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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA DE FAMÍLIA E

SUCESSÕ ES DA COMARCA DE SÃ O JOSÉ DO RIO PRETO/SP.


"A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta". Rui Barbosa

Distribuiçã o por dependência aos Autos nº: 1021810-08.2018.8.26.0576


AGUIA R, brasileira, solteira, advogada, portadora de identidade nº , CPF nº , residente e
domiciliada na bairro Jardim das Américas, cidade de Cuiabá /MT, JOSÉ DE MARQUI ,
brasileiro, divorciado, engenheiro civil, portador de identidade nº , CPF nº , residente e
domiciliado na bairro Jardim das Américas, cidade de Cuiabá /MT, , brasileira, viú va,
portadora de identidade nº , CPF n. , residente e domiciliada na e MARQ UI, brasileira,
divorciada, engenheira civil, portadora de identidade nº , CPF nº , residente e domiciliada
na Avenida Miguel Dama, nº. 2001, Residencial Má rcia, Dama III, Sã o José do Rio Preto/SP,
representados por sua advogada, devidamente constituída, conforme procuraçõ es anexas,
vem tempestivamente, apresentar , PEDIDO DE REMOÇAÕ DO INVENTARIANTE C/C
RETIRADA DA POSSE DOS BENS na açã o de inventá rio movida, pelos fatos e fundamentos
que passa a expor:

I - SÍNTESE FÁTICA.
Trata-se açã o de inventá rio movida por dos bens deixados pelo falecido .
Da inicial consta que o falecido nã o deixou testamento e tampouco disposiçã o de ú ltima
vontade, todavia deixou bens mó veis e imó veis, os quais serã o objetos de individualizaçã o e
partilha.
Consta, também, a nomeaçã o prévia como Inventariante, de .

II - DA REMOÇÃO DO INVENTARIANTE E DA RETIRADA DA POSSE DOS


BENS.
Consta do processo da Açã o de inventá rio, que o Sr. fora nomeado, previamente, como
inventariante nos autos deste processo, prestando regular compromisso em 05/07/2018.
Ocorre Excelência que esta decisã o que nomeou o Sr. deverá ser revista, tendo em vista ao
tumulto que está causando no processo de Inventá rio, trazendo aos autos documentos sem
validade alguma para o regular andamento do processo, tais como, matrícula de bens que
nã o pertence ao espó lio, documentos de empresas inativas e sem bens, imó veis que nã o
foram adquiridos pelo falecido, dentre outros atos, pelos quais passo a expor.
Os suplicantes alegam, primeiramente, que desconhecem, ter o falecido deixados outros
bens imó veis, que nã o sejam um apartamento residencial no Edifício Turim (fls. 294-298,
dos autos do inventá rio), e um imó vel registrado sob a matrícula n 42.515 (fls. 265-268 dos
autos do inventá rio), ambos localizados na cidade de Cuiabá /MT.
Em relaçã o ao Apartamento, de 307m2, situado à conforme matrícula anexa (fls. 294-298
dos autos do inventá rio), os suplicantes alegam, que desde o ano de 2006, Sr. e sua família,
residem no imó vel de forma irregular pois, jamais prestou contas em relaçã o ao pagamento
de tributos, condomínio, e ainda, nã o tem autorizaçã o dos herdeiros suplicantes para
morar no imó vel.
Quanto ao imó vel de matrícula 42.515 (fls. 265-268, dos autos do inventá rio), há de fazer
uma distinçã o importante, antes de adentrarmos na questã o do bem.
O imó vel de matrícula 42.515 (fls. 265-268, dos autos do inventá rio) foi adquirido no ano
de 1990 pela FILIAL da empresa De Marqui & Cia Ltda. , CNPJ , sendo seus bens
representados, apenas pelo de cujus () e a suplicante , e que, encontra-se desta forma até a
presente data (doc.08-14 anexos).
No ano de 2007, o de cujus outorgou ao sr. , a administraçã o da MATRIZ empresa De
Marqui & Cia Ltda, CNPJ , (fls.258-259, dos autos de inventá rio), a qual encontra-se inativa
há quase 10 (dez anos), (doc. 15).
Informam os suplicantes, que o Sr. , desde 2005, recebe, indevidamente, cerca de por mês,
valores referentes aos pagamentos de alugueres do bem de matrícula 42.515, como se
proprietá rio fosse, e, jamais prestou contas ou repassou qualquer valor à suplicante Sra. ,
ao de cujus, quando vivo, ou, aos demais herdeiros.
Em relaçã o aos bens mó veis, desconhecem quais sã o os bens deixados pelo falecido, bem
como a sua quantidade, porém informam que no ano de 2010 o Sr. , efetuou sozinho, sem o
consentimento dos demais só cios, em desconformidade com a Clá usula Sexta da
Consolidaçã o do Contrato Social da empresa De Marqui & Cia Ltda, CNPJ (fls. 326-330 dos
autos do inventá rio), a venda de bens do Ativo Imobilizado, pelo valor de , nã o sabendo os
suplicantes o que foi feito do valor recebido (doc.16-18 anexo).
Além disso, o Sr. , tenta tumultuar, a todo o momento, o processo, trazendo aos autos
documentos de bens que nã o pertencem ao falecido (fls. 47, 285-289,281-283, 299-304 dos
autos do inventá rio), e de empresas que além de nã o pertencer ao falecido, nã o possui bem
algum e está inativa há anos, (fls. 37-46, 307-321, 332-337 dos autos do inventá rio).
Em relaçã o aos documentos de fls. 47, 285-289, 281-283 dos autos do inventá rio, um
automó vel, marca Toyota (fl. 47 dos autos do inventá rio), um apartamento no Edifício
Paladium (fls. 285-289 dos autos de inventá rio) e um apartamento no Edíficio Anice Tarraf
(fls. 281-283 dos autos de inventá rio), trouxe, aos autos, bens que pela simples aná lise dos
contratos de compra e venda, observa que jamais pertenceram ao falecido.
Anexou aos autos, também, o contrato de compra e venda de um bem imó vel, vendido pelo
falecido, há quase 20 (vinte anos), um apartamento no Edifício Maison Cap. Ferrat (fls.300-
305 dos autos), transferido em 2017 ao atual proprietá rio, conforme documentos 19-20
anexos.
Trouxe também, documentos relativo à empresa HJC Transportes Rodoviá rios, (fls. 34-43,
37-46, 307-321, 332-337 dos autos de inventá rio), que nã o pertence ao de cujus desde
2001, conforme documentos
21-22 anexo, e que, além de nã o possuir bem algum, está inativa há mais de 10 (dez anos).
Também trouxe um imó vel de matrícula nº 36.973 (fls. 269- 270 dos autos de inventá rio),
pertencente à empresa Cidemar Com. De Cimento De Marqui Ltda no qual o falecido nã o faz
parte dessa empresa desde 2001 conforme documentos 23/25 anexos.
Em relaçã o ao imó vel de matrícula nº 44.622 (fls. 271-272 dos autos do inventá rio),
ressalta-se que a suplicante o adquiriu em 2009, de acordo com os documentos anexos,
doc. 26-29
Observa-se, Excelência que o comportamento do inventariante caracteriza-se como
irresponsabilidade administrativa, praticando atos inú teis ao processo, com objetivo de
atrasar seu regular andamento, suscitando dú vidas infundadas, dilapidando o patrimô nio,
atos estes que estã o em conformidade com as disposiçõ es previstas no rol do artigo 622 do
CPC/2015, sendo assim sua remoçã o é inevitá vel!
De acordo com o NCPC, em seu artigo 622, qualquer incidência prevista no dispositivo,
abaixo, dará ensejo à remoçã o do inventariante.
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas
declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar
dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem
dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado,
se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de
direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem
julgadas boas;
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.

