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PROJETO (A3) UC POSSE E PROPRIEDADE

OBJETIVO
Elaborar um parecer sobre a petição inicial de Usucapião, demonstrando porque as argumentações trazidas
não podem ser acolhidas no processo com base nos conhecimentos obtidos durante o curso.

ETAPAS
1) Identificar as teses abordadas pelo Autor da Ação.
2) Identificar as teses que irão contrapor as abordadas pelo autor da ação, abordando os elementos da
Usucapião.
3) Elaborar parecer.

DATA DA ENTREGA: ATÉ O DIA 27/11/2020 VIA LINK DE ENTREGA DA ATIVIDADE NO


CLASSROOM

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA A3


Critério de avaliação Detalhamento do critério Peso
Uso da norma culta da Avaliar: (i) correção ortográfica e gramatical; 20%
língua portuguesa e (ii) uso de termos jurídicos; (iii) coesão e
linguagem jurídica. coerência textuais: frases, parágrafos e ideias do
Estruturação formal do texto estão conectados, fazendo sentido.
texto
Compreensão do Avaliar: (i) a questão foi respondida; (ii) a 30%
enunciado e resposta contém conceitos e/ou argumentos que
desenvolvimento da tragam profundidade.
resposta
Fundamentação jurídica Avaliar: (i) utilização da legislação, 50%
jurisprudência, doutrina e/ou outras fontes do
direito; (ii) raciocínio jurídico conectando a
fonte do direito ao caso apresentado
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO
JUDICIÁRIA DE ….

MARIA DA GRAÇAS, brasileira, solteira, cuidadora, portadora da cédula de


identidade R.G. nº 123.456.678-9 e CPF/MF nº 234.656.978-09, residente e domiciliada na Rua das
Flores, 34, Jardim Paraiso, São Paulo/SP, por seu advogado e bastante procurador que esta
subscreve, procuração em anexo (Doc), com escritório profissional situado na Avenida Paulista,
3456, Conjunto 40, Perdizes, São Paulo/SP, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
propor a presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO
do imóvel urbano de titularidade de CARLOS ALBUQUERQUE CABRAL e NORBERTO BOBBIO
CABRAL, ambos brasileiros, solteiros, empresários, o primeiro portador da cédula de identidade
R.G. nº 345.654.456-5 e CPF/MF nº 984.989.647-40 e o segundo portador da cédula de identidade
R.G. nº 576.667.763-45 e CPF/MF nº 654.765.873-94, ambos domiciliados na Rua das Orquídeas,
98, Jardim Paraiso, São Paulo/SP, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor:

I - DOS FATOS
O imóvel usucapiendo se situa na Rua das Flores, 34, Jardim Paraiso, São
Paulo/SP. O bem é composto de terreno e respectiva construção, com área de 1.500m², com 30
metros de frente/fundo e 50 metros de lateral, sendo confrontado nas laterais pelo imóvel nº 28 à
esquerda, de propriedade de GORETTE GOMES DA COSTA, e o imóvel nº 38 à direta, de propriedade
de JOÃO DA SILVA QUATRO. As partes frontais e traseiras, por sua vez, são confrontadas apenas
por vias públicas.
O imóvel está inscrito perante o 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo
sob a matrícula nº 8542641, em nome de PEDRO ALVARES CABRAL, brasileiro, viúvo, aposentado,
portador da cédula de identidade R.G. nº 345.654.456-5 e CPF/MF nº 984.989.647-40, falecido em
10/03/2020, conforme comprova a certidão de óbito ora carreada (Doc.).
A autora possui mansa e pacificamente o imóvel por mais de 20 anos, sem que
houvesse interrupção, nem oposição, uma vez que foi contratada pelos filhos de PEDRO ALVARES
CABRAL, ora requeridos, em 04/01/1998, para o exercício da função de cuidadora, vindo a prestar
serviços até o seu óbito, em 10/03/2020, tendo residido no imóvel pelo mesmo lapso temporal em
virtude de expressa autorização do proprietário e dos contratantes de seus serviços.
Sempre zelou para residência, cuidando, inclusive das plantas e da estrutura da
res, administrando o pagamento das despesas, com a devida prestação de contas aos litisconsortes
passivos.
A autora, inclusive, realizou diversas obras no imóvel, às suas próprias expensas,
dentre elas: consertos das telhas, colocação de papel de parede em todo o imóvel, instalação de
corrimão na escada que conduz ao segundo andar e troca da fiação elétrica. Todas as despesas
restam demonstradas pelas notas fiscais anexas (Doc.).
Após o falecimento de PEDRO ALVARES CABRAL, contudo, os corréus enviaram
uma notificação para que a autora deixasse o imóvel no prazo de 30 dias, uma vez que a res seria
objeto de contrato de compra e venda realizado com terceiro, o Senhor Vargas Goulart.
Por tais razões, na medida em que a autora não possui título de domínio da res,
bem como não tem outra moradia, necessita, por meio da da presente ação de usucapião, ver
declarada a aquisição do domínio – ou, subsidiariamente, pretende ver declarado o seu direito de
retenção sobre o bem até que pagas as benfeitorias realizadas.

