME DE PROVAS -
INVIABILIDADE - SÚMULA 7/STJ.
1. A teor da jurisprudência desta Corte, em se tratando de ação possessória, descabe discussão sobre domínio,
exceto se os litigantes disputam a posse alegando propriedade ou quando duvidosas ambas as posses suscitadas.
Inocorre, no caso, ambas as hipóteses. Assim, incensurável o v. Acórdão que julga carecedor de ação - por falta de
adequação do pedido autoral à providência requerida - o proprietário que invoca a proteção possessória fundada
em título dominial.
2. De outro lado, a pretensão do recorrente de reexame das provas, sob o argumento de não terem sido
devidamente analisadas pelas instâncias ordinárias, encontra óbice na Súmula 7/STJ.
3. Recurso não conhecido. (STJ, 4a Turma, REsp 755861 / SE, Rel. Min. Jorge
Scartezzini. DJ 05/09/2005 p. 434)
Portanto, conforme é cediço, o requisito basilar na ação
reintegratória é a prova de que a requerente exercia a posse no imóvel que pretende reintegrar. Assim, não
havendo a
posse prévia da requerente antes do suposto esbulho do
requerido, não há que se falar em reintegração.

Elucidando sobre o tema o Desembargador nos esclarece que "Os interditos possessó rios
pertencem ao sistema da
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proteçã o da posse, de modo que a eles só podem recorrer os possuidores, quando


esbulhados, turbados ou ameaçados em seu direito. O que legitima o autor na açã o
possessó ria é o fato da posse. Carece de açã o, o autor que só prova domínio".
Destarte, a presente Açã o carece de interesse processual, haja vista que no momento em
que o requerido adentrou no imó vel, a requerente já nã o exercia mais a posse deste,
devendo Vossa Excelência extinguir o processo sem julgamento do mérito, nos termos do
artigo 485, VI, do Có digo de Processo Civil.
IX - DAS CONTRADIÇÕES NARRADAS PELA REQUERENTE.
Caso nã o seja acolhido o pedido de carência da Açã o, ad argumentandum tantum, faz-se
necessá rio apontar as inconsistências na narrativa da requerente, que deixaram claro que
ela abandonou o imó vel e pretendia vendê- lo.
.
Há que se destacar que, ao contrá rio do alegado pela requerente, demais contas da
residência estã o sendo pagas pelos requeridos. Com efeito, o requerido pagou e está
pagando todas as contas referentes ao imó vel, tanto aquelas em nome da requerente
quanto outras em nome de sua companheira, conforme se observa dos documentos em
anexo.
Diferente da propriedade, tem a posse de um imó vel quem, de acordo com o artigo 1.196
do Có digo Civil, tem de fato o exercício, pleno ou nã o, de algum dos poderes inerentes à
propriedade ou seja o usufruto, disposiçã o ou reivindicaçã o.( como estamos dentro, somos
apossado).
A requerente, alegando que tem direito ao imó vel localizado na porém consta nos autos
pela sua defesa que tinha um acordo interno com o dono, o senhor Ricardo ( falecido), que
daria o direito de 5 unidades ( apartamentos). Contudo, em 2016 vá rias famílias sem teto
passaram a morar nos imó veis e outros construíram cô modos para sua moradia, o
encarregado de vigiar o empreendimento autorizou dona Vieira da Costa a tomar posse,
justificou relatando que o dono Sr. Ricardo havia falecido e a associaçã o dos compradores
também desistiram de requerer, pois com a morte do presidente e do Sr. Ricardo), ninguém
quis prosseguir com a associaçã o.
A empresa AM2, apó s a morte do só cio (dono) que nã o têm interesse no imó vel, como
consta nos autos do processo.
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Deste modo, a requerente descumpriu, que posteriormente fora ocupada pelos requeridos
que, sem ter onde morar, deu a destinaçã o adequada à residência, razã o pela qual deve ser
a presente açã o julgada improcedente, protegendo-se a posse do requerido, nos termos do
artigo 556, do Có digo de Processo Civil.
X - DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
A funçã o social da propriedade foi consagrada na Carta Magna de 1988, que determinou
que "a propriedade atenderá a sua funçã o social" (art. 5°, XXIII, CF).
Mister salientar que, na peça vestibular consta que o prédio está sendo usado para fins
ilícitos, ou seja para venda de drogas , o que nã o é verdade, e sim para famílias que
trabalham de forma honesta e honrosa.
Assim, a requerente abandonou o imó vel, deixando-o suscetível a se tornar um criadouro
do mosquito Aedes Aegypti, bem como de outros animais e insetos peçonhentos.
Nesta seara, os requeridos que nã o tinham um local para residir, ao perceber que a
residência estava abandonada, lá adentrou e fixou-se juntamente como suas famílias, tendo,
finalmente um lar.
Com efeito, a residência estava sem á gua e luz, que somente foram religados apó s o
requerente pagar todas as contas em atraso, conforme pode se observar nos documentos
em anexo.
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Consequentemente, nã o há qualquer razã o legal ou moral para se tirar os requeridos da


