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EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DA 3a VARA DA FAMÍLIA E DAS

SUCESSÕ ES DA COMARCA DE BAURU SP.


Distribuiçã o por Dependência nº. 1007943- 08.2018.8.26.0071 - Inventá rio.
CONCEDIDA A "ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA" À S FLS.146, item 1º.
, brasileiro, casado, funcioná rio pú blico estadual, portador do RG. n. e CPF.MF sob n. ,
residente na -000, , brasileira, casada, aposentada, portadora do RG.
N. -SSP-SP e CPF.MF. n. , residente na -000; , brasileiro, solteiro, motorista, portador do RG.
n. e CPF.MF. sob n. ; residente na Cep. ; , brasileira, solteira, depiladora, portadora do RG. N.
e CPF.MF. n. 204.034.438/14, residente na Cep. ( doc. 01/02, 03 ); por seu bastante
procurador e Advogado infra-assinado, vêm mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, na qualidade de herdeiros dos bens deixados por , conforme Inventá rio em
curso nesse D. Juízo, processo nº. 1007943-08.2018.8.26.0071 , apresentar PEDIDO
DE
REMOÇÃ O DE INVENTARIANTE , pelos fatos e fundamentos que passa
a expor:

1 - DOS FATOS
A inventariante, Sra. , foi nomeada em 18 de abril de 2018 (fls. 128), prestando regular
compromisso em 08 de maio de 2018 (fls. 141).
No decorrer do processo, os suplicantes detectaram vá rias falhas, negligências, cometidos
por parte da inventariante. Os suplicantes passam a expor de forma fragmentada e
detalhada, tudo para facilitar a compreensã o desse emérito magistrado a quem cabe
decidir o caso em concreto, os problemas encontrados até o momento atual do processo de
inventá rio. Vejamos:
Os suplicantes repudiam veementemente a atitude da inventariante e os meios pelo qual
vem administrando o espó lio, sendo contraria as disposiçõ es legais que regem o inventá rio.
Do Andamento Regular do Processo:
A herdeira INEZ CANDIDO DA SILVA, foi nomeada inventariante conforme acima
mencionado, prestando o regular compromisso em Juízo.
O processo foi iniciado de forma equivocada, uma vez que para tal mister se fazia
necessá rio a devida comunicaçã o aos herdeiros onde se iria discutir quem encabeçaria a
açã o, e como e de que forma iria ser colocado as divisõ es já efetuadas entre os herdeiros,
dessa forma o processo iniciou- se sem o conhecimento e sem o aval desses herdeiros o que
nã o deveria ter sido levado a efeito, uma vez que a situaçã o dos bens estava sendo
discutida, alias já devidamente rateada, dependendo de apenas mais uma reuniã o para se
consolidar a divisã o que já havia sido efetuada, tendo somente que ser assinado o termo
que segue e para que de conformidade com a lei, a açã o pudesse de maneira sorrateira e
sucinta ter o trâ mite agilizado, já com a divisã o dos bens sacramentada, o que realmente
ocorreu faltando tã o somente apor a assinatura no termo. A divisã o foi efetuada em três
reuniõ es realizadas entre as partes, uma vez que tudo o que foi escolhido pelos herdeiros já
foram levados cada qual para sua residência, o que ocorreu de forma irregular, pois havia a
necessidade, para tal atitude de se assinar o termo redigido, termo esse que devidamente
regularizado por esses herdeiros, com oposiçã o de suas assinaturas e devidamente
regularizados a nosso ver, pois já se encontram na posse dos bens já divididos, o que
ocorreu apó s a assinatura do referido termo. Dessa forma quem nã o opô s a assinatura no
termo em questã o nã o deveria ter retirado nenhum dos bens sobre o qual houve a devida
divisã o, a nosso ver em desconformidade com o pactuado. Na verdade deve aqui ficar
sacramentado que nas reuniõ es realizadas todos concordaram com divisõ es realizadas e
que para a retirada havia necessidade de ser levado a efeito a assinatura no termo.
Ocorre que para a surpresa dos requerentes, houve a distribuiçã o do processo de
Inventá rio totalmente em desconformidade e desacordo com o que já havia se
compromissado entre os herdeiros anteriormente, inclusive se postulando naquela açã o, a
venda de bens já divididos, e ainda, requerendo fosse estipulado valor de aluguel para os
herdeiros que continuam residindo no imó vel, situaçõ es essas adversas ao que foi
convencionado entre os herdeiros em mencionadas reuniõ es, uma vez que ficou
convencionado que os herdeiros que ali residiam em companhia da inventariada deveriam
continuar residindo no dito imó vel sem ter que efetuar o pagamento de qualquer valor, até
a venda de dito imó vel, inclusive para nã o se ter qualquer tipo e problemas com invasõ es
ou possíveis destruiçõ es e furtos em relaçã o ao bem imó vel.
Diante desses fatos, tendo em vista a quebra de confiança em relaçã o aos herdeiros que já
estã o atuando no processo de inventá rio, inclusive em relaçã o a inventariante INEZ
CANDIDO DA SILVA, a qual a nosso ver nã o tem as mínimas condiçõ es de gerir o cargo
