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Cândido de Moraes, Quadra 23, Casa 21, Bairro Cohama, São Luís/MA, CEP 65073-830,
a presente
Sebastião, nº123-B, Cruzeiro do Anil, CEP 65060-700, São Luís/MA, inventariante, com
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1. DA JUSTIÇA GRATUITA
gratuita nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal e art. 98 e
seguintes do CPC, pois a sua situação econômico-financeira não lhe permite pagar as
posto que não trabalha mais na empresa do seu falecido pai e apenas recebeu a quantia
que lhe era devida mensalmente correspondente à sua cota societária por um mês, não
Entretanto, caso este Douto Juízo não entenda pela concessão do benefício
2. PRELIMINARMENTE
decretou a interdição o processamento de ações que advêm dos efeitos desta, a exemplo
curador/inventariante.
curatelado, em razão de ser direito dos herdeiros e credores tais informações, de modo
que, não obstante o óbito do Sr. Carlos Alberto Ferreira, o seu filho e curador Anderson,
ora demandado possui o dever de apresentar as contas da sua gestão, que ultrapassou
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SEGUNDA VARA CÍVEL, DE FAMÍLIA E DE ÓRFÃOS E
SUCESSÕES DE BRAZLÂNDIA EMENTA DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. MODIFICAÇÃO DE CURATELA.
PREVENÇÃO DO JUÍZO ONDE SE PROCESSOU E
DECRETOU A INTERDIÇÃO DA PESSOA CURATELADA.
AÇÃO ACESSÓRIA. PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO
JURÍDICA. Compete ao Juízo que decretou a interdição de
determinada pessoa o processamento de eventual ação em que
se pretenda a modificação, remoção e/ou levantamento da
curatela, prestação de contas, autorização acerca de ato que
dependa de autorização judicial, etc, porquanto estas demandas
se revelam como secundárias daquela ação (interdição) dita
raiz, nos termos do primado da gravitação jurídica, em que o
acessório segue o principal. Conflito não acolhido, pelo que se
declarou competente para julgar o feito originário o JUÍZO
(suscitante) JUÍZO DA PRIMEIRA VARA CÍVEL, DE FAMÍLIA
E DE ÓRFÃOS E SUCESSÕES DE BRAZLÂNDIA.
(TJ-DF 07160243220198070000 DF 0716024-32.2019.8.07.0000,
Relator: GILBERTO PEREIRA DE OLIVEIRA, Data de
Julgamento: 07/10/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação:
Publicado no PJe : 07/11/2019 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
do Sr. Carlos Alberto Ferreira, seu genitor, diante da não prestação de contas referente
judicial.
têm igual interesse no preparo e na conclusão das contas, o que se reflete no curso do
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acertamento judicial, em que pode influir na respectiva composição pode ser exercido
indistintamente pelos dois litigantes. Assim satisfeito este requisito requer seu devido
deferimento.
2.3 Do Cabimento
especiais desnecessários, manteve em seu rol apenas a ação de exigir contas, retirando a
Por sua vez, o procedimento especial da ação de exigir contas foi concebido
Assim, não importa a posição do autor quanto ao saldo, vez que tanto o
credor como o devedor têm igual direito a exigir e prestar contas. Desse modo, o gestor
de valores ou recursos alheios que se acha sujeito a prestar contas tem não só a obrigação
Portanto, como a presente ação vem sendo proposta pela herdeira e não por
8º Tabelionato de Notas, não foram encontradas as folhas nºs 158, 159 e 160, relativas ao
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decisão favorável do Juízo da Vara Especial do Idoso e Registros Públicos para a
selo, notou-se a falta da certidão estadual de negativa de débitos que não pôde ser
não restou exitosa, haja vista que se faz necessário o inventário extrajudicial.
Desse modo, a situação dos bens do espólio é temerário, posto que a Autora,
não obstante ser igualmente herdeira, não tem conhecimento acerca da atual situação
conquistado por seu pai ser destruído, o que colabora para a necessidade de prestação
de contas do outrora curador e Réu desta demanda, Sr. Anderson Robert Ribeiro
Ferreira.