posse do imó vel em debate e entrega-la para requerente, uma vez que os requeridos nã o
tem outro local para residir, enquanto que a requerente deixou o local por livre e
espontâ nea vontade. Nesse sentido:
Posse. Reintegração. Perda. Abandono da coisa. Novos possuidores que dão novo aproveitamento ao bem antes
abandonado. Caracterização de melhor posse. Proteção de um dos elementos da propriedade condicionada ao
cumprimento de sua função social. Reintegração de posse julgada improcedente. Recurso dos réus provido para
esse fim, prejudicado o da autora.
(TJ-SP - Apelação: APL 00261358120088260224 SP 0026135-81.2008.8.26.0224)
APELAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMÓVEL LOCALIZADO EM AGLOMERADO URBANO/FAVELA
(CABANA DO PAI TOMÁS). ABANDONO MATERIAL. OCUPAÇÃO PARA FINS DE MORADIA. POSSE E ESBULHO NÃO
VERIFICADOS. FUNÇÃO SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. ART. 927 DO CPC.
- Não restando demonstrada a posse anterior do imóvel, bem como o esbulho praticado pelo réu, a improcedência
do pedido é medida que se impõe.
- A ausência de poder fático sobre o bem derrui o estado possessório de um lado e, de outro, a verdadeira situação
de abandono do imóvel afasta a caracterização do esbulho.
- A categorização de um estado jurídico como posse requer a verificação da funcionalidade (social) do poder
exercido sobre a coisa.
(TJ-MG - Apelação Cível: AC 10024097604417001 MG)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. PROGRAMA HABITACIONAL. DESTINAÇÃO SOCIAL DO
IMÓVEL. ABANDONO. POSTERIOR CESSÃO DE DIREITOS. OPOSIÇÃO. FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE. MELHOR POSSE
DEMONSTRADA.
1. Autorização para ocupação de lote concedido pela CODHAB condiciona a permanência do ocupante no imóvel
desde que ocorra a posse, guarda e ocupação e que o concessionário providencie a ocupação e o cercamento
imediato no lote no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.
2. Possuidor é todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não de alguns dos poderes inerentes à
propriedade (CC, art. 1.196), que são o uso, o gozo, a disposição e o direito de reaver a coisa de quem quer que
injustamente a detenha (CC, art. 1.228).
3. Embora o Código Civil não faça referência à função social no âmbito da tutela possessória (arts. 1.196 a 1.224), a
Constituição da Republica Federativa do Brasil, em seu

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art. 5°, reconhece a função social da propriedade (inciso XXXII), mas exige que essa propriedade privada cumpra
sua função social (inciso XXXIII) e nesse imperativo também está inclusa que a posse atenda uma função social.
4. Quando o concessionário não confere ao bem a destinação social que lhe é esperada, há a perda da proteção
possessória.
5. No conflito entre duas situações possessórias, deve prevalecer aquela que cumpre a função social. Portanto, se
uma atende à função social e a outra não, devido ao abandono, por exemplo, nega-se a proteção possessória ao
possuidor que não a atende.
6. Se o imóvel tem a destinação social que lhe era esperada, por meio de construção de casa e moradia da família
merece a proteção possessória, pois está comprovada a melhor posse.
7. Recurso conhecido e desprovido. (TJ-DF: 20130210017606 0001717-21.2013.8.07.0002)

Assim, conforme o exposto, a requerente nã o conseguiu comprovar que detinha a posse do


imó vel. Também, os elementos fá ticos e probató rios trazidos aos autos deixam evidente
que nã o houve esbulho por parte do requerido, pois o imó vel estava abandonado no
momento em que ele adentrou.
Destarte, nã o cumprido os requisitos do artigo 561 do Có digo de Processo Civil, deve a
presente Açã o possessó ria ser julgada improcedente, mormente porque o requerido deu a
correta destinaçã o social ao imó vel, e só lá adentrou apó s o efetivo abandono da
requerente.
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
(...)
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Desta forma, a demanda deve ser extinta sem resolução do mérito após as providências para resolução do conflito

XI-DO DIREITO À RETENÇÃ O E INDENIZAÇÃ O PELAS BENFEITORIAS


Como pacificado em sede doutriná ria e jurisprudencial, o momento oportuno para o pedido
de retençã o e indenizaçã o por benfeitorias é o da apresentaçã o da contestaçã o.
Assim, face ao princípio da eventualidade, os requeridos, possuidores de boa-fé, postula,
com fundamento no art. 1.219 do Có digo Civil, o direito à retençã o pelas benfeitorias
construídas até que sejam indenizados pelas referidas benfeitorias realizadas até os dias de
hoje, tudo erguido sem qualquer oposiçã o de quem quer que seja.
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O requerimento da retençã o e indenizaçã o pelas benfeitorias decorrem das melhorias


feitas no imó vel, haja vista que, quando os REQUERIDOS foram residir no imó vel objeto da
presente lide os mesmos encontravam-se em estado de total abandono, tendo em vista que
havia ficado abandonado por mais de 10 anos.
Sendo assim se faziam necessá rias devidas reformas, as quais foram realizadas pelos réus,
para que o imó vel ficasse em condiçõ es aceitá veis para a moradia.
Caso sejam reintegrados, requer os Réus, as benfeitorias estabelecidas e todos os gastos
empregados.
XII - PEDIDOS
Ex positi s, requer-se a Vossa Excelência:
I- a gratuidade da justiça, haja vista que os Requeridos fazem
jus à gratuidade da justiça, pugna pela concessã o dos benefícios da justiça gratuita, por nã o
terem condiçõ es de arcar com as custas e demais despesas processuais em detrimento de
seu pró prio sustento conforme a realidade de vulnerabilidade e as declaraçõ es anexas.
II-impugnaçã o a justiça gratuita, pois a Requerente nã o provou a sua vulnerabilidade.
III-prorrogaçã o de 15 dias para a juntada da procuraçã o, haja vista que a Contestaçã o ser
prazo judicial legal estipulado por lei, assim os Requeridos, pugnam e pede dilataçã o de
prazo, e desde já cumpre com a defesa e junta depois os atos procurató rios para nã o
ocorrer a decadência e cair na preclusã o, portanto requer mais prazo de 15 dias se
necessá rio mais quinze dias.
IV- prejudicial de mérito prescriçã o decenal, conforme o artigo
205 do Có digo Civil.
V- em cumprimento ao que dispõ e o art. 319, VII, do CPC, os
Requeridos informam que tem interesse na realizaçã o de audiência de conciliaçã o.
VI- seja indeferido o pedido liminar formulado pela requerente,
uma vez que la nã o provou sua posse e tampouco o esbulho praticado pelo requerido.
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ou mediaçã o.
Defensoria Pú blica e Ministério Pú blico do Estado de Sã o Paulo, e o Sistema Habitacional de
Sã o Paulo, por haver interesses de menores e incapazes;
VIII) seja acolhida a falta de interesse processual, que seja Extinto o processo sem
Julgamento de Mérito, nos termos do Artigo 485, VI do
VII) ACOLHIMENTO para que se proceda à intimaçã o da
CPC.
IX) açã o seja julgada Improcedente nos termos do artigo 556,
do CPC.
X) o reconhecimento do direito de retençã o e indenizaçã o pelas benfeitorias construídas;
XI) Seja mantido os requeridos na posse do bem imó vel objeto
da lide, até o final do processo, com fundamento no artigo 1.210, § 2°, c. C artigo 1.211,
ambos do Có digo Civil;
expostos que seja extinto o presente feito, sem resoluçã o de mérito;
XIII) Requer-se seja oficiada a Prefeitura de Sã o Paulo para que
XII) Requer-se com fulcro nos fatos e fundamentos supra
se manifeste sobre a regularizaçã o fundiá ria da Reintegraçã o de San Sabastian;
processo e honorá rios advocatícios.
XV) a improcedência do pedido, posto que ausentes os
XIV) a condenaçã o dos autores ao pagamento das custas do
requisitos necessá rios ao pleito possessó rio, já que nã o demonstrada a posse anterior e
consequentemente, o esbulho alegado.
XVI) Protesta por todas as provas em direito admitidas,
especialmente pela juntada de novos documentos e pelo depoimento pessoal da
Requerente, sob pena de confissã o, bem como pela oitiva das testemunhas; bem como,
oitiva de testemunhas e perícia.
P. deferimento.
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Sã o Paulo, 06 de junho de 2022.

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