II - DO DIREITO

A Usucapião ordinária, prevista no artigo 1.242 do Código Civil, tem como


requisitos a posse ininterrupta de 10 (dez) anos, exercida de forma mansa e pacífica com ânimo de
dono. Ademais, exige-se a existência de justo título e boa-fé.
No caso em tela, estão preenchidas os requisitos necessários para a declaração
da prescrição aquisitiva ordinária, sendo eles a posse com animus domini, ou seja, o possuidor ter
a coisa como se fosse realmente sua e o prazo de 10 anos, ininterruptos, de forma mansa e pacífica.
A do E. Tribunal de Justiça de São Paulo corrobora com essa interpretação.
Confira-se:
Usucapião. Requisitos autorizadores do usucapião ordinário que se mostram presentes.
Provas documental e testemunhal que corroboram as assertivas dos Autores. Sentença
de procedência mantida. Verba honorária majorada, mas cujo acréscimo é de
responsabilidade exclusiva dos Apelantes. Sentença mantida. Recurso não provido.
(TJSP; Apelação Cível 1007108-12.2014.8.26.0604; Relator (a): João Pazine Neto;
Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de Sumaré - 3ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 26/08/2020; Data de Registro: 26/08/2020)

Vale destacar que, na medida em que houve autorização por parte do proprietário
e dos seus herdeiros para que a autora vivesse na casa por tempo indeterminado, também está
presente o justo título e a boa-fé, o que autoriza o reconhecimento da modalidade originária de
usucapião, conforme remansoso posicionamento jurisprudencial sobre o tema.

Consigne-se, ainda, que, nos termos do art. 1.219 do Código Civil, “o possuidor
de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis”.

Portanto, devem ser julgados procedentes os pleitos exordiais, com a finalidade


de ser declarada na sentença o domínio da requerente sobre a área do imóvel – ou, ao menos, a
garantia do direito de retenção pelas benfeitorias úteis e necessárias realizadas.

III - DO PEDIDO

Ante o exposto, a autora postula:


a) a citação de CARLOS ALBURQUERQUE CABRAL e NORBERTO BOBBIO CABRAL,
bem como dos confinantes GORETTE GOMES DA COSTA do imóvel nº 28 e JOÃO DA SILVA QUATRO
do imóvel nº 38, nos termos da legislação processual civil em vigor;
b) Sejam intimadas as autoridades competentes da fazenda pública da União,
Estado, e Município, para que se manifestem sobre os termos da presente demanda;
c) Seja intimado o Ministério Público, para que intervenha nos atos do processo,
evitando-se qualquer alegação de nulidade ulterior;
d) Sejam os pedidos julgados TOTALMENTE PROCEDENTES com a finalidade de
ser declarado na r. sentença o domínio da autora sobre o bem litigioso, condenando-se a parte que
contestar ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais,
a serem fixados em 20% do valor da causa.
e) SUBSIDIARIAMENTE, caso Vossa Excelência compreenda não ser o caso de
acolher o pedido principal, que sejam os litisconsortes passivos condenados a indenizar a autora
pelas benfeitorias realizadas, sendo declarado o direito de retenção, nos termos do art. 1.219 do
Código Civil.

Para os efeito os legas e fiscais, dá-se à presente causa o valor de R$ 345.098,39


(Valor Indicado no IPTU)

Nestes termos
Pede deferimento
(Local, data, ano)
Advogado
OAB

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