3. Dos Fatos
contas por parte do inventariante é preciso esclarecer detalhadamente os fatos para então
outros três irmãos, Erlon Robson, Carlos Alberto Júnior e Anderson Robert, este último,
Importante ressaltar que, à época, o Sr. Carlos Alberto possuía uma empresa
para fabricação de gelo, a GELOMAR, que sempre teve um retorno lucrativo, com uma
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extensa carta de clientes, como se demonstra pelo fluxo de caixa e auditoria realizada a
pedido do Réu, em fevereiro de 2021, logo após ter seu pedido de curatela deferido, a
Robert, que usurpou funções como proprietário e chefe da empresa, com gerência
administrativa dos Srs. Erlon Robson e Carlos Júnior. Enquanto a demandante, a Sra.
07.2021.8.10.0001 (Doc. 08), tendo como principais motivos os seguintes atos perpetrados
1. A venda de veículo Strada, placa PTN 9592, cor preta, cujo o valor da
(Doc. 09);
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Como medida do afastamento, manteve-se em casa, recebendo a
outros;
6 anos. Demitida após ser agredida verbalmente pelo Sr. Erlon Robson,
e Sr. Junior;
que foram pagas pela empresa. Mesmo veículo que foi posteriormente
vendido;
(Doc. 11), razão pela qual a ação foi arquivada por perda do objeto.
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1. Lote de Terreno desmembrado do terreno que compõe o imóvel n.123, na
setembro de 2022, em razão da partilha das cotas societárias, ficou acordado que a
qualquer outra quantia ou justificativa quando à não percepção de sua parte do lucro
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uma vez que teve a notícia da venda de um gerador de aproximadamente R$ 180.000,00
(cento e oitenta mil reais), o que foi confirmado pelo anúncio do mesmo no site de
Ainda, a Autora teve notícias de que dois caminhões que fazem parte da
frota da empresa não estão estacionados no pátio da sede, sendo desconhecido o seu
destino.
desfazimento por parte dos herdeiros dilapidadores, como: formas de gelo avaliadas em
cerca de R$20.000,00 (vinte mil reais), mobília e demais itens que são de fácil venda.
Outrossim, a empresa está com sede fechada há mais de 20 dias, posto que
inventariante dos seus bens, preste contas referentes às propriedades que compõem o
1
Foto retirada da OLX onde se vê o Sr. Erlon, herdeiro e atual gerente administrativo da empresa, na
frente do gerador anunciado.
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espólio, a fim de tornar transparente as movimentações ocorridas no patrimônio
4.DO MÉRITO
sente prejudicada por todas as condutas ilegítimas, para não dizer ilícitas, praticadas
pelo Réu, a exemplo de ocultar informações acerca da real situação financeira da fábrica,
Portanto, o mais correto neste caso é haver a devida prestação de contas por
parte deste, antes que dilapide todo o patrimônio do de cujus, restando nada mais a ser
das partes prestar contas à outra. Essa situação se configura em casos que, por força
dessa relação jurídica, uma parte administra negócios ou interesses alheios, como no
ação condenatória, pois a meta última de sua sentença é dotar aquele que se reconhecer
executivo extrajudicial para executar o devedor, nos moldes da execução por quantia
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Não há duas prestações jurisdicionais distintas, ou seja, uma de acertamento
das parcelas que compõem o acerto de contas entre os litigantes, e outra para condenar
jurídico existente entre as partes no aspecto econômico, de tal modo que, ao final se
seu montante, com efeito de condenação judicial contra a parte que se qualifica como
devedora.
modo que poderá ser exigido nos próprios autos, segundo o procedimento de
obter a condenação do pagamento da soma que resultar a débito de qualquer das partes
no acerto de contas.
mira definir por sentença o saldo final de uma gestão de bens alheios. Com dito
acertamento forma-se um título de força executiva em favor daquele que for titular do
pátrios, in verbis:
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adequação ou não das contas prestadas, impondo, quando for
o caso, a condenação à restituição de eventual saldo credor. 2.