assumido, e nã o preenche de maneira integra as necessidades de conduzir a açã o de
inventá rio, tendo em vista ser totalmente leiga no bom sentido da expressã o, e, em virtude
da quebra de confiança em relaçã o aos demais herdeiros, requer a SUBSTITUIÇÃ O do
presente cargo de inventariante, devendo ser nomeado para tal mister o herdeiro , acima
qualificado, devendo prestar o devido compromisso, o qual desempenhará as funçõ es de
inventariante com mais vigor e afinco, o qual realmente tem as condiçõ es necessá rias para
melhor gerir os atos do processo.
EMENTA - Agravo de Instrumento - INVENTÁ RIO - REMOÇÃ O DE INVENTARIANTE - art.
995 - I e V VI do CPF. Nomeaçã o de herdeiro - Obediência a ordem legal prevista no art. 990
do CPC. O Juízo que nomeou o inventariante, também pode removê-lo do encargo, tendo
essa remoçã o feitio de ato positivo, razã o pela qual deve se verificar a ocorrência de
infraçã o dos deveres do cargo, observando o contraditó rio e a ampla defesa.
EMENTA - INVENTÁ RIO - Pedido de remoçã o de inventariante - possibilidade - desrespeito
aos deveres anexos e especiais de conduta - violaçã o ao principio da boa-fé objetiva. O
inventariante, na execuçã o do cargo, possui uma série de deveres legais, que tem por fim
garantir-lhe a confiança, o respeito, e a credibilidade dos demais herdeiros. O rigor no
cumprimento desses deveres é tamanho, que tanto doutrina e jurisprudência têm
entendido que a enumeraçã o do art. 995 do CPC, nã o é exaustiva, de sorte a nã o impedir
que outras causas, também reveladora de lealdade, impossibilidade, e outros vícios, sejam
valida para a remoçã o do inventariante. (procedente do STF: RE- . DO TJSP, ai n. 16.963-4).
A esses deveres legais, acrescento deveres anexos e especiais de condutas que resulta de
princípio da boa fé objetiva e pelas quais deve pautar a conduta do inventariante. Sem eles
o dever de informaçã o, de transparência, de cooperaçã o, de lealdade, de cuidado, de
visualizaçã o e de respeito pelo outro, ou seja, uma atuaçã o refletida no herdeiro,
respeitando seus interesses legítimos, suas expectativas razoá veis, pena de frustrar o
princípio da confiança. Tais deveres de conduta repercutem também na sua relaçã o com o
Juiz e com o Promotor de Justiça.
Dessa forma, tendo em vista o acima exposto, a falta das condiçõ es mínimas de
conhecimento que se deve ter para atuar como inventariante e pela quebra de confiança
dos demais herdeiros, e pela falta de honestidade, uma vez que a verdade em relaçã o a
divisã o dos bens que fora efetuada foi omitida, requer a substituiçã o da inventariante a fim
de se promover as necessá rias atribuiçõ es a presente açã o para seu andamento e
encerramento normais.
Como retro demonstrado, a inventariante está protelando e dificultando o andamento
regular do processo, nessa oportunidade junta os documentos de INSTRUMENTO
PARTICULAR DE CESSÃ O DE DIREITOS que foi concedido ao herdeiro e sua esposa , para o
uso do bem mó vel consistente de: "um automó vel marca Volkswagem, modelo"Fox", ano
2013/2013, placa , com valor atual de mercado de acordo com a tabela FIPE"; que fará
parte da partilha normalmente, e será direcionado diretamente ao herdeiro cedido (),
mediante a expediçã o do competente alvará a ser expedido nos autos de inventá rio por
falecimento de ; ficando ainda consignado em referido instrumento datado de 23 de janeiro
de 2018, de que o CEDIDO , efetuará o pagamento futuramente, quando da venda do bem
imó vel, situado na -74, Jardim Ouro Verde, Bauru SP. ( documento 04/06 - em anexo ).
Ainda, ocorrendo o mesmo com o Instrumento Particular de Cessã o de Direitos realizado
na mesma data entre todos os herdeiros com relaçã o ao CEDIDO , com relaçã o ao bem
mó vel de: "Um automó vel marca Ford, modelo L, ano 1988/1988, placas , com seu valor de
mercado de . ( documento 07/09 - em anexo ).
O comportamento da inventariante caracteriza irresponsabilidade administrativa, e está
em conformidade com as disposiçõ es previstas no rol do artigo 622, II, III e V, CPC, sendo
assim, a remoçã o da inventariante inevitá vel.
Verifica-se que a Sra. , nã o pode continuar como inventariante, em face do desrespeito aos
deveres especiais de conduta inerentes ao cargo que decorrem do princípio da boa-fé
objetiva e pelos quais devem pautar sua conduta, devendo, portanto, ser nomeado o
herdeiro , como inventariante .
II - Do Direito
O Có digo de Processo Civil, prevê a remoçã o do inventariante nos rol do art. 622 e seus
incisos, premissa vênia para transcrever o dispositivo legal:
Art. 622. O inventariante será removido de oficio ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras e as últimas declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente
protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, deixar de cobrar dívidas ativas ou não promover as
medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;

VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espó lio.


Qualquer incidência das hipó teses prevista no dispositivo mencionado dará ensejo à
remoçã o do inventariante.
Vejamos alguns julgados a respeito da matéria em questã o:
Agravo nº. 1.0024./001 em conexã o com o Agravo nº. 1.0024./001 - Comarca de Belo
Horizonte - Agravante (s): Eudésia de Deus e Costa inventariante espó lio de Diva Ferreti
Costa - Agravado (a)(s): Edila de Deus e Costa Araujo - Relator: Exmo. Sr. Des. Kildare
Carvalho.
EMENTA: Processual Civil - Remoçã o de Inventariante - Inércia - Possibilidade. É possível a
remoçã o de inventariante que nã o der ao inventá rio andamento regular, nos termos do art.
622, II, do CPC.
ACÓ RDÃ O: Vistos etc., acorda, em Turma, a 3a CÂ MARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relató rio de fls., na conformidade da ata dos
julgamentos e das notas taquigrá ficas, EM REJEITAR PRELIMINARES E NEGAR
PROVIMENTO, VENCIDA A SEGUNDA VOGAL. Belo Horizonte, 10 de agosto de 2006. DES.
Kildare Carvalho - Relator.
Agravo nº. 1.0194./001 - Comarca de Coronel Fabriciano - Agravante (s): Elizabeth Barbosa
Rossoni Tristã o - Agravado (a)(s): Edith Sathler Ribeiro Horts inventariante espó lio de , e
outros - Relatora: Exma. Sra. Desa. .
III - Postulaçã o
Ante o exposto requer digne-se Vossa Excelência em determinar:
1) A autuaçã o em apenso aos autos do inventá rio e a intimaçã o da inventariante para
manifestar-se em 15 (quinze) dias, de conformidade com o previsto no artigo 623, e seu
pará grafo ú nico do Có digo de Processo Civil.
2) Seja julgado procedente o pedido de remoçã o da inventariante e a nomeaçã o do
suplicante , para o cargo, a fim de que o processo de inventá rio possa ter regular
andamento e para correta administraçã o dos bens do espó lio.
Os suplicantes pretendem provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente pelos documentos acostado com a presente, além de outras que
se fizerem necessá rios.
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Avaré para Bauru SP, 25 de junho de 2019.

ADVOGADO -

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