Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBJETIVO
Elaborar um parecer sobre a petição inicial de Usucapião, demonstrando porque as argumentações trazidas
não podem ser acolhidas no processo com base nos conhecimentos obtidos durante o curso.
ETAPAS
1) Identificar as teses abordadas pelo Autor da Ação.
2) Identificar as teses que irão contrapor as abordadas pelo autor da ação, abordando os elementos da
Usucapião.
3) Elaborar parecer.
AÇÃO DE USUCAPIÃO
do imóvel urbano de titularidade de CARLOS ALBUQUERQUE CABRAL e NORBERTO BOBBIO
CABRAL, ambos brasileiros, solteiros, empresários, o primeiro portador da cédula de identidade
R.G. nº 345.654.456-5 e CPF/MF nº 984.989.647-40 e o segundo portador da cédula de identidade
R.G. nº 576.667.763-45 e CPF/MF nº 654.765.873-94, ambos domiciliados na Rua das Orquídeas,
98, Jardim Paraiso, São Paulo/SP, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor:
I - DOS FATOS
O imóvel usucapiendo se situa na Rua das Flores, 34, Jardim Paraiso, São
Paulo/SP. O bem é composto de terreno e respectiva construção, com área de 1.500m², com 30
metros de frente/fundo e 50 metros de lateral, sendo confrontado nas laterais pelo imóvel nº 28 à
esquerda, de propriedade de GORETTE GOMES DA COSTA, e o imóvel nº 38 à direta, de propriedade
de JOÃO DA SILVA QUATRO. As partes frontais e traseiras, por sua vez, são confrontadas apenas
por vias públicas.
O imóvel está inscrito perante o 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo
sob a matrícula nº 8542641, em nome de PEDRO ALVARES CABRAL, brasileiro, viúvo, aposentado,
portador da cédula de identidade R.G. nº 345.654.456-5 e CPF/MF nº 984.989.647-40, falecido em
10/03/2020, conforme comprova a certidão de óbito ora carreada (Doc.).
A autora possui mansa e pacificamente o imóvel por mais de 20 anos, sem que
houvesse interrupção, nem oposição, uma vez que foi contratada pelos filhos de PEDRO ALVARES
CABRAL, ora requeridos, em 04/01/1998, para o exercício da função de cuidadora, vindo a prestar
serviços até o seu óbito, em 10/03/2020, tendo residido no imóvel pelo mesmo lapso temporal em
virtude de expressa autorização do proprietário e dos contratantes de seus serviços.
Sempre zelou para residência, cuidando, inclusive das plantas e da estrutura da
res, administrando o pagamento das despesas, com a devida prestação de contas aos litisconsortes
passivos.
A autora, inclusive, realizou diversas obras no imóvel, às suas próprias expensas,
dentre elas: consertos das telhas, colocação de papel de parede em todo o imóvel, instalação de
corrimão na escada que conduz ao segundo andar e troca da fiação elétrica. Todas as despesas
restam demonstradas pelas notas fiscais anexas (Doc.).
Após o falecimento de PEDRO ALVARES CABRAL, contudo, os corréus enviaram
uma notificação para que a autora deixasse o imóvel no prazo de 30 dias, uma vez que a res seria
objeto de contrato de compra e venda realizado com terceiro, o Senhor Vargas Goulart.
Por tais razões, na medida em que a autora não possui título de domínio da res,
bem como não tem outra moradia, necessita, por meio da da presente ação de usucapião, ver
declarada a aquisição do domínio – ou, subsidiariamente, pretende ver declarado o seu direito de
retenção sobre o bem até que pagas as benfeitorias realizadas.
II - DO DIREITO
Vale destacar que, na medida em que houve autorização por parte do proprietário
e dos seus herdeiros para que a autora vivesse na casa por tempo indeterminado, também está
presente o justo título e a boa-fé, o que autoriza o reconhecimento da modalidade originária de
usucapião, conforme remansoso posicionamento jurisprudencial sobre o tema.
Consigne-se, ainda, que, nos termos do art. 1.219 do Código Civil, “o possuidor
de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis”.
III - DO PEDIDO
Nestes termos
Pede deferimento
(Local, data, ano)
Advogado
OAB