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Natal-RN
OUTUBRO/2020
Este fichamento irá tratar das relações que os institutos possessórios possuem no
ordenamento jurídico brasileiro, debatendo acerca do que distingue o abordado por essa
temática no Código Civil de 2002 e no Código de Processo Civil de 2015, tratando não
apenas do direito material, como do direito processual que rege toda matéria dos institutos
possessórios.
Como já é bem sabido pelo estudo da disciplina, a posse é uma situação de fato
que gera consequências jurídicas, permitindo a produção de efeitos jurídicos. Desse
modo, tais efeitos dividem-se em ordem processual, compostas pela autotutela e pela
proteção processual possessória e de ordem material, os direitos indenizatórios do
possuidor aos acessórios e às obrigações indenizatórias do possuidor quanto aos danos.
Há também o usucapião, que é entendido pelo autor do texto como forma de aquisição de
propriedade, sendo, no entendimento dele, a forma que legislador identificou para referir
a esse tema.
O princípio da fungibilidade é regido pelo art. 920 do CPC e é dada pela situação
de fato, em que o juiz pode substituir uma tutela possessória por outra sem alteração da
causa de pedir, isto é, seu fundamento. Já o princípio da cumulatividade é preceituada
pelo artigo seguinte, o 921, indicando que o autor pode pleitear na própria ação
possessória a condenação do réu em perdas e danos, cominação de pena ou demolição de
construção, de modo que tal princípio deve vir do autor, uma vez que vindo do juiz, se
configura ação extra petita. A duplicidade trata de que o réu pode pedir proteção
possessória e indenização por perdas e danos sem contestar o pedido do autor, e é dado
legalmente pelo art. 922 do CPC.
Por fim, tratando-se de natureza jurídica, se tem quem defenda que as ações
possessórias um caráter real, baseadas no art. 80, I do Código Civil, afirmando que se
enquadram os imóveis sobre os direitos reais, tendo necessariamente suas ações caráter
real. No entanto, em análise ao Código de Processo Civil, tal caráter real não é dado,
estando disposto no art. 10. Assim, a natureza jurídica é configurada como o pedido e a
causa de pedir são apenas fatos, de modo que ações reais são apenas as que têm por causa
de pedir o domínio, diferenciando-se das possessórias.