Os suplicantes repudiam veementemente a atitude do inventariante e os meios pelo qual


vem administrando os bens, e, ainda, seus atos sã o contrá rios à s disposiçõ es legais que
regem o inventá rio.
Dessa forma, conclui-se, Excelência, que o Sr. nã o tem condiçõ es alguma de manter-se como
inventariante, em face do desrespeito aos deveres especiais de conduta inerentes ao cargo
que decorrem do princípio da boa- fé objetiva e pelos quais deve pautar sua conduta,
portanto deve ser RETIRADO o encargo de INVENTARIANTE do SR. HENQRIQUE DE
MARQUI JÚ NIOR , devendo no mesmo ato ser nomeado outro, observada a ordem do artigo
617 do NCPC.
Assim, ocorrendo REMOÇÃ O DE INVENTARIANTE, deverá ser, imediatamente, transferido
ao novo inventariante a posse dos bens mó veis e imó veis , sob pena de busca e apreensã o e
imissã o na posse, conforme tratar-se de bem mó vel ou imó vel, bem como sujeito a
incidência de multa a ser fixada pelo juiz nos termos do art. 625 do NCPC.
III - PRESTAÇÃO DE CONTAS.
Pugna, antes da destituiçã o do encargo de inventariante do Sr. , seja, intimado à prestaçã o
de contas de todos os valores auferidos dos alugueres do imó vel de propriedade da
suplicante e do Espó lio, de matrícula nú mero 42.515 (fls. 265- 268 dos autos de
inventá rio), apresentando todos os contratos de locaçã o deste imó vel, bem como,
pagamento de tributos, taxa de condomínio do imó vel Edifício Turim (fls. 294-298 dos
autos de inventá rio), durante o período que esteve na posse destes bens, entre 2005 e
2018, ou se assim nã o entender, durante o período da inventariança.

IV - DOS PEDIDOS.
Defronte todo exposto requer à Vossa Excelência:
1 - A autuaçã o em apenso aos autos do inventá rio e a
intimaçã o do inventariante para manifestar-se em 15 dias em conformidade com o previsto
no artigo 623 do Có digo de Processo Civil de 2015;
2 - A intimaçã o do inventariante para prestar contas de
todos os valores auferidos com a renda de alugueres do imó vel de fls. 265/268, bem como,
documentos que comprovem o pagamento de tributos e quitaçã o de taxa de condomínio do
imó vel de (fls. 294-298), entre 2005 até a data em que figurar como inventariante, ou se
assim nã o entender, a partir da data que foi nomeado inventariante até os dias atuais;
3 - Seja julgado procedente o pedido de remoçã o do
inventariante e a nomeaçã o de outro inventariante nas termos do artigo 617 NCPC, a fim de
que o processo de inventá rio possa ter regular andamento e para correta administraçã o
dos bens do espó lio;
4 - Se for deferido o pedido de remoçã o do Inventariante, que
seja determinada a entrega imediata de todos os bens, mó veis e imó veis ao substituto, caso
nã o o faça, seja expedido mandado de busca e apreensã o ou de imissã o na posse, conforme
se tratar de bem mó vel ou imó vel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz, artigo 625
CPC/2015;
5 - Os suplicantes pretendem provar o alegado por todos os
meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos acostados com a
presente, além de outras que se fizerem necessá rias.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Sã o José do Rio Preto/SP, 10 de outubro de 2018.
Advogada-

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