Ao teor dos artigos 1.755 e 1.774 do Código Civil do Código
Civil, o curador tem obrigação de prestar contas da
administração dos bens do curatelado. 3. Ora, se o curatelado,
em vida, pode exigir a prestação de contas em relação ao seu
próprio patrimônio, sobrevindo seu óbito, esse direito se
transfere aos herdeiros, que passam a ser titulares daquele
patrimônio, em razão do princípio da saisine. 4. Conforme
jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, o
coerdeiro possui legitimidade ativa para a propositura de ação
que visa à defesa do patrimônio comum deixado pelo de cujus.
[...]
(STJ - AREsp: 2039959 GO 2021/0390576-3, Relator: Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Publicação: DJ
28/03/2022)
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administração dos rendimentos e bens do curatelado enquanto
durou o encargo, para fins de fiscalização do seu exercício, que
tem caráter público - Os sucessores do curatelado tem
legitimidade para se habilitar na prestação de contas. V.v:
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DE FAMÍLIA E DAS
SUCESSÕES - CURATELA - INTERDIÇÃO - FALECIMENTO
DO CURATELADO - PRESTAÇÃO DE CONTAS -
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO - ARTIGO 553, DO
CPC/15 - AUSÊNCIA DE LITIGIOSIDADE - CONSTITUIÇÃO
DE CRÉDITO EM FAVOR DO CURADOR QUE DEVE
OCORRER EM PROCEDIMENTO PRÓPRIO - MANUTENÇÃO
DA SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DE MÉRITO - O procedimento desencadeado
espontaneamente pela curadora/apelante, na forma do art. 553,
do CPC/15, possui natureza meramente administrativa, sem
formalidades e exigências típicas de ação de dar ou exigir contas
- Constatado o falecimento do curatelado ao longo da ação,
eventual debate a respeito de crédito ou débito em relação à
administração da requerente, para fins de habilitação em
inventário, deve ser relegado a palco próprio, sob pena de restar
verificado o malferimento de direito de terceiros que não
integram a relação processual, o que não se admite (art. 5º, LV,
da CF/88)- Recurso desprovido.
(TJ-MG - AC: 10000210260709001 MG, Relator: Ana Paula
Caixeta, Data de Julgamento: 05/08/2021, Câmaras Cíveis / 4ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 09/08/2021)
tem obrigação de prestar constas, nos termos do artigo 550 e 1.759 do CPC, posto ser,
bens, assumindo compromissos que jamais cumpriu, como o de pagar quantia mensal
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equivalente à cota societária de direito da Autora, omitindo, ainda, os pormenores da
administração da empresa.
apropriado indebitamente pelo o Inventariante, ação essa que merece ser reprovada por
este Douto Juízo e deferida a presente ação, ordenando a prestação de contas com a
Ora, não há como se ignorar que, após o exercício de curadoria dos bens
extrajudicial não mais foram cumpridas, a exemplo da quantia mensal referente à cota
seus bens, posto que um gerador foi vendido e dois caminhões não mais foram vistos
razão de inadimplemento.
herdeiros.
5. DOS PEDIDOS
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e) que o réu posteriormente a prestação de contas venha a efetuar a
devolução corrigida e atualizada de todos os valores indevidamente
apropriados, para que seja igualmente distribuído entre os demais herdeiros,
respeitados os direitos sucessórios de todos, ou seja, a devolução do valor,
até a presente data, de R$ 1.144.615,55 (um milhão cento e quarenta e quatro
mil seiscentos e quinze reais e cinquenta e cinco centavos), bem como de
todo e qualquer valor que tenha descontado e ainda não localizado, o qual
será apurado em perícia contábil determinada por vossa excelência em
conformidade com o art. 550 § 6º do Código de Processo Civil.
f) que caso não seja apresentada as contas pelo Inventariante, ou se não
forem aceitas pelos Autores, requer o prosseguimento do presente feito, com
a aplicação das normas do art. 550, § 5º e art. 552, do CPC;
g) a condenação do réu ao pagamento das custas, despesas processuais e
honorários advocatícios, nos termos do §1º, §2º e § 11 do artigo 85 do Código
de Processo Civil;
h) pede, por fim, a produção de todos e quaisquer meios de prova em direito
admitidos, mormente prova testemunhal e pericial a serem produzidas no
momento processual oportuno.
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