Você está na página 1de 10

ATIVIDADE AVALIATIVA A3

CASO INTERDISCIPLINAR: Direito Civil


Bens, Posse e Propriedade

Professores: Juliana Leandra Maria Nakamura Guillen Desgualdo


Marcio Alexandre Pereira
Turma: DIR1AN-BUC

GRUPO REALIZADOR

Anne Cristine Teixeira RA: 820127780


Michele Cristina Cardoso Honorato RA: 820147853

AVALIAÇÃO PROFESSOR(A)

Critérios de Avaliação da A1
Critério de avaliação Detalhamento do critério Peso
Uso da norma culta da língua Avaliar: (i) correção ortográfica e gramatical; (ii) uso 20%
portuguesa e linguagem de termos jurídicos; (iii) coesão e coerência textuais:
jurídica. Estruturação formal frases, parágrafos e ideias do texto estão conectados,
do texto fazendo sentido.
Compreensão do enunciado e Avaliar: (i) a questão foi respondida; (ii) a resposta 30%
desenvolvimento da resposta contém conceitos e/ou argumentos que tragam
profundidade.
Fundamentação jurídica Avaliar: (i) utilização da legislação, jurisprudência, 50%
doutrina e/ou outras fontes do direito; (ii) raciocínio
jurídico conectando a fonte do direito ao caso
apresentado
ATIVIDADE AVALIATIVA A3

PARECER JURÍDICO

DAS PARTES: Maria das Graças

Carlos Albuquerque Cabral e Norberto Bobbio Cabral

DIREITO CIVIL. RELAÇÃO DE EMPREGO CESSADA. REINTEGRAÇÃO DE


POSSE. EMPREGADO QUE RESIDE EM ÁREA PERTINENTE AO EMPREGADOR.
ESBULHO. AUSÊNCIA DE JUSTO TÍTULO. IMPOSSIBILIDADE DE USUCAPIR.

I- DO RELATÓRIO

Cuida-se do pedido de análise jurídica referente a ação de Usucapião Ordinária proposta


pela Sra. Maria das Graças, solicitando a aquisição do domínio do imóvel, requerendo a citação
dos Srs. Carlos Albuquerque Cabral e Norberto Bobbio Cabral, filhos de Pedro Álvares Cabral,
que estão em titularidade do imóvel, além de Sra. Gorette Gomes da Costa e Sr. João da Silva
Quatro, vizinhos e donos dos imóveis que cercam a propriedade em questão.

As questões abordadas visam orientar sobre as argumentações trazidas e o porquê não


podem ser acolhidas neste processo.

II- DA FUNDAMENTAÇÃO

Conforme já dito, a ação de Usucapião ordinária requerida pela Sra. Maria das Graças não
pode ser acolhida e deferida neste processo pois não atende os requisitos mínimos exigidos na
legislação brasileira.

Usucapião ordinária é uma das modalidades do Usucapião e está prevista no artigo 1242 do
Código Civil Brasileiro de 2002, que além dos requisitos comuns, como a posse ininterrupta e
sem oposição, possui requisitos específicos como o justo título e a boa-fé, além do prazo de 10
anos de posse efetiva.
Pode-se observar o artigo 1242 do Código Civil:

Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com


justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido
adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório,
cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua
moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

O parágrafo único trata sobre a redução do prazo prescricional para 5 (cinco) anos, caso
o possuidor tenha adquirido o imóvel de forma onerosa e obtenha o registro do mesmo, o que
não se aplica no caso de Maria das Graças.

Atentando-se ainda ao prazo, vale citar que para possuir o bem é requisitado o prazo de
10 anos. Prazo que deve ser cumprido de forma contínua, incontestada e com “animus domini”.

Em seu pedido Maria das Graças alega que possuía a posse mansa e pacífica do imóvel
por mais de 20 (vinte) anos, sem que houvesse interrupção, diz que sempre zelou pela
residência, administrando o pagamento de despesas e arcava com a prestação de contas aos
litisconsortes passivos. A autora ainda alega que, realizou obras no imóvel à suas próprias
expensas, sendo elas: conserto das telhas, colocação de papel de parede em todo imóvel,
instalação corrimão na escada que conduz ao segundo andar e troca da fiação elétrica, tudo
realizado em seu atual período de posse.

Mas, ainda sim Maria das Graças não possui pleno direito de posse. Vamos aos fatos.

