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Sistemas Prisionais:
Apesar de um embrião dos sistemas de reclusão serem estabelecidos em torres
de castelos (para crimes de insurreição contra os governos do Medievo) ou em
mosteiros (para as infrações monásticas), esses eram apenas zonas de trânsito
para a punição real ou local de aguardo do perdão da autoridade. O sistemas
penitenciários vieram surgir apenas nos EUA em 1776. Os sistemas
penitenciários no decorrer da história foram esses:
Sistema Pensilvânico ou Sistema Filadélfia: Nesse sistema, a pena é exercida
a partir do isolamento celular dos delinquentes, obrigação estrita do silêncio e a
meditação. É um sistema que reduzia de forma drástica os gastos com vigilância
e não possibilitava uma organização industrial nas cadeias, já que ele consistia
em manter o detento em absoluto isolamento, dia e noite. Portanto, temos um
sistema que não visava pelas melhoras das prisões, tampouco pela recuperação
do delinquente, mas tinha o intuito de ser um instrumento de dominação
eficiente.
Sistema de Auburn (auburniano): Surgiu com a necessidade de superar os
limites impostos pelo sistema Filadélfia. Esse sistema, que também é
denominado silent system, adota o trabalho em comum no período diurno, além
do silêncio absoluto, com os detentos não permitidos de falar entre si,
constituindo-se um instrumento de poder que os guardas exerciam sobre os
detentos. O trabalho é o pilar do sistema auburniano, visto que mirava ser uma
dimensão ideológica (como forma de satisfazer as necessidades do detento)
como psicológica (reincorporação do preso à força de trabalho), porém essas
características não foram consolidadas pela sua ameaça ao trabalho livre. Outro
contraponto era o regime disciplinar e os castigos cruéis, pois esse sistema
visava o controle estrito e a obediência irreflexiva, sendo essa a base do que
acreditavam ser a recuperação do delinquente.
Sistema progressivo irlandês: Diferentemente do auburniano e do Filadélfia
que visava a recuperação pela reclusão, o sistema progressivo visa a recuperação
por meio da reinclusão do preso na liberdade plena. Esse sistema foi dividido em
4 fases chave (que podem ser aglutinadas em 3), sendo elas: 1) Reclusão celular
diurna e noturna, que consistia na reclusão sem comunicações e contato algum;
2) Reclusão celular noturna e trabalho diurno em comum: Seguindo o silêncio
previsto pelo sistema de Auburn, tem a diferença da progressão por meio da
divisão de classes e da acumulação de pontos por metas alcançadas, levando a
maior confiança e liberdade do apenado; 3) Período intermediário: Ocorria entre
a prisão em local fechado e a liberdade condicional, o preso trabalhava ao ar
livre ou em colônias agrícolas, de modo que a disciplina era mais suave e as
prisões eram mais abertas, lembrando mais “asilos de beneficência do que com
prisões”; 4) Liberdade condicional: O preso recebia uma liberdade com
restrições, e com o passar do tempo e o cumprimento das condições impostas,
até a obtenção da liberdade definitiva. É o modelo adotado no sistema prisional
brasileiro.