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AGRAVO DE INSTRUMENTO
Juntam-se:
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Rio de janeiro,15 de julho de 2019.
RAPHAEL BORBA
OAB/RJ 102.021
JULIANA SABAG
OAB/RJ 151.402
AGRAVANTE: MARIA DE FÁTIMA CARDOSO GONÇALVES e
AGRAVADO: JOSÉ CARDOSO GONÇALVES
PROCESSO: 00548051.2019.8.19.0207
ORIGEM: 1ª VARA CÍVEL DO FORUM REGIONAL DA ILHA DO GOVERNADOR DA
COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ.
EGRÉGIO TRIBUNAL
DOUTOS JULGADORES
HISTÓRICO PROCESSUAL
A Respeitável Decisão Interlocutória agravada merece integral reforma posto que não
reconsiderou decisão proferida em franco confronto com que determina o art. 17 inciso X da Lei
Estadual 3.350/99, o Artigo 5°, Inciso LXXIV da CF/88, C/C o Artigo 4°, caput,e seu § 4° da lei
1.060/50 com redação dada pelas Leis 7.115/83 e 7.510/86, conforme o despacho abaixo colacionado:
“Fls.47-48: mantenho a decisão de fls. 41, tendo em
vista que não restou comprovada a hipossuficiência dos
autores conforme documentação acostada, notadamente, o
imposto de renda de ambos. Assim, venham os
recolhimentos pertinentes, no prazo de 15 (quinze) dias,
improrrogáveis, sob pena de cancelamento da distribuição.”
Despacho anterior:
“Autores que postulam a concessão de gratuidade de
justiça para a execução de valores de alugueres em imóvel
comercial. Observa-se que, pelo contrato firmado no ano de
2011, o aluguel foi firmado no valor de R$ 12.632,00, não
apresentando os exequentes perfil de hipossuficientes.
Embora conste dos autos as declarações de rendimentos
entregues à Receita Federal o que se observa é que os réus
possuem mais de sete imóveis, e, embora haja, inclusive,
lojas, declaradas, não vislumbro o recolhimento de valores
no carnê leão, nem mesmo quanto ao imóvel locado
mencionado nesta demanda. Em sendo assim, não
vislumbro o perfil de hipossuficiente alegado pelos autores.
INDEFIRO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA, venham as
custas no prazo de 15 dias, sob pena de cancelamento da
distribuição. “
Nos termos em que foi proferida, a R. Decisão Interlocutória consubstanciará para os
Agravantes uma situação de flagrante e inaceitável injustiça, se não for, de imediato, objeto de reforma.
A execução refere-se a contrato de aluguel que apesar do valor mensal, encontra-se em aberto
há mais de 2 anos e os idosos, que são irmãos, dividiam a quantia da locação a fim de auxiliar nas
despesas de plano de saúde, medicação etc.
Os idosos, sem condições físicas de tomar a frente da negociação, atribuíram aos seus familiares
as tratativas. Foram tentadas diversas formas de acordo e todas foram descumpridas, sempre
ludibriando os idosos que vêm tendo seu sustendo prejudicado ao longo do tempo.
Hoje o inadimplemento tornou-se insustentável e alcançou valores exorbitantes e sendo assim,
frente a renda dos agravantes, seria impossível recolher custas referentes à execução, vide GRERJ em
anexo EM VALOR SUPERIOR A QUATORZE MIL REAIS..
Negada a concessão do benefício da gratuidade de justiça, os agravantes tentaram pedido de
reconsideração, porém não obtiveram êxito.
A decisão atacada manteve o r. despacho que indeferiu a gratuidade de justiça pelo simples fato
dos agravantes serem proprietários de imóveis, contudo, tais imóveis não geram renda e não passa de
suposição do juízo a quo.
Os agravantes são parentes e os imóveis em seus nomes encontram-se em posse de filhos e
netos dos mesmos e não constituem fonte de renda para os mesmos. O único imóvel locado é o objeto
da execução que gerava renda para os irmãos e seus familiares.
Os demonstrativos de imposto de renda demonstram a vida financeira dos agravantes de forma
clara e não devem ser desconsiderados.
O Juízo a quo questionou a ausência do recolhimento de valores do imóvel locado no
carnê leão. Ora, o inadimplemento recorrente já perdura por mais de 2 anos consecutivos, ou
seja, como declarar valor não recebido?
O valor arrecadado a título de aluguel auxiliava no sustento dos idosos e ainda seus familiares,
contudo, o inadimplemento vem prejudicando o sustento dos mesmos.
Através dos esclarecimentos aqui apresentados, fica claro que os agravantes preenchem os
requisitos previstos no o art. 17 inciso X da Lei Estadual 3.350/99 a fim de viabilizar o acesso à justiça
às partes.
Desta forma, verifica-se que a decisão do MM. Juiz é arbitrária, uma vez que a própria legislação
atinente a matéria bem como o pensamento uníssono da jurisprudência pátria convergem para a
orientação de que para o deferimento do benefício da Assistência Judiciária Gratuita basta a simples
afirmação da parte requerente.
DOS PEDIDOS
Nestes termos, cumpridas as necessárias formalidades, legais, pede e espera deferimento como
medida de inteira JUSTIÇA.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.