I- DOS FATOS

a) Do justo título e da boa-fé

Pode-se dizer que o justo título e a boa-fé são requisitos mínimos para a usucapião ordinária.
Há definição prevista em lei para o justo título e se encontra no Código Civil Brasileiro.
Art. 1.242: Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

Seu conceito gera diferenças entre opiniões doutrinárias, uma parte da doutrina acredita
que o justo título é um instrumento para transferência do domínio a alguém. Nesse sentido é o
que lecionam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald: “Justo título é o instrumento que
conduz um possuidor a iludir-se, por acreditar que lhe outorga a condição de proprietário. Trata-
se de um título que, em tese, apresenta-se como instrumento formalmente idôneo a transferir a
propriedade, malgrado apresente algum defeito que impeça a sua aquisição. Em outras palavras,
é o ato translativo inapto a transferir a propriedade”.1

Os dois autores utilizam duas vezes a expressão instrumento, em sua definição, e


concluem que o justo título é um ato.

Para Carlos Roberto Gonçalvez o termo título é tomado em sentido lato, isto é, é o
elemento representativo da causa ou fundamento jurídico de um direito.2

Já Maria Helena Diniz, “para que haja justo título, a lei exige que o possuidor seja
portador de documento capaz de transferir-lhe o domínio”. Pode se dizer que Maria não faz
qualquer distinção entre instrumento e ato.3

Mesmo diante de todos os entendimentos controversos, atualmente para que o justo


título tenha eficácia, basta o simples compromisso de compra e venda, ainda que não registrado.

A boa fé empregada no artigo 1.201 do Código Civil.

Art. 1.201 É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa. Parágrafo único: O possuidor com justo título tem por si a presunção
da boa-fé salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta
presunção.

Entendemos que o possuidor deve ter a certeza de que a coisa que está em sua posse lhe
pertence, e por boas intenções ignora o vício e/ou obstáculo que impede a aquisição da coisa.

1
FARIAS, Cristiano Chaves de ROSENVALD, Nelson. Direito Civil. Direitos Reais. 4 ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Juris, 2007.p. 277
2
GONÇALVEZ. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 5. p.
77.
3
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das coisas. 24 ed. Reformulada. São Paulo:
Saraiva, 2009. v. 4. DINIZ. op. cit. Pg. 164.
Sendo assim, a boa-fé está ligada ao estado de ignorância do usucapiente, com isso ela
se torna necessária para que o possuidor entenda que o usucapiente é seu, a boa-fé é tida como
opinio domini, uma vez que o possuidor se identifica como dono da coisa.

Apesar de Maria das Graças ter boa-fé, não há existência de justo título.

b) Da posse mansa e pacífica

Um dos requisitos formais para o Usucapião é a posse ad usucapionem, modalidade


composta por alguns elementos como a posse mansa e pacífica, citada pela reclamante Maria
das Graças.

O fato é que, para constituir a posse mansa e pacífica é necessário que além do interesse
de usucapir o imóvel e exercer poderes como se dono fosse, é imprescindível que não exista
contestação nenhuma do proprietário do imóvel sobre a posse durante o prazo mínimo de 10
(dez) anos estabelecido no artigo 1242 do Código Civil já citado anteriormente.

Pode-se considerar a posse como mansa, quando não se sofre dentro do prazo legal,
oposição de quem tenha interesse sobre o imóvel. Não obstante, deve-se além de exercer a posse
e os requisitos acima, o animus domini, exercício que quando realizado caracteriza, efetiva e
diferencia a posse criando a oportunidade da posse comum.

Para Flávio Tartuce a posse ad usucapionem é uma exceção à regra que se prolonga por
determinado lapso de tempo previsto na lei.

(...) Em outras palavras, é aquela posse com olhos à usucapião (posse usucapível), pela
presença dos seus elementos. A posse ad usucapionem deve ser mansa, pacífica, duradoura por
lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com intenção de dono (animus domini – conceito
de Savigny). Além disso, em regra, deve ter os requisitos do justo título e boa-fé.4

Quanto a isso é evidente que a Sra. Maria das Graças não possui a posse mansa e pacífica
do imóvel, sendo este um requisito importante para a ação de usucapião ordinária.

4
Tartuce, Flávio, Manual do Direito Civil, volume único, 2019, 10ª edição, pg. 850.
c) Do prazo

Como relatado anteriormente, o artigo 1242 do Código Civil Brasileiro trás o prazo de 10
(dez) anos para possuir de fato a propriedade através da usucapião ordinária.

Maria das Graças afirma possuir o imóvel por mais de 20 (vinte) anos, uma vez que foi
contratada pelos filhos do Sr. Pedro Álvares Cabral para o exercício da função de cuidadora,
serviço que foi prestado por 20 (vinte) anos, até o óbito de Sr. Pedro.

O fato é que, o período correspondente há 20 (vinte) anos de posse alegado por Maria
das Graças é insuficiente para a procedência da usucapião ordinária, tendo em vista que Maria
estava na propriedade durante esses 20 (vinte) anos apenas cumprindo sua função de cuidadora.
O empregado que reside em área pertencente ao empregador por motivo empregatício não
constitui relação de posse, pois apenas é um servidor da posse alheia.

A reclamante não possuía o animus dominis desde a data de sua contratação em 04 de


janeiro de 1998. O lapso temporal alegado não se aplica dentro do artigo 1242 do Código Civil
Brasileiro, tendo em vista que o interesse de possuir o imóvel surgiu após a morte do Sr. Pedro
Álvares Cabral, em 10 de março de 2020, data em que foi iniciada a contagem do prazo em que
Maria realmente estava com a posse em seu domínio.

Com isso, o período de posse em que Maria tem o imóvel como seu de forma contínua
é de 8 (oito) meses, prazo insuficiente para requerer ação de usucapião ordinária.

Nessa linha de pensamento, vejamos o entendimento jurisprudencial:

EMPREGADO QUE RESIDE EM AREA PERTENCENTE AO EMPREGADOR POR


MOTIVO DA RELACAO DE EMPREGO NAO TEM POSSE, SENDO MERO
SERVIDOR DA POSSE ALHEIA. CESSADA A RELACAO EMPREGATICIA, SUA
RECUSA EM RETIRAR-SE DO IMOVEL CONFIGURA ESBULHO POSSESSORIO. E
IRRELEVANTE O TER EXISTIDO ANTERIORMENTE PARCERIA ENTRE DITO
EMPREGADO E O ANTECESSOR NO DOMINIO, EIS QUE EXTINTA POR ATO DOS
INTERESSADOS QUANDO DA ALIENAÇÃO DA COISA. AO ESBULHADOR NAO SE
ASSEGURA DIREITO AOS FRUTOS NATURAIS PORVENTURA PENDENTES, EIS
QUE PRESUMIDA SUA MA-FE. SENTENCA CONFIRMADA. (Apelação Cível Nº
183014703, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Alçada do RS, Relator: Adroaldo Furtado
Fabrício, Julgado em 10/05/1983)
Com base nos ensinamentos do doutrinador Humberto Theodoro Júnior, podemos ainda
qualificar a posse de Maria das Graças como uma posse precária " (...) a do fâmulo da posse
que, abusando da confiança que nele depositou o verdadeiro possuidor, inverte a natureza da
posse até então exercida em nome alheio, passando a agir como possuidor em nome próprio."5

No entanto, é evidente que a ocupação do imóvel durante o prazo de 20 (vinte) anos,


exercida na qualidade de empregada não empresta a condição de possuidora e
consequentemente não permite a validade do prazo para a ação de usucapião ordinária.

d) Do esbulho

Após a morte do Sr. Pedro Álvares Cabral houve uma inversão no animus da Sra. Maria
das Graças, que passou a se comportar como proprietária do imóvel, passando assim a agir de
má-fé.

Porém, a Sra. Maria das Graças foi notificada pelos filhos de Sr. Pedro, para deixar
imóvel no prazo de 30 (trinta) dias, uma vez que o imóvel estava sendo negociado para venda
de um terceiro.

Com a recusa do pedido, o que antes era mera detenção devido ao cumprimento de suas
obrigações de cuidadora, se tornou posse, porém viciada pela precariedade posteriormente
transformada em esbulho pela recusa da autora em deixar o imóvel.

Para Guilherme Gama a “proteção judicial da posse, cabíveis nos casos em que, em
decorrência de ato ilícito de ameaça, turbação ou esbulho, há clara possibilidade de perda ou
obstrução do exercício do poder de fato sobre a coisa”.6

Vejamos o entendimento jurisprudencial:

AÇÃO DE MANUTENCAO DE POSSE EMPREGADO QUE RESIDE EM AREA


PERTENCENTE AO EMPREGADOR POR MOTIVO DE RELACAO DE EMPREGO
NAO TEM POSSE, SENDO MERO SERVIDOR DA POSSE ALHEIA. CESSADA A
RELACAO EMPREGATICIA, SUA RECUSA EM DESOCUPAR O IMOVEL
CONFIGURA ESBULHO POSSESSORIO. SENTENCA CONFIRMADA. (Apelação

5
Júnior, Humberto Theodoro., Curso de Direito Processual Civil, editora forense, 2003, 32ª edição, volume III,
pg. 117.
6
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da, op. cit., p. 167
Cível Nº 185019320, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Alçada do RS, Relator: José
Maria Rosa Tesheiner, Julgado em 14/05/1985)

e) Das benfeitorias úteis e necessárias

As benfeitorias são bens acessórios de um imóvel ou bem imóvel que visam a conservação
ou melhoria do mesmo.

Maria realizou benfeitorias necessárias e úteis – são as que têm por fim conservar ou evitar
que o bem se deteriora e aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil.

O Código Civil trata sobre as benfeitorias descritas no art. 96º, parágrafo 2º e 3º:

§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Agindo de boa-fé, mesmo sem ser possuidora Maria tem direito a indenização das
benfeitorias, conforme previsto no Código Civil Brasileiro:

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias


necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito
de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

Para a retenção das benfeitorias, o artigo 1.219 do Código Civil expressa três
consequências muito claras, quais sejam: ser possuidor de boa-fé, não ter sido indenizado, e a
terceira quanto a benfeitorias voluptuárias.

Quanto a primeira, Flávio Tartuce expressa que o possuidor de boa-fé tem o direito à
indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis que fez no imóvel.7

Quanto a segunda, o possuidor, não indenizado, pode exercer o direito de retenção,


direito admissível ao possuidor de boa-fé. Porém, tendo que restituir o valor correspondente aos
frutos e rendimentos obtidos no período de ocupação de má-fé.

7
Tartuce, Flávio. Direito Civil : direito das coisas – v. 4 / Flávio Tartuce. – 11. ed. – Rio de Janeiro: Forense,
2019. pg 92
Quanto a terceira, concernente às voluptuárias, Carlos Roberto Gonçalves, expressa que
poderá o possuidor de boa-fé levantá-la, se não acarretar estrago à coisa e se o reivindicante
não preferir ficar com elas, indenizando o seu valor. O objetivo é evitar o locupletamento sem
causa do proprietário pelas benfeitorias então realizadas.8

Levando em consideração as afirmações, abaixo entendimento jurisprudencial:

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. POSSUIDOR DE BOA-


FÉ. INDENIZAÇÃO POR BENFEITORIAS ÚTEIS E NECESSÁRIAS.
DIREITO DE RETENÇÃO. POSSIBILIDADE. ART. 1219 DO CC/02.
INDENIZAÇÃO PELOS LOCATIVOS. POSSIBILIDADE. SENTENÇA
MANTIDA. (Apelação Cível Nº 70079003125, Décima Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em 29/11/2018).

Sendo assim, Maria das Graças tem o direito do ressarcimento das benfeitorias
necessárias e úteis realizadas.

f) Do título de domínio

Atualmente, em nosso sistema o título por si só não prova o domínio sobre a coisa,
porque a propriedade se adquire pelo registro.

Segundo a professora Maria Helena Diniz: “A propriedade não é a soma desses


atributos, ela é direito que compreende o poder de agir diversamente em relação ao bem,
usando, gozando ou dispondo dele, sendo que, esses elementos podem concentrar-se num
só indivíduo, caso em que a propriedade é plena, ou desmembrando-se, quando se transferem
a outrem um dos seus atributos, como na constituição de um direito real de usufruto, em que
o proprietário tem o domínio eminente, embora o uso da coisa passe ao conteúdo patrimonial
de outra pessoa, que terá o domínio útil.”9

Ou seja, conforme seu entendimento não é possível usar o termo domínio e


propriedade como sinônimos, porque são distintos. A propriedade surge de uma
consequência da subordinação de um bem ao domínio, o indivíduo pode ter domínio sobre

8
Roberto Gonçalves, Carlos. Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas, 10ª ed. São Paulo, Saraiva, 2015.
9
DINIZ, Maria Helena. Direito das Coisas – Curso de Direito Civil Brasileiro - vl. 4 - 26. ed., São Paulo: Saraiva,
2011.op. Cit. P. 128
um bem, sem ter à propriedade, mas, a contrário sensu, não há possibilidade de se ter à
propriedade de um bem sem ter o domínio.

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

O artigo descrito acima está previsto no Código Civil, e prevê a aquisição do


domínio, no caso apresentado dona Maria viveu mais de 20 (vinte) anos ininterruptos e sem
oposição dos demais, mas na posição de cuidadora do S.r., Pedro. Apenas os últimos 8 (oito)
meses são de fato que a funcionária viveu na propriedade com “domínio”, portanto devido
ao tempo previsto, ela não é considerada com título de domínio sobre o imóvel descrito
inicialmente neste parecer.

g) Das despesas processuais, honorários de sucumbências

Por fim, nos termos do artigo 85 do Código de Processo Civil de 2015, fica majorado a Sra.
Maria das Graças, 20% do valor atualizado das despesas processuais, honorários advocatícios
e sucumbências a serem fixadas no valor da causa. Atentando-se aos limites estabelecidos nos
parágrafos 2º e 3º do referido artigo.

É o parecer.

São Paulo, 27 de novembro de 2020.

Anne Cristine Teixeira

OAB/SP: XXXX

Michele Cristina Cardoso Honorato

OAB/SP: XXXX

Você também